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Direito Administrativo I

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Direito Administrativo I
Prof. Marcela
Bibliografia recomendada: Manual de Direito Administrativo, de Hely Lopes Meirelles; Manual de Direito Administrativo, de Maria Silvia Zanella Di Pietro;
Conceitos Gerais
Administração:
Ad ministro: servir, executar;
Ad manus trahre: direção e gestão;
Direito Administrativo: voltado para a Administração Pública, de forma a cuidar dos interesses da sociedade;
Administração Pública
Aspecto objetivo: conhecido como Aspecto Funcional; trata do exercício da Administração Pública, da realização da Função Administrativa;
Aspecto subjetivo: conhecido como Aspecto Organizacional; são os seres que realizam a Função Administrativa (entidades, órgãos e pessoas);
Função Administrativa: aplicar a lei, de ofício, ao caso concreto, visando à satisfação do interesse público primário; a Administração Pública não é livre para agir, ela somente age quando há alguma lei autorizadora da ação;
Interesse Público Primário: a função primária é aquela atividade típica de cada Poder (Administração pelo Executivo; Julgamento pelo Judiciário; Legislação pelo Legislativo); os Poderes também realizam atividades atípicas ou função secundária (ex.: edição de Medidas Provisórias pelo Poder Executivo; Julgamentos pelo Poder Legislativo);
Competência para realização da Administração Pública: Poder Executivo;
Desmembramento da Função Primária do Poder Executivo
Função Administrativa: atividade profissional; colocação em prática das medidas e regras governamentais;
Função Governamental: atividade política; fixação de medidas e regras governamentais; quem exerce estas atividades são os Agentes Políticos;
Origem do Direito Administrativo
Século XVIII: o Estado que mais contribuiu para o surgimento do Direito Administrativo é a França, conhecida como o berço de tal disciplina; foi um país muito influenciado pela Teoria da Separação dos Poderes, de Montesquieu; em tal país há a Dualidade de Jurisdição; existem dois contenciosos, o Judicial e o Administrativo; assim, lá existe um Tribunal de Justiça e um Tribunal Administrativo (dirigido pelo Poder Executivo); todas as questões que envolvem a pessoa do Estado são julgadas pelo Tribunal Administrativo e não são levadas à apreciação do Poder Judiciário; entende-se em tal país que toda vez que se leva um problema que envolve o Estado ao Poder Judiciário para solucionar, há submissão de Poderes e violação da Teoria da Separação dos Poderes; a decisão do Tribunal Administrativo tem força de coisa julgada; a jurisprudência do Tribunal Administrativo Francês influenciou a disciplina do Direito Administrativo em muitos países, inclusive no Brasil;
O sistema de Dualidade de Jurisdição chegou a ser aplicado no Brasil, a partir do Poder Moderador, logo após a colonização;
A influência americana de Unidade de Jurisdição (tal sistema nos EUA é conhecido como common law) prevaleceu no Brasil; neste sistema, os problemas, mesmo envolvendo o Estado, podem ser levados à apreciação do Poder Judiciário;
Ramos do Direito
Direito Público: quando uma das partes é o Estado; ex: Direito Administrativo; Direito Penal; Direito Tributário;
Direito Privado: relação jurídica exclusiva de particulares; ex.: Direito Civil; Direito do Trabalho;
Regime Jurídico Administrativo
Regimento que coloca a Administração Pública privilegiada em relação ao particular;
É um conjunto de regras próprias, específicas para a Administração Pública, cheias de prerrogativas em favor desta;
Prerrogativas da Administração Pública:
Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado: trata-se da existência de prerrogativas ou de poderes especiais que a Administração Pública possui, dos quais decorre a denominada verticalidade nas relações Administração X Particular; o Interesse Público Primário é onde a Administração Pública possui estas prerrogativas; agindo incorretamente, no Interesse Público Secundário, a Administração Pública estaria cometendo desvio de finalidade;
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: a Administração Pública somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine, ou seja, sua atuação está restrita aos limites estipulados em lei;
Fontes do Direito Administrativo
Fonte Estatal: lei; jurisprudência; tratados;
Fonte Não Estatal: costume; doutrina;
Classificação dos Princípios do Direito Administrativo
Onivalentes ou universais: princípios que equivalem a todos os ramos do saber; normalmente os princípios morais se encaixam nesta categoria;
Plurivalentes ou regionais: princípios aplicados a um grupo de ciências; ex.: humanas, exatas, biológicas, etc.;
Monovalentes: princípios que se referem a apenas um campo de conhecimento; ex.: Direito;
Setoriais: princípios aplicados a uma ciência em específico; ex.: Direito Administrativo;
Princípios do Direito Administrativo presentes no art. 37 da CF:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Princípio da Legalidade: da redação do caput do art. 37 em combinação com o art. 5º, II, da CF, extrai-se que a Administração Pública possui um vínculo de subordinação à lei, sendo esta uma característica básica do Estado Democrático de Direito; toda a máquina administrativa se move em obediência à legislação, fazendo apenas o que a lei manda e deixando de fazer o que a lei não manda; a atividade administrativa é “sub legem”; o fato de a administração pública agir de acordo com a lei é o que gera a legitimidade do ato;
Conceito de Celso Antonio Bandeira de Mello: o Princípio da Legalidade representa a consagração da idéia de que a Administração Pública só pode ser exercida conforme a lei, sendo a atividade administrativa, por conseguinte, sub-legal ou infra-legal; o Princípio da Legalidade possui o escopo de garantir que a atuação do Poder Executivo nada mais seja senão a concretização da vontade geral (Legislativo - votação - representa a vontade do povo);
CF, art. 5º II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Princípio da Impessoalidade ou Princípio da Finalidade:
Conceito 1: a Administração Pública deve agir com neutralidade ou imparcialidade; a Administração Pública não pode promover discriminação gratuita, devendo sempre preservar o interesse público; sempre que a Administração Pública agir em desatendimento ao interesse público, trata-se de um ato com desvio de finalidade, sendo nulo de pleno direito;
Conceito 2: art. 37, § 1º, CF: a Administração Pública não pode promover pessoas em propagandas e atividades oficiais; o Princípio da Impessoalidade visa proibir a vinculação da atividade administrativa à pessoa do administrador (entendimento do STJ);
 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Princípio da Moralidade: impõe à Administração Pública a obrigação de lealdade, honestidade e boa-fé, ou seja, de probidade (honra, ética, moral); para Zanella Di Pietro a moral deixou de ser uma questão ética para ser uma questão jurídica, podendo servir de fundamento para pleitos e decisões judiciais; sempre que a Administração Pública age em desrespeito à Moralidade, age com desvio de poder, tratando-se de ato ilegal;
Princípio da Publicidade:
Conceito 1: art. 5, XXXIII, CF: o Princípio da Publicidade exige ampla divulgação dos atos administrativos; tal publicidade deve ser realizada de forma oficial, o que implica dizer que a divulgação em Diário Oficial é requisito para a satisfação do interesse público;
