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Ensino Clínico II Saúde da Mulher Enf.ª Me. Mirza Almeida ‹#› Aula 9 – 2018.2 Sinais de Parto e TB Obstetrícia O processo de trabalho de parto e o parto envolvem mais do que dar à luz uma pessoa. Ocorrem diversos eventos fisiológicos e psicológicos que culminam no nascimento de um bebê e na formação ou expansão de uma família. Obstetrícia O trabalho de parto consiste em uma interação complexa e multifacetada entre a mãe e o feto. Trata-se de uma série de processos por meio dos quais o feto é expelido do útero. É difícil determinar exatamente por que o trabalho de parto começa e o que o desencadeia. O estrogênio, cujos níveis estão subindo, aumenta a sensibilidade do miométrio à ocitocina. A ocitocina também auxilia na estimulação da síntese de prostaglandinas e nas contrações do miométrio. As prostaglandinas promovem contrações adicionais, amolecimento do colo do útero, indução das junções comunicantes e sensibilização do miométrio, resultando em dilatação do colo do útero (abertura ou alargamento do óstio do útero) progressiva. Sinais premonitórios do trabalho de parto Sinais premonitórios do trabalho de parto Antes do início do trabalho de parto, o corpo da gestante passa por várias mudanças em preparação para o nascimento do feto. As mudanças que ocorrem muitas vezes levam a sinais e sintomas característicos que sugerem que o trabalho de parto está próximo. Esses sinais e sintomas premonitórios podem variar, e nem todas as mulheres experimentam todos eles Sinais premonitórios do trabalho de parto Alterações do colo do útero Descida Aumento do nível de energia Saída do tampão sanguinolento Contrações de Braxton Hicks Ruptura espontânea das membranas amnióticas Alterações do colo do útero Antes do início do trabalho de parto, ocorre amolecimento e possível dilatação do colo do útero, com a descida da apresentação fetal para a pelve. Essas alterações podem ocorrer de 1 mês a 1 h antes do real início do trabalho de parto. Alterações do colo do útero Conforme o trabalho de parto se aproxima, o colo do útero passa de uma estrutura alongada para um segmento delgado curto. Alterações do colo do útero As fibras colágenas do colo do útero sofrem rearranjo enzimático e tornam-se fibras menores e mais flexíveis, que facilitam a absorção de água, resultando em um colo mais macio e distensível. Essas mudanças são consequência dos efeitos das prostaglandinas e da pressão das contrações de Braxton Hicks (Stables & Rankin, 2010). Descida A descida ocorre quando a apresentação fetal começa a descer para a pelve materna. O útero “desce” e se desloca para uma posição mais anterior. O formato do abdome se modifica como resultado da mudança no útero. Com essa descida, a gestante geralmente nota que sua respiração fica muito mais fácil. Descida No entanto, pode queixar-se de aumento da pressão pélvica, cólicas e dor lombar. Pode notar um aumento da secreção vaginal e da frequência miccional. Além disso, pode ocorrer edema de membros inferiores em decorrência do aumento da estase sanguínea. Descida Em primíparas, a descida pode ocorrer 2 semanas ou mais antes do início do trabalho de parto, enquanto nas multíparas pode não ocorrer até que o trabalho de parto comece. (Cheng & Caughey, 2011) Aumento do nível de energia Algumas mulheres relatam aumento súbito em sua energia antes do trabalho de parto. Aumento do nível de energia Isso às vezes é chamado de nidificação, porque muitas mulheres concentram essa energia em se preparar para o parto, limpar, cozinhar, preparar o quarto do bebê e passar mais tempo com as outras crianças da família. O aumento do nível de energia geralmente ocorre 24 a 48 h antes do início do trabalho de parto. Acredita-se que seja decorrente do aumento na liberação de epinefrina causado pela redução da progesterona . É popular mente chamado de “Arrumar o ninho” Tampão sanguinolento Saída do tampão sanguinolento No início ou antes do trabalho de parto, o tampão mucoso