Buscar

Direito Penal V - Parte Especial 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Direito Penal V – Parte Especial 1
Livro: Capez;
Dos Crimes Contra o Patrimônio: a partir do art. 155, CP
Patrimônio: é o complexo de relações jurídicas encabeçadas por um sujeito que tem por objeto último coisas dotadas de utilidade, isto é, de capacidade de satisfazer necessidades humanas, materiais ou espirituais.
Art. 155: Furto
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Bem jurídico protegido: Patrimônio;
Objeto material do crime de furto: coisa alheia móvel;
Tipo Objetivo ou Ação Nuclear ou Verbo do Tipo Penal:
Subtrair, que consiste em inverter o título da posse, retirar o objeto da esfera de disponibilidade e vigilância do sujeito passivo, visando para si ou para outrem. Para que haja o crime de furto é necessário o assenhoramento definitivo;
Obs. 1: a subtração pode se dar em dois contextos: 1) quando o bem é retirado da esfera de disponibilidade da vítima contra a sua vontade; 2) quando o bem é entregue espontaneamente ao agente, mas sob vigilância do ofendido, e o sujeito dele se apodera;
Obs. 2: somente a coisa móvel pode ser objeto material do crime de furto, entendida esta como toda substância corpórea, exceto a pessoa ou o cadáver, suscetível de deslocamento espacial, ou, ainda, de apreensão ou transporte. É imprescindível a existência de valor econômico ou de afeição;
Obs. 3: para que haja o crime de furto deve haver tipicidade formal + tipicidade material (o bem jurídico deve ser relevante);
Obs. 4: coisas que podem ou não ser objeto material do crime de furto:
Não pode: os bens imóveis, exceto os objetos que admitem deslocamento de um lugar a outro (aeronaves, navios, etc.); os seres humanos; bens de uso comum (luz solar, calor do sol, água da chuva, etc.), exceto se sua utilização possuir alguma forma de restrição (por ex.: energia solar de alguém, represamento de água da chuva, etc.); TV à cabo;
Pode: animais e semoventes; energia elétrica ou outras energias equiparadas; 
Obs. 5: furto de coisa ilícita: ingressa no conceito de furto a subtração de bens, ainda que ilícitos. É possível, bem por isso, reconhecer-se o crime em análise quando alguém subtrai objeto do ladrão, que o furtara do verdadeiro dono. É de ver, contudo, que a vítima é o proprietário do bem;
Tipo Subjetivo: dolo especial, consistente na intenção de subtrair com ânimo de assenhoramento definitivo;
Sujeito ativo: crime comum; pode ser praticado por qualquer agente;
Sujeito passivo: qualquer pessoa;
Consumação: nasce quando a vítima perde, ainda que momentaneamente, a livre disponibilidade sobre o bem, não se exigindo que o agente tenha a posse mansa e pacífica do objeto material (entendimento do STJ);
Tentativa: é plenamente possível, uma vez que é crime plurisubsistente;
Concurso de Crimes: quando o crime é praticado contra a mesma vítima, sendo subtraídas várias coisas, não há concurso de crimes;
Furto famélico: furto que é cometido sob a excludente de ilicitude Estado de Necessidade; apenas caracterizado quando o agente está mesmo em Estado de Necessidade por fome ou necessidade vital; quando o fato é cometido para saciar a fome ou satisfazer necessidade vital do sujeito, constituindo o único recurso que lhe resta, ter-se-á o furto famélico, ao qual se aplica a excludente de ilicitude prevista no art. 24, CP (Estado de Necessidade);
Ação Penal: pública incondicionada; competência da Justiça Comum; admite suspensão condicional do processo (pena mínima de até 1 ano);
Causa de Aumento de Pena:
 § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno (critério subjetivo, de acordo com a região do delito).
Furto Privilegiado ou Causa de Diminuição de Pena:
 § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (até 1 salário mínimo pelo entendimento do STJ; não se confunde com insignificante) a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Equiparação à Coisa Móvel: equipara-se, mas não é coisa móvel;
 § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado:
 § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
 I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
É necessário o exame de corpo de delito na coisa que foi rompida para caracterizar o furto qualificado por este inciso; é necessário que a conduta dirija-se à supressão ou destruição do obstáculo, seja ele ativo (alarme, armadilhas, etc.) ou passivo (trincos, portas, fechaduras, cofres, etc.);
 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
Com abuso de confiança: é justificada face à quebra de confiança empregada pelo agente, que dela se utilizou para reduzir a vigilância do ofendido sobre o bem e subtraí-lo. A título de exemplo de relação de confiança pode-se citar a amizade, o parentesco, relações ou referências profissionais, etc.;
Mediante fraude: cuida-se do emprego de artifício, meio enganoso usado pelo agente capaz de reduzir a vigilância da vítima e permitir a subtração do bem (ex.: pessoa se passa por agente de saúde e furta, sem a vítima perceber, alguma coisa móvel). Difere-se do Estelionato, em que a fraude visa a enganar a vítima, fazendo-a incidir em erro, para que entregue o objeto espontaneamente ao agente (ex.: pessoa que se passa por lavador de carro e recebe da vítima a posse do veículo). Difere-se da Apropriação Indébita, pois nesta, o agente já está na posse da coisa, cedida espontaneamente pela vítima, e se apropria da mesma (ex.: lavador de carro que se apropria do mesmo). 