Exceções ao Princípio da Publicidade: sigilo por determinação legal ou dispensa legal (art. 5º, X, XXXIII e LX, CF); não existênciade Diário Oficial no Ente; nos casos previstos no art. 24 da Lei 8666/1993 é possível que a divulgação do ato administrativo seja feita em jornal local; art. 5º da Lei 11111/2005 (casos de segurança nacional);
 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
 LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
 X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Quando a Administração Pública não prestar as contas que deve, pode-se exigi-las na via judicial, por meio de Mandado de Segurança ou Habeas Data;
Conceito 2: diz respeito aos atos que produzem efeitos externos e oneram o patrimônio público ou o erário (bens que pertencem ao Tesouro Nacional); tais atos devem ser publicados para produzir efeito; ou seja, o dinheiro apenas será liberado quando o ato for publicado no Diário Oficial;
Princípio da Eficiência: inserido pela EC 19/1998; a Administração Pública deve agir de forma satisfatória na prestação do serviço público; espera-se um bom desempenho da Administração Pública;
Teoria do Resultado ou Teoria do Estado Mínimo: defesa de alguns doutrinadores de que, contemporaneamente, a Administração Pública deve mudar os métodos de gestão, adequando-os às formas mais recentes de produtividade; continuando a Administração Pública a prestar os serviços de forma ineficiente, seu único resultado será a prestação mínima dos serviços; assim, deve a Administração Pública se espelhar na administração gerencial privada;
Administração Direta
São as Entidades Políticas ou Estatais: União, Estados, Municípios e Distrito Federal, representadas pelo Poder Executivo;
São as entidades que titularizam a execução do serviço público de forma centralizada; 
São as Entidades que possuem Personalidade Jurídica e tem o dever de realizar a Função Administrativa de forma Originária e Centralizada (aplicar a Lei, de ofício, visando ao atendimento do interesse público);
Distribuição de tarefas na Administração Direta
Transferência de Poder: plexo de competências, que ocorre a partir da Criação de Órgãos (ex.: Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Finanças, etc.); neste caso, continua existindo um elo hierárquico entre o Ente Político e o Órgão criado; este fenômeno é conhecido como Desconcentração;
Características dos Órgãos
O termo órgão vem do latim organum;
Recebem competência para realizar determinadas atividades administrativas; trata-se de uma distribuição interna de tarefas;
Não possuem Personalidade Jurídica e, portanto, também são destituídos de Titularidade (não são titulares do direito, apenas executando as tarefas que lhe competem);
Lei Específica é o meio adequado para o Poder Executivo Desconcentrar; a iniciativa desta é do Poder Executivo;
A teoria do órgão foi criada por Otto Guerke; para o teórico, os atos cometidos pelos Órgãos, por não terem Personalidade Jurídica própria, são imputados à Administração que o criou;
A extinção do Órgão também ocorre por Lei Específica;
Tanto a Administração Direta quanto a Indireta podem criar Órgãos;
A Entidade que cria o Órgão é responsável por sua fiscalização;
Classificação dos Órgãos
Quanto à posição que ocupam na escala hierárquica:
Independente: órgão que é previsto na Constituição Federal; deriva da CF; representa os Poderes do Estado, sem qualquer tipo de subordinação (art. 2º, da CF); ex.: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Congresso Nacional, STJ, STF, Presidente da República, Palácio do Planalto, CNJ;
Autônomos ou Diretivos: são órgãos subordinados aos órgãos Independentes; são localizados na cúpula da Administração Pública; possuem autonomia Administrativa e Financeira; ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, AGU, MP;
Superiores: são órgãos de direção, de decisão; são sujeitos aos órgãos Autônomos; não possuem autonomia; são voltados às funções técnicas; ex.: Gabinetes, Procuradorias, Departamentos, Coordenações;
Subalternos: órgãos de mera execução; não possuem autonomia e nem atividade técnica; ex.: Portarias, Seções Administrativas, Zeladoria;
Quanto à composição:
Simples ou Unitários: órgãos que possuem apenas um centro de competência, sem subdivisões; ex.: a Seção Administrativa em si;
Compostos: órgãos que possuem vários centros de competência, sem subdivisões; ex.: Secretarias, Ministérios;
Quanto à atuação funcional (poder de decisão):
Singulares / Unipessoais: o poder de decisão está nas mãos de um único agente; ex.: Presidência da República;
Colegiados / Pluripessoais: o poder de decisão está nas mãos de um grupo; ex.: Congresso Nacional, Tribunais, Assembleias;
* exceção à regra de que os órgãos não possuem capacidade processual: os Órgãos Independentes e os Autônomos, apesar de não terem Personalidade Jurídica, possuem capacidade processual, de acordo com o art. 82 da Lei 8078/1990; estes órgãos recebem da Lei a Excepcional Capacidade Processual; é isto que permite que se interponha ações em face de órgãos como a AGU, Secretarias, Ministérios, etc.;
Administração Indireta
A Administração Direta transfere a Titularidade (poder) para outra Entidade, chamada de Administração Indireta;
A Entidade formada possui Personalidade Jurídica própria;
Esta transferência de poder é conhecida como o fenômeno da Descentralização Administrativa;
Descentralização Administrativa
Por Outorga: a transferência de Titularidade é realizada por Lei; são estas as Entidades: Fundação (ex.: Funai, IBGE), Autarquias (ex.: INSS, BC, USP, Hospital das Clínicas, Incra, Ibama, Aneel, Anatel), Agências (ex.: Anatel, Anvisa, Inmetro, Ana, Ancine), Consórcio, Empresa Pública (ex.: CEF, Correios, Infraero), Sociedade de Economia Mista (ex.: BB, Petrobrás, Sabesp); FAACES;
Fundação: Personalidade Jurídica de Direito Público ou Privado;
Autarquia: Personalidade Jurídica de Direito Público;
Agência: Personalidade Jurídica de Direito Público;
Consórcio: Personalidade Jurídica de Direito Público ou Privado;
Empresa Pública: Personalidade Jurídica de Direito Privado;
Sociedade de Economia Mista: Personalidade Jurídica de Direito Privado;
* Autarquia é definitivo, enquanto que Agência é temporário;
Por Delegação: é a transferência de um serviço público para particular; é realizada por meio de Ato ou Contrato; o Particular passa a ser denominado “Concessionária, Permissionária e Autorizatária de Serviço Público”; ex.: pedágio, despachantes, táxi, etc.;
Autarquias
Etimologia: Autos = próprio; Arquia = comando, governo, direção;
Atividade administrativa autônoma, criada pela Administração Direta através do fenômeno da Descentralização por Outorga;
Evolução histórica
Surgiu em 1897 na Itália, para descrever o movimento de criação de cidades e estados, descentralização de poder, no sentido territorial;
Em 1823, foi criado no Brasil o primeiro sistema previdenciário, Instituto de Aposentadorias e Pensões;
Surge em 1861 a primeira autarquia criada no Brasil, Caixa Econômica, no Governo Imperial;
Em 1943, surge um novo conceito de Autarquia, muito mais próximo do atual;
Em 1967, com o Decreto 200, art. 5º, inciso I, surge o conceito atual de Autarquia; naquela época ela estava submetida ao C.C.;
Em 1988, com a Constituição Federal, passam a ser aplicadas as regras de Direito Público às Autarquias;
Características
Criada por Lei Específica (art. 37, inciso XIX, CF); pelo princípio da simetria, ela será extinta da mesma maneira que será criada, ou seja, por Lei Específica.
