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Direito Civil IV - Teoria Geral dos Contratos

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Direito Civil IV – Contratos
Professor: André Vinicius Beck Lima
Teoria Geral dos Contratos
Transcurso histórico
Código Civil 1916: com início em 1889 e promulgado em 1916, tendo validade até 2002;
Tentativas de reforma: 1941, 1961 e 1967, que serviram como contribuição para elaboração do Código de 2002;
Lei 10406/2002 – Novo Código Civil: promulgado em 2002 e vigente desde janeiro de 2003;
Fundamentos de Direito Civil Constitucional (ler algum artigo a respeito): o Direito Civil deve ter íntima relação com o Direito Constitucional;
Direito Civil Pretérito: imposição estatal, protegendo as vontades manifestadas pelas partes;
Direito Civil Moderno: o Estado não mais impõe, mas promove e organiza as relações contratuais entre os indivíduos;
Divisão “clássica”: Direito Público e Direito Privado; separação para fins doutrinários e didáticos; sem aplicação prática no momento atual, dada a forte interação dos diferentes ramos do Direito;
Direito Patrimonial X Direitos Humanos: grande diferenciação entre o Código de 1916 e o Novo Código Civil, sendo o primeiro bastante voltado para questões Patrimoniais e o último mais voltado para os Direitos Humanos, influenciado pela CF/1988;
Advento da CF/1988: constituição rica na afirmação de Direitos Sociais, Humanos, e do Trabalho;
O Direito Civil-Constitucional é uma corrente doutrinária dentro do direito civil que parte da premissa de que a Constituição, como norma hierarquicamente superior a todas as demais, é portadora de uma determinada hierarquia de valores que devem ser observados por todo o ordenamento jurídico e, portanto, pelo próprio direito civil, que assim deixa de encontrar seu único fundamento no Código Civil e na legislação ordinária.
Inicialmente, importava na mera consideração das relações de Direito Civil no núcleo constitucional. Em seu aspecto material, importa em uma reconstrução axiológica do Direito Privado, em face dos valores constitucionais, na busca de realização dos direitos fundamentais e concretização de um Estado Social de Direito.
Reorientado pelo princípio da dignidade da pessoa humana e devidamente alinhado ao compromisso constitucional de construção de uma sociedade igualitária, justa e fraterna, uma mutação se pôs em curso, desencadeando um Direito Civil renovado, cuja mobilidade é a única certeza, à qual pode garantir um mínimo de instrumentalidade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_civil-constitucional
Código Civil de 1916
Pilar central: propriedade; defesa da propriedade a todo custo;
Objetivo: garantir as regras, não importando se alguma das partes estava em situação prejudicada nos contratos; aplicação mais efetiva do princípio pact sunt servanda (o que é pactuado deve ser cumprido);
Legislação: centralizada no Código Civil de 1916;
Código Civil de 2002
Pilar central: pessoa humana; ex. da evolução histórica relacionada à propriedade: ação de usucapião, que inicialmente exigia 20 anos de posse da propriedade, passando posteriormente para 15 anos, para 10 e, para alguns tipos de imóveis, para 5 anos;
Objetivo: garantir o equilíbrio das relações contratuais;
Legislação: Código Civil 2002 e microssistemas; a idéia atual é a descentralização; o CC/2002 é a legislação básica, mas existem diferentes códigos ou microssistemas que também regulam as relações civis (Estatuto da Criança e do Adolescente; Código de Defesa do Consumidor; Estatuto do Idoso, etc.).
Conceito de Contrato Constitucional: trata-se de relação jurídica subjetiva com seu núcleo na solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares da relação, como também perante terceiros (Paulo Nalim).