Escalada: entende-se por escalada a utilização de via anormal para adentrar no local onde o furto será realizado. Embora a expressão indique o ato de escalar ou entrar por cima, qualquer via anormal de ingresso enseja figura da escalada (ex.: túnel);
Destreza: agilidade, rapidez, algo incomum em outras pessoas; se a vítima perceber a ação do agente, não há qualificadora pela destreza; consiste na habilidade física ou manual que permite ao agente subtrair bens sem que a vítima perceba (por ex.: batedor de carteira); esta qualificadora somente tem aplicação quando a vítima traz o bem consigo;
 III - com emprego de chave falsa;
Equipara-se: grampo, chave de fenda, enfim, qualquer mecanismo que o agente utilize para abrir o obstáculo da coisa móvel;
 IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Não importa se a pessoa que ajuda a cometer o crime é menor ou é, de alguma forma, inimputável, caracterizando de qualquer forma a qualificadora;
 § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
Escusas Absolutórias:
Os crimes praticados contra o patrimônio cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa não são puníveis quando praticados entre ascendentes ou descendentes ou entre cônjuges na constância da sociedade conjugal.
Vale lembrar, que em caso de concurso de agentes, a pessoa que não possui o parentesco responderá pelo crime.
 Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
 Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
 I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
 II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
 III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
 Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
 I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de graveameaça ou violência à pessoa;
 II - ao estranho que participa do crime.
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Furto de coisa comum
 Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
 § 1º - Somente se procede mediante representação.
 § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
* se um sócio de uma empresa subtrai um veículo da mesma, trata-se de Furto, já que este bem é da Pessoa Jurídica; se este mesmo veículo pertencesse a duas pessoas e uma destas pessoas o subtraísse, aí sim se trataria de Furto de Coisa Comum;
Elemento Objetivo ou Ação Nuclear ou Verbo do Tipo Penal: subtrair (retirar a posse com ânimo de definitividade);
Objeto Material: coisa móvel (passível de deslocamento no espaço) comum;
Elemento Subjetivo: dolo especial (vontade de praticar a conduta com fim de se assenhorar definitivamente da coisa);
Sujeito Ativo: crime próprio, que pode ser praticado apenas pelo Condômino, Co-herdeiro ou Sócio da coisa;
Sujeito Passivo: apenas o Condômino, Co-herdeiro ou Sócio da coisa;
Concurso de Agentes: admite; o terceiro que não seja condômino, co-herdeiro ou sócio também responde pelo mesmo tipo penal, pois a elementar do tipo penal pode ser transmitida entre os agentes;
Consumação: segundo entendimento do STJ, quando o sujeito ativo toma a posse da coisa comum como se dono fosse; a consumação dá-se quando a vítima perde, ainda que momentaneamente, a livre disponibilidade sobre o bem, não se exigindo que o agente tenha a posse mansa e pacífica do objeto;
Tentativa: é possível, já que se trata de um crime plurisubsistente;
Ação Penal: Pública Condicionada à representação, conforme parágrafo 1º;
Roubo
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
* A Vontade da Vítima é determinante para se diferenciar o Roubo da Extorsão; quando o agente emprega violência e só vai conseguir o resultado se a vítima quiser, trata-se de Extorsão;
Trata-se de crime complexo, em que há pluralidade de bens jurídicos protegidos;
Ação Nuclear: subtrair coisa móvel com ânimo de definitividade, empregando violência ou grave ameaça à pessoa;
Classificação do Crime de Roubo: Roubo Próprio: art. 157; Roubo Impróprio: previsto no parágrafo 1º;
Obs.: o traço peculiar entre o Roubo e o Furto, radica-se nos meios executórios empregados (no Roubo haverá a violência ou grave ameaça contra a pessoa ou aplicação de meio sub-reptício – meio que retira a capacidade de resistência da vítima);
Espécies de Violência:
Violência própria (vis absoluta): é aquela que se dá com emprego de força física contra a pessoa;
Violência imprópria (vis compulsiva): grave ameaça apta a causar o temor da vítima; grave ameaça é a promessa de mau grave e injusto (ex.: o agente aponta a arma e ameaça que vai atirar); meio sub-reptício: cuida-se daquele que reduz o sujeito passivo à incapacidade de resistir (ex.: bêbado, drogado, hipnotizado, etc.), serão caracterizados como Violência Imprópria;
Obs.: não se aplica o Princípio da Insignificância em caso de Roubo, levando em consideração o pequeno valor da coisa;
Tipo Subjetivo: dolo especial (vontade de subtrair a coisa, aplicando violência ou grave ameaça, com a intenção de se assenhorar da mesma);
Sujeito Ativo: crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: qualquer pessoa;
Consumação: com a aplicação da violência ou grave ameaça e a subtração da coisa;
Tentativa: admite, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação Penal: Pública Incondicionada;
Causa de Aumento de Pena:
 § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
 I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; existem duas teorias em relação ao conceito de “arma”; a primeira defende que não importa se a arma é de verdade ou de brinquedo, já que esta também pode causar o temor da vítima; a segunda teoria defende que o legislador foi taxativo ao escrever o termo “arma”, indicando exatamente aquela capaz de produzir os efeitos danosos (Princípio da Legalidade e da Taxatividade do Tipo Penal); esta última teoria é a adotada pelos Tribunais brasileiros); obs.: ainda que apenas um dos agentes esteja armado, esta circunstância se transfere aos demais que sabiam da sua existência;
 II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; não importa se o agente está praticando o crime com inimputáveis; sua conduta será considerada como em concurso;
 III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
 IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; se o agente não conseguiu ultrapassar a fronteira do Estado ou do País, não se aplica esta majorante e também não se trata de tentativa, apenas configurando o próprio roubo;
 V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Só se aplica esta mojorante se o período de restrição à liberdade for o suficiente para a prática do roubo; se o tempo de restrição à liberdade for muito superior ao tempo de prática do roubo, configura concurso dos crimes Roubo e Sequestro. Na majorante descrita no inciso V, ss 2º, do Art. 157, o que se pune é a privação da liberdade do ofendido, por tempo juridicamente relevante, empregada como meio executório do roubo. Quando a privação da liberdade se mantém por tempo considerável, após a consumação do crime, há concurso material entre Roubo e Sequestro.
