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Direito Civil I

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Fato Jurídico
Naturais
Ordinários: fatos naturais que ocorrem com o decurso normal do tempo, como a morte, a prescrição ou a decadência;
Extraordinários: fatos naturais causados por força maior ou caso fortuito; casos que ocorrem sem a influência humana, são inevitáveis e imprevisíveis; ex.: raio, acidente; fatos extraordinários são excludentes de responsabilidade para o Direito Civil.
Humanos
Atos Jurídicos: atos realizados pelas pessoas que possuem conseqüência jurídica; podem ser Lícitos ou Ilícitos;
Negócio Jurídico: é a intenção de negociar, de criar, modificar ou extinguir algum direito; ex.: contrato, casamento.
*** bem jurídico tutelado pelo Direito Civil: Autonomia Privada ou Autonomia da Vontade (cada pessoa decide o que faz com seus interesses particulares)
Prescrição: passa a ocorrer quando há uma lesão no seu direito (ex.: lesão ao patrimônio pessoal); a partir do fato ocorrido nasce o direito de pretensão da vítima, o direito de exigir que o causador do dano o repare; (art. 206 § 3º, CC, prazos do direito de pretensão); se a vítima não exigir a reparação do dano durante o período de pretensão, perde o direito de exigi-la.
Decadência: contrato ou negócio jurídico anulável; se o direito de anular o negócio não for exercido no período de direito, o negócio se tornará válido; Direito potestativo de anular um negócio; (ex.: compra de um veículo com vícios ocultos; o comprador possui um prazo de tempo para exercer o direito de anular o negócio; se não o exercer, o negócio se tornará válido juridicamente).
Fato Jurídico – Sentido Amplo (qualquer fato relevante para o Direito)
Fatos Jurídicos – Sentido Estrito (natureza)
Ordinário: decurso normal do tempo;
Extraordinário: fato imprevisto.
Atos Jurídicos – Sentido Amplo (humano)
Atos Jurídicos Lícitos: atos sem vontade de negociar;
Atos Jurídicos Ilícitos: atos lesivos ao Direito;
Negócio Jurídico: atos com vontade de negociar;
Ato-Fato Jurídico: ato sem intenção de gerar efeitos, mas gera.
NEGÓCIOS JURÍDICOS
Escada Ponteana (teórico: Pontes de Miranda): segundo Pontes de Miranda, o Negócio Jurídico se forma a partir dos 3 graus abaixo:
1º Grau – Plano de Existência: a existência de um negócio pressupõe os seguintes elementos: Partes; Objeto e Forma; obs.: o CC não prevê a Inexistência do Negócio Jurídico, conforme art. 104, CC; o negócio pode ser Nulo ou Anulável, mas nunca Inexistente;
2º Grau – Plano de Validade: para que um negócio tenha validade, precisa ter Partes Capazes, Objeto Lícito e Forma prescrita em lei ou não defesa por esta;
3º Grau – Plano da Eficácia: efeitos do negócio jurídico.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Classificação
Quanto à Vontade
Bilaterais: negócios que ocorrem com a manifestação de duas vontades; ex.: contratos;
Unilaterais: negócios que ocorrem com a manifestação de apenas uma vontade; ex.: doação, testamento, recepção de doação;
Complexos: negócios que ocorrem com a manifestação de uma pluralidade de vontades, com um objetivo comum; ex.: associação, sociedade, etc.;
Quanto ao Objeto
A Título Oneroso
Gratuito
Princípios que o Negócio Jurídico deve obedecer:
 Pacta Sunt Servanda (código de Napoleão): o pactuado ou contratado faz lei entre as partes; é uma regra relativa, não absoluta; não podem, por exemplo, ser pactuados objetos ilícitos ou contratar com cláusulas abusivas, etc.;
 Rebus Sic Stantibus: as coisas como estão; Teoria da Imprevisão: fatos supervenientes e imprevistos que onerarem uma das partes não a obrigam ao cumprimento do contrato (ex.: circunstâncias de guerra que modificam os custos de uma das partes);
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada.
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços;
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo de preço.
Requisitos para Aplicação deste princípio:
Contrato de trato sucessivo (contrato continuado);
Fato imprevisível ou extraordinário, alheio ao contrato e à vontade das partes;
Prejuízo significativo para uma das partes.
Princípio da Boa Fé Objetiva: as partes devem ser respeitadas, devem ser tratadas com boa fé, com moralidade;
Princípio da Função Social do Contrato: o contrato deve cumprir a sua função social, respeitando o equilíbrio mínimo entre as partes; não pode haver cláusulas abusivas ou de vantagens indevidas para uma das partes ou que contrariam normas cogentes (normas obrigatórias; ex.: os prazos de garantia em negócios devem respeitar os prazos mínimos previstos nas normas de defesa do consumidor).
Aplicação no Direito Intertemporal (tempos de vigência de leis diferentes entre a data do contrato e a data atual)
Art. 2035, CC – regra de aplicação dos códigos de 1916 e 2002
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Art. 1639, CC – no CC de 1916 não era permitida a alteração do regime de casamento; no CC de 2002 é permitido; casais que contraíram o casamento antes do CC de 2002 passam a ter o direito de modificar seu regime;
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 977, CC – no CC de 1916 era permitida a sociedade entre cônjuges casados em regime de comunhão universal de bens; no CC de 2002 não é permitido; as sociedades existentes entre cônjuges nesta condição não precisam ser desconstituídas, porém, não é permitido criar novas sociedades;
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Art. 406, CC – antes do CC de 2002, a taxa de juros era de 6% a.a.; após o CC de 2002, esta taxa de juros é de 12% a.a.; em algum inadimplemento vindo desde 2000, por exemplo, calcula-se os juros utilizando-se ambos os percentuais, para as respectivasdatas;
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Teoria da Pressuposição
Vontade verdadeira X Vontade efetiva
Críticas de Lanel
Teoria da Base do Negócio Jurídico
Necessário conhecimento
Não contestação da outra parte
Contestação da Pressuposição (art. 140, CC)
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Finalidade Negocial
Aquisição de Direitos
Originária: quando o adquirente adquire o bem por livre e espontânea vontade, sem interferência de terceiros; apenas algo que nunca tenha pertencido a outra pessoa; bens abandonados, quando novamente adquiridos por alguém, são considerados de aquisição originária; a aquisição originária ocorre sem ônus (ex.: IPTU, Hipotecas, etc.) quando, por exemplo, o bem é usucapido; fatos da natureza podem ocasionar a transferência de propriedade, o que seria considerado aquisição originária (ex.: mudança de curso de rio que aumenta o tamanho de uma propriedade e diminui o tamanho de outra; arts. 1250 e 1251, CC);
Da Aluvião
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Da Avulsão
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
Derivada: quando o bem já foi de propriedade de outra pessoa; contrato de compra e venda; a aquisição derivada ocorre com ônus (ex.: IPTU, Hipotecas, etc.) quando o bem é negociado;
Gratuita: quando o bem é acrescido sem ônus ao patrimônio de uma das partes da relação negocial e não na outra parte (ex.: doação, herança); se o bem possui algum ônus, como IPTU ou Hipoteca, por exemplo, estes acompanham o bem;
Onerosa: quando o bem é transferido do patrimônio de uma pessoa para outra com ônus negocial.