que preenche o canal cervical durante a gestação é expelido, em decorrência do amolecimento do colo do útero e do aumento da pressão exercida pela apresentação fetal. Esses capilares cervicais rompidos liberam um pouco de sangue, que se mistura com o muco resultando em secreções róseas conhecidas como tampão sanguinolento. Contrações de Braxton Hicks As contrações de Braxton Hicks, que podem ser sentidas durante a gestação, tornam-se mais fortes e mais frequentes. As contrações de Braxton Hicks consistem tipicamente em sensação de retesamento ou tração na parte superior do útero. Contrações de Braxton Hicks Ocorrem basicamente no abdome e na região inguinal e espalham-se gradualmente para baixo antes do relaxamento. Em contrapartida, as contrações do trabalho de parto verdadeiro são mais comumente sentidas na região lombar. Essas contrações ajudam a mover o colo do útero de uma posição posterior para anterior. Também ajudam na maturação e no amolecimento do colo do útero. Contrações de Braxton Hicks No entanto, as contrações são irregulares e diminuem com a deambulação, com a micção, com a ingestão de alimentos, com o aumento da ingestão de líquidos ou com a mudança de posição. As contrações de Braxton Hicks geralmente duram cerca de 30 segundos, mas podem persistir por até 2 min. Conforme o parto se aproxima e o útero se torna mais sensível à ocitocina, a frequência e a intensidade dessas contrações aumentam. No entanto, se as contrações durarem mais de 30 segundos e ocorrerem em frequência superior a 4 a 6 vezes por hora, aconselhe a mulher a entrar em contato com seu médico para que ela possa ser avaliada por um possível trabalho de parto prematuro, especialmente se estiver com menos de 38 semanas de gestação. Ruptura espontânea das membranas amnióticas Uma em cada quatro mulheres apresenta ruptura espontânea das membranas antes do início do trabalho de parto. (Institute of Medicine, 2010). A ruptura das membranas pode resultar em um jato súbito ou em extravasamento constante de líquido amniótico. Ruptura espontânea das membranas amnióticas Embora muito líquido amniótico seja perdido quando ocorre a ruptura, o líquido amniótico é produzido de modo contínuo para assegurar a proteção do feto até o nascimento. Após a ruptura do saco amniótico, não há mais barreira de proteção contra infecções e uma infecção ascendente pode ocorrer. Ruptura espontânea das membranas amnióticas Além disso, se a insinuação não tiver ocorrido, existe o perigo de prolapso do cordão umbilical com a súbita liberação de líquido e pressão com a ruptura das membranas. Devido à possibilidade dessas complicações, aconselhe a gestante a notificar o obstetra e buscar avaliação. Trabalho de parto verdadeiro versus trabalho de parto falso Trabalho de parto verdadeiro versus trabalho de parto falso O falso trabalho de parto é uma condição que ocorre durante as últimas semanas de algumas gestações; são sentidas contrações uterinas irregulares, mas o colo do útero não é afetado. Em contrapartida, o trabalho de parto verdadeiro é caracterizado por contrações que ocorrem em intervalos regulares, que aumentam em frequência, duração e intensidade. As contrações verdadeiras provocam dilatação progressiva do colo do útero e apagamento do mesmo. Todas as gestantes ficam ansiosas quando sentem as contrações, mas devem ser informadas de que o trabalho de parto pode ser um processo longo, especialmente no caso de primeira gestação. Incentive a mulher a pensar no falso trabalho de parto ou nos “sinais pré-trabalho de parto” como algo positivo, porque fazem parte de todo um contínuo que é o trabalho de parto. Na primeira gestação, o colo do útero pode levar até 20 h para se dilatar completamente (Cunningham et al., 2010). Fatores que influenciam o processo de trabalho de parto Tradicionalmente, os fatores críticos que afetam o processo de trabalho de parto e partosão os seguintes: Canal do parto Feto e placenta (“passageiros”) Contrações Posição (materna) Resposta