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Direito Penal I - Parte Inicial

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Parte do Código Penal – com conteúdo relacionado
Anterioridade da Lei 
        Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(Princípio da Legalidade – também constante no art. 5º, XXXIX da CF)
Aspecto político: trata-se de garantia constitucional fundamental do homem. O Tipo Penal exerce função garantidora do primado da liberdade porque, a partir do momento em que somente se pune alguém pela prática de crime previamente definido em lei, os membros da coletividade passam a ficar protegidos contra toda e qualquer invasão arbitrária do Estado em seu direito de liberdade.
Aspecto histórico: tal princípio foi traduzido na conhecida fórmula em Latim nullum crimem, nulla poena sine praevia lege por Paul Johann Feuerbach (1775), considerado o pai do Direito Penal Moderno. Originariamente, surgiu pela primeira vez na Magna Carta, documento de cunho liberatório imposto pelos barões ingleses ao Rei João Sem Terra (irmão Ricardo que possuía terras, mas era um homem voltado às guerras, enquanto seu irmão administrava o reino) no ano de 1215. Seu artigo 39 previa que nenhum homem livre poderia ser submetido a pena não prevista em lei.
Aspecto jurídico: somente haverá crime quando existir perfeita correspondência entre a conduta praticada e a previsão legal. Assim conclui-se que somente existirá crime nas hipóteses taxativamente previstas em lei.
Princípio da Reserva Legal: somente a Lei, em seu sentido mais estrito (emanada do Poder Legislativo), por meio de procedimento adequado, pode criar Tipos e impor Penas.
Obs. 1: Medida Provisória não é Lei, porque não nasce do Poder Legislativo. Tem força de Lei, mas não é fruto de representação popular. Por este motivo, jamais pode criar Tipos Penais ou Cominar Penas.
Obs. 2: o Princípio da Reserva Legal deve atender a um conceito material de conduta criminosa e não apenas formal, sob pena de ser considerado inconstitucional. Ex.: se algum crime estiver previsto em lei (formal), mas não é considerado crime pela sociedade (material), ninguém pode ser punido por cometê-lo.
Princípio da Anterioridade da Lei Penal: é necessário que a lei já esteja em vigor na data em que o fato é praticado. Um dos efeitos decorrentes da anterioridade da lei penal é a irretroatividade, pela qual a lei penal é editada para o futuro e não para o passado.
        Lei penal no tempo
        Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Irretroatividade da Lei Penal: a Constituição Federal em ser artigo 5º, XL, dispõe que a Lei Penal só retroagirá para beneficiar o acusado.
A Regra Geral é que a Lei Penal é irretroativa, ou seja, só se aplica aos casos posteriores à sua vigência. A exceção é que a Lei Penal poderá retroagir em benefício do réu.
Lei Processual: não se submete ao princípio da retroatividade em benefício do agente. Nos termos do artigo 2º do Código de Processo Penal, a norma de caráter processual, terá incidência imediata a todos os processos em andamento, pouco importando se o crime foi cometido antes ou após sua entrada em vigor ou se a inovação é ou não mais benéfica.
Por norma processual devemos entender aquela cujos efeitos repercutem diretamente sobre o processo, não tendo relação com o direito de punir do Estado.
A lei de caráter penal é toda aquela que cria, amplia, reduz ou extingue a pretensão de punir do Estado. Desse modo, normas que criam tipos penais tem natureza penal.
Quatro espécies de Lei Posterior (que podem ou não retroagir):
Abolitio criminis: lei posterior deixa de considerar um fato como criminoso (neste caso, retroage em benefício do réu);
Novatio legis in mellium (nova lei que vem para melhorar): é a lei posterior que, de qualquer modo, traz um benefício para o agente no caso concreto (retroage para beneficiar o réu);
Novatio legis in pejus (nova lei que vem em prejuízo): é a lei posterior que, de qualquer modo, agrava a situação do agente no caso concreto (não retroage);
Novatio legis incriminadora (nova lei que cria uma conduta considerada crime); não retroage.
        Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.   (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Exceções em que a Lei Posterior não retroage para beneficiar o réu: Leis de vigência temporária: art. 3º, CP; são leis auto-revogáveis e ultrativas (possibilidade que uma lei tem de regular um fato mesmo após sua revogação; a lei gruda no fato e na pessoa que o cometeu), e se dividem em duas espécies:
Lei excepcional: é aquela feita para vigorar em períodos anormais, como guerra, calamidades, etc. (sem prazo determinado de duração; condicionada a outro fato; dura enquanto durar a guerra, a calamidade, etc.);
Lei temporária: é a feita para vigorar em um período de tempo previamente fixado pelo legislador (ex.: CPMF).
Obs.: se tais leis, depois de revogadas, passassem a beneficiar o réu, não haveria respeito a ela durante seu período de vigência.
        Tempo do crime
        Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Teoria da Atividade: o crime reputa-se praticado no momento da conduta comissiva ou omissiva.
Teoria do Resultado: o crime é praticado no momento da produção do resultado.
Teoria da Ubiquidade ou Mista: o crime considera-se praticado no momento da conduta e do resultado.
O CP brasileiro adota a Teoria da Atividade.
Obs.: em matéria de prescrição, o CP adotou a Teoria do Resultado. O lapso prescricional começa a correr a partir da consumação, e não do dia em que se deu a ação delituosa.
        Territorialidade
        Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Territorialidade da Lei Penal
Em matéria de territorialidade o Brasil adotou a teoria temperada, ou seja, a lei penal brasileira é aplicada nos crimes praticados no Brasil, de modo que ninguém, seja nacional ou estrangeiro, residente ou em trânsito pelo Brasil poderá afastar-se da lei penal brasileira, salvo quando normas internacionais dispuserem em contrário.
Território Nacional
Compreende o espaço delimitado por fronteiras geográficas. Sob o aspecto jurídico, abrange todo o espaço em que o Estado exerce a sua soberania (solo, rios, lagos, mar até 12 milhas, espaço aéreo até a atmosfera, embarcações públicas brasileiras ou prestando serviços ao país em qualquer lugar que estejam, embarcações ou aeronaves privadas em alto mar ou espaço aéreo nacional;Art. 5º, § 1º, CP).
Navios e aeronaves: quando públicos, consideram-se extensão do território nacional; quando privados, também, desde que estejam em alto mar ou no espaço aéreo correspondente.
Princípio da Passagem Inocente: se um fato é cometido a bordo de navio ou avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja apenas de passagem pelo território brasileiro, não será aplicada a lei nacional se o crime não alterar em nada nossos interesses.
Hipóteses de não incidência da lei penal brasileira a crimes cometidos no Brasil:
Imunidade Diplomática: o diplomata (também as pessoas relacionadas ao diplomata) é dotado de inviolabilidade pessoal, pois não pode ser preso, nem submetido a qualquer procedimento ou processo, sem autorização do seu país (Convenção de Viena);
Imunidade Parlamentar Material: os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, em quaisquer de suas manifestações proferidas no exercício ou desempenho de suas funções. Essa inviolabilidade abrange qualquer forma de manifestação, exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função;
Inviolabilidade do Advogado: é a chamada imunidade judiciária, prevista no artigo 133 da Constituição Federal, estabelecendo que o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão.
	O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício da sua função.
        Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
De acordo com o art. 6º do CP, o lugar do crime é tanto o da conduta como o do resultado. Será, portanto, o lugar onde se deu qualquer um dos momentos para a prática do crime. A teoria adotada pelo CP é a denominada Teoria Mista. (para evitar problemas como, por exemplo, um assassinato em que o assassino atira do Paraguai e mata a vítima que está em Foz do Iguaçu, tendo, a partir da teoria adotada, a jurisdição brasileira).
        Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        I - os crimes (Extraterritorialidade Incondicionada: Inc. I): (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        II - os crimes (Extraterritorialidade Condicionada: Inc. II e § 3º):  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições (condições da Extraterritorialidade Condicionada §§ 2º e 3º): (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípio da Extraterritorialidade
Consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil.
Em respeito ao Princípio da Soberania, um país não pode impor regras jurisdicionais a outro. Nada impede, contudo, um Estado de exercer, em seu próprio território, sua jurisdição, na hipótese de crime cometido no estrangeiro. (a eficácia deste princípio depende da cooperação do outro país onde o crime foi cometido, que poderá liberar o acusado para responder a processo no Brasil ou não; não existe acordo internacional neste sentido, dependendo a eficácia de pura diplomacia ou de força bruta através de guerra).
Formas de Extraterritorialidade:
Extraterritorialidade Incondicionada: são as hipóteses descritas no inciso I do art. 7º do CP. Diz-se incondicionada porque não se subordina a qualquer condição para atingir um crime cometido fora do território nacional.
Extraterritorialidade Condicionada: são as hipóteses do inciso II e do § 3º do art. 7º do CP. Nestes casos, a lei penal só se aplica ao crime cometido no estrangeiro se satisfeitas as condições indicadas no § 2º e nas alíneas ‘a’ e ‘b’ do § 3º.
Extradição: é o instrumento político pelo qual um país envia uma pessoa que se encontra em seu território a outro Estado soberano, a fim de que neste seja julgada ou receba a imposição de uma pena já aplicada. Expulsão: tem caráter administrativo, é executado pelo Presidente da República; pode ocorrer quando algum estrangeiro é expulso do país; por exemplo, quando atentar contra os costumes ou à moral nacionais (ex. jornalista estrangeiro que escreveu que o presidente Lula é cachaceiro); nestes casos, o estrangeiro não pode mais entrar no território nacional, a não ser que satisfaça certas condições impostas em lei. Deportação: pode ocorrer quando um estrangeiro entra no território nacional sem a devida documentação (visto) que o torna apto a permanecer no país; nestes casos, o estrangeiro é devolvido ao seu país, mas não é impedido de entrar novamente no território nacional, desde que o faça com a devida autorização (visto).
Obs. 1: conforme preceito descrito no art. 5º, inc. 51 da CF, não poderá ser extraditado o brasileiro nato ou naturalizado, salvo este último, em caso de crime cometido antes da naturalização ou pela prática de tráfico de drogas.
Obs. 2: não haverá extradição de estrangeiro quando o crime imputado for de opinião ou político.
Obs. 3: somente cabe extradição nas hipóteses expressamente elencadas na lei.
Obs. 4: o fato considerado crime no estrangeiro também deve ser considerado crime no Brasil para que seja possível a extradição.
Obs. 5: não será concedida a extradição para países onde a pena de morte e a prisão perpétua são previstas, a menos que dêem garantias de que não irão aplicá-las.
Obs. 6: o tempo preso no Brasil será abatido da eventual pena imposta ao extraditando estrangeiro.
        Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil (o órgão competente para homologar no Brasil é o STJ; a homologação não entra no mérito da sentença, apenas a valida para cumprimento no país) para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;   (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A execução de uma sentença é ato de soberania e, portanto, necessita de homologação do Estado no qual se dará seu cumprimento, quando proferida por autoridade estrangeira. No Brasil, o órgão competente para dar a homologação de sentença estrangeira é o STJ.
        Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
TÍTULO II
DO CRIME
        Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão)
        § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (garante – garantidor)
        c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (ingerente)
        Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (o critério para o juiz diminuir a pena de um a dois terços é o iter criminis percorrido; quanto mais perto da consumação do crime o acusado estiver, menor será a diminuição)
        Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Princípio da Excepcionalidade: pune-se o crime culposo apenas os casos expressamente previstos no CP com cominação legal)
        Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (aplicável às 4 excludentes de ilicitude do art. 23)
        § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (vide art. 73)
        Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pelaLei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Estado de necessidade
        Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Legítima defesa
        Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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