Roubo Qualificado:
 § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; Latrocínio (é crime hediondo, mas não é julgado pelo Tribunal do Juri, já que se trata de um crime contra o Patrimônio): se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. A lesão corporal leve ou as vias de fato são consumidas pelo crime de Roubo;
Obs.: subtração consumada e homicídio tentado: existem três posições; 1) há quem entenda, nestes casos, ocorrer tentativa de latrocínio; 2) outros dizem existir roubo agravado pela lesão corporal grave se houve a mesma; 3) posição do STF: existe roubo consumado em concurso material com tentativa de homicídio;
Extorsão
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Bem jurídico protegido: patrimônio; integridade física e psíquica das pessoas;
Ação nuclear: constranger (forçar, compelir, coagir), mediante violência (integridade física) ou grave ameaça (integridade psíquica);
Obs.: a conduta do agente deve se voltar, obrigatoriamente, à obtenção de uma indevida vantagem econômica, para si ou para outrem;
Obs.: se a vantagem não for indevida, não se configura a extorsão; este caso é configurado como exercício arbitrário das próprias razões;
Diferenças entre Roubo e Extorsão: 
Quanto à Ação Nuclear: no Roubo, há Subtração; na Extorsão, há Constrangimento;
Quanto aos Meios Executórios: no Roubo, a lei prevê o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa e de recurso que reduza a vítima à incapacidade de resistência; na Extorsão, somente violência ou grave ameaça contra a pessoa;Quanto à imprescindibilidade do comportamento da vítima: no Roubo, diversamente da Extorsão, a atitude da vítima não é necessária para o êxito do desfalque patrimonial; obs.: a distinção entre Roubo e Extorsão fundamenta-se na indispensabilidade da participação da vítima no êxito para a lesão ao patrimônio;
Extorsão qualificada: semelhante ao Roubo;
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
 § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
*************** atualizar o Código... § 3º *********** conhecido como seqüestro relâmpago; vale lembrar que, para que haja a modalidade de seqüestro relâmpago, a restrição da liberdade da vítima deve ser apenas o necessário para a obtenção da vantagem; caso contrário, ou seja, se o tempo de restrição da liberdade ir além do necessário, estará configurado a extorsão em concurso material com seqüestro;
Extorsão mediante sequestro
 Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
Bem jurídico protegido: o patrimônio e, secundariamente, a liberdade de locomoção; 
Ação nuclear: seqüestrar (privar a liberdade de uma pessoa por período juridicamente relevante);
Elemento subjetivo: dolo, com fim especial de obter indevida vantagem para si ou para outrem;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: crime comum;
Consumação: crime formal, que estará configurado quando se privar a pessoa da liberdade; se o agente consegue ou não a vantagem indevida é mero exaurimento, não sendo necessário para a consumação do crime; trata-se de crime permanente, em que a consumação se protrai no tempo;
Tentativa: é possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada;
* extorsão mediante seqüestro faz parte do rol dos crimes hediondos;
Crime Qualificado:
 § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
 Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
 § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
 Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
 § 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 * esta é a maior pena prevista no Código Penal; a alteração do CP ocorreu quando aumentou a incidência dos crimes de seqüestro no Brasil;
 Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Delação Premiada: requisitos: a delação deve ser feita para uma autoridade competente (delegado, promotor de justiça, juiz, etc.); o crime deve ter sido cometido em concurso; a delação tem que ser apta a ensejar a libertação do seqüestrado;
 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
* é possível o concurso de crimes entre Formação de Quadrilha (art. 288) e a Extorsão mediante seqüestro qualificada pela qualificadora do § 1º “é cometido por bando ou quadrilha”; neste caso, segundo entendimento do STF, a consumação dos crimes dá-se em momentos diferentes, não configurando “bis in idem”;
Extorsão indireta
 Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Ex. de conduta enquadrada neste delito: exigir de alguém que confesse algum crime, gravando tal confissão, usando tal gravação como chantagem para que uma dívida seja paga;
Ex. de conduta enquadrada neste delito: agente exige que a vítima falsifique uma assinatura, lhe entregando tal falsificação, com a finalidade de, caso a vítima não lhe pague o que deve, o agente a denunciará por falsificação;
Bem jurídico protegido: patrimônio e, secundariamente, a liberdade de autodeterminação (quem assina algo em seu prejuízo, obviamente está coagida);
Ação nuclear: exigir ou receber;
Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito passivo: crime comum, podendo vitimar qualquer pessoa;
Obs.: é de fundamental importância para a caracterização do delito que o documento entregue tenha o condão de dar causa a procedimento criminal em face da vítima ou de terceiro;
Elemento subjetivo: dolo genérico;
Consumação: quando o agente exige ou recebe o documento;
Tentativa: admitida;
Ação penal: pública incondicionada, a ser julgada pela Justiça Comum;
Obs.: a Justiça Especial é competente para julgar crimes com pena máxima de até 2 anos;
Usurpação: tomar alguma coisa que não lhe pertence;
 Alteração de limites
 Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume (cerca, muro, etc.), marco (objeto natural ou artificial destinado a delimitar imóveis), ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
 Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Bem jurídico protegido: patrimônio em propriedade imóvel;
Ação nuclear: supressão ou deslocamento;
Sujeito ativo: crime próprio, podendo ser cometido apenas pelo proprietário, possuidor ou co-dono do imóvel que está sendo aumentado;
Sujeito passivo: crime próprio, podendo ser vítima apenas o vizinho do agente que comete o delito;
Elemento subjetivo: dolo específico, com o fim de se apropriar de coisa imóvel pertencente a outrem;
Consumação: com a efetiva supressão ou deslocamento do objeto demarcatório;
Tentativa: admitida, já que é crime plurisubsistente;
Ação penal: privada (§ 3º); competência do Jecrim (pena máxima não ultrapassa 2 anos); admite suspensão condicional do processo (pena mínima não ultrapassa 1 ano);
 § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem:
 Usurpação de águas
 I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; 
Bem jurídico protegido: patrimônio na forma de água;
Elemento subjetivo especial: proveito para si ou para outrem;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: aquele que tem o direito sobre a água;
Consumação: quando se desvia ou represa a água;
Tentativa: admitida;
 Esbulho possessório
