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Sigmund Freud - uma biografia

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Sigmund Freud
Sigmund Schlomo Freud nasceu em 6 de maio de 1856 na cidade de Freiberg, Morávia. Desde pequeno Freud era um menino notável. Tirava notas altas na escola primária judaica e estudava línguas estrangeiras por conta própria sendo, aos 12 anos, fluente em seis idiomas. Ele tinha como hobby estudar obsessivamente e tinha certeza de que um dia seria famoso à sua maneira.
Aos 17 anos, Freud entra para a faculdade de medicina de Viena com o objetivo de se tornar um cientista pesquisador, porém, havia uma cota para judeus nesse destacado campo. Ele opta, portanto, em ser médico, já que se via imensamente apaixonado por uma amiga da irmã, Martha Bernays, e queria muito começar a se sustentar. Apesar de muito apaixonado, Freud também era muito tímido. Seu romance com Martha se dava unicamente por correspondência, onde Freud escreveu à sua amada milhares de cartas extremamente românticas. Vieram a se casar apenas em 1886, aos 30 anos de Freud, e tiveram seis filhos nos primeiros oito anos.
Aos 28 anos, Freud começa a pesquisar uma nova droga que ele achava que lhe traria fama, a cocaína. Ele buscava um golpe de sorte, e havia ouvido falar sobre os efeitos terapêuticos da droga, então resolveu testar em si mesmo e em um colega. Ele não sabia do efeito viciante que a cocaína tinha e esse foi um dos motivos que fizeram com que suas experiências com a droga terminassem de forma desastrosa. Apesar de tudo, ele continuou a usar generosas doses de cocaína para elevar seu ânimo até os 39 anos. Ele a usava de forma intermitente, mas nunca chegou a se viciar. Freud já possuía dois grandes vícios: trabalho e charutos.
Aos 29, Freud era especialista em doenças nervosas, um campo que incluía a histeria e outros distúrbios excêntricos. Em uma de suas viagens a Paris, ele teve a honra de estudar com uma autoridade mundial em distúrbios nervosos, o francês Jean Martin Charcot, que tinha a fama de realizar experiências estranhas, porém fascinantes, colocando pacientes histéricos sob hipnose. Essas experiências causaram uma reviravolta nas ideias de Freud e o dirigiram a uma longa exploração da psique. Charcot hipnotizou pessoas e provou que é possível sugerir ideias ao hipnotizado e criar um sintoma físico. A ideia principal de Charcot era que haveria crenças em algum nível da mente que tinham fortes ligações com os sintomas que as histéricas apresentavam. Em outras palavras, não estaria apenas no corpo, mas também na mente. Mais especificamente, em uma parte secreta da mente, o que Charcot chamava de “segunda mente”. E o que Freud, com o tempo, chamou de inconsciente, um dos conceitos determinantes do século XX. 
Após voltar de Paris, Freud abre seu próprio consultório e começa a hipnotizar pessoas em seu famoso divã Freudiano. Inspirado em Charcot, ele esperava chegar à segunda mente do paciente e acabar com a histeria através da sugestão hipnótica. Nenhuma das tentativas de cura às histéricas funcionava, e Freud ficava cada vez mais fascinado com a razão disto.
Através de um amigo, Freud conhece Anna O, que veio a ser um de seus mais importantes casos. Anna era uma histérica grave, que sofria de contrações, paralisias, deterioração visual e da fala. Freud conversava bastante com Anna, e percebeu que à medida que ela descrevia seus sintomas estes tendiam a desaparecer. A própria paciente deu o nome a isto de “tratamento pela palavra”, e que veio a se tornar a base de toda a psicoterapia. Ainda utilizando a hipnose, Freud adotou esse novo tratamento falando com seus pacientes sobre seus sintomas, tentando descobrir quando e como começaram. Paciente após paciente rastreava suas histerias à experiências infantis traumáticas envolvendo sexo. O sexo parecia ser a raiz da neurose.
Em 1890, Freud já tinha êxito suficiente com seu singular tratamento pela palavra para abrir um novo consultório em um elegante bairro de Viena, e lá veio a morar e trabalhar durante 47 anos. Alguns anos depois, tomado por sentimentos dolorosos e confusos logo após a morte de seu pai, Freud, aos 40 anos, resolveu se analisar. A autoanálise de Freud, sua viagem ao próprio inconsciente, é um momento lendário, quase mítico da história da psiquiatria. Freud fez o que qualquer outro ser humano jamais havia feito. A sua autoanálise foi um feito monumental e ele foi o primeiro a conseguir vencer as próprias defesas, superar a própria resistência e a interpretar o próprio inconsciente. Freud tinha várias neuroses e muitas de suas percepções mais perturbadoras e revolucionárias começaram pela autoanálise. Ele acabou por descobrir seu desejo pela mãe e o ódio do pai ainda criança, sentimentos inacreditáveis e quase impossíveis de serem revelados sobre si mesmo. Freud batizou essa coleção ardente de paixões infantis com o nome de Complexo de Édipo. As ideias de Freud, evidentemente, foram recebidas com zombaria. As pessoas não acreditavam em suas teorias e as achavam moralmente ofensivas. Com isso ele ganhou a reputação de ser libertino, de produzir material pornográfico e de ser uma pessoa suja, nojenta e repugnante. A autoanálise de Freud durou quatro anos e durante esse tempo ele não conseguiu se curar de todas as suas neuroses.
Aos seus 64 anos, Freud já havia reunido várias descobertas surpreendentes do que ele considerava nada menos que uma nova ciência, a ciência da psicanálise. Aos 67 ele descobre um tumor canceroso na boca que o fez remover parte da mandíbula. Foi a primeira de 33 cirurgias em 16 anos. O câncer na boca afetou muito a sua vida, pois tinha muita dificuldade para falar e para comer, e isso o tornou mais distante de todos. Apesar da doença, Freud não conseguiu vencer seu vício em charutos. Ele dizia que precisava fumar para ser produtivo e criativo. Chegou até a comemorar seu aniversário de 83 anos com um charuto na mão. 
Em 1920 Sigmund Freud era conhecido como o mais famoso psiquiatra do mundo. Ele era conhecido popularmente como um homem místico, que sabia a verdade sobre os seres humanos e que podia desvendá-los. Em 1938 suas ideias sobre os sonhos, a sexualidade e o inconsciente já haviam permeado a cultura ocidental. Apesar disso, ele se sentia insatisfeito e não realizado. A psicanálise ainda era controvertida e rejeitada por muitos como uma verdadeira ciência, a grandiosa ciência da psicanálise, da qual ele se achava o fundador. Freud sentia muita amargura por ter que lutar pela aceitação de suas ideias até a idade avançada. 
Meses depois de descobrir que seu câncer se tornou inoperável e a dor ficava cada vez mais intensa, Freud decidiu que havia chegado a hora de partir. Ele morreu na noite de 23 de setembro de 1939, aos 83 anos, de uma dose letal de morfina, aplicada por um médico. Sigmund Freud morreu em paz.

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