Meios Para Aquisição de Direitos: os bens são adquiridos através:
Da vontade do adquirente;
De fatos da natureza;
De terceiros, a partir de procuração ou recebimento de doação ou herança.
Direitos Atuais: disponibilidade do bem no momento atual para que o seu proprietário o utilize conforme sua vontade; uma vez adquirido o bem, seu proprietário já possui o direito de utilizá-lo;
Expectativa de Direito: ex.: expectativa de direito da herança dos pais ainda vivos; o ordenamento jurídico brasileiro não protege a expectativa de direito, que é considerada um nada jurídico; o nascituro, por exemplo, não possui direito adquirido, apenas possuindo a expectativa de seus direitos, que serão concretizados apenas se nascer com vida (a mulher grávida já pode entrar com pedido de pensão alimentícia).
Direito Futuro: quando já foi realizado parte do negócio jurídico, mas falta alguma complementação para torná-lo eficaz ou já foram concretizadas todas as ações do negócio jurídico, porém, que será efetivado no futuro (ex.: contrato para construção de uma casa que se negocia para começar em 30 dias depois de contratado)
Deferido: quando depende exclusivamente da vontade da pessoa para aquisição do bem (ex.: no financiamento de veículo, apenas quando se concluir o pagamento das prestações passa-se a ter o direito sobre este bem);
Não Deferido: quando a realização do negócio está subordinada à realização de alguma condição futura, falível (ex.: doação futura com algum condicionante);
Direito Eventual: quando já foi realizado parte do negócio, mas não foi totalmente concretizado (ex.: quando faço uma proposta de venda de algo para alguém e esta pessoa aceita, já existem direitos que serão protegidos);
Direito Condicional: quando existe alguma condição para a realização do negócio (condição sine qua non) que deve ser satisfeita para que o negócio se concretize.
Conservação de Direitos
Medidas de Caráter Preventivo (não há lesão ao Direito; o Direito ainda não foi violado, mas pode estar na iminência de ser violado; a intenção do caráter preventivo é evitar previamente que a outra parte viole posteriormente o seu Direito, que aja de má fé)
Extrajudiciais: notificação extrajudicial; protesto do devedor; exigência de garantia real, que pode ser de índole subjetiva (fiança através de fiador ou aval) ou objetiva (penhor de bens móveis ou hipoteca de bens imóveis);
Judiciais: medidas cautelares (seqüestro – apreensão do bem do litígio; ou arresto – apreensão de qualquer bem, não necessariamente o bem do litígio); antecipação da decisão judicial, quando o Direito corre o risco de ser extinto se não for exercido no momento; há necessidade de prova da potencial perda do bem e do efetivo direito a este bem;
Medidas de Caráter Repressivo
Judicial: quando o direito foi violado e as medidas de entendimento amigável não foram suficientes para a solução da lide, aciona-se o judiciário para buscar o ressarcimento deste direito;
Autotutela (art. 188, I e II e art. 1210, § 1º, CC): autodefesa do direito que está sendo violado, conforme as restrições apontadas no CC:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado (perturbado), ou esbulhado (privado da posse, por fraude ou violência; espoliado, despojado), poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Modificação de Direitos: ciclo natural da vida do direito: nasce, cresce, modifica-se e morre;
Objetiva: modificação de direitos em relação a um bem, móvel ou imóvel; o objeto do direito modifica-se;
Qualitativa: dação em pagamento de outro bem que não o originalmente contratado para quitação de alguma dívida;
Quantitativa: diminuição ou aumento na quantidade do bem ou direito (ex.: cereal armazenado em más condições que deteriora parcialmente); (ex.: avulsão: modo de aquisição da propriedade imóvel pela superposição ou adjunção de uma porção de terra arrancada de seu lugar primitivo por força natural violenta)
Subjetiva: modificação de direitos em relação à própria pessoa, nos seus direitos personalíssimos; (ex.: casamento, morte do cônjuge, reconhecimento de paternidade)
Extinção de Direitos
Objetivas: extinção ou perda de direitos em relação a um bem, móvel ou imóvel; pode ocorrer pelo perecimento natural do bem; pelo perecimento por perda ou abandono do bem; pela desapropriação do bem a partir do poder público; pelo ato jurídico de compra e venda;
Subjetivas: extinção de direitos em relação à própria pessoa, nos seus direitos personalíssimos; pode ocorrer pela atitude da própria pessoa (ex.: renúncia ao direitode herança); pode ocorrer pelo descuido do detentor do bem (ex.: prescrição – extinção da pretensão e decadência – extinção de um direito).
Faltei aula dia 28/08 – sexta-feira – conteúdo copiado abaixo...
ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Requisitos de existência: Elementos essenciais - pressupostos
Declaração de Vontade;
a1- Elementos Constitutivos da Vontade:
	- Elemento Interno; desejo, impulso;
	- Elemento Externo: comportamento
a2- Espécies de Manifestação de Vontade:
	- Expressa; fala, escrita ou por gestos;
	- Tácita (Art 1263 e 1805); é demonstrada pelo comportamento
	- Presumida (Art 322, 323, 324 e 1807); necessariamente vem da lei;
	- Receptícias; exige o conhecimento da outra parte;
	- Não Receptícias: não exige o conhecimento de outrem.
a3- Silêncio como manifestação de Vontade: Art 111; art 39, § 2º do CDC; art 539; 1807 do C.C e 319 do CPC;
a4- Reserva Mental – Art. 110 – positivo ou negativo;
Finalidade Negocial;
Idoneidade do Objeto.
Requisitos de Validade (art. 104)
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Capacidade do Agente
Capacidade de Direito (possuir direitos) + Capacidade de Fato (exercer os Direitos por conta própria) = Capacidade Plena;
Incapacidade Absoluta e Relativa (art. 3º e 4º) – Exceções (art. 284 e 1860)
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.
Supressão da Incapacidade: representação (para os absolutamente incapazes) ou pela assistência (para os relativamente incapazes) de terceira pessoa;
* diferenciar Legitimidade (ser a pessoa que possui de direito sobre a questão em si; ex.: para pedir a separação, apenas os cônjuges são legitimados) de Capacidade (possuir capacidade de direito ou de fato sobre algo).
Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável
Objeto Lícito: considerando a Lei, a Moral e os Bons Costumes (art. 17, LICC)
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Objeto Possível: por impossível se entende algo que ninguém poderia realizar; impossibilidade absoluta; também pode existir objeto impossível quando a pessoa não tiver direito sobre o objeto em questão;
Objeto Determinado ou Determinável: o objeto, por mais que não disponível no momento da realização do negócio, deve possibilitar que se determine, ao menos, seu gênero e quantidade (ex.: venda de sacas de soja antes da colheita);
Forma Prescrita em Lei
Consensualismo (regra geral) X Formalismo (em certas circunstâncias a lei exige que o negócio seja formal)
Tipos de Formas
Forma Livre: consensual, escrita ou falada ou gestual;
Forma Especial ou Solene (arts. 1609, 1535 e 1536): quando a lei determinar a forma de realização do negócio;
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados:
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges;
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;
III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;
IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.
Forma Contratual (art. 109)
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato. (o negócio se torna inválido sem o instrumento público)
Elementos Acidentais – CONDIÇÃO (arts. 121 a 130, CC) (as partes podem estipular os elementos acidentais com o objetivo de suspender ou extinguir a eficácia do negócio caso ocorra algum fato superveniente a que fica condicionado algum negócio; as partes não são obrigadas a colocar tais cláusulas nos seus negócios) (PROVA)
Condição (Se): o negócio somente se efetiva se acontecer algo a que está condicionado; o negócio jurídico fica subordinado a um acontecimento;
Elementos da Condição
Cláusula seja voluntária: apenas possui valor se as partes aderem voluntariamente à condição; facultativo e livre, não imposto;
Acontecimento futuro: o negócio é condicionado a um evento futuro, tanto podendo ser uma ação do homem como da natureza (ex.: colheita farta);
Incerteza: probabilidade de o negócio ocorrer ou não, de acordo com as condições acertadas entre as partes;
Condição Voluntária (provém da vontade das partes) X Condição Legal (decorre da lei; a Condição Legal não é Acidental; ex. art. 1653)
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Nulo: Escala Ponteana (Existência, Validade, Eficácia); o negócio é nulo se falhar em uma dos primeiros termos da escala; o agente tem que ser capaz para que o negócio Exista; a forma do negócio deve ser por Escritura Pública para que tenha Validade;
Ineficaz: o negócio está dormente e precisa de alguma condição para que seja eficaz (ex.: ocorrer o casamento)
Negócios jurídicos que não comportam condição
Direitos Personalíssimos não comportam condição (ex. que não pode: vendo o veículo se o comprador cometer alguma ação contra sua honra, integridade física,vida, etc.); se existir alguma condição contratual estabelecida ela é inválida;
Classificação das condições
Quanto à licitude: as condições podem ser lícitas ou ilícitas; condições ilícitas são inválidas; condições ilícitas são contra a lei, a moral ou aos bons costumes;
Quanto à possibilidade: a condição deve ser Possível e não pode ser Impossível; possibilidade para Todos ou para Alguns (ex.: exigir velocidade de um atleta velocista e não de uma pessoa comum); a impossibilidade pode ser condicionada à lei (ex.: a venda de um imóvel que deve ter a anuência de ambos os cônjuges);
Quanto à fonte de onde emanam: emanam de algum acontecimento natural ou causal (algum evento natural qualquer), potestativo (só depende da vontade da pessoa; ex.: dôo um livro apenas para o acadêmico que obtiver nota máxima na prova) ou mista (combinação de algo causal com a vontade da pessoa);
Condição suspensiva e resolutiva (PROVA): 
Suspensiva: é aquela condição que enquanto não se realizar, suspende os efeitos do negócio (ex.: enquanto o agricultor não colher sua cultura o negócio está suspenso)
Resolutiva: é aquela condição que, se não se realizar, extingue um negócio, coloca fim ao negócio; (ex.: o ex-marido pagará pensão alimentícia até que sua ex-esposa seja separada; se ela se casar novamente, deixa de pagá-la)
Elementos Acidentais – TERMO (tempo) (arts. 131 a 135, CC) (PROVA)
Conceito: cláusula utilizada para suspender a eficácia do início ou término do negócio jurídico; ex.: contrato de locação com efeitos durante 1 ano; ex.: contrato de fornecimento de mercadoria em que se estipula a data inicial e final do fornecimento;
Requisitos
Futuridade: não se trata de negócios de eficácia imediata; trata-se sempre de negócios jurídicos com efeitos futuros;
Certeza: grande diferença entre Termo e Condição; no Termo é Certo que o evento ocorrerá conforme estipulado no contrato; simplesmente em questão de tempo, o negócio ocorrerá conforme contratado;
