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Aula 02 - Constitucional - Prof. Flávio Martins

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MpMagEst 
Constitucional 
Flávio Martins 
Data: 05/03/2013 
Aula 02 
 
MpMagEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Estrutura da Constituição 
2. Classificação das Constituições 
 
 
1. ESTRUTURA DA CONSTITUÇÃO 
 
ADCT – ato das disposições constitucionais transitórias. 
Segundo o STF, o ADCT é norma constitucional. Na decisão o Ministro Marco Aurélio foi voto vencido. 
Considerando que o ADCT é norma constitucional, pode ser alterado por Emenda Constitucional. Ex.: 
art. 2º do ADCT. 
 
“Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, 
através de plebiscito, a forma (república ou monarquia 
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou 
presidencialismo) que devem vigorar no País.” (Vide emenda 
Constitucional nº 2, de 1992). 
 
Pela emenda constitucional nº 2, o ADCT teve sua data alterada (antecipada para o mês de abril) a fim 
de não ficar tão próximo às eleições que naquele ano seria realizado em novembro. 
 
Obs.: o ADCT é um conjunto de normas constitucionais temporárias ou excepcionais. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
2.1. Quanto ao conteúdo: 
 
a) Material: é aquela que possui exclusivamente matéria constitucional (organização do Estado, 
direitos fundamentais etc.). 
 
b) Formal: é aquela que além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos, outros 
temas que não constitucionais. Chama-se formal, porque não importa seu conteúdo, mas a 
forma através da qual foi aprovada. Ex.: constituição de 1988. 
 
Obs.: em 2004, com o surgimento da Emenda Constitucional 45 (reforma do judiciário), criou o 
Art. 5º, §3º: 
 
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais.” (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
 
2 de 5 
Os tratados de direitos humanos aprovados pelo congresso nacional terão força de Emenda 
Constitucional. 
 
Por essa razão, parte da doutrina adotou o critério misto, ou seja, essencialmente constitucional, 
mas existe aspecto de materialidade decorrente dessa alteração. 
 
2.2. Quanto à forma: 
 
a) Escrita: é um documento solene – todas as constituições brasileiras foram escritas. 
 
b) Não escrita: também é chamada de costumeira ou consuetudinária – é aquela que decorre dos 
costumes da sociedade Ex.: constituição da Inglaterra. 
 
2.3. Quanto ao modo de elaboração 
 
a) Dogmática: é aquela que é fruto de um trabalho legislativo específico, ou seja, o legislador se 
reúne com o objetivo de elaborar a constituição. Chama-se dogmática, pois reflete os dogmas 
de um momento da história. Todas as constituições brasileiras foram dogmáticas. 
 
b) História: é aquela que é fruto de uma lenta evolução histórica. Ex.: constituição da Inglaterra. 
 
2.4. Quanto à origem: 
 
a) Promulgada: é a constituição democrática, feita livremente pelos representantes do povo. Ex.: 
1891; 1934; 1946; e 1988. 
 
b) Outorgada: é a constituição imposta de maneira unilateral, pelo governante, que não recebeu 
do povo a legitimidade para em nome dele atuar. Ex.: 1824 (Pedro I); 1937 (Vargas); 1967 
(Militar); 
 
c) Cesarista ou bonapartista: ela é feita pelo governante e submetida à apreciação do povo 
mediante referendo. Bonapartista porque foi implementada na França por Napoleão 
Bonaparte. 
 
d) Pactuada ou dualista: é fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Ex.: magna 
carta de 1215, feita na Inglaterra pelo rei João sem terra e os barões ingleses. 
 
2.5. Quanto à extensão (tamanho) 
 
a) Sintética: é a constituição resumida, concisa, e trata apenas dos temas principais. Ex.: 
constituição do EUA de 1787 – a mesma até hoje. 
 
b) Analítica: é a constituição extensa, prolixa, analítica. Ex.: 1988 
 
2.6. Quanto a ideologia 
 
a) Ortodoxa: é aquela que fixa uma única ideologia estatal. Ex.: China e da ex União Soviética 
 
b) Eclética: é aquela que combina as várias ideologias existentes. Ex.: 1988. 
Obs.: J.J. Comes Canotilho denomina essa constituição de compromissória. Fruto do compromisso 
de ideologias diferentes. 
 
3 de 5 
 
2.7. Quanto à função 
 
a) Garantia: limita-se a fixar os direitos e garantias fundamentais. Uma espécie de carta 
declaratória dos direitos do cidadão. 
 
b) Dirigente: além de fixar os direitos fundamentais, fixa metas estatais. Em outras palavras fixam 
uma direção que o Estado deve seguir. Ex.: 1988. 
 
2.8. Quanto à sistematização 
 
a) Unitária: é aquela formada por um único documento. Alguns chamam de constituição 
codificada. 
 
b) Variada: é aquela formada por mais de um documento. 
 