 II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Ação nuclear: invadir (ingressar em terreno alheio contra a vontade de quem detém o direito sobre o mesmo);
Obs.: para que o fato constitua ilícito penal, e não mero ilícito civil, é necessário que se empregue violência ou grave ameaça contra a pessoa, ou, que o fato seja cometido com o concurso de duas ou mais pessoas;
Tipo subjetivo: dolo, com a finalidade especial de esbulho possessório (retirar a posse de outrem e passar a tê-la);
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: pessoa que exerce a posse do imóvel e, secundariamente, o proprietário do imóvel;
Ação penal: pública incondicionada;
Consumação: com a efetiva invasão do imóvel;
Tentativa: admitida, já que é crime plurisubsistente;
 § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
Supressão ou alteração de marca em animais
 Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
 Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Ação Nuclear: suprimir ou alterar; apenas será enquadrado neste crime quando ocorrer a Supressão ou Alteração; havendo mais que isso podeocorrer o enquadramento em outro crime, como o Furto, por exemplo;
Bem Jurídico Protegido: patrimônio, na forma de gado ou rebanho;
Sujeito Ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: crime comum, podendo vitimar qualquer pessoa;
Elemento Subjetivo: dolo de suprimir ou alterar;
Consumação: quando ocorre a supressão ou alteração;
Tentativa: possível, já que é crime plurisubsistente;
Ação Penal: pública incondicionada;
Dano
 Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Bem Jurídico Protegido: patrimônio, móvel ou imóvel;
Ação Nuclear: destruir, inutilizar ou deteriorar;
Elemento Subjetivo: dolo de destruir, inutilizar ou deteriorar;
Sujeito Ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito Passivo: possuidor da coisa;
Consumação: crime material, que se dá com a destruição, inutilização ou deterioração da coisa alheia;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação Penal: privada, conforme dispõe o art. 167, CP;
 Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
Dano qualificado
Art. 163 Parágrafo único - Se o crime é cometido:
 I - com violência à pessoa ou grave ameaça; se a lesão é de natureza grave ocorre concurso de crimes (dano qualificado + lesão corporal de natureza grave)
 II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
 III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista;
 IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (analisa-se o dano em relação ao patrimônio da pessoa que está sendo vitimada):
 Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
 Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Ação Nuclear: introduzir ou deixar os animais, sem o dolo de prejuízo, pois configuraria o crime de Dano;
Consumação: com o resultado de prejuízo; é crime do tipo preterdoloso (dolo ao introduzir os animais e culpa com o prejuízo causado);
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
 Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Alteração de local especialmente protegido
 Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
* os arts. 165 e 166 foram revogados tacitamente, já que possui legislação própria que trata do assunto (Lei 9605/1998);
Apropriação indébita
 Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 Aumento de pena
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
 I - em depósito necessário; previsto no art. 647 do CC (ex.: depósito pela Defesa Civil em casos de calamidade);
 II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário (Administrador Judicial), inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
 III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Ex.: Advogado que recebe dinheiro de um cliente e não faz o repasse; Funcionário público não se enquadra aqui, já que cometeria o crime de Peculato;
Bem Jurídico Protegido: patrimônio, na forma móvel;
Ação Nuclear: apropriar-se (utilizar-se de coisa móvel como se dono fosse); requisitos da apropriação:
1) a posse do agente é lícita e de boa fé;
2) a posse do agente em relação à coisa deve ser desvigiada; ex.: loca DVD e se apropria; se a apropriação fosse na loja, no descuido dos funcionários, seria Furto;
3) inversão do ânimo da posse: quando a pessoa que tem a posse começa a agir como se dono fosse (pratica atos que somente o dono praticaria e nega a devolução do bem para quem de direito);
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, já que se trata de crime comum;
Sujeito Passivo: proprietário do bem;
* prova: diferenciação entre Furto, Apropriação Indébita e Estelionato;
Elemento Subjetivo: dolo, com o fim especial de apropriar-se da coisa como se dono fosse;
* elemento objetivo é o verbo do tipo penal; elemento normativo é a previsão do crime como culposo (se a conduta do agente for normal, não haverá culpa);
Consumação: cuida-se de crime material, cuja consumação depende de resultado naturalístico no caso, a inversão do ânimo de posse, é dizer, no exato momento em que o agente resolve ter o bem como seu, visando transformar a posse em domínio;
Tentativa: possível, apesar de difícil; ex.: no momento em que o agente está a tomar algum ato de propriedade da coisa algo o impede;
Apropriação indébita previdenciária 
 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Bem Jurídico Protegido: patrimônio da Previdência Social;
Ação Nuclear: deixar de repassar, que constitui uma omissão;
Elemento Subjetivo: dolo, segundo entendimento dos Tribunais; segundo entendimento da doutrina haveria o fim especial de apropriar-se do dinheiro;
Sujeito Ativo: será aquele que tiver na posse ou detenção lícita da contribuição previdenciária; apenas os Bancos e Casas Lotéricas que recebem as faturas de Previdência, na pessoa de quem praticou o desvio; se o Banco for Público, o crime será Peculato;
Sujeito Passivo: Previdência Social;
Consumação: quando o Banco ou Casa Lotérica deixa de repassar o valor;
Tentativa: não é possível, já que se trata de crime omissivo;
Ação Penal: pública incondicionada; a Ação Penal não se inicia enquanto não se tiver encerrado o Processo Fiscal, que dirá se houve ou não o crime; a prescrição somente começa a correr do término do Processo Fiscal;
 § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; aqui são enquadradas as empresas que cobram dos funcionários a contribuição mas deixam de repassar à Previdência Social;
 II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
 III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
 § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
 § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
 I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Apropriação de coisa havida por erro, casofortuito ou força da natureza
 Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
 Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
 Apropriação de tesouro
 I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
 Apropriação de coisa achada
 II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Bem Jurídico Protegido: patrimônio;