 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economiamista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
É Pessoa Jurídica de Direito Público;
Patrimônio: quando da criação da Autarquia, a Administração Direta lhe transfere patrimônio para que esta possa vir a se concretizar, posteriormente lhe dando meios de subsistência; (bens públicos são imprescritíveis, impenhoráveis);
Regime de Pessoal: a CF/88 diz que a contratação se daria por regime jurídico único (Regime Estatutário); a Emenda Constitucional 19/1998 diz que não precisa ser por Regime Jurídico Único; a Lei 9.962/2000 diz que a Contratação seria pela CLT; em 2007, a ADIN 2.135 suspendeu a eficácia da Emenda Constitucional 19/98, voltando assim a ser válido o regime estabelecido pela CF, com efeito ex-nunc;
Capacidade Administrativa: vem com o patrimônio;
Princípio da Especialidade/Especialização dos fins ou das atividades: a Autarquia somente pode realizar as funções ou atividades para as quais foi criada;
Prazo prescricional (Decreto-Lei 20.910/32 + Decreto-Lei 4.597/42): qüinqüenal (5 anos), em relação a direitos e prestações devidas pela autarquia;
Sujeitas ao Controle Administrativo / Tutelar / Finalístico: conhecido também como Supervisão Ministerial;
Prerrogativas: imunidade tributária (art. 150, § 2º, CF); prazo para contestar em quádruplo e para recorrer em dobro (art. 188, CPC); foro privativo, apenas para as autarquias federais (art. 109, I, CF); isenção das custas judiciais (art. 4, Lei 8.289/96); não necessita de juntada de mandato (art. 9, Lei 9.469/97); dispensa de depósito prévio para interposição de recurso (art. 1-A, Lei 9.494/97); não está sujeita à falência, recuperação judicial, arrolamento (art. 29, Lei 6.830/80);
Nomeação de dirigentes das Autarquias (art. 84, inciso XIV, CF): para nomeação de dirigentes das ANAs, é necessário aprovação por Lei;
 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
 XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
Responsabilidade das Autarquias (art. 37, § 6º, CF): responsabilidade objetiva, independentemente de a pessoa ser usuária do serviço público; se os recursos da Autarquia não forem suficientes para arcar com a indenização, os bens da administração direta respondem;
 § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Autarquia Especial
Todas as regras acima descritas se aplicam à Autarquia Especial;
O que a difere da Autarquia Comum é que a Autarquia Especial possui mais alguma prerrogativa que a Comum não tem;
Prevista no art. 207 da CF: alcança a Anatel, ANP, ANEEL, Bacen, Unesp, Usp, Unicamp, Unioeste, etc.;
 Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
 § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
 § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.
Agencia Reguladora
É autarquia criada com a finalidade de fiscalizar e aplicar sanções às Concessionárias / Permissionárias / Autorizatárias dos Serviços Públicos (particulares);
Possui mandato fixo e estável para seus presidentes e diretores;
Súmula 25 do STF
A nomeação a termo não impede a livre demissão pelo presidente da república, de ocupante de cargo dirigente de autarquia.
A decisão da ADIN 1281 deixou de lado a orientação da Súmula 25, estabelecendo que o mandato dos presidentes e diretores é estável;
A Agência Reguladora possui liberdade normativa para criação de Leis Técnicas; ex.: normas técnicas editadas pela Anvisa;
Agência Executiva
Criada a partir de Contrato de Gestão com uma Autarquia ou com uma Fundação Pública;
O objetivo do Contrato de Gestão é a reestruturação e o desenvolvimento institucional;
A Autarquia ou Fundação Pública elabora um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional, envia tal plano à Administração Direta, que, se o aprovar, realiza o Contrato de Gestão, concedendo maior autonomia a tal Autarquia ou Fundação; ex.: Inmetro;
Tendo recebido esta maior autonomia, a Autarquia ou Fundação Pública recebe a qualificação de Agência Executiva; tal qualificação é proveniente da publicação de Decreto; não se trata de uma nova modalidade de Administração Indireta, apenas uma qualificação;
Objetivos que devem conter no plano estratégico:
Regras de reestruturação e desenvolvimento institucional;
Revisão do processo de trabalho;
Desenvolvimento dos recursos humanos;
Metas e prazos;
Sanções a serem aplicadas na hipótese de descumprimento das metas e prazos;
Compatibilidade da reestruturação com o orçamento do plano;
A Agência Executiva pode ser desqualificada, na hipótese de descumprimento das metas e prazos ou quando a Administração Direta tiver interesse em findar o Contrato de Gestão, voltando-se à qualificação original, de Autarquia ou Fundação Pública;
Fundação
Criada pelo fenômeno da Descentralização Indireta por Outorga (por meio de Lei); transfere-se Titularidade e Execução do serviço público;
A Fundação é pertencente à Administração Indireta;
Objetivo da Fundação (de todos os seus tipos): desempenhar uma atividade Estatal e Social, com objetivo de beneficiar as pessoas menos favorecidas; não possui finalidade lucrativa;
Tipos de Fundação:
Fundação Governamental: criada pela Administração Direta; ex.: Funai; pode ser criada com Personalidade Jurídica de Direito Público (ex.: Funai) ou de Direito Privado (ex.: Diretórios Centrais de Estudantes); o entendimento de separação em Direito Público e Direito Privado é jurisprudencial, sendo tal separação criticada pela doutrina;
Fundação Não Governamental: criada por particulares; ex.: Fag; possui Personalidade Jurídica de Direito Privado;
	
	Fundação Privada
	Fundação Pública – Personalidade Jurídica de Direito Público
	Fundação Pública – Personalidade Jurídica de Direito Privado
	Criação
	Particular; através de Estatuto, que é Aprovado pelos interessados e Registrado em Cartório de Pessoas Jurídicas;
	Lei Específica (competência de iniciativa é privativa do Poder Executivo);
	Lei Autorizadora (a competência não é privativa do Poder Executivo); é realizado o Registro no Cartório de Pessoas Jurídicas;
	Extinção
	Segundo o Princípio da Simetria, ocorre com o cancelamento do registro
	Segundo o Princípio da Simetria, ocorre por Lei
	Segundo o Princípio da Simetria, ocorre por Lei
	Privilégios e Prerrogativas
	Nenhum, a não ser que seja educacional, que pode conseguir imunidade tributária
	1) Imunidade tributária;
2) art. 188 do CPC: prazo para contestar em quádruplo e recorrer em dobro;
3) art. 109 da CF: juízo privativo (foro privilegiado);
	Imunidade tributária;
	Fiscalização
	Ministério Público
	Sujeita ao controle Administrativo / finalístico / tutelar 
	Sujeita ao controle Administrativo / finalístico / tutelar
	Responsabilidade
	Subjetiva
	Art. 37, § 6º, CF: Objetiva
	Art. 37, § 6º, CF: Objetiva
	Submissão à Lei de Licitações
	Não
	Sim
	Sim
	Contratação de funcionários
	CLT
	Estatutário