Negócio Jurídico:
CC Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Princípios Contratuais: orientam a elaboração de contratos, já que apenas algumas modalidades contratuais estão tipificadas no CC;
Autonomia de Vontade ou Autonomia Privada: princípio histórico, presente desde os primórdios das contratações humanas; não se trata de uma autonomia absoluta (ex.: Convenção Coletiva de Trabalho, que não atende a vontade individual de todos os afetados pela mesma); possui três premissas básicas:
Liberdade de contratar (ou não contratar);
Liberdade de escolher o outro contratante;
Liberdade de fixar o conteúdo do contrato; esta é a liberdade que mais sofre restrição, já que as grandes instituições possuem seus contratos pré-estabelecidos (contratos de adesão), não permitindo que o outro contratante discuta suas cláusulas;
Limites da liberdade de contratar: função social do contrato, dignidade da pessoa humana, entre outros (princípios absorvidos da CF/1988); alguns artigos vêm sendo chamados pela doutrina de Cláusulas Gerais de boa-fé:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Consensualismo: só existe contrato válido quando as partes determinarem livremente um acordo de vontades;
Obrigatoriedade do cumprimento
Princípio que se chama ou se chamava de Pacta sunt servanda, ou seja, os pactos devem ser cumpridos; este princípio vem sendo flexibilizado pela doutrina, pela jurisprudência e mesmo pelas novas normas legais; o Estado se preocupa com o Equilíbrio Contratual, com o equilíbrio jurídico, com o equilíbrio intelectual das partes; havendo desequilíbrios, o Estado pode ser acionado para resolvê-los;
Inadimplência >> cumprimento forçado >> expropriação patrimonial
* o CC brasileiro é estritamente patrimonial; ex.: se a parte executada não possui patrimônio, o processo judicial é ineficaz, a execução é frustrada;
Exceção: rescisão conjunta (destrato); escusa por caso fortuito ou força maior;
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Relatividade dos efeitos dos contratos: os contratos somente geram efeitos interpartis (entre aqueles que contrataram); não aproveitam e nem prejudicam terceiros;
Exemplos de Exceções: contratos recebidos por herança; contratação de artista por empresa que vende ingressos para o show, em que não há relação contratual direta entre o artista e o público;
Da Boa-fé Objetiva
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente oslimites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 51, CDC
Outras Disposições Principiológicas
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 54, CDC
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Formação dos Contratos
Manifestação de vontade: em regra geral, não depende de forma especial; pode ser: por escrito, verbal e até por gestos; pode ser tácito; obs.: o silêncio pode, em determinadas ocasiões de exceção, ser interpretado como assentimento (ex.: arts. 539, 326);
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Proposta: é a declaração de vontade emitida com a finalidade de realização de um contrato futuro (Nelson Neri Junior); regra geral: uma vez formulada, obriga o proponente; requisitos da proposta para ser válida: deve ser séria (real, razoável), completa e inequívoca; proposta é feita para particular; oferta é feita para o público em geral;
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; pessoa presente: fisicamente presente; todos aqueles meios que se conseguir se provar que naquele exato momento estão conversando presentemente (ex.: telefone, msn,chat, etc.);
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; pessoa ausente: qualquer pessoa que não esteja presente (ex.: fax, e-mail, etc.);
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; considera-se a expedição da resposta e não o seu recebimento;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Aceitação: regra geral: o proponente não pode impor a falta de resposta como aceitação; Única hipótese em que se admite a falta de resposta como aceitação da proposta: hospedagem; ex.: se um cliente faz a reserva em um hotel e o mesmo se silencia, este será obrigado a atender o cliente;
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Em alguma destas situações, nem chega a ser a aceitação;
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa (ex.: pedidos feitos para fabricante que não carecem de confirmação e a mercadoria já é enviada perante a solicitação do comprador), ou o proponente a tiver dispensado (exceção; ex.: o proponente vendedor não pode impor a quem está recebendo a proposta que deve negá-la formalmente), reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Momento da conclusão do contrato: não se trata do cumprimento do contrato e sim da sua formação;
Entre presentes: no ato da aceitação;
Entre ausentes: adotadas pelo CC, conforme art. 434, a Teoria da Expedição ou Teoria da Declaração;
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Chamado pela doutrina de Arrependimento Temporariamente Hábil;