Ação Nuclear: apropriar-se ...;
* o erro incorrido pela vítima pode ser em relação à falsa percepção da realidade sobre a pessoa, sobre a coisa ou sobre a obrigação; ex.: a vítima entrega algo para alguém que acredita ser o destinatário da coisa, não o sendo; ex.: a vítima faz depósito de R$10.000,00, quando deveria ter sido R$1.000,00; ex.: a vítima faz o pagamento de forma dupla, sem o perceber;
Elemento Subjetivo: dolo, com o fim especial do agente de agir como se dono fosse;
Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito passivo: titular do bem apropriado;
Consumação: ocorre quando o sujeito age como se dono fosse;
Tentativa: possível, apesar de difícil;
 Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo (arts. 168 e 169), aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
Art. 155 § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Estelionato
 Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Estelionato Privilegiado (no Furto, a Lei fala em pequeno valor da coisa; no Estelionato, a Lei fala em pequeno prejuízo) § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
 § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
 Disposição de coisa alheia como própria
 I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
 Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
 II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
 Defraudação de penhor
 III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
 Fraude na entrega de coisa
 IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; ex.: comerciante promete produto com determinada característica e entrega com outra;
 Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
 V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
 Fraude no pagamento por meio de cheque
 VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
* Cheque sem fundo: se o agente pagar o valor até o momento de Recebimento da Denúncia, extingue-se a punibilidade; cheque pré-datado não configura Estelionato; apenas o cheque à vista se enquadra como Estelionato; quando o agente emite cheque à vista para pagamento de dívida vencida, por entendimento jurisprudencial, não se configura o Estelionato;
 § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Bem jurídico protegido: patrimônio; alguns doutrinadores defendem que este tipo penal também protege a boa fé que deve vigorar nas relações civis;
Requisitos:
Que a vítima seja induzida ou mantida em erro; ex.: no golpe do bilhete premiado a vítima é induzida ao erro;
Que o agente se utilize de fraude como meio executório; como modalidade de fraude o legislador menciona o emprego de artifício (isto é, algum aparato material ou disfarce para modificar o aspecto de um objeto qualquer e enganar a vítima); ou meio ardil (conversa enganosa ou engodo); ou qualquer outro meio fraudulento;
O meio fraudulento tem que ser apto para enganar o homem médio;
Que procure obter vantagem ilícita, para si ou para outrem, em prejuízo alheio;
* deve-se ter cautela para não caracteriza como Estelionato ilícitos puramente civis, ou seja, decorrentes de má gerência ou administração dos negócios civis; ex.: pessoa que compra um carro e não consegue pagá-lo; será o dolo do agente que indicará se é um ilícito penal ou apenas um ilícito civil;
* a torpeza bilateral (o agente tenta passar o golpe e a pretensa vítima também tenta obter vantagens do negócio sugerido pelo agente) não retira a característica de se tratar de um ilícito penal;
Elemento subjetivo: dolo, com fim especial consistente na obtenção de vantagem ilícita para si ou para outrem;
Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito passivo: titular do patrimônio;
Consumação: crime material, que se consuma quando o agente obtém a vantagem ilícita;
Tentativa: crime plurisubsistente, admitindo a tentativa;
Ação penal: pública incondicionada, admitindo suspensão condicional do processo; a competência é da Justiça Comum Estadual, exceto se o estelionato for cometido contra Autarquia ou Órgão Público Federal, caso em que a competência será da Justiça Federal;
Duplicata simulada
 Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. 
 Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
Bem jurídico protegido: patrimônio e, em segundo lugar, a boa fé ou a presunção de veracidade que se recai sobre os títulos de crédito;
Ação nuclear: emitir (pôr em circulação);
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: crime próprio, podendo ser praticado apenas por quem possui personalidade jurídica para emitir duplicata;
Sujeito passivo: tomador da duplicata emitida ou aquele que a receber;
Consumação: quando a duplicada foi colocada em circulação, independentemente de o agente ter obtido vantagem financeira;
Tentativa: possível, apesar de difícil;
Ação penal: pública incondicionada; não admite suspensão condicional do processo;
Abuso de incapazes
 Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Bem jurídico protegido: inviolabilidade do patrimônio de incapazes;
Ação Nuclear ou Tipo Objetivo ou Verbo do Tipo Penal: o abusar tem significado de prevalecer-se do menor ou do doente mental através de negócio jurídico que lhe cause prejuízo próprio ou de terceiros;
* é imprescindível a demonstração da falta de higidez mental do ofendido ou de sua capacidade de discernimento;
Tipo subjetivo: dolo com o fim especial de causar prejuízo ao incapaz ou para terceiros;
* tipo subjetivo é sempre dolo, simples ou especial;
* culpa é elemento normativo(padrões normais); não se trata de elemento subjetivo;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: incapaz;
Consumação: por se tratar de crime formal, sua consumação se dá com a prática do ato, independentemente do efetivo prejuízo sofrido pela vítima ou da obtenção de qualquer vantagem patrimonial pelo agente ou por terceiro;
* crime material: crime que produz algum resultado material;
* crime de mera conduta: apenas a conduta consuma o crime; não produz resultado material;
* crime formal: existe a previsão de uma conduta e de um resultado; já se consuma quando ocorre a conduta, independentemente de causar o resultado;
Tentativa: a forma tentada é possível, quando o agente, com o fim de abusar do incapaz em proveito próprio ou alheio, tentar induzi-lo a praticar ato suscetível de produzir efeito jurídico, não logrando êxito por circunstâncias alheias a sua vontade;
Ação penal: pública incondicionada; competência da Justiça Comum;
Induzimento à especulação
 Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Bem jurídico protegido: patrimônio
Ação nuclear: abusar (prevalecer-se, aproveitar-se);
* jogo: contrato aleatório celebrado entre duas ou mais pessoas, que realizam determinada atividade física ou intelectual, mas cujo resultado fica condicionado à sorte dos contraentes;
* aposta: é o contrato aleatório em que o vencedor se apura dentre os contraentes cuja opinião se mostrar verdadeira ou triunfar;
* especulação com títulos ou mercadorias: refere-se ao investimento em títulos representativos de relações comerciais ou mercadorias, como, por exemplo, na compra de bens primários ou de ações no mercado mobiliário;