Voluntariedade: a cláusula ou negócio jurídico é contratado pela vontade das partes;
Espécies de Termo
Termo Inicial (suspende a eficácia do negócio; também conhecido como Termo Suspensivo) e Termo Final (extingue ou resolve a eficácia do negócio; também conhecido como Termo Resolutivo)
Termo Essencial (cláusula primordial, tem que ocorrer conforme previsto no contrato; ex.: noiva aluga vestido para o dia do seu casamento, sendo necessário que este vestido esteja disponível exatamente no dia do casamento, não suprindo o objetivo do negócio se ocorre a disponibilidade em dia anterior ou posterior à data marcada) e Não-Essencial (cláusula não primordial, podendo sofrer ajustes na execução de acordo com a flexibilidade estipulada)
Termo Certo (data estipulada de forma firme, previsível) e Termo Incerto (o negócio já é válido e Certo, mas ainda não possui eficácia; ex.: testamento, que é certo que a distribuição dos bens ocorrerá conforme o testador, porém, não se sabe quando este “negócio jurídico” passará a ter eficácia)
Os Prazos e sua Contagem (art. 132 a 134, CC):
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Diferenças entre Termo e Condição: 
	Termo
	Condição
	Certeza da ocorrência do negócio
	Incerteza da ocorrência do negócio
	Conjunção “Quando”
	Conjunção “Se”
	Direito adquirido desde já
	Apenas Expectativa de Direito
	Não pode ser utilizada cláusula desta espécie para certos direitos personalíssimos (ex.: reconhecimento da paternidade apenas até os 21 anos do filho)
	Idem ao termo
	Lacunas existentes nas regras do Termo são supridas pelas regras da Condição
	
Elemento Acidental – Modo ou Encargo
Conceito: encargo é o elemento acidental no qual uma parte fornece uma liberalidade maior do que o ônus (obrigação de dar ou fazer) do beneficiário;
Características:
Obrigatoriedade (art. 553, CC): possibilidade de obrigar a outra parte a cumprir o contratado; poder coercivo; com a Ação Cominatória exige-se que o beneficiário da doação cumpra o encargo contratado; quem pode provocar a Ação Cominatória é apenas o Autor da Doação, porém, quando tiver relevância social e o autor morreu, o MP também pode provocar tal ação;
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Revogação: o negócio pode ser revogado se a outra parte não cumprir; o negócio tem que ser gratuito, não pode ser um contrato oneroso; ex.: doação, testamento; com a Ação Revocatória revoga-se a doação realizada; quem pode provocar a Ação Revocatória é apenas o Autor da Doação, porém, quando tiver relevância social e o autor morreu, o MP também pode provocar tal ação;
Diferenças entre Encargo e Condição Suspensiva e Resolutiva: (PROVA)
	
	Condição
	Termo
	Encargo
	Partícula
	Se; o negócio passa a ter efeito “Se” ocorrer o evento previsto
	Quando; o negócio passa e ter efeito “Quando” ocorrer o evento previsto
	A Fim de, Objetivo; ex.: dôo a minha casa com o objetivo que vc doe 1 cesta básica para alguém
	Espécies de Negócios
	Gratuito ou Oneroso
	Gratuito ou Oneroso
	Gratuito
	Característica Especial
	Evento Futuro e Incerto
	Evento Futuro e Certo
	Evento Futuro e Obrigatório
	Direito
	Mera expectativa de direito
	Direitos Adquiridos
	Direitos Adquiridos + Exercício dos Direitos
	Exemplo
	Venda de pães “Se” não chover na data marcada
	Venda de pães “No Dia” 20/09/09
	Doação de pães para certa instituição “A Fim de” que os mesmos sejam distribuídos gratuitamente para pessoas carentes
Necessidade da Licitude (art. 137, CC)
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
Cláusula Inválida: o encargo será considerado “não escrito” se for impossível de ser realizado (ex.: doação de uma casa se o beneficiário caminhar até Marte); neste caso, o encargo não será exigido do beneficiário, mas a doação ocorrerá da mesma forma;
Motivo Determinante: o negócio será “inválido” se possuir encargo que for contra o ordenamento jurídico (ex.: doação de uma casa apenas se o beneficiário da doação criar uma casa de prostituição); neste caso, todo o negócio será considerado inválido.
Representação
Conceito: é a autorização que possui o representante para realizar atos da vida civil em nome de outro, o representado; o representado outorga poderes para o representante;
Espécies de Representação (art. 115, CC):
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
Legal: representação que decorre da força da lei; é um ônus, uma obrigação, que o representante não pode deixar de cumprir; (ex.: pais, tutor, curador);
Convencional: quando decorre da vontade das partes; o instrumento da representação é a Procuração ou Mandato; obs.: o relativamente incapaz (menor de 18 anos e Maior de 16) pode ser representante, sendo que o representadonão poderá argüir a idade do seu representante como motivo para anular o negócio jurídico; (ex.: escolha por livre e espontânea vontade de um advogado; escolha de uma corretora para negociar um imóvel);
Judicial: determinado pela via judicial, decorrente de uma ação; (ex.: inventariante, que administrará os bens do “de cujus”; administrador judicial ou síndico, que administrará a massa falida);
Consequências: 
Vínculo: o vínculo do negócio jurídico será entre o Representado e a Terceira Pessoa participante do negócio;
Efeitos: os Direitos e Obrigações decorrentes do negócio jurídico realizado pelo Representante serão do Representado;
Obrigações Inadimplidas: se o Representado deixou de cumprir alguma das obrigações estabelecidas no negócio jurídico, será ele mesmo o responsabilizado;
Discussão do Negócio Jurídico: potenciais discussões judiciais a respeito do negócio jurídico serão de responsabilidade do Representado.
Anulação do Negócio Jurídico (art. 119, CC)
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
Terceiro de boa-fé: não é possível anular o negócio jurídico realizado; o Representante responde por perdas e danos; (ex.: o Representante avança além dos poderes que o Representado lhe outorga, vendendo o imóvel, por ex., tendo procuração apenas para locá-lo);
Terceiro com conhecimento (ou má-fé): nulidade relativa; o negócio jurídico pode ser anulado pelo Representado; o prazo para anulação do negócio jurídico realizado pelo Representante é de 180 dias da data de conclusão do negócio; (ex.: semelhante ao acima, mas com conhecimento da ausência de poder do Representante pelo Terceiro que estabelece o negócio);
Contrato Consigo Mesmo: situação em que o Representante realiza negócio consigo mesmo, assinando como Terceira Pessoa do Negócio e também como Representante do Representado; auto-contrato.