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; permite que o proponente abra mão da Teoria da Declaração e se comprometa com a Teoria da Informação (aguardará até que a resposta seja recebida);
III - se ela não chegar no prazo convencionado. Se não chegar no prazo convencionado, quando o proponente adotou a Teoria da Informação;
Classificação dos contratos (construção doutrinária)
Contratos Unilaterais e Bilaterais: refere-se à “carga” de obrigações envolvidas e não com o número de contratantes; classificação obtida pela análise do conteúdo do contrato e não pela sua nomenclatura;
Unilateral: quando a obrigação está a cargo de uma só parte; ex.: doação não onerosa; fiança sem contraprestação; comodato (empréstimo de coisa gratuita);
Bilateral ou Sinalagmático: quando há reciprocidade de obrigações ou via dupla de obrigações e deveres; ex.: compra e venda;
Art. 392. Nos contratos benéficos (unilateral), responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
Contrato Benéfico = Unilateral
Culpa simples (stricto sensu: negligência, imprudência, imperícia): para quem tem proveito;
Dolo: a quem não favoreça
Contrato oneroso: ambos respondem por culpa (lato sensu: negligência, imprudência, imperícia + dolo)
Exceção do Contrato Não Cumprido: Exceção pode ser argüida como mecanismo de defesa;
Da Exceção de Contrato não Cumprido
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Simultaneamente exigíveis;
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Não simultaneamente exigíveis; ex.: contrato para fazer obra em que o construtor, apesar de já ter recebido várias parcelas do pagamento, ainda não começou a obra; nesta condição, o comprador da obra pode interromper o pagamento sem os ônus definidos no contrato;
No caso do art. 476, somente pode acontecer quando as prestações forem simultaneamente exigíveis (se no momento já é possível exigir a prestação e a contraprestação); não são simultaneamente exigíveis as prestações diferidas, vencíveis, ao longo do tempo (ex.: aluguel);
Cláusula Resolutória: utilizada para resolver o contrato em virtude do inadimplemento da outra parte; todos os contratos possuem a cláusula resolutória, expressamente ou não;
Da Cláusula Resolutiva
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
* Problemática: pode haver renúncia a estes direitos (exceção do contrato não cumprido e cláusula resolutória) quando há cláusula de irrevogabilidade,de irretratabilidade, de não arrependimento? Conforme art. 51, § 1º, CDC, é proibida qualquer renúncia a estes direitos nas relações entre fornecedor e consumidor. No Direito Civil (contratos entre particulares) e no Direito Administrativo pode haver a renúncia.
Contratos Gratuitos e Onerosos
Gratuitos: em regra geral são quase idênticos aos contratos unilaterais; onde apenas um contratante se beneficia; ex.: doação pura e simples, comodato, fiança gratuita, etc.;
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Apesar do conteúdo do art. 555, Gratidão (cunho moral/ético) não é considerada contraprestação, como querem alguns doutrinadores;
Onerosos: em regra geral são quase idênticos aos contratos bilaterais; ambos os contratantes “sofrem” sacrifício patrimonial;
* exceção à regra geral: contrato de mútuo com juros (empréstimo com juros), para Silvio Venosa pode ser classificado ao mesmo tempo como Unilateral e Oneroso;
Distinção: distingue-se verificando a existências de cláusulas sobre disposição patrimonial e econômico/financeiras; na classificação unilateral/bilateral a distinção está relacionada com a quantidade de obrigações entre as partes, não necessariamente financeiras;
Importância da distinção: a situação dos riscos do negócio: nos Gratuitos, o “onerado” somente responde por dolo; trata-se de uma excludente de responsabilidade quando o onerado, por culpa, destrói a coisa a ser doada antes de efetivar a doação, não sendo obrigado a restituí-la;
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Contratos Comutativos e Aleatórios: subdivisão dos contratos bilaterais e/ou onerosos;
Os Onerosos/Bilaterais podem ser: Comutativos ou Aleatórios;
Comutativos: contrato em que, desde que é formalizado, ambas as partes conhecem seus deveres e obrigações; sua característica principal é o poder de mensurar, desde o início, o ônus e o bônus do negócio celebrado; ex.: contrato de compra e venda de terreno específico de 300 m2 pelo valor de R$30.000,00;
Aleatórios: “Alea” significa sorte ou azar (a sorte de um é o azar do outro); são aqueles contratos em que no mínimo uma das prestações depende de um risco futuro e incerto, não se podendo antecipar o seu montante; há exposição recíproca das partes à possibilidade de perda/ganho; ex.: seguro de veículo, em que o segurado sabe quanto despende pelo contrato enquanto que a seguradora não tem certeza de quanto despenderá futuramente com tal contrato; jogos ou loterias também se classificam como aleatórios;
Importância da diferença: relacionada aos Vícios Redibitórios (ocultos), em que somente é possível rejeitar a coisa nos contratos comutativos;