	CLT
	Patrimônio
	Particular
	Administração Direta
	Administração Direta
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista
Objetivo: atuação no domínio econômico, ou para prestar algum serviço público ou para explorar alguma atividade econômica;
Exploração de atividade econômica: a Administração Direta transfere a Titularidade e a Exploração da Atividade Econômica;possui caráter excepcional, pois o direito de exploração da atividade econômica é destinado em regra para a iniciativa privada; somente pode ocorrer nos casos de Segurança Nacional ou de Relevante Interesse Coletivo; ex.: art. 177 da CF, que prevê os monopólios da União;
Prestação de serviço público: a Administração Direta transfere a Titularidade e a Execução do Serviço Público;
Características comuns:
Previstas no Decreto 200/1967 e art. 37, da CF;
São Entidades;
Criação: Descentralização Indireta por Outorga (por Lei Específica);
Possuem Personalidade Jurídica de Direito Privado;
Podem se transformar em Agência Executiva, mas apenas em caráter excepcional;
Depois de criada, precisa ser Registrada (art. 37, inciso IX, CF);
Extinção: por Lei Autorizadora Específica;
Podem criar Subsidiárias / filiais (art. 37, inciso XX, CF); Adin 1649/DF: a criação da subsidiária é permitida simplesmente com a autorização na lei que criou a matriz, não sendo necessária nova lei;
Submetem-se ao Tribunal de Contas (MS 25092/DF e 25181/DF);
Submissão à Lei de Licitações:
Se exploradora de atividade econômica: apenas para atividades-meio e não para atividades-fim;
Se prestadora de serviço público: sim;
Obrigatoriedade de Concurso Público, sendo o registro pela CLT, com a denominação de Empregado Público;
Não estão sujeitas à Lei de Falências;
Fiscalização: igual à Autarquia, controle Tutelar, Finalístico ou Ministerial (controle realizado pela Entidade Criadora – Administração Direta);
Responsabilidade:
Se exploradora de atividade econômica: subjetiva;
Se prestadora de serviço público: objetiva (art. 37, § 6º, CF);
	Empresa Pública
	Sociedade de Economia Mista
	Prerrogativas:
1) se exploradora de atividade econômica: não tem prerrogativas, de forma a evitar a concorrência desleal;
2) se prestadora de serviço público: imunidade tributária (art. 150, CF); foro privativo (art. 109, CF);
	Prerrogativas:
1) se exploradora de atividade econômica: não tem prerrogativas, de forma a evitar a concorrência desleal;
2) se prestadora de serviço público: imunidade tributária (art. 150, CF); o foro é comum (Súmula 556 do STF);
	Capital: puramente público;
	Capital: misto, mas majoritariamente público;
	Registro em qualquer modalidade empresarial (S/A, Limitada, Comandita Simples, Comandita por Ações);
	Registro apenas na modalidade S/A;
	Exemplos: CEF, Correios;
	Exemplos: BB, Petrobrás, Copel;
Consórcios
CF Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
Regulamentado pela Lei 11107/2005;
Trata-se da associação de pessoas políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal); também conhecida como Gestão Associada;
A Gestão Associada pode ser por:
Convênio: associação de entidades da administração direta ou indireta (Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista); não possui personalidade jurídica;
Consórcio: associação de entidades da administração direta; possui personalidade jurídica própria; ex.: consórcio entre os municípios de Cascavel e Toledo para construção de um aeroporto comum;
Características dos Consórcios:
São submetidos à Lei de Licitações, no que couber;
São submetidos ao Tribunal de Contas;
São submetidas ao Controle Tutelar / Administrativo / Ministerial / Finalístico (controle exercido pela Administração Direta, a partir da entidade criadora);
Obrigatoriamente e em conjunto, as entidades políticas que se associarem têm que eleger um representante legal para o consórcio;
Privilégios: juízo privativo (art. 109, CF); imunidade tributária (art. 150, CF); prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188, CPC); impenhorabilidade de bens (art. 730, CC);
Contratação de pessoas: regrado pela CLT;
Materialização do Consórcio:
Protocolo de intenções: local onde qualquer entidade política manifesta seu desejo de promover algo; é o meio pelo qual ocorre a comunicação entre as diferentes entidades políticas que potencialmente formarão o consórcio; após tal fase ocorre a elaboração da lei autorizadora e do contrato de gestão;
Lei específica autorizadora da criação;
Elaboração do contrato de gestão, definindo prazo de validade, responsabilidades, objetivos, origem dos recursos, etc.;
Objetivo: realização de obras de infraestrutura;
Prazo: determinado, em regra, podendo ser prorrogado por prazo indeterminado; para a doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, seria dispensável a formalização de uma nova personalidade jurídica, uma vez que esta teria prazo determinado para sua dissolução; a doutrina majoritária entende ser mais adequada a criação de nova personalidade jurídica, em função das diferentes relações jurídicas que se formam no período de vida do consórcio, protegendo, inclusive, interesses de particulares (ex. acidente causado pelo consórcio que vitimou um particular);
O consórcio pode realizar a desapropriação de bens necessários à consecução dos seus objetivos;
O consórcio pode cobrar tarifa pela prestação do serviço (ex.: pedágio);
O consórcio pode ser formado por entidades iguais (Estado com Estado) ou desiguais (Estado com Município); a União somente poderá ingressar em consórcio com algum Município se o seu Estado respectivo também ingressar (art. 2, Lei 11107/2005);
* aplicam-se ao Convênio as regras previstas para o Consórcio;
Administração Indireta por Delegação
CF Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 Parágrafo único. A lei disporá sobre:
 I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
 II - os direitos dos usuários;
 III - política tarifária; 
 IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Regulamentação da Concessão e da Permissão: Lei 8987/1995;
Criada por meio de Contrato ou de Ato Administrativo;
Transfere apenas a Execução do Serviço Público para um Particular;
O Particular é denominado Concessionária Permissionária Autorizatária do Serviço Público;
Tipos:
Concessão: serviço concedido; ex.: energia elétrica;
Permissão: serviço permitido; ex.: transporte coletivo;
Autorização: serviço autorizado; ex.: despachante, taxi, moto-taxi, etc.;
Características das Concessões e Permissões
Meio: por Licitação, na modalidade Concorrência Pública;
Prazo: determinado (art. 2, Lei 8987/1995);
Podem cobrar tarifas;
Obrigatoriedade de prestação de contas do particular ao poder concedente;
Submissão à Lei de Licitações nos casos de Concessão e Permissão;