* operação ruinosa: é aquela em que o êxito é difícil; se o êxito for impossível, configura-se o Estelionato;
Elemento subjetivo: dolo; também exige finalidade especial, uma vez que o agente age com o ânimo de auferir proveito para si ou para terceiro;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: pessoa inexperiente, com simplicidade ou inferioridade mental;
Consumação: crime formal, consumando-se com o induzimento;
Tentativa: difícil, mas possível, por exemplo na hipótese de ação por carta;
Ação penal: pública incondicionada; competência da Justiça Comum; admite suspensão condicional do processo;
Fraude no comércio
 Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
 I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
 II - entregando uma mercadoria por outra:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
 § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
 § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Bem jurídico protegido: patrimônio e a boa-fé que deve vigorar nas relações comerciais;
Tipo subjetivo: dolo;
Consumação: se dá com a efetiva venda ou entrega da mercadoria que foi objeto do engodo;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Sujeito ativo: crime próprio, podendo ser praticado apenas por quem exerce o comércio ou prestador de serviços;
Sujeito passivo: consumidor;
Ação penal: pública incondicionada, de competência do Jecrim (pena máxima não ultrapassa 2 anos); admite-se suspensão condicional do processo; pode ser aplicado o benefício do art. 155, § 2º;
Outras fraudes
 Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
 Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
 Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Bem jurídico protegido: patrimônio;
Ação nuclear: tomar refeição, alojar em hotel, utilizar-se de meio de transporte;
* “Dia da Pendura”: não é legal; configura-se como ilícito civil; segundo a jurisprudência não é ilícito penal;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
Sujeito passivo: quem presta o serviço, seja de alimentação, alojamento ou transporte;
Consumação: crime material; se dá no momento em que o prestador do serviço sofre o prejuízo;
Tentativa: possível, se o prestador de serviço interrogar anteriormente o agente sobre sua disponibilidade financeira para pagar a conta que consumirá;
Ação penal: pública condicionada à representação, de competência do Jecrim (pena máxima não ultrapassa 2 anos); admite-se suspensão condicional do processo;
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"
 Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
* conhecimento de depósito ou “warrant”: título que afirma a existência em depósito de determinada mercadoria;
Bem jurídico protegido: patrimônio;
Ação nuclear: emitir, pôr em circulação;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: qualquer pessoa que falsifique o warrant;
Sujeito passivo: terceiro de boa-fé que recebe o título;
Consumação: quando o título é colocado em circulação;
Tentativa: não cabe;
Ação penal: pública incondicionada, com competência do JECRIM; admite SURSI;
Fraude à execução
 Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
 Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
Ação nuclear: fraudar; alienando, vendendo, transmitindo, desviando propriedade, mediante titulo judicial;
Obs: o crime em tela só existirá quando do processo de execução de título judicial ou extrajudicial iniciado, aja a fraude.
Sujeito ativo: a pessoa que é executada no processo; devedor;
Sujeito passivo: credor, exeqüente; (em segundo plano a justiça);
Consumação: quando o exeqüente tem o prejuízo;
Tentativa: plenamente possível;
Ação penal: privada, em regra; podendo ser pública incondicionada quando for uma execução da fazenda;
2º BIMESTRE
Receptação
 Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime (Receptação Própria), ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte (Receptação Imprópria):
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Bem jurídico protegido: patrimônio;
Objeto material do crime: coisa obtida através de crime (não importa que crime foi; ex.: furto, roubo, apropriação indébita, etc.); é o objeto sob o qual recai a conduta criminosa;
Sujeito ativo: qualquer pessoa; crime comum;
Sujeito passivo: o proprietário do bem receptado;
Obs.: o agente que adquire bem receptado por outrem, enquadra-se no tipo penal do art. 180, desde que saiba ser o bem produto de crime. Respondem por receptação todo aquele que o adquirir sabendo de sua origem criminosa, mesmo que a pessoa de quem comprou a coisa desconhecesse este fato.
Elemento subjetivo: dolo; para a doutrina existe o fim especial de que a coisa seja destinada para si ou para outrem;
Consumação: com a aquisição, o recebimento, o transporte, etc., sem necessidade de qualquer outro resultado;
Tentativa: possível, já que trata de crime plurisubsistente;
Obs.: ainda que extinta a punibilidade do crime de origem, ocorre o enquadramento no crime de receptação; ex.: crime de roubo prescreveu;se receptado o objeto do roubo, enquadra-se no crime do art. 180;
Obs.: não importa se quem cometeu a conduta criminosa de origem é inimputável; segundo a doutrina, quem receptar o produto originado desta conduta será enquadrado no crime do art. 180;
 § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
Modalidade Culposa
 § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
 § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
Receptação qualificada: praticamente um crime autônomo, dado sua diferenciação do crime previsto no caput; voltada para punição das quadrilhas especializadas em roubo e desmonte de veículos;
“Tipo penal misto alternativo” ou “crime de ação múltipla” ou “crime de conteúdo variado”; qualquer dos verbos que se comete, comete-se um mesmo crime;
Sujeito ativo: crime próprio; exige que seja praticado pelo comerciante, empresário, com habitualidade;
 § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: 
 Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
 § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
 § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. Há necessidade de que o agente tenha conhecimento da origem da coisa para se enquadrar nesta pena majorada;
DISPOSIÇÕES GERAIS para todos os crimes CONTRA O PATRIMÔNIO
 Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; aqui é possível fazer analogia do cônjuge com o companheiro, já que se trata de analogia em bonam partem;
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
 Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
 I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; sem aplicação, já que não há mais desquite e nem separação judicial;
 II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
 III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
 Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
 I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
 II - ao estranho que participa do crime.