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Diferença entre contratos condicionais e contratos aleatórios: no contrato condicional o contrato é suspenso para o mundo jurídico até que ocorra a condição; no contrato aleatório, o negócio já é válido desde que é celebrado, sendo dependente para o futuro apenas a potencial contraprestação da outra parte;
Contratos aleatórios:
Dos Contratos Aleatórios
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Risco da existência da coisa; a coisa que servirá de objeto da prestação pode vir a não existir; se houver dolo ou culpa, é nulo o contrato, pois não houve risco; ex.: contrato de compra e venda cujo objeto é produção de café feito sob os moldes do art. 458; pouco importa se o vendedor vai ou não colher o café; o risco da existência da coisa é assumido pelo comprador;
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Risco da quantidade; o adquirente assume o risco da coisa vir a existir em qualquer quantidade; a quantidade pode ser maior ou menor do que o esperado; ex.: contrato do café feito nos moldes do art. 459; o comprador firma o total da sua prestação, desde que existe algo do café, independentemente da quantidade;
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. O risco é da quantidade, não da coisa; havendo dolo ou culpa por parte do alienante, há exclusão de responsabilidade por parte do comprador;
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Coisas sujeitas ao risco de se perderem ou danificarem; coisas que nem vendedor nem comprador possuem domínio do risco envolvido; ex.: coisas vendidas em área de conflito ou de calamidade pública; tanto o vendedor como o comprador, sem domínio do risco, porém conscientes, firmam negócio de compra e venda de imóvel; neste caso, o adquirente terá que cumprir com sua prestação, independentemente do que ocorreu ou vier a ocorrer com a coisa;
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. Caso de má-fé do alienante, possuindo ciência da ocorrência do risco; risco já consumado; o contrato pode ser anulado;
2 modalidades:
Venda da Esperança: risco da própria existência da coisa; “emptio spei”;
Venda da Esperança com coisa esperada: risco da quantidade da coisa; a coisa existe ou existirá, mas em quantidade incerta; “emptio spei speratae”;
* contrato de seguro de vida: pode se dar com ou sem prazo de vigência; quando for com prazo de vigência, o evento “morte” é incerto, sendo Aleatório o contrato; quando for sem prazo de vigência, o evento “morte” deixa de ser incerto, não sendo considerado Aleatório o contrato;
* em regra geral, os contratos são Comutativos e não Aleatórios; excepcionalmente as partes podem utilizar elementos acidentais, transformando o contrato em Aleatório;
Contratos Principais e Acessórios
* o acessório segue o principal;
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
O que define se o item é Principal ou Acessório é a sua Dependência ou Independência jurídica de outro contrato;
São Principais aqueles contratos que possuem Autonomia; ex.: contrato de locação com fiador; o contrato de locação é o Principal; o contrato de fiança é o Acessório;
São Acessórios aqueles contratos que não possuem Autonomia; ex.: contrato de garantia; fiança; aval; hipoteca.
Contratos Pessoais e Impessoais
A grande maioria das obrigações é impessoal, não interessando ao credor como está sendo adimplida a obrigação; interessava ao credor simplesmente que houvesse o pagamento;
Regra geral: para o credor, a pessoa do devedor é fungível (plenamente substituível); desde que haja o adimplemento, qualquer um pode fazer;
Algumas obrigações podem ser “intuito personae” (obrigações personalíssimas); somente os envolvidos podem adimpli-lo; as obrigações personalíssimas geralmente são obrigações de fazer e de não fazer; ex.: contratação de show de artistas;
Diferença importante em caso de inadimplemento: nas obrigações personalíssimas, se a mesma não for cumprida, a única forma de resolvê-la é por meio de ressarcimentode perdas e danos; ex.: contratação de show em que o artista descumpre; nos contratos impessoais, é possível fazer o adimplemento forçado da obrigação (ex.: penhora de algum outro bem);
Contratos Típicos e Atípicos
Típicos: contratos descritos em lei;
Atípicos: contratos não descritos em lei, mas válidos perante o ordenamento jurídico; devem respeitar os princípios gerais dos contratos típicos; atualmente a regra é de que os contratos são atípicos, dadas as suas variações e combinações possíveis de tipos de contratos; os contratos atípicos mais comuns são os de hospedagem, publicidade, serviços de buffet, etc.;
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
* algumas doutrinas trazem os contratos Típicos e Atípicos por Nominados e Inominados; o nome do contrato pouco importa, importando sim o seu conteúdo;
2º BIMESTRE
Elementos que compõem a idéia da Teoria Geral dos Contratos
Elementos Essenciais (ou do plano de Existência);
Elementos Naturais (ou do plano de Validade);
Elementos Acidentais (ou do plano de Eficácia).