Obs.: até 2004 todos diziam que a constituição de 1988 era unitária. Mas, em virtude do Art. 5º 
§3º, introduzido com a emenda constitucional 45, os tratados internacionais de direitos humanos 
aprovados pelo congresso com o quórum e procedimentos próprios de emenda, são incorporados 
no ordenamento jurídico com força de emenda constitucional. O único trado aprovado nesses 
termos é a Convenção que trata dos direitos dos portadores de deficiência (assinado em 30 de 
março de 2007 em Nova York e promulgado pelo decreto 6.949/09). Portanto em virtude dessa 
circunstância a constituição de 1988 é variada, são duas normas esparsas que compõe o texto 
constitucional. 
Atenção: ainda não é unânime na doutrina. 
 
2.9. Quanto ao sistema. 
 
a) Principiológicas: mais princípios do que regras (predominam os princípios) 
 
b) Preceitual: possui mais regras que princípios (predominam as regras) 
 
Princípios Regras 
São normas de conteúdo mais amplo (ex.: direito à 
vida) 
São normas de conteúdo mais restrito (ex.: art. 76 da 
estipula regras da eleição do presidente) 
São mandamentos de otimização (devem ser 
cumpridos na maior intensidade possível) 
As regras devem ser cumpridas integralmente – 
Idealizada por Robert Alexy 
 
Obs.: a constituição de 1988 segundo Paulo Bonavides é principiológica, pois possui mais 
princípios do que regras. 
 
2.10. Quanto à essência ou ontológica (Karl Loewenstein) 
 
a) Semântica: é aquela que esconde a dura realidade de um país. É comum em regimes 
ditatoriais. Ex.: a CF 1824 falava de liberdade e não mencionava a palavra escravidão, que na 
época era permitida. “é a camisa que esconde a cicatriz” 
 
b) Nominal (ou nominalista): é aquela que não reflete a realidade atual do país, pois se preocupa 
com o futuro. “é a camisa comprada com dois números abaixo do manequim” 
 
4 de 5 
 
c) Normativa: é aquela reflete a realidade atual do país. “é a camisa comprada do tamanho 
certo” 
 
Obs.: nas provas de concursos públicos preferir classificar a constituição de 1988 de 
normativa, apesar de grande divergência doutrinária. Para Guilherme Pena de Moraes, a 
constituição de 1988 “pretende ser” normativa, pois é dotada de um aspecto educativo e 
prospectivo e embora não haja literal concordância entre as normas constitucionais e a 
realidade politica, há aspiração de que seja alcançado no futuro. 
 
2.11. Quanto à origem de sua decretação (Jorge Miranda) 
 
a) Heteroconstituição ou constituição heterônoma: é a constituição feita em um país para vigorar 
em outro país. Ex.: constituição do Chipre (acordo entre a Grécia e Turquia) 
 
b) Homoconstituição ou constituição autônoma: é a constituição feita em um país para nele 
vigorar. 
 
2.12. Segundo Raul Machado Horta: 
 
a) Constituição expansiva: é aquela que trata de novos temas e amplia temas antes tratados. Ex.: 
1988. 
 
b) Constituição plástica: é aquela que permite sua ampliação por meio de lei infraconstitucional. 
 
2.13. Constituiçãosimbólica segundo Marcelo Neves 
 
É a constituição cujo simbolismo é maior que seus efeitos práticos. Segundo ele é o caso da 
constituição brasileira de 1988. Fundamentou sua assertiva no número excessivo de normas 
programáticas de difícil realização e que em alguns dispositivos constitucionais reafirmam 
valores altamente abstratos Ex.: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana etc. 
 
2.14. Quanto ao papel exercido junto à atividade legislativa – qual a liberdade do legislador –, 
segundo Virgílio Afonso da Silva. 
 
a) Constituição lei: a constituição é tratada como uma lei qualquer, dando ao legislador ordinário 
ampla liberdade. 
 
b) Constituição fundamento também chamada de constituição total: a constituição tenta 
disciplinar detalhes da vida social. Restringe excessivamente a liberdade do legislador 
ordinário. 
 
c) Constituição moldura ou constituição quadro segundo Canotilho: a liberdade do legislador 
ordinário é intermediária, pois a constituição fixa os limites (a moldura) de sua atuação. 
Segundo o autor dessa teoria a constituição de 1988 é constituição moldura. 
 
2.15. Segundo Jorge Miranda 
 
a) Provisória ou pré-constituição: é aquela elaborada para durar um tempo determinado, até a 
elaboração da constituição definitiva. Ex.: decreto nº 1 de 1889 (proclamação da republica – os 
 
5 de 5 
militares tomaram o poder instituindo a república) a próxima constituição republicana era de 
1891, nesse interim, o decreto nº 01 serviu como constituição. 
 
b) Definitiva: é aquela que não tem prazo de duração 
 
2.16. Quanto ao conteúdo ideológico segundo André Ramos Tavares 
 
a) Liberal: inspirada no liberalismo – o Estado não interfere na vida das pessoas. Prevê apenas 
direitos individuais (liberdades públicas) 
 
b) Social: é aquela que prevê direitos sociais como educação, saúde, moradia, trabalho etc. O 
estado deve agir. 
 
2.17. Quanto à rigidez ou estabilidade 
 
a) Imutável: é aquela que não pode ser alterada. Ex.: 1824 foi imutável nos primeiros 4 anos. 
 
b) Rígida: é aquela que possui um procedimento de alteração mais rigoroso que o destinado às 
outras leis. 1988 
 
c) Flexível: 
 
d) semirrígida ou semiflexível: 
 
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