2º BIMESTRE
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (Capítulo IV do CC)
Conceito: potenciais defeitos do negócio jurídico que podem levá-lo à condição de nulidade absoluta (negócio nulo) ou nulidade relativa (negócio anulável);
Tipos de Vícios:
Consentimento: algo no sentimento da parte a leva a mudar de idéia em relação ao negócio; quando o desejo, a vontade da parte é viciada (se alguma circunstância interna ou externa influencia a vontade da parte, tal vontade será distorcida, ou viciada, tornando o negócio anulável); o comportamento do agente é sem má-fé; tipos de vício de consentimento: erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo;
Social: quando o agente quer fazer o negócio jurídico com defeito, de forma proposital, com desejo pela má-fé, com a intenção de lesar; tipos de vício social: fraude contra credores, simulação;
Obs.: todos os vícios, com exceção da simulação, tornam os negócios anuláveis (nulidade relativa); apenas o vício de Simulação torna o negócio nulo (nulidade absoluta);
ex.: a partir do art. 138 até o art. 165, CC;
o art. 178, CC estabelece que o prazo para buscar a nulidade do negócio é de 4 anos;
Erro ou Ignorância:
Conceito: erro de se fazer um mau negócio, erro por falta de conhecimento sobre o assunto do negócio (ex.: flertar com um travesti imaginando ser uma mulher); erro que ocorre sem indução de terceiro, sem coação, etc.; dependendo do tipo de erro, é possível que o negócio seja anulável (nulidade relativa);
Requisitos para que o negócio seja anulável:
Escusável: não pode ser um erro grosseiro; tem que ser desculpável; considera-se na avaliação a ficção do “homem médio”; também se consideram as características personalíssimas do agente que possui, por ex., distanciamento do convívio social;
Real: o erro tem que ter levado a um dano no negócio jurídico;
Relevante ou Substancial: tem que ser um erro relevante para que o negócio seja anulável; erro acidental não leva à condição de anulável;
Espécies de Erro:
Erro Substancial: anulável (nulidade relativa)
Erro sobre a natureza do negócio: ex.: estou emprestando algum objeto e a outra parte acredita que eu estou doando;
Erro sobre as qualidades do objeto do negócio: deve tratar-se de qualidade essencial, substancial do objeto; ex.: penso que estou comprando um carro original, de colecionador, pelo preço justo considerando tais características, sendo o veículo, na verdade, equipado com peças não originais;
Erro sobre a identidade ou qualidade da pessoa: ex.: art. 1557, CC, com prazo de 3 anos para anulação;
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
Erro de Direito: apesar de que a pessoa não pode alegar o desconhecimento da lei, em certas circunstâncias é aplicável o Erro de Direito, tornando o negócio anulável; ex.: importo semente de soja transgênica, sem saber que no estado do Paraná é proibida tal prática;
Erro Acidental: não torna o negócio nem anulável e nem nulo; erros pequenos, que não prejudicam a estrutura do negócio; ex.: erro na transcrição do CPF de uma das partes; ex. art. 143, CC:
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Falso Motivo: a motivação do negócio jurídico, como regra geral, não possui relevância (ex.: estou comprando as telhas para a minha casa ou para a casa do meu cachorro, não importa); quando o motivo é expresso, conforme art. 140, CC, passa a ter relevância para o negócio (ex.: faço uma doação a alguém na crença de que tal pessoa salvou minha vida, mas, na verdade, foi outra pessoa que o fez); (ex.: faço uma doação a alguém que acredito ser meu filho, não o sendo na verdade);
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Transmissão Errônea da Verdade: quando o negócio ocorre por transmissão de informação de uma pessoa para outra, sendo que tal transmissão ocorre de forma equivocada, o negócio é anulável (ex.: falo para o mensageiro que quero alugar a casa e este transmite a mensagem para outra pessoa dizendo que quero vender a casa); da mesma forma, quando a transmissão ocorre por meios eletrônicos de comunicação;
Convalecimento (recuperação, correção) do Erro: quando uma das partes do negócio percebe, em tempo, que existe algum erro no negócio, pode promover sua correção (ex.: em um loteamento quero comprar o terreno A, Quadra B, imaginando ser o terreno que desejo; contrato a compra desta forma; posteriormente, a outra parte percebe que eu errei no endereçamento que passei e supre o meu erro); uma vez suprido o erro, o negócio não é anulável;
Interesse Negativo: quando uma das partes se interessa por anular o negócio em detrimento do interesse da outra parte de manter o negócio; neste caso, para que o negócio seja anulado, a parte que deseja a anulação do negócio deve pagar indenização à outra parte;
DOLO
Conceito: erros no negócio jurídico causados por indução dolosa da outra parte; uma das partes age intencionalmente prejudicando a outra parte; o dolo se assemelha ao Estelionato (art. 171, CP);
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Requisitos: conjunto de pressupostos imprescindíveispara que haja o dolo;
Intenção de Induzir: ausência da boa-fé objetiva; intenção deliberada de prejudicar à outra parte;
Recursos Fraudulentos: utilização de qualquer recurso fraudulento (ex.: a lábia do agente, os documentos falsos promovidos por este, uma pessoa se passar por outra, etc.);
Essenciais Para Determinação de Vontade: a indução do agente torna-se essencial para Determinação da Vontade da outra parte em fazer o negócio, ou seja, o negócio apenas foi realizado porque a outra parte foi convencida de que deveria realizá-lo;
Proceda de Outro Contratante: a Indução procede, em regra, da outra parte do negócio; como exceção, um terceiro pode atuar induzindo uma das partes do negócio a realizá-lo com erro;
Espécies:
Dolo Essencial e Dolo Acidental (art. 146, CC); Apenas do Dolo Essencial pode Anular o Negócio; o Dolo Acidental não pode anular o negócio, apenas podendo sofrer ação de perdas e danos;
Dolo Essencial: se refere às qualidades do negócio, à pessoa do negócio, à natureza do negócio; se realiza devido aos recursos empregados pelo outro contratante, com a intenção de induzir a outra parte em erro;