psicológica Fatores que influenciam o processo de trabalho de parto Esses fatores críticos são comumente aceitos e discutidos pelos profissionais de saúde. No entanto, cinco outros fatores também influenciam o processo de trabalho de parto: Filosofia de vida (pouca tecnologia, mais humanização) Parceiros (pessoas que prestam apoio) Paciência (cronologia natural) Preparação da gestante (base de conhecimentos em relação ao parto) Manejo da dor (medidas de conforto). Esses cinco fatores adicionais são úteis para o planejamento da assistência à família em trabalho de parto. Esses fatores focados na cliente são uma tentativa de fomentar o manejo do trabalho de parto utilizando mais humanização, paciência, suporte, conhecimento e controle da dor. Via de Passagem TRAJETO - CANAL DE PARTO A via de passagem de parto é o trajeto que o feto precisa percorrer para um parto vaginal. Via de Passagem É composta pela pelve materna e pelos tecidos moles. “Trajeto Mole” e “Trajeto Duro” Dos dois, no entanto, a pelve óssea materna é mais importante, porque é relativamente inflexível (com exceção do cóccix). Pelve Óssea A pelve óssea materna pode ser dividida em partes verdadeira (menor) e falsa (maior). A pelve falsa (ou superior ou maior) é constituída pelas partes superiores alargadas dos dois ossos ilíacos com suas concavidades e as asas da base do sacro. A pelve falsa é separada da verdadeira por uma linha imaginária traçada a partir do promontório do sacro na parte posterior até o aspecto superior da sínfise púbica na parte anterior da pelve. Essa linha imaginária é chamada de linha terminal. Abertura inferior da pelve A abertura inferior da pelve é limitada pela tuberosidade isquiática, borda inferior da sínfise púbica e ponta do cóccix. Formato da Pelve Além das dimensões, o formato da pelve da mulher é um fator determinante para o parto vaginal. A pelve é classificada em quatro formatos principais: Ginecóide Antropóide Andróide Platipeloide Tecidos Moles Os tecidos moles da passagem consistem em colo do útero, músculos do assoalho pélvico e vagina. Tecidos Moles No apagamento, o colo do útero se torna mais delgado para possibilitar que a apresentação fetal desça para a vagina. Passageiro Também conhecido como objeto, é referente ao feto (com a placente), que irá percorrer o trajeto Cabeça Fetal A cabeça fetal é a maior e menos compressível estrutura fetal, tornando-a um importante fator para o trabalho de parto e o parto. Muitas vezes é encontrada uma variação considerável na dimensão e no diâmetro do crânio do feto. Comparada à de um adulto, a cabeça do feto é grande em relação ao restante do corpo, sendo habitualmente responsável por 25% da área de superfície corporal (Gardner, Carter, Enzman-Hines, & Hernandez, 2011). Cabeça Fetal Os ossos que compõem a face e a base do crânio são fundidos e essencialmente fixos. No entanto, os ossos que formam o restante do crânio (dois ossos frontais, dois ossos parietais e um osso occipital) não são fundidos, mas moles e flexíveis, com espaços entre as lâminas ósseas – SUTURAS. As intersecções dessas suturas são denominadas fontanelas Cabeça Fetal As suturas são importantes porque possibilitam que os ossos cranianos se sobreponham a fim de ajustar o formato da cabeça (alongando) quando as contrações uterinas ou a pelve óssea materna exercerem pressão sobre ela. Cabeça Fetal Alguns diâmetros se encurtam, enquanto outros se alongam conforme a cabeça é moldada durante o processo de trabalho de parto e parto. Essa maleabilidade do crânio fetal reduz as dimensões do crânio do feto em 0,5 a 1 cm (Mattson & Smith, 2011). Após o nascimento, as suturas se fecham conforme os ossos crescem e o encéfalo alcança o seu crescimento pleno. A forma alterada (alongada) do crânio fetal ao nascer em decorrência da sobreposição dos ossos cranianos é conhecida como moldagem. Cabeça Fetal Os pais podem ficar preocupados com a distorção da cabeça de seu recém-nascido. No entanto, garanta que a forma oblonga é apenas