Possuem Responsabilidade Objetiva nos casos de Concessão e Permissão, inclusive para não usuários do serviço público prestado (STF, REx 591874); se o patrimônio da Concessionária ou Permissionária não for suficiente para arcar com suas responsabilidades, a Administração Direta responde;
A revisão da tarifa é autorizada, para garantir a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato; aplicável à concessão e à permissão;
Contratação de pessoas: vínculo por CLT;
Expressão do Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado: é a permissão que o poder público tem de mudar o contrato a qualquer tempo, de forma unilateral, desde que preserve o equilíbrio econômico-financeiro; entendimento do STJ 38332;
Aplicação de penalidades ao particular, que pode ser multado, sofrer intervenções da Administração Direta e até mesmo perder o contrato, a qualquer tempo;
Estadose Municípios também podem realizar concessões e permissões, desde que respeitem as regras gerais estabelecidas na Lei 8987/1995;
Aos contratos de concessão ou permissão cabe arbitragem;
É permitida a sub-concessão, desde que autorizada pela Administração Direta;
Formas de extinção da concessão ou permissão:
Término do contrato;
Encampação (art. 37 da Lei 8987/1995; quando o Poder Público retoma a prestação do serviço durante a vigência do contrato, baseado no interesse público, sem culpa do Particular, indenizando-se eventuais prejuízos deste, tendo este direito a lucros cessantes);
Caducidade: previsto no art. 38 da Lei 8987/1995; ocorre quando existe a inexecução do contrato, total ou parcial, ou serviço inadequado; há culpa do Particular, não cabendo indenização por parte do Poder Público;
Rescisão contratual: quando uma das partes resolve rescindir o contrato;
Anulação: quando a concessão foi anulada por Lei;
Falência ou extinção da empresa concessionária;
Art. 40 da Lei 8987/1995: às permissões são aplicados os preceitos das concessões, no que couber;
Características das Autorizatárias
A Autorização é um ato administrativo, unilateral, em que a Administração Pública delega a realização do serviço;
Parceria Público Privada – PPP
Regulamentada pela Lei 11079/2004;
É uma modalidade de concessão, utilizada para melhoria de gestão da infraestrutura;
O Particular não assume todo o risco na prestação do serviço, sendo este dividido com a Administração Direta;
Cabe a parceria no setor financeiro;
É utilizado apenas para contratos superiores a 20 milhões de reais, em um período de prestação de serviços de 5 a 35 anos;
* Lei Criadora: a partir do momento que é promulgada, a autarquia já está criada, sem necessidade de registro público e estrutura pronta;
Cria entidades de Direito Público: Autarquia e Fundação Pública de Direito Público;
* Lei Autorizadora: precisa de registro nos órgãos competentes para que se considere criada a autarquia;
Autoriza entidades de Direito Privado: Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública e Fundação Pública de Direito Privado;
* normas técnicas emitidas pelas agências reguladoras exprimem sua capacidade normativa e não legislativa;
* por outorga = por serviço;
* por delegação = por colaboração;
* concentração: fenômeno que ocorre quando se extingue um órgão e sua competência é repassada para outro órgão;
* mérito do ato administrativo = oportunidade e conveniência;
* princípios da impessoalidade, igualdade e finalidade possuem ligação intrínseca, com certa confusão conceitual;
2º BIMESTRE
Teoria Geral dos Atos Administrativos
Fato jurídico: evento humano ou natural que possui relevância jurídica; pode ser:
Fato jurídico em sentido estrito: é decorrente da natureza; pode ser ordinário (comum; ex.: decurso do tempo, nascimento, morte, etc.) ou extraordinário (caso fortuito ou força maior; ex.: furacão, terremoto, tempestade, etc.);
Ação humana: pode ser Ato Jurídico ou Ato Ilícito;
Fato Administrativo: fato que gera efeitos na Administração Pública;
Posicionamento clássico (Celso Antonio Bandeira de Mello): são os Atos Materiais ou Executórios praticados para efetivar a função da Administração Pública, não representando manifestação de vontade; a ordem para se realizar algo é o Ato Administrativo e a execução é um mero Fato Administrativo; o Fato Administrativo decorre de um Ato Administrativo; exs. de fatos administrativos: servidor público dirigindo um carro para realizar determinada tarefa; servidor demolindo prédio;
Para Maria Silvia Zanella Di Pietro: é uma espécie de Ato Jurídico; diferencia Fato Administrativo (espécie de Ato Jurídico) de Fato da Administração (fato que não influencia na ordem jurídica administrativa; ex.: chuva no mar);
Ato Administrativo:
Atos da Administração: atos praticados pela Administração Pública regidos pelo regime de direito privado; ex.: contrato de locação, emissão de um cheque;
* é um Ato da Administração, mas não é Ato Administrativo;
Atos Administrativos: atos praticados pela Administração Pública regidos pelo regime de direito público; ex.: expedição de um alvará, expedição de uma licença;
Atos Administrativos fora da Administração: compreendem aqueles atos praticados por pessoa jurídica de direito privado em nome da Administração Pública; também são regidos pelo regime de direito público; ex.: cobrança de pedágio;
Conceito de Ato Administrativo: é toda declaração de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes, subjacente à Lei e com a finalidade de cumpri-la, sob regime de direito público que tem o condão de criar, modificar ou extinguir direitos, que sempre pode ser revisto pelo Poder Judiciário;
* quando a Administração Pública se omite (silêncio da Administração), trata-se de Fato Administrativo; nesta hipótese, pode-se entrar com Recurso Administrativo ou recorrer ao Poder Judiciário para sanar a irregularidade; pode-se recorrer diretamente ao Poder Judiciário para sanar a irregularidade (exceções: Habeas Data e Justiça Desportiva);
2. Atributos: características dos atos administrativos
- presunção de legitimidade/veracidade: ato em conformidade com a lei, fatos tidos como verdadeiros;
- autoexecutoriedade: a Administração Pública pode por si mesma executar seus atos (não esta presente em todos os atos);
- imperatividade: chamada por alguns autores como coercibilidade, é o ato da Administração Pública de impor sua vontade contra o particular (ex.: alvará);
- tipicidade: todo o ato deve estar contido na norma;
3. Elementos/Requisitos (segundo a doutrina majoritária):
- competência (sujeito): é a aptidão estabelecida em lei, conferida ao agente público para o exercício de suas funções. (Lei 9.784/99 – arts. 11 a 15)
. imprescritível – não se perde pelo fato de não exerce-la;
. improrrogável – um agente incompetente que a exerça não se tornará competente; intransferível;
. inderrogável – não pode ser modificada por acordo entre as partes;
. irrenunciável – não poderá se dispor da competência;
* delegação e avocação não transferem a competência.