Elementos Essenciais (ou do plano de Existência): são os elementos sem os quais os contratos não Existem; estão caracterizados no art. 104, CC;
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
Os incapazes são aqueles que não possuem a capacidade plena para o exercício da vida civil;
São absolutamente incapazes: os menores de 16 anos; os enfermos ou com incapacidade mental (doutrina: pessoas com necessidades mentais especiais); aqueles que, ainda que transitoriamente, não puderem exprimir livremente sua manifestação de vontade;
São relativamente incapazes: os menores de 18 e maiores de 16 anos;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
Objeto lícito: tudo aquilo que não é proibido pela lei;
Objeto possível: possibilidade física e jurídica;
* importante distinguir objeto do contrato de objeto da obrigação; ex.: em um contrato de compra e venda de um imóvel, o objeto do contrato é a transferência de propriedade do imóvel e o objeto da obrigação é para o comprador a obrigação de pagar o convencionado e para o vendedor a obrigação de lavrar a escritura pública de compra e venda e possibilitar seu registro;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
* distinções entre negócio jurídico nulo e negócio jurídico anulável:
Nulo: efeito ex tunc (efeitos retroagem à data do negócio); as nulidades são imprescritíveis e podem ser decretadas em qualquer momento processual, em qualquer fase processual e até mesmo de ofício;
Anulável: efeito ex nunc (efeitos a partir da decisão judicial); são prescritíveis, sendo válido o negócio após o período de prescrição;
Elementos Naturais (ou do plano de Validade): elementos que, embora não precisam estar contidos expressamente em um contrato, são elementos naturais de uma contratação; o Direito protege e valida naturalmente tais elementos, sem a necessidade de sua inclusão expressa no contrato; basicamente são dois os elementos naturais: a responsabilidade pelos vícios redibitórios (ocultos) e a responsabilidade pela evicção (perda da coisa por sentença judicial);
ex. vício redibitório: contrato de compra e venda de veículo aparentemente em bom estado de conservação, que funde o motor 15 dias após a compra; neste tipo de contrato, não há necessidade de ser expresso que o vendedor será o responsável pelo vício redibitório, sendo-o de forma natural;
ex. evicção: contrato de compra e venda de veículo aparentemente sem gravames, em que o veículo sofre posteriormente busca e apreensão por alguma ação contra o vendedor; não há necessidade de ser expresso que o vendedor será o responsável pela evicção, sendo-o de forma natural;
Evicção:
Conceito: é a perda da coisa em virtude de decisão judicial; é a perda da coisa adquirida, total ou parcialmente, em razão de decisão judicial cuja causa seja anterior ao ato de transferência;
É uma garantia advinda da lei, não carecendo que se expresse em cláusula contratual; trata-se de obrigação do alienante para com o adquirente; é inerente aos contratos onerosos;
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
“Evictor”: é quem fica com a coisa; é o terceiro que reivindicou a propriedade da coisa;
“Evicto”: é quem perde a coisa; é aquele adquirente de boa-fé que adquiriu a coisa e a perdeu posteriormente por evicção;
Requisitos:
Defeito/vício jurídico anterior ou concomitante ao contrato;
Sentença judicial pela qual se perde o uso, posse ou propriedade; * a jurisprudência vem sendo mais flexível em relação a estes casos, admitindo que a coisa possa ser perdida também por atos administrativos e não apenas por decisão judicial; ex.: Polícia apreende veículo clonado que é de atual proprietário de boa-fé; neste caso, quem perdeu o bem se volta contra o alienante;
A evicção é sempre baseada na boa-fé objetiva;
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Intervenção do alienante no processo em que o adquirente é demandado: denunciação à lide, chamando o alienante ao processo: art. 70, I, CPC;
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Não se recomenda adotar o procedimento sugerido pelo art. 456, § Único; é mais adequado evitar a revelia;
Exclusão da responsabilidade por evicção; direito disponível: art. 448; difícil aplicação do art. 449 em função da questão probatória;
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Não se admite jurisprudencialmente o valor da evicção em valor superior ao valor da coisa.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Montante do Direito do evicto
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III- às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Pode-se constituir numa espécie de injustiça para o evicto, se a coisa adquirida se desvalorizou. A doutrina vê isso como um risco assumido pelas partes. O adquirente pode angariar tal diferença de desvalorização a partir de perdas e danos.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Opção do adquirente na evicção parcial: 1) indenização (e ficar com a coisa); 2) rescisão contratual ( com indenização por perdas e danos);