temporária, o que geralmente é o necessário para reduzir sua ansiedade. SUTURAS CORONAIS: localizadas entre os ossos frontal e parietal e se estendem transversalmente em ambos os lados da fontanela anterior. SUTURA FRONTAL: localizada entre os dois ossos frontais. SUTURAS LAMBDÓIDEAS: localizadas entre o osso occipital e os dois ossos parietais, estendendo-se transversalmente em ambos os lados da fontanela posterior. SUTURA SAGITAL: localizada entre os ossos parietais, dividindo o crânio em metades direita e esquerda. Durante o exame ginecológico, a palpação dessas suturas pelo examinador revela a posição da cabeça do feto e o grau de rotação que ocorreu. As fontanelas anterior e posterior também são úteis para ajudar a identificar a posição da cabeça do feto. Força É caracterizado pela força que impulsiona o feto pelo canal de parto. Essa forca é gerada pela musculatura uterina por meio das contrações (metrossístoles) Involuntária Dolorosas Força As contrações uterinas causam dilatação e apagamento completos do colo do útero durante o primeiro estágio do trabalho de parto. O estímulo secundário do trabalho de parto envolve o uso da pressão intra-abdominal (contrações musculares voluntárias) exercida pela parturiente quando ela empurra e faz força para baixo durante o segundo estágio do trabalho de parto. Contrações Uterinas As contrações uterinas são involuntárias e, por conseguinte - não podem ser controladas pela parturiente, independentemente de serem espontâneas ou induzidas. As contrações uterinas são rítmicas e intermitentes, com um período de descanso entre elas. Essa pausa possibilita que a parturiente e os músculos uterinos descansem. Além disso, essa pausa restaura o fluxo sanguíneo para o útero e para a placenta, temporariamente reduzido durante cada contração uterina. Contrações Uterinas Essas contrações são responsáveis pelo estreitamento e pela dilatação do colo do útero, além de impulsionar a apresentação fetal para o segmento inferior do útero. O canal do colo do útero diminui de 2 cm do comprimento para uma estrutura semelhante a um papel fino; esse apagamento é descrito em termos percentuais, de 0 a 100%. Contrações Uterinas Em primigestas, o apagamento começa tipicamente antes do início do trabalho de parto e geralmente começa antes da dilatação; em multíparas, no entanto, tanto o apagamento quanto a dilatação podem não começar até que o trabalho de parto aconteça. Contrações Uterinas • Um canal cervical com 2 cm de comprimento seria descrito como 0% apagado • Um canal cervical com 1 cm de comprimento seria descrito como 50% apagado • Um canal cervical com 0 cm de comprimento seria descrito como 100% apagado. Estática Fetal Determinar a relação do feto com o corpo da mãe Situação fetal Posição fetal Atitude fetal Apresentação fetal Situação Fetal Situação Fetal A situação fetal refere-se à relação entre o eixo mais longo (coluna vertebral) do feto e o eixo longo (coluna vertebral) da mãe. Existem duas situações fetais principais: longitudinal (a mais comum) e transversal. Situação Fetal A situação longitudinal ocorre quando o eixo longitudinal do feto está paralelo ao da mãe (coluna fetal lado a lado com a coluna da mãe). A posição transversal ocorre quando o eixo longitudinal do feto está perpendicular ao eixo longo da mãe (coluna do feto transversalmente ao abdome materno, cruzando sua coluna). Um feto em situação transversal não é capaz de nascer por via vaginal (Mattson & Smith, 2011). Atitude Fetal Este é bem simples: é a relação das diversas partes fetais entre si. Devemos observar que o fetodobra-se e curva-se sobre si próprio, em uma atitude de flexão generalizada. É o que chamamos de ovóide fetal. A atitude fetal refere-se à postura (flexão ou extensão) das articulações e à relação das partes fetais entre si. No início do trabalho de parto, a atitude fetal mais comum é com todas as articulações flexionadas – o dorso do feto se mostra arredondado, o queixo toca o tórax, as coxas estão