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Isenção e Anistia Tributária

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Isenção e Anistia Tributária
Isenção
Isenção é causa excludente do crédito tributário. A obrigação tributária que surge com a ocorrência do fato gerador se estanca atingida em seus efeitos. No dizer de Ruy Barbosa Nogueira “isenção é a dispensa do tributo devido, feita por expressa disposição de lei”. É o posicionamento adotado pelo STF. Entretanto, a doutrina moderna considera a isenção como uma hipótese de não incidência legalmente qualificada, pelo que, ocorre a exclusão do fato gerador.
A isenção insere-se no campo de ação privativa da lei (art.97,VI, do CTN). Por isso, ainda, quando fundada em contrato, é sempre decorrente de lei (art.176 do CTN). Via de regra, ela é concedida por razões de ordem político-social, mas sempre no interesse público, podendo restringir-se a determinada região do território da entidade tributante. Salvo quando concedida por prazo certo, pode ela ser revogada a qualquer tempo, observado, entretanto, o princípio da anterioridade (art. 178 do CTN). Como corolário da incidência tributária, a isenção só pode ser outorgada pelo poder público competente para instituir o imposto. A isenção pode, ainda, ser instituída em caráter geral, ou em caráter condicional. Nessa última hipótese, cabe à autoridade administrativa competente efetivá-la mediante despacho, uma vez preenchidos os requisitos legais (art.178 do CTN). Por fim, por expressa disposição do art. 111 do CTN, só pode ser interpretada literalmente, como corolário da incidência tributária que é.
A partir do advento da LRF, Lei Complementar nº 101, de 4-5-2000, a concessão de isenção de caráter não geral depende de prévia estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício de vigência do benefício e nos dois seguintes, além de atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e pelo menos um dos seguintes requisitos: (a) demonstração, pela entidade política, de que a renúncia tributária foi considerada na lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; (b) estar acompanhada de medidas de compensação, no triênio, por meio de aumento da receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributos ou contribuições. É o que estabelece o art. 14 da LRF. Na forma do § 1º desse artigo as mesmas condições são exigidas para outros tipos de incentivos tributários.
Anistia
A anistia, no passado, era medida de clemência que, por razões de Estado, isentava de culpa ou do cumprimento da pena os agentes de crimes de natureza política. Hoje, alcança quase a generalidade dos crimes, inclusive as infrações de natureza tributária.
No Direito Tributário, a anistia extingue a punibilidade das infrações fiscais, vale dizer, exclui a dívida penal tributária. Não abarca o crédito tributário decorrente de obrigação principal, que surge com a ocorrência do fato gerador, mas tão só aquele oriundo de infrações praticadas anteriormente à vigência da lei que a concede, como se depreende do expresso do art. 180 do CTN. Outrossim, não são passíveis de anistia os atos qualificados em lei como crimes ou contravenções, bem como aqueles praticados com dolo, fraude, ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele (art.180, I, do CTN). Não se aplica, também, a anistia às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas, salvo se existente expressa disposição legal em contrário. Muitos autores criticam o instituto da anistia porque, utilizado com frequência, concorre para a consolidação de uma postura negativa do contribuinte, que aconselha a impontualidade, afetando o princípio da justiça fiscal.
A anistia, conforme o art. 181 do CTN, pode ser concedida:
em caráter geral;
limitadamente:
às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
à determinada região do território da entidade tributante, em função de condição a elas peculiares;
sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
A anistia limitada é sempre efetivada caso a caso mediante o despacho da autoridade administrativa competente atendendo ao requerimento do interessado que tenha preenchido os requisitos legais, conforme prescreve o art. 182 do CTN. Seu parágrafo único do § 2º do art.179, relativo à isenção condicional, determina que o aludido despacho administrativo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155. Contudo, não se pode perder de vista que o ato de efetivação da anistia, bem como da isenção condicional, classifica-se entre os atos vinculados, pelo que, não comporta revogação. Porém, a anistia poderá ser invalidada através da anulação do ato concessivo ou o reconhecimento de sua nulidade, sempre que comprovado que o beneficiado não preenchia as condições nem cumpriu os requisitos previstos na lei.

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