* exceções onde não poderá ocorrer a delegação: atos de caráter normativo; atos de competência exclusiva; decisão de recurso ADM;
- finalidade (objetivo): efeito jurídico mediato, ou seja, é o objetivo do ato administrativo.
. sentido amplo: busca do interesse público
. sentido estrito: natureza do ato, o fim específico
- forma: meio pelo qual o qual se exterioriza.
. em regra estará prevista em lei.
. a principal forma de exteriorização dos atos será na forma escrita.
. poderá também ser realizada de forma não escrita (ex.: semáforo, placas sinalizadoras)
* via de regra são inválidos os contratos verbais, salvo aqueles relativos a compras inferiores a 4.000 reais. (art. 60 Lei 8.666)
*Motivação: declaração escrita do motivo que determinou a prática do ato.
Parte minoritária da doutrina entende que nem todos os atos administrativos devem ser motivados, devendo apenas ser motivados aqueles descritos no art. 50, da Lei. 8.666.
- motivo (causa): situação de fato e de direito que ensejou a prática do ato administrativo, ou seja é a causa do ato.
. Teoria dos Motivos Determinantes: a partir do momento em que é exposto o motivo do ato, este vinculará o ato.
* a prática de determinado ato com certa motivação, que não é mais interessante para a Administração Pública, mas que atenderá ao interesse público de forma distinta, recebe o nome de tredestinação.
- objeto (conteúdo): efeito jurídico imediato. Resultado prático do ato administrativo.
. características do objeto: lícito, possível e determinado/determinável;
Passeata Tumultuosa
Motivo: tumulto (ato passado, já aconteceu)
Objeto: dissolução da passeata (ato presente)
Finalidade: manter a ordem pública (ato futuro)
Abuso de Poder (gênero):
- excesso de poder (espécie)
- desvio de finalidade (espécie)
4. Vícios (art. 2,Lei 4.717/65):
*4.1. Competência/Sujeito:
- excesso de poder – extrapolação dos limites da competência. 
Ex.: agente que tem competência de fiscalizar e destruir produtos, lacra certo estabelecimento.
- função de fato – quando o sujeito possui a investidura no cargo, porém exerce apenas a função de fato, estando irregular.
- usurpação de função – sujeito não foi investido em cargo público, porém exerce a função como se investido estivesse. (crime, art. 328 CP)
4.2. Finalidade:
- desvio de finalidade (desvio de poder)- esta muito atrelado a um vício no motivo. Quando o ato administrativo não visa o interesse público, atingindo interesses particulares.
*4.3. Forma –quando contrariar o expresso em Lei, não se apresentando na forma escrita, quando assim o deveria.
4.4. Motivo –a inexistência de motivos que fundamentem o ato administrativo, ou esse seja inadequado ao ato praticado.
4.5. Objeto –quando o objeto não for lícito, possível ou determinável.
*havendo vício nesse elemento ele poderá ser convalidado.
5.Mérito Administrativo
- ato discricionário – possui certa liberdade, delimitada pela Lei.
- ato vinculado – requisitos dele estarão expressamente na Lei.
	
	Ato Vinculado
	Ato Discricionário
	Competência
	vinculado
	vinculado
	Finalidade
	vinculado
	vinculado
	Forma
	vinculado
	Vinculado
	Motivo
	vinculado
	Discricionário
	Objeto
	vinculado
	Discricionário
- O mérito administrativo ficará focado justamente no tocante ao motivo e objeto referentes ao ato discricionário.
- Ao se falar de mérito administrativo, tem-se que pensar imediatamente em oportunidade e conveniência, pois é justamente onde reside a liberdade da Administração Pública.
*corrente minoritária adota também como mérito administrativo a questão da forma
- mérito exclusivo da administração pública.
- o poder judiciário não pode intervir nos casos que tratam de oportunidade e conveniência, não podendo assim intervir quanto ao objeto e motivo dos atos discricionários, poderá apenas intervir nos casos em que ocorrerem ilegalidades.