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Há crítica da doutrina em relação a este inciso, já que, em geral, nesta idade ainda as pessoas possuem suas faculdades mentais e podem não desejar que certa conduta seja enquadrada como crime e denunciada pelo MP;
Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
* prejuízo Patrimonial presumível, por mais que o bem jurídico protegido de forma imediata é a Propriedade Imaterial;
Violação de direito autoral
 Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Bem jurídico protegido: propriedade imaterial: são os bens ou direitos incorpóreos (vale dizer, interesses juridicamente tutelados, com alguma expressão econômica, que representem determinada utilidade ao seu titular);
* o art. 184 é uma Norma Penal em Branco (homogênea: lei do mesmo nível), já que a Lei dos Direitos Autorais (lei 9610/1998) prevê a enumeração do que é Direito Autoral;
Ação nuclear: violar, independentemente da forma, visando ou não o lucro; violar quer dizer desrespeitar, transgredir, etc.; a Violação tanto pode ser de ordem Moral quanto Patrimonial;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: titular do direito ofendido;
Obs.: em caso de falsificação ou reprodução de obra, não é necessário que a obra falsificada seja apta a enganar o “homem médio”, eis que a pessoa que adquire obra falsificada na maioria das vezes conhece tal situação e, ainda, tal falsificação é apta a ofender o patrimônio da vítima;
Obs.: conforme a jurisprudência, não se aplica o Princípio da Insignificância, nem o Estado de Necessidade e nem o falta de Potencial Conhecimento da Ilicitude da Conduta neste crime;
Elemento subjetivo: dolo;
Figura qualificada: por causa do intuito de lucro;
 § 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 § 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. Aqui se enquadram as Locadoras, por exemplo;
 § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: Aqui se enquadram as emissoras de TV; se transmitir um filme, por exemplo, e não pagar o direito autoral, enquadra-se neste crime;
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 § 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. Baixar algo da internet para uso pessoal não se enquadraria neste crime;
Obs.: §§ 1, 2 e 3 do art. 184 exigem Elemento Subjetivo Especial, consistente na finalidade de lucro;
Consumação: no caput diante da violação (crime de mera conduta); os §§ 1, 2 e 3 são crime formal, que se consumam ainda que não ocorra o resultado desejado;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação penal:
 Art. 186. Procede-se mediante: 
 I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
 II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184;
 III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público;
 IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no §3o do art. 184.
DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Atentado contra a liberdade de trabalho
 Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
 I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Ofício: constitui a atividade de cunho predominantemente manual;
Arte: trabalhos de natureza manual, que exigem especial talento ou criatividade por parte de seu executante;
Profissão: trata-se daquela de caráter intelectual, como ocorre com os profissionais liberais;
Indústria: é a atividade de manufaturação, ou seja, de conversão de matéria-prima em outros bens;
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
 II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
* trata-se de um constrangimento ilegal especial (desdobramento do art. 146, CP);
Bem jurídico protegido: organização do trabalho; liberdade individual de se trabalhar segundo a sua vontade;
* o constrangimento ou a grave ameaça deve ser forte o suficiente para que a vítima seja realmente fragilizada e obrigada a exercer o que o agente está induzindo;
Ação nuclear: constranger, compelir, forçar alguém a fazer ou deixar de fazer algo mediante violência (física) ou grave ameaça;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: no inciso I é a pessoa que exerce ofício, arte, profissão, etc.; no caso do inciso II pode ser vítima o proprietário do estabelecimento; também pode ser sujeito passivo deste crime a pessoa jurídica, que sofre o prejuízo da conduta criminosa;
Elemento subjetivo: dolo;
Obs.: o Elemento Subjetivo é somente o dolo; segundo a doutrina, o fato de a coação dirigir-se a ações ou omissões ligadas ao Direito do Trabalho constitui elemento abrangido pelo dolo “genérico”;
Ação penal: pública incondicionada; competência do Jecrim;
Consumação: Crime Material, que exige o resultado para sua consumação (exercer ou não exercer o que o agente pretende);
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta
 Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem jurídico protegido: organização do trabalho; liberdade individual;
* Boicotagem: incidente na segunda parte do artigo;
Elemento subjetivo: dolo genérico;
Sujeito ativo: crime comum;
Sujeito passivo: pessoa física que recebe ameaça ou a pessoa jurídica que sofre prejuízos em função da conduta criminosa;
Consumação: crime material, somente consumado quando se celebra o contrato ou se deixa de comprar ou deixa de vender;
Tentativa: possível, já que é crime plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada; competência do Jecrim; admite suspensão condicional do processo;
Atentado contra a liberdade de associação
 Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Bem jurídico protegido: liberdade de associação (previsto no art. 8º da CF);
Ação nuclear: constranger, mediante violência ou grave ameaça; deve haver a determinação de qual sindicato ou associação;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: qualquer pessoa que seja constrangida a associar-se ou desassociar-se;
Consumação: trata-se de crime material, onde a consumação ocorre com a entrada ou saída forçada do sindicato ou associação;
Tentativa: possível, já que é crime material e plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada; admite-se suspensão condicional do processo; competência do Jecrim;
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem
 Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
 Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
* crime de concurso necessário;
Bem jurídico protegido: organização do trabalho;
Ação nuclear: participar (fazer-se incluir, tomar parte), praticando violência;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: qualquer pessoa que receba a violência;
Consumação: se dá com a prática do ato violento, depois de já formada a greve ou paralisação;
Tentativa: possível, se ocorre a paralisação e há tentativa de aplicação da violência e impedimento por força alheia;
Ação penal: pública incondicionada; admite suspensão condicional do processo; competência do Jecrim;
Paralisação de trabalho de interesse coletivo
 Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
* parte da doutrina entende que este artigo não foi recepcionado pela CF, já que o seu art. 8º garante o direito ao exercício da greve; por outro lado, o entendimento majoritário é de que a greve é permitida, desde que haja um número mínimo de trabalhadores para manter ativo o serviço de interesse coletivo;
Obs: a interrupção completa de um serviço ou atividade essencial é constitucionalmente vedada, inclusive sendo possível a punição criminal.