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Vícios Redibitórios
Conceito: vício oculto; vício que, pelo homem médio, não pode ser verificado no momento da conclusão do negócio; são defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria para o uso a qual é destinada e que a torna frustrada ao ponto que o contrato não teria se realizado se o defeito fosse evidente;
Requisitos:
O defeito deve ser oculto, imperceptível, aos olhos do homem médio;
O vício ou o seu nascimento é anterior à realização do negócio; não se trata do momento em que o vício se tornou aparente, pois ele poderia ter seu nascimento anterior à realização do negócio e manifestar suas conseqüências posteriormente ao negócio;
Quem causou o vício redibitório responde por suas conseqüências;
Faculdades possíveis para quem sofreu o vício redibitório (Código Civil):
Ação para redibir (desfazer) o contrato;
Ação estimatória, em que o juiz determinará os valores justos para o negócio, considerando o vício redibitório e suas conseqüências;
* no CDC também é prevista a possibilidade de exigência da substituição do produto;
Todos os contratos bilaterais possuem a responsabilidade pelo vício redibitório;
Prazos para reclamar do vício redibitório: bens móveis em 30 dias; bens imóveis em 1 ano; a interpretação doutrinária e jurisprudencial dos prazos tem sido mais protecionista em relação ao adquirente, tendo o seu início de contagem a partir do momento de ciência do vício e não do dia de realização do negócio; cada situação indicará qual o prazo justo, segundo a natureza do vício e da sua conseqüência; o prazo de contagem é decadencial;
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Elementos Acidentais (ou do plano de Eficácia): elementos que podem alterar a composição natural do contrato; o Direito admite a possibilidade de utilizá-los ou não em um contrato, segundo a livre manifestação de vontade contratual das partes; ex.: contrato de compra e venda de imóvel em que se condiciona a efetividade do negócio com a ocorrência de algum evento futuro e incerto;
Da Estipulação em Favor de Terceiros
O que é: excepciona a regra geral do Princípio da Relatividade dos Efeitos Contratuais (efeitos apenas entre as partes), já que na Estipulação em Favor de Terceiros existem três envolvidos na relação contratual, mesmo que este terceiro não tenha participado formalmente da estipulação do contrato, sendo ele atingido pelos efeitos contratuais; a prestação ou uma das prestações deste tipo de contrato é realizada em favor de terceiro que não tenha participado formalmente do contrato; ex.: contratos de seguro (carro, vida, etc.) em favor de terceiros (o seguro de veículo é conhecido de forma leiga e incorreta como “seguro contra terceiros”);
Conceito de Clóvis Beviláqua: é quando a pessoa convenciona com outra certa vantagem em benefício de terceiro, que não tomou parte no contrato;
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. O segurado não poderá dar quitação à seguradora, não poderá liberá-la da obrigação de reparar o dano do terceiro;
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
Da Promessa de Fato de Terceiro
Conceito: é normalmente relacionada às obrigações de fazer ou de não fazer (obrigações personalíssimas), já que nas obrigações de dar (obrigações fungíveis), qualquer outra pessoa poderia cumprir a obrigação; sempre que uma promessa de fato de terceiro é descumprida, resolve-se a partir de perda e danos; ex.: organizador de show promete a participação de determinado artista em certo evento;
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Caso em que o terceiro não sabia da promessa realizada;
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Caso em que o terceiro sabia da promessa realizada e anuiu com a mesma, ficando responsável por cumprir a obrigação;
Extinção do contrato
Extinção normal: no momento em queas partes cumprem suas obrigações contratuais;
Extinção a partir do Distrato: realiza-se da mesma maneira que foi feito o próprio contrato; ex.: se foi feito o contrato por algum instrumento particular, o distrato também será realizado por um instrumento particular;
Conceito de Distrato: acordo de vontades entre os contratantes a fim de extinguir o vínculo anteriormente estabelecido;
Discursiva sobre vicio redibitório... falar sobre os tipos de ação possível... prazo para bem móvel e imóvel... ver artigo que fala sobre animal...
Estipulação terceiros ou promessa de terceiros relacionada com cônjuge é nda

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