Mérito administrativo: confere liberdade à Administração na prática de atos; está contido no Motivo e no Objeto, mas não é a soma destes; mérito administrativo trata de oportunidade e conveniência, obedecendo-se a legalidade;
* motivação não é o mesmo que motivo; motivação está inserido no elemento Forma;
Extinção dos Atos
Cumprimento dos seus efeitos: a partir do momento que o ato administrativo cumpre seus efeitos ele se extingue;
Extinção subjetiva: extinção do sujeito da relação jurídica existente a partir da edição do ato administrativo;
Extinção objetiva: extinção do objeto da relação jurídica existente (não é o mesmo objeto caracterizado nos elementos);
Renúncia: quando o próprio administrado renuncia o ato administrativo; (ex.: dono de banca de revista que renuncia a concessão que possuía);
Retirada
Anulação ou Invalidação: será baseada na ilegalidade do ato; quando há vício em algum dos elementos dos atos administrativos; o objeto da anulação será a ilegalidade do ato administrativo; a anulação pode ser promovida pela própria Administração (princípio da autotutela) ou pelo Judiciário; a anulação pela Administração Pública pode ser de ofício ou provocada; a anulação, uma vez que se trata de ato ilegal, terá, em regra, efeito ex tunc (retroativo);
Ex. de ato ilegal que é anulado com efeito ex nunc no caso concreto: servidores contratados ilegalmente há vários anos; a anulação das contratações não pode gerar a anulação dos atos praticados por tais servidores, por inviabilidade jurídica, presumindo-se legais os atos praticados no exercício da função; aplica-se a Teoria do Fato Consumado quando a anulação se torna inviável à Administração Pública (leva-se em consideração os princípios da segurança jurídica, da boa-fé, etc., com a modulação dos efeitos);
O prazo prescricional da Administração Pública para anular seus atos é de 5 anos (art. 54 da Lei 9784); para a maioria da doutrina este prazo é decadencial (não se interrompe, não se suspende e não se prorroga); em se tratando de terceiro de boa-fé, a contagem ocorre a partir da data do conhecimento do ato; o prazo transcorre tanto para o vício sanável quanto para o insanável;
Súmula 346 do STF
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 do STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Revogação: será baseada na oportunidade e conveniência, que, deixando de existir no caso concreto, leva o administrador a revogar o ato; possui efeito ex nunc (proativo); somente pode revogar ato administrativo a Administração Pública e nunca o Poder Judiciário;
Não há prazo temporal para revogação do ato administrativo; se o ato gerou todos os seus efeitos, é extinto, não podendo ser revogado; ato que gera direito adquirido ou ato vinculado também não podem ser revogados;
A revogação se refere a atos discricionários;
Atos administrativos que integram procedimentos administrativos também não podem ser revogados, já que fazem parte de um todo e sua revogação causaria prejuízo a este todo;
Cassação: é forma de retirada em função do descumprimento de requisitos legais pelo seu destinatário; ex.: cassação da carteira de habilitação em virtude de multas de trânsito;
Caducidade: é forma de retirada do ato administrativo em virtude de norma superveniente incompatível com a anterior; ex.: lei que impede a colocada de barraquinhas de comércio em determinada praça que era ocupada anteriormente para estes fins;
Contraposição: é forma de retirada do ato administrativo pelo fato de existirem dois atos contrapostos; um ato é contrário ao outro; ex.: nomeação e exoneração;
	
	Anulação
	Revogação
	Fundamento
	Ilegalidade
	Mérito administrativo
Não se revoga ato vinculado
	Efeitos
	Ex tunc
	Ex nunc
	Competência
	Administração e Judiciário
	Administração
	Limites
	Temporal de 5 anos
	Material (de acordo com a espécie de ato poderá ou não ser revogado; ex.: atos que já produziram seus efeitos)
Convalidação
Conceito: é ato administrativo pelo qual é suprido vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos
Para Helly Lopes (Teoria Clássica ou Monista, não mais adotada), uma vez que o ato é inválido, não poderá ser convalidado;
A doutrina majoritária admite a convalidação;
Apenas quando há vícios de Competência ou Forma pode ocorrer a convalidação;
Classificação dos Atos Administrativos
Quanto aos destinatários
Ato Administrativo Geral ou Normativo: são atos administrativos expedidos sem destinatário determinado, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato; tem a finalidade de complementação da Lei, visando sua fiel execução; Ato Geral sobrepõe-se aos Atos Individuais; a publicação é condição de eficácia deste tipo de ato; ex.: portaria da Anvisa normatizando quais são as drogas, complementando a lei penal; ex.: resolução da Anac sobre remarcação de passagens aéreas;
Ato Administrativo Individual: atinge pessoa ou pessoas determinadas;
Ato Individual Singular: atinge apenas uma pessoa; ex.: ato de nomeação que recai apenas sobre uma pessoa;
Ato Individual Plurimo: atinge algumas pessoas, também determinadas; ex.: ato de desapropriação de um bairro para a construção de uma rodovia, que atinge todos os proprietários de imóveis neste bairro;
Quanto ao alcance
Ato Interno: os efeitos do ato praticado pela Administração terão efeitos apenas dentro da Administração; ex.: portaria determinando uso de uniformes no ambiente de trabalho;
Ato Externo: os efeitos do ato praticado pela Administração irradiarão seus efeitos para os administrados; ex.: desapropriação;Quanto ao grau de liberdade
Ato Discricionário: atos em que o administrador avalia a oportunidade e conveniência; o administrador pratica o ato se lhe convier;
Ato Vinculado: atos em que o administrador deve cumprir estritamente o que está determinado na lei; quando preenchidos todos os requisitos, o administrador deve praticar o ato;
Quanto à formação
Ato Simples: a manifestação de vontade para a prática do ato será apenas de um órgão; mesmo quando se trata de ato de colegiado é ato simples, já que será apenas uma deliberação deste órgão;
Ato Composto: resulta da manifestação de apenas um órgão, mas depende de aprovação de outro órgão; o ato secundário comporá o ato primário, ratificando-o;
Ato Complexo: trata-se da prática de apenas um ato; compõe-se de mais de uma vontade, mas é apenas um ato;
* ex.: nomeação do Procurador Geral da República pelo Presidente da República e aprovação pelo Senado; há divergência doutrinária se este ato é Composto (Maria Silvia Zanela Di Pietro) ou Complexo (STF);
Espécies de Atos Administrativos
Normativo: tem finalidade de dar fiel execução às leis; ex.: decretos, regulamentos, etc.;
Ordinatório: atos que organizam/estruturam os quadros da Administração Pública; ex.: circulares, portarias, etc.;
Enunciativo: quando o ato é expedido em caráter opinativo, expedindo-se apenas uma opinião do servidor público; não tem conteúdo de decisão; ex.: certidões;