flexionadas em direção ao abdome e os joelhos estão flexionados. A posição defletida sugere hipóxia fetal Sinal tardio de sofrimento fetal Posição Fetal Relação entre o dorso fetal e o lado direito ou esquerdo da mãe Apresentação Fetal A apresentação fetal refere-se à parte do corpo do feto que chega primeiro à abertura superior da pelve (a “parte que se apresenta”). Essa é a parte fetal que se encontra sobre a abertura superior da pelve ou óstio do útero. Saber qual parte fetal está vindo primeiro no parto é fundamental para planejar e iniciar as intervenções apropriadas. (RICCI, 2015) Apresentação Fetal As três apresentações fetais mais comuns são a CEFÁLICA (cabeça primeiro), PÉLVICA (pelve primeiro) e OMBRO (escápula primeiro). A maioria dos recém-nascidos (95%) vem ao mundo em uma apresentação cefálica; as apresentações pélvicas representam 3% dos nascimentos a termo; e as apresentações de ombro representam aproximadamente 2%. (Tharpe et al, 2013) Na apresentação cefálica, a parte que se apresenta geralmente é o occipúcio da cabeça fetal. Essa apresentação é também chamada de apresentação de vértice. As variações da apresentação de vértice incluem as apresentações em BREGMA, FRONTE e FACE. A apresentação pélvica ocorre quando as nádegas ou os pés do feto entram primeiro na pelve materna e o crânio fetal entra por último. Essa apresentação anormal apresenta vários desafios no momento do parto. Primeiramente, a maior parte do feto (crânio) sai por último e pode “enganchar-se” ou prender-se à pelve. Além disso, o cordão umbilical pode ser comprimido entre o crânio fetal e a pelve materna depois de o tórax fetal ter nascido, porque a cabeça é a última a sair. Ademais, ao contrário do crânio fetal duro, as nádegas são moles e não tão efetivas como dilatador do colo do útero durante o trabalho de parto, em comparação com a apresentação cefálica. Por fim, existe a possibilidade de traumatismo à cabeça em consequência da falta de oportunidade para a moldagem. Os tipos de apresentação pélvica são determinados pelo posicionamento das pernas do feto. Na apresentação pélvica franca (50 a 70%), as nádegas se apresentam primeiro, com ambas as pernas estendidas em direção à face. Na apresentação pélvica total ou completa (5 a 10%), o feto está sentado com as pernas cruzadas sobre o colo do útero. Na apresentação podálica ou incompleta (10 a 30%), uma ou ambas as pernas se apresentam. As apresentações pélvicas estão associadas à prematuridade, placenta prévia, multiparidade, anormalidades uterinas (miomas) e algumas anomalias congênitas, como hidrocefalia (Fischer, 2011). A apresentação pélvica franca pode resultar em parto vaginal, mas as apresentações pélvicas completas, podálica e incompleta geralmente exigem a realização de cesariana. A apresentação de ombro ou distocia de ombro ocorre quando os ombros do feto se apresentam em primeiro lugar, com a cabeça oculta entre eles. As chances de uma apresentação de ombro são de 1 em 300 nascimentos (Cunningham et al., 2010). O feto está em posição transversal, com o ombro como a parte que se apresenta. As condições associadas à distocia do ombro incluem a placenta prévia, a prematuridade, o número elevado de partos, a ruptura prematura de membranas, a gestação múltipla ou as anomalias fetais. Se a apresentação de ombro for identificada antes do início do trabalho de parto, habitualmente será necessário um parto cesárea, mas a decisão dependerá da idade gestacional, do tamanho do feto, da posição da placenta e da ruptura das membranas (Sister, 2011). Apresentação Fetal Cefálica 96% Pélvica 3% Córmica 1% Apresentação Fetal Na apresentação cefálica, a variedade irá depender do grau de deflexão do pólo cefálico A – Cefálica fletida (palpa-se a pequena fontanela – Lâmbida) B – Cefálica defletida de bregma ou deflexão de 1⁰ grau (grande fontanela) C – Cefálica defletida de fronte ou deflexão de 2⁰ grau (palpa-se a glabela – ponto de referência é a raiz do nariz) É uma apresentação rara e