Dolo Acidental: o negócio será realizado de qualquer forma; não está presente o Requisito “Essenciais Para Determinação da Vontade” (ex.: compro um carro que vale R$10.000,00 por R$50.000,00 erroneamente; o negócio permanece, mas posso pedir o ressarcimento do valor pago a mais)
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Dolus Bonus e Dolus Malus
Dolus Bonus: dolo bom; é o dolo tolerável, exercido pelo poder de persuasão; é aquele dolo que qualquer vendedor faz, quando fala bem do produto que vende para convencer o comprador a realizar o negócio, sem que o prejudique; o limite do Dolus Bonus não pode ultrapassar o Razoável, sendo que a partir desta barreira trata-se de propaganda enganosa; Dolus Bonus não anula o negócio;
Dolus Malus: dolo ruim, não tolerável; a propaganda enganosa é um tipo de Dolus Malus e pode anular o negócio; o Dolus Malus anula o negócio;
Dolo de Terceiro (art. 148, CC)
Quando o contratante tiver conhecimento: a parte “A” está em conluio com um Terceiro, que exerce o convencimento da parte “B” para realizar o negócio; negócios realizados desta forma podem ser Anulados;
Quando o contratante não tiver conhecimento: situação em que a parte “A” não tem conhecimento de que um Terceiro agiu em convencimento deliberado ao erro da parte “B” para a realização do negócio; neste caso está presente a boa-fé objetiva da parte “A”; este negócio subsiste, mas o Terceiro responde por perdas e danos;
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Dolo Positivo (Ação) e Dolo Negativo (Omissão) (art. 147, CC)
Dolo Positivo (Ação): a pessoa realiza algum ato, como verbal, disfarces, etc; Dolo Negativo (Omissão): é o silêncio no negócio jurídico. Ex: seguro de vida (não avisar à seguradora que a pessoa tenha alguma doença);
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
Dolo de Representante (art. 149, CC)
Legal (decorre da lei), onde o incapaz só responde pela vantagem obtida (por meio de seu curador é claro); Convencional (decorre da vontade das partes), é quando responde independentemente da vantagem, a responsabilidade é solidária. Isso não impede o Direito de Regresso. O NEGÓCIO É ANULADO.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Dolo de Ambas as Partes (art. 150, CC)
Ninguém pode anular o negócio. Ninguém pode alegar a própria torpeza.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
Coação
Da Coação
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
É mais um Defeito do Negócio Jurídico; é um defeito grave, já que uma das partes é forçada a realizar o negócio; trata-se de um delito; ocorre quando uma parte é obrigada a realizar um negócio jurídico temendo um dano, uma violação a si próprio, aos seus bens ou alguém de seu quadro de relações afetivas.
O negócio pode ser Anulado se for realizado por Coação.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Tipos de Coação:
Física ou vis absoluta: quando se utiliza da força bruta para realizar a coação; este ato é Nulo; Imprescritível (não há decadência e nem prescrição);
Moral ou vis compulsiva: utiliza-se o poder psicológico; é a ameaça; não se utiliza da força física; amedronta-se, temoriza-se a outra parte; este ato é Anulável; Prescreve num prazo decadencial.
Requisitos da Coação:
Motivo Determinante: Nexo Causal entre a Coação e a Realização do Ato; a Coação deve ter sido o motivo Determinante para a realização do Negócio Jurídico, ou seja, a coação foi grave, o temor causado na outra parte foi Determinante para que ela realizasse o ato;
O Dano Deve Ser Grave: o dano ou a ameaça do dano deve ser grave;
O Dano tem que Ser Iminente: se o dano não for iminente, a vítima pode buscar por ajuda; desta forma, tem que ser eminente para que a coação seja efetiva para determinar a realização do negócio;
Ameaça Deve Vir do Outro Contratante;
Perigo Versar em Relação à Pessoa, aos Seus Bens ou aos seus Familiares (laços afetivos);
Temor Injustificado: se o temor é justo, não há coação; se o coator está no exercício regular do direito, não há coação (ex.: alguém me deve e eu cobro a dívida, com a ameaça de que executarei a dívida se ele não me pagar em determinado prazo; neste caso, não há coação); se a coação for Injusta, o ato é Anulável.
Excludentes da Coação:
Exercício Regular do Direito: quando o agente coage alguém no exercício regular do direito, não há coação;
Temor Reverencial: temor que se sente em relação a alguém de hierarquia superior; temor a pais, avós, irmão mais velho, patrões, etc.; este tipo de medo não é causa de coação; Não Anula o negócio;
Coação de Terceiro: quando a coação é realizada por Terceira pessoa; produz os mesmos efeitos do Dolo de Terceiro; pode ser de dois tipos:
Contratante tem conhecimentoda coação: ocorre a ausência da boa-fé objetiva, o contratante é injusto com a outra parte; o negócio é Anulável;
Contratante não tem conhecimento da coação: o contratante age de boa-fé objetiva; o negócio é Válido, mas o Terceiro responde por perdas e danos.
Estado de Perigo: assemelha-se ao Estado de Necessidade, do Direito Penal
Do Estado de Perigo
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Conceito: quando se realiza um negócio jurídico com a intenção de salvar algum patrimônio pessoal, sua vida ou a vida de um familiar; o negócio jurídico é relacionado com o salvamento em si, normalmente um negócio oneroso para quem está em estado de perigo;
Requisitos
Salvar-se a si mesmo, bens ou pessoas de sua família: em estado de perigo o agente realiza um negócio jurídico em função do salvamento;
Grave dano reconhecido pela Parte Beneficiada: a parte beneficiada pelo negócio jurídico sabe que a outra parte está em estado de perigo; há aproveitamento por parte do beneficiado, o que configura dolo de aproveitamento;
Iminência de Dano Atual e Grave: se não é iminente, não é estado de perigo;
Obrigação excessivamente onerosa: obrigação de fazer da parte que será beneficiada pelo negócio jurídico e obrigação de remunerar da parte que está contratando o serviço; ex.: cheque-caução dado em hospitais, normalmente quando o contratante do serviço encontra-se em estado de perigo, em uma situação emergencial;
Efeitos do Estado de Perigo: o estado de perigo configura um defeito, um vício do negócio jurídico, tornando-o Anulável (nulidade relativa), não por inteiro, já que o serviço foi efetivamente realizado e possui certo valor; o que se busca é Equilibrar as obrigações envolvidas no negócio; (ver art. 157, § 2º).