Negocial: quando o ato apresenta coincidência de vontades entre a Administração Pública e o particular; a decisão é da Administração Pública, por mais que exista também a vontade do particular; ex.: permissão/autorização para exercer determinada atividade;
Punitivo: atos de aplicação de punição aos servidores públicos, dentro do âmbito da Administração Pública; ex.: multa, suspensão, etc.;
Poderes da Administração Pública
Poderes são prerrogativas da Administração Pública; são instrumentos para o efetivo exercício da Administração Pública; é o meio pelo qual a Administração Pública pode impor o interesse coletivo sobre o particular; trata-se de um Poder-Dever da Administração Pública, uma vez que se trata do interesse público; para Celso Antonio Bandeira de Melo trata-se de um Dever-Poder;
Hely Lopes Meirelles:
Vinculado: quando todos os requisitos foram preenchidos, a Administração Pública exercerá seu Poder Vinculado para a prática do ato; ex.: aposentadoria compulsória quando se alcança a idade máxima para exercício da função pública;
Discricionário: confere certa liberdade ao administrador, de acordo com a oportunidade e conveniência, para a prática do ato; assim, a Administração exerce seu Poder Discricionário;
Poder Hierárquico
Define a relação de subordinação havida dentro dos órgãos/entes administrativos; decorre sempre dentro da mesma pessoa jurídica; Administração Indireta não está subordinada à Administração Direta, mas sim vinculada;
Deste poder decorrem algumas conseqüências:
Poder de dar ordens (poder de comando): se a ordem foi emitida, o subordinado precisa cumprir, a não ser que tal ordem seja manifestamente ilegal;
Função fiscalizatória: o superior hierárquico sempre poderá fiscalizar seu subordinado;
Delegar e avocar competências: o superior hierárquico pode delegar atribuições e avocá-las; não transfere a competência, mas apenas a execução do ato; não podem ser delegados atos quando se tratar de competência exclusiva, de decisão no âmbito de recurso administrativo e de edição de atos normativos (art. 13 da Lei 9784);
Poder Disciplinar
Conceito: é o poder-dever que detém a Administração Pública de aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais;
Ocorrida a infração funcional o superior hierárquico deve aplicar o Poder Disciplinar; não aplicando, incorre no crime de condescendência criminosa (art. 320 do CP); neste aspecto trata-se de um poder vinculado;
Quando o superior hierárquico dosa a pena que aplicará ao subordinado, exerce poder discricionário;
Dosada a pena, o superior hierárquico deve aplicá-la, exercendo poder vinculado;
É decorrente do Poder Hierárquico;
O Poder Disciplinar não incide sobre quem não é agente público; exceção: recai sobre o particular quando há o vínculo jurídico deste com a Administração Pública (ex.: contrato administrativo proveniente de licitação);
Quando não tiver dentro do âmbito da Administração Pública, o Poder Disciplinar decorrerá do Poder de Polícia;
Poder Regulamentar
Conceito: é o poder-dever conferido à Administração Pública para a edição de atos de caráter normativo/geral (ato abstrato, sem destinatário determinado); tais atos visam à fiel execução das leis, sem inovação no mundo jurídico;
É prerrogativa do Chefe do Poder Executivo;
Também chamado de Poder Normativo; ato normativo também pode ser praticado por outras pessoas da Administração Pública; ex.: normas técnicas expedidas pela Anvisa, Anatel, Anac, etc.;
Decreto de execução: busca o fiel cumprimento das disposições da lei; trata-se de ato secundário, pois depende da criação anterior da lei;
Decreto autônomo: poderá ser praticado independentemente da existência de lei; trata-se de uma exceção, que é prevista no art. 84, inciso VI, da CF, que dá prerrogativa ao Presidente da República;
A doutrina majoritária diz que, em regra, deve haver a lei para que se possa expedir o Decreto, ou seja, apenas pode ser expedido o decreto executivo;
Poder de Polícia
Conceito: disposto no art. 78 do CTN; o Poder de Polícia é fato gerador de um tributo (denominado taxa), daí a razão de estar disposto no CTN;
 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
É abrangente, envolvendo todos os administrados, agentes públicos ou particulares;
Trata-se de limitação de direito, de propriedade, de exercício de atividades, de bens, do particular;
O Poder de Polícia é dado à Administração Pública para que esta possa exercer a coercibilidade em relação ao particular;
O fundamento do Poder de Polícia é a supremacia do interesse público sobre o privado;
O Poder de Polícia limita o direito, não o aniquilando;
Atributos do Poder de Polícia:
Discricionariedade: é discricionário, pois é impossível tipificar todas as condutas que agridem ao interesse público, conferindo certa liberdade ao Administrador Público para avaliar os casos concretos que ocorrem no cotidiano social;
Autoexecutoriedade: a Administração Pública não precisa recorrer ao Poder Judiciário para exercer suas prerrogativas; existe quando a lei permite e a urgência do caso exigir;
Coercibilidade: é a prerrogativa que a Administração Pública possui de aplicar a lei de forma forçada ao administrado;
Nos atos administrativos podem estar presentes todos os atributos do Poder de Polícia ou apenas um ou alguns deles; ex.: particular recebe licença para construir pelo poder discricionário, mas não será coagido a construir;
Classificação do Poder de Polícia:
Originário: exercido pela Administração Pública Direta;
Derivado/Delegado: exercido pela Administração Pública Indireta; jamais pode ser delegado o poder de polícia à pessoa jurídica de direito privado (ADI 1717); atos materiais do poder de polícia podem ser delegados à pessoa jurídica de direito privado (ex.: empresa contratada para controlar o radar eletrônico e enviar para a Administração Pública aplicar as devidas punições);
Meios de atuação do Poder de Polícia:
Preventivo: ato praticado antes da infração; a Administração Pública atuará de forma a prevenir a lesão aos direitos; ex.: exigência de todos os requisitos para expedir a carteirade habilitação ao particular;
Repressivo: aplicação de sanção pela Administração Pública quando foram descumpridas as regras pré-determinadas; exs.: aplicação de multas de trânsito, interdição de estabelecimento pela vigilância sanitária;
Fiscalizatório: também é forma de prevenção; apenas alguns doutrinadores separam este meio de atuação;
Prescrição do Poder de Polícia: 5 anos da data do fato, de acordo com o art. 1º da Lei 9873/1999; exceção: infração permanente ou continuada, que conta-se a partir da cessação da infração;
	Poder de Polícia Administrativa
	Poder de Polícia Judiciária
	Recai sobre direitos e atividades
	Recai sobre pessoas
	Trata do ilícito administrativo
	Trata do ilícito penal
	É essencialmente preventivo
	É essencialmente repressivo
Poder extroverso: sai do âmbito da Administração Pública e recai sobre o Particular; é exterior; está relacionado com a Imperatividade que possui a Administração Pública; nem todos os atos administrativos possuem imperatividade;
Validade: se o ato é conforme a norma jurídica;

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