impossibilita o parto vaginal D – Cefálica defletida de face ou deflexão de 3⁰ grau (ponto de referência é o mento) A conduta vai depender do grau de deflexão Normalmente em uma deflexão grau 1, uma forte contração pode corrigir esse pequeno grau de deflexão. Grau 2 altamente distócico - mandar para via alta No grau 3, vai depender se a posição do bebe é mento pubica ou mento posterior. Se for mento púbica (voltada para a parte anterior da mãe- pode ser que quando ele passe Se for mento púbica (voltada para a parte anterior da mãe- pode ser que quando ele passe pela curvatura do sacro, ele consiga rodar a cabeça Se for mento superior – tem que mandar a gestante para via alta Variedade de Posição Relação dos pontos de referência do feto com os pontos de referencia da pelve da mãe. Os pontos de referência que nós interessa são: Região Sacra Região Púbica Diâmento transverso máximo da pelve Variedade de Posição Os pontos de referência do feto vão depender da sua apresentação do feto: Se ele estiver em apresentação pélvica – o ponto de referência do bebe vai ser o sacro - S Se ele estiver em apresentação transversa – o ponto de referência do bebe vai ser o acrômio - A Se ele estiver em apresentação cefálica – o ponto de referência do bebe vai depender se é uma cefálica fletida ou defletida Variedade de Posição Se ele estiver em apresentação cefálica fletida – o ponto de referência do bebe vai ser a pequena fontanela (Lâmbida) - O Se ele estiver em apresentação cefálica defletida em grau 1 – o ponto de referência do bebe vai ser a grande fontanela – (bergmática)- B Variedade de Posição Se ele estiver em apresentação cefálica defletida em grau 2 – o ponto de referência do bebe vai ser a glabela – G Se ele estiver em apresentação cefálica defletida em grau 3 – o ponto de referência do bebe vai o mento – M Variedade de Posição Se a região occipital do feto estiver voltado para a região sacra da mãe, dizemos que a apresentação é Occipto-sacral – OS ou Occipto Posterior - OP Se a região occipital do feto estiver voltado para a região pubica da mãe, dizemos que a apresentação é Occipto-pubica – OP ou Occipto Anterior - OA Se a região occipital do feto estiver voltado para a região transversa da mãe, dizemos que a apresentação é Occipto-transversa – OT E coloca-se tambem D se o bebe estiver voltado para o lado direito da mãe e E se estiver voltado para o lado Esquerdo da mãe. Variedade de Posição Se a apresentação do bebe for defletida, vais se referenciar pelo grau de deflexão - Vai depender do ponto de referência do bebê. Se a apresentação for de 1º graus – Bregma – Letra B Se a apresentação for de 2º graus – Glabela – Letra G Se a apresentação for de 3º graus – Mento – Letra M Se a apresentação for pelvica, o ponto de referncia é o sacro e se coloca a letra S E se for for cômica, o ponto de referência vai ser o acrômio, e coloca-se a letra A Plano de Hodge Dividido em 4 planos Primeiro plano – Estreito superior da pelve Segundo plano – Estreito inferior da pelve Terceiro plano – Entre as espinhas isquiáticas (Ponto zero de De Lee) Quarto plano – na ponta do Cóccix ‹#› Sinclitismo - bebe desce sem inclinar a cabeça Asinclitismo – bebe desce inclinando a cabeça Asinclitismo anterior - Obliqüidade de Litzman Asinclitismo posterior – Obliqüidade de Nagele O Mecanismo do Parto Períodos Clínicos do Parto Processo de parturição– Mudança ao longo dos séculos Medicalização Institucionalização do parto e nascimento Avanços tecnológicos Desenvolvimento da medicina Mudanças Positivas e Negativas Permitiu salvar milhões de vidas Prática mecanizada Procedimentos intervencionistas Procedimentos Desnecessários Toques vaginais repetitivos Episiotomia Manobra de Kristeller Trabalho de Parto Contrações regulares e rítmicas da musculatura uterina Apagamento Dilatação do colo uterino Insinuação Descida Expulsão Saída da placenta Fases Mecanismo de Parto Define-se mecanismo de parto como movimentos passivos sofridos pelo feto com o intuito de adequar