Lesão
Da Lesão
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente (iminente) necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Conceito: conforme artigo acima e presente no CDC, nos arts. 6, V; 39, V; e 57, IV; ex.: em uma cidade turística, quando o nativo é “esperto” e cobra excessivamente do turista por algum produto ou serviço;
Requisitos
Objetivos: prestação excessivamente onerosa;
Subjetivos: inexperiência ou necessidade do lesado;
Consequências: a mesma conseqüência do Estado de Perigo.
Fraude Contra Credores
Da Fraude Contra Credores
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.
Conceito: contrato celebrado entre duas partes que visa prejudicar a terceiros, os credores; a idéia por trás do contrato é que a parte se desfaça dos seus bens para que os credores não encontrem patrimônio para executar determinado crédito; nesta situação, o devedor se torna Insolvente; trata-se de um vício social, pois fere a sociedade; o devedor viola o Princípio da Responsabilidade Patrimonial (o meu patrimônio é responsável pelas minhas dívidas) e a Boa-fé Objetiva; a fraude torna o negócio Anulável;
Requisitos:
Anterioridade de Crédito: o crédito tem que ser anterior aos negócios fraudulentos;
Consilium Fraudis: conluio fraudulento; o devedor tem a intenção, o objetivo de prejudicar o credor;
Eventus Damni: evento danoso; o negócio jurídico fraudulento causou dano ao credor;
Negócios Suscetíveis de Fraude
Transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida: situação em que a pessoa é devedora e, ainda nesta condição, transmite gratuitamente bens ou perdoa seus devedores, tornando-se insolvente;
Atos de transmissão onerosa: contrato de compra e venda com preço diferente do valor convencional do bem;
Pagamento de dívidas não vencidas (art. 162): viola o Princípio da Igualdade entre os credores, pois privilegia certo credor em detrimento de outros;
Concessão fraudulenta de garantias reais (art. 163): concessão de garantia real para determinado credor em detrimento de outros, também violando o Princípio da Igualdade entre os credores;
Ação Pauliana ou Revocatória: ação que visa à anulação do negócio jurídico fraudulento; a legitimidade ativa não será das partes que realizaram o negócio e sim dos credores quirografários que foram prejudicados pela realização do negócio; a legitimidade passiva serão as partes que realizaram o negócio fraudulento;
Validade dos Negócios Jurídicos Celebrados Pelo Devedor de Boa-Fé: negócios que são realizados pelo devedor com boa-fé, com o objetivo sustentar-se ou ao seu negócio, não são suscetíveis de anulação;
Fraude Contra Credores X Fraude à Execução (art. 593, CPC): Fraude à Execução ocorre quando já existe alguma ação executória contra o devedor; a Fraude Contra Credores é aquela que ocorre em um momento anterior à ação de execução contra o devedor. Na Fraude Contra Credores, a Nulidade é Relativa. Na Fraude à Execução, o Defeito do Negócio Jurídico é Presumido; a nulidade é Absoluta.
Simulação
Da Invalidade do Negócio Jurídico
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo onegócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Conceito: trata-se de um vício social; é uma declaração falsa com intuito de enganar terceiros; provoca a Nulidade Absoluta do Negócio, já que a ofensa é maior, viola-se uma norma de interesse público;
Características:
Negócios Jurídicos Bilaterais, normalmente: onde há conjunção da vontade de 2 ou mais pessoas; também pode ser unilateral (ex.: doação, testamento);
Conluio com outra parte
Declaração enganosa: declara-se publicamente algo diferente do que efetivamente foi feito, engana-se a sociedade; (ex.: o agente faz um seguro de vida e simula sua morte para que os beneficiários recebam a indenização);
Espécies
Simulação Absoluta: quando não há prestação de serviço algum, não houve o negócio jurídico; (ex.: o agente quer se separar da mulher e não tem interesse em dividir os bens comuns; nestas condições, simula existir um negócio com uma terceira pessoa, desfazendo-se dos seus bens e prejudicando o seu cônjuge);
Simulação Relativa: há o negócio jurídico, que encobre o verdadeiro negócio jurídico (ex.: o agente A vende de forma simulada um veículo para o agente B, que doa este veículo para a agente C, que é amante de A); (ex.: vendo um imóvel por R$100.000,00, mas declaro que a venda é de R$50.000,00, com intuito de pagar menores impostos);
Formas de Simulação Relativa
Natureza do Negócio: quando se fala que é compra e venda, por exemplo, mas trata-se de doação;
Conteúdo do Negócio: conforme o exemplo acima da venda do imóvel;
Sobre a Pessoa Participante do Negócio: conforme o exemplo acima da venda do veículo;
Simulação Inocente ou Maliciosa:
Simulação Inocente: é uma declaração enganosa que não causa dano a ninguém; parte da doutrina considera que a Simulação Inocente não anula o negócio jurídico;
Simulação Maliciosa: é uma declaração enganosa que causa danos a terceiros; anula o negócio jurídico;
	
	Atos Nulos
	Atos Anuláveis
	Ofensa
	Norma de interesse público
	Interesse privado (defeitos de vontade ou objetivo de fraudar credores)
	Causas
	Arts. 104 e 166, CC
Não obediência a requisitos essenciais
Objeto ilícito
	Relativamente incapaz
Defeitos do negócio
	Legitimados para Arguir
	Qualquer interessado
MP
Juiz
	A parte lesada no negócio
	Possibilidade de Confirmação
	Não convalidável
	Pode ser convalidado
	Prazo para Anulação
	Imprescritível
	4 anos, se se tratar dos defeitos do negócio
	Exemplos
	Simulação
	Outros Defeitos
Atos Ilícitos
Dos Atos Ilícitos
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Conceito: quando se provoca um dano ou viola um dos direitos de outras pessoas, pratica-se um ato Ilícito; os atos ilícitos podem ser relacionados ou não com negócios jurídicos estabelecidos com outras pessoas; quando, a partir de um negócio estabelecido, alguma das partes deixa de cumprir suas obrigações, está a cometer um ato ilícito;
Responsabilidade Contratual ou Extracontratual: tendo uma das partes descumprido suas obrigações contratuais, nasce um direito à outra parte de buscar a responsabilização via juízo (Responsabilidade Contratual); em situações que não exista um negócio jurídico estabelecido, como por exemplo em uma colisão de veículos, pode a parte prejudicada buscar em juízo a reparação dos danos sofridos (Responsabilidade Extracontratual);
Requisitos para o dever de indenizar:
Ação ou Omissão do Agente: comprovação de que a outraparte agiu ou deixou de agir, causando prejuízo à parte que procurará a tutela judicial e a respectiva indenização;
Nexo Causal: há que se comprovar o nexo causal entre a ação ou omissão do agente com o resultado prejudicial à outra parte;
Dano: há que se comprovar que houve algum prejuízo a partir da ação ou omissão praticada pelo agente à outra parte, seja material ou moral;
Culpa: há que se comprovar que o agente agiu com culpa na situação específica; para o Direito Civil não importa se o agente teve ou não a intenção de praticar o ato ilícito; se houve a prática do dano, o agente será responsabilizado.