seus maiores diâmetros aos maiores diâmetros do canal do parto, divididos da seguinte forma: Fases Mecanismo de Parto Encaixamento ou insinuação, Descida Rotação interna da cabeça, Desprendimento da cabeça, Rotação externa da cabeça com rotação interna simultânea das espáduas Desprendimento das espáduas. Insinuação (ou encaixamento) Feto se direciona ao canal do parto, com a cabeça passando pelo estreito superior da pelve materno Insinuação/Encaixamento É a passagem da maior circunferência da apresentação pelo estreito superior da pelve. Para que o encaixamento se dê de forma adequada, deve ocorrer a flexão ou deflexão nas apresentações cefálicas, e nas apresentações pélvicas, o acomodamento dos membros inferiores sobre o tronco ou seu desdobramento para baixo. Insinuação/Encaixamento A flexão e o acomodamento dos membros inferiores têm por objetivo a redução dos diâmetros. No início desta fase, a cabeça fetal encontra-se com flexão moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro oblíquo ou transverso. Completado o encaixamento, inicia-se a descida, quando a apresentação, impulsionada pela contratilidade uterina, desce até a proximidade do assoalho pélvico, onde a resistência deste aumenta a flexão. Descida A descida é o movimento descendente da cabeça do feto até que esta esteja na abertura superior da pelve. A descida ocorre intermitentemente com as contrações e é provocada por uma ou mais das seguintes forças: Descida • Pressão do líquido amniótico • Pressão direta do fundo do útero sobre as nádegas ou a cabeça do feto (dependendo de qual parte está localizada na parte superior do útero) • Contração dos músculos abdominais (segundo estágio) A descida fetal ocorre durante todo o trabalho de parto, terminando com o parto. Nesse momento, a parturiente sente desconforto, mas é incapaz de isolar esse movimento fetal específico de seu desconforto geral. Rotação Interna da cabeça Quando o feto alcança a altura das espinhas ciáticas, ele realiza uma rotação interna da cabeça Rotação Interna • Depois da insinuação, conforme a cabeça desce, sua parte inferior (geralmente o occipúcio) encontra resistência de um lado do assoalho pélvico. Como resultado, a cabeça roda cerca de 45° anteriormente em relação à linha média, sob a sínfise. Esse movimento é conhecido como rotação interna. A rotação interna alinha o diâmetro anteroposterior da cabeça com o diâmetro anteroposterior da abertura inferior da pelve. Alinha o eixo longo da cabeça fetal com o eixo longo da pelve materna. A parte mais larga da pelve materna é o diâmetro anteroposterior, portanto o feto precisa rodar para se acomodar à pelve. Desprendimento Cefálico Coroamento, seguido do desprendimento da cabeça Desprendimento Com a descida adicional e flexão completa da cabeça, a nuca (base do occipúcio) fica sob a sínfise. A resistência do assoalho pélvico faz com que a cabeça do feto se estenda, de modo que possa passar por baixo do arco púbico. A cabeça emerge graças à extensão sob a sínfise púbica, juntamente com os ombros. A fontanela anterior, a testa, o nariz, a boca e o queixo saem de modo sucessivo. Rotação externa da cabeça Com a cabeça fora da cavidade vaginal, normalmente a face volta-se para a nádega da mãe Rotação Externa da Cabeça Depois que a cabeça saiu e está livre de resistência, ela gira, fazendo com que o occipúcio se mova cerca de 45° de volta à sua posição original para a esquerda ou para a direita (restituição). A rotação externa da cabeça fetal possibilita que os ombros rodem internamente para se ajustar à pelve materna. Desprendimento das Espáduas Desprendimento dos dois ombros Seguido da saída do restante do feto Expulsão A expulsão do restante do corpo ocorre de modo mais suave após a saída da cabeça e das partes anterior e posterior dos ombros E o “hands off”? Como é que fica? Rotação externa da cabeça simultânea com a rotação das espáduas (ombros) Por hoje é só! Até semana que vem! 😉
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