Responsabilidade
Subjetiva: situações que formam a regra geral, em que há necessidade de se comprovar a culpa do agente no caso concreto; em se tratando de profissional liberal a responsabilidade civil será atribuída ao profissional apenas se provada a sua culpa;
Objetiva: situações excepcionais, em que não há necessidade de comprovar a culpa, fundamentada pelo art. 927 do CC; ex.: Administração Pública e em relações de consumo, situações em que há parte hipossuficiente na relação contratual.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Exclusão ou Diminuição da Responsabilidade
Culpa Concorrente: quando as duas partes agem com culpa (ex.: acidente de trânsito em que as duas partes estão erradas); nestas situações, normalmente, divide-se a responsabilidade entre as partes; é uma situação de Diminuição da Responsabilidade;
Culpa Exclusiva da Vítima: situações em que a culpa é exclusiva da vítima, de forma que se exclui a responsabilidade da outra parte; é um caso de Exclusão de Responsabilidade;
Caso Fortuito ou Força Maior: eventos da natureza inevitáveis e imprevisíveis; ex.: numa inundação, o carro de uma das partes perde o controle e bate em outro veículo; nestas circunstâncias, não há necessidade de ressarcimento aos danos causados; trata-se de Exclusão da Responsabilidade;
Demais casos do art. 188, CC.
Prescrição e Decadência (Título IV, arts. 189 até 211, CC)
*** pegar na página do professor artigo sobre Prescrição e Decadência
Conceito: a lei determina que em certos casos ou Direitos o agente possui determinado tempo para exercer tal direito; quem não protege o seu direito, corre risco da sua lesão; (jargões: o Direito não socorre a quem dorme; camarão que dorme a onda leva); é uma espécie de punição ao inerte;
Prescrição: é a perda ou extinção da Pretensão (a possibilidade de se exigir da outra parte que cumpra a obrigação pactuada); quando se viola um direito, nasce um prazo prescricional para o exercício da Pretensão; há violação ao Direito, trata-se dos Direitos Reais;
Decadência: é a perda ou extinção do Exercício de um Direito; ocorre quando a pessoa é sonolenta no exercício do seu direito; não há violação ao Direito, trata-se dos Direitos Potestativos;
Como identificar a Prescrição e a Decadência
Identificar a espécie de Direito
Direitos Reais: direitos patrimoniais e obrigacionais; o direito real exige a prestação de uma parte e a contraprestação da outra parte; trata-se de um direito de duas vias; se uma das partes não cumpre sua obrigação, nasce o direito à outra parte de exercer seu direito; existe, no caso, uma violação, uma lesão ao direito de uma das partes, para que nasça a Pretensão do Direito; os Direitos Reais podem ser contratados (ex.: contrato de compra e venda) ou não contratados (ex.: acidente de veículo, que gera obrigações);
Direitos Potestativos: não está relacionado à prestação e contraprestação; uma parte exerce um direito, que pode causar conseqüências em outra parte; ex.: pedido de separação, que uma das partes exerce o seu direito de se separar e a outra parte é afetada por tal exercício de direito;
Identificar a espécie de Ação
Condenatória: visa à condenação da outra parte; o interesse é que o judiciário condene a outra parte em virtude de uma Violação de direito; “Combina com Pretensão, combina com Prescrição”; ex.: ação indenizatória;
Constitutiva: visa à constituição, extinção, criação, modificação de uma relação jurídica; ex.: reconhecimento de paternidade, separação judicial, ação anulatória;
Declaratória: visa à certeza ou não jurídica; visa à simples Declaração da relação jurídica; ex.: ação declaratória de constitucionalidade (Adecon); ex.: ação declaratória para questionar a incidência ou não de certo imposto em algum tipo de comercialização;
Imprescritibilidade das Ações: ações que não possuem prazo para serem impetradas, o exercício do direito pode ser realizado a qualquer tempo; ex.: ações relacionadas ao estado da pessoa (separação, paternidade, etc.);
Disposições Legais
Renúncia (art. 191, CC): na Prescrição é permitida a renúncia, na Decadência não; a renúncia não pode causar prejuízo a terceiros; ex.: em acidente de veículo, o prazo prescricional é de 3 anos; se a parte que ofendeu o direito consentir, pode pagar os prejuízos à outra parte mesmo após os 3 anos;
Impedimento: situação em que a Prescrição ainda não começou a correr, pois existe algum impedimento; não existe, em regra, na Decadência; ex.:
Interrupção: começa a correr o prazo e ele é interrompido; somente pode ocorrer uma vez; não existe, em regra, na Decadência;
Suspensão (art. 199, CC): o prazo é suspenso, mas volta a ocorrer do ponto em que parou; não existe, em regra, na Decadência;
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Prazos

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