O TST já declarou, inúmeras vezes, ser abusiva a greve de serviços essenciais quando não fixados limites operacionais mínimos para o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Bem jurídico protegido: interesse público;
Ação nuclear: participar (tomar parte de algo);
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: coletividade;
Elemento subjetivo: dolo;
Consumação: trata-se de crime material, em que a paralisação da obra ou serviço é essencial para a consumação;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada; competência do Jecrim; admite suspensão condicional do processo;
Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem
 Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Bem jurídico protegido: organização do trabalho, através da atividade industrial, comercial ou agrícola;
Ação nuclear: invadir (ingressar violenta, hostil ou clandestinamente); ocupar (tomar posse);
* a Sabotagem diz respeito ao verbo Danificar;
Elemento subjetivo: dolo, com o fim especial de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho;
Consumação: trata-se de crime formal, que não exige o resultado para que seja consumado;
Tentativa: possível, na invasão, na ocupação ou no dano;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: titular do bem lesado;
Ação penal: pública incondicionada; competência da Justiça Comum; admite suspensão condicional do processo;
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
 Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
 Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
 § 1º Na mesma pena incorre quem:I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
 II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.
 § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
Bem jurídico protegido: organização do trabalho, liberdade individual;
Ação nuclear: frustrar (impedir, iludir, desviar), mediante fraude ou violência;
* pagamento a funcionário “por fora” poderia ser enquadrado neste crime;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: crime comum; porém, em regra, é cometido pelo empregador;
Sujeito passivo: crime comum; porém, em regra, é cometido contra o empregado; também pode ser vítima aquela pessoa que sofre a violência;
Consumação: trata-se de crime material, onde a consumação se dá com a efetiva frustração do direito;
Tentativa: possível, já que se trata de crime material e plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada; competência do Jecrim;
Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho
 Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
* não recepcionado pela CF/1988, já que foi equiparado o trabalho para empresa estrangeira com empresa brasileira;
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa
 Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
* atividade: aquelas que necessitam autorização para serem exercidas;
* decisão administrativa: decisão tomada por órgão Administrativo; ex.: CRM, OAB, etc.; Ex.: praticar a advocacia estando com o registro profissional suspenso;
Bem jurídico protegido: organização do trabalho; autoridade e eficácia das decisões administrativas;
Ação nuclear: exercer atividade;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: pessoa que exerce atividade regulada por algum órgão administrativo; a pessoa somente responde por este crime se foi condenada administrativamente com trânsito em julgado;
Sujeito passivo: órgão da administração que aplicou a penalidade;
Consumação: crime material, cometido quando o profissional exerce a atividade que está suspenso;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada; admite suspensão condicional do processo; competência do Jecrim;
Aliciamento para o fim de emigração
 Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. 
 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Bem jurídico protegido: organização do trabalho; boa-fé na relação contratual;
Ação nuclear: recrutar (aliciar, angariar), mediante fraude;
Elemento subjetivo: dolo, com o fim especial de levar o trabalhador para fora do país;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: qualquer pessoa; deve ser 2 ou mais trabalhadores para se consumar este crime;
Consumação: trata-se de um crime formal; a consumação ocorre com o recrutamento dos empregados, independentemente de sua efetiva ida ao exterior para trabalhar;
Tentativa: possível, quando o aliciador tenta o recrutamento e não o consegue;
Ação penal: pública incondicionada;
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional
 Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
 Pena - detenção de um a três anos, e multa.
 § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.
 § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
* a doutrina não considera a conduta prevista no caput do art. 207 como atitude criminosa; a previsão do § 1º é entendida como crime pela doutrina;
* os outros detalhes do crime são semelhantes aos do art. 206, com a diferença de que neste trata-se de local estrangeiro, enquanto que no art. 207 trata-se de território nacional;
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
 Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
 Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Bem jurídico protegido: sentimento religioso;
Ação penal: pública incondicionada;
Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa
Ação nuclear: segundo a doutrina há 3 tipos penais inclusos no art. 208;
Escarnecer: zombar, achincalhar, caçoar, ridicularizar ostensivamente (publicamente) alguém em razão de sua religiosidade;
A ofensa deve estar com questões ligadas à crença ou função religiosa;
Elemento subjetivo: dolo;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: qualquer pessoa que faça parte da religião zombada;
Consumação: se dá quando ocorre o xingamento, zombaria, etc.;
Tentativa: possível, desde que não seja de forma verbal;
Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso
Ação nuclear: impedir (obstar, interromper); perturbar (incomodar);
Elemento subjetivo: dolo, com o fim especial de perturbar...;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: coletividade;
Consumação: quando ocorre a conduta;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso
Ação nuclear: vilipendiar (desprezar; tratar de maneira vil; humilhar);
Elemento subjetivo: dolo, com o fim especial de ofensa ao objeto de culto religioso;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: coletividade;
Consumação: crime material, que exige uma real ofensa ao objeto para que seja consumado;
Tentativa: admite, já que se trata de crime plurisubsistente;
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
 Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
 Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Bem jurídico protegido: respeito ao morto;
Ação nuclear: impedir (conduta que se configura barreira para a realização de algo) ou perturbar;
Elemento subjetivo: para Noronha e Mirabete é o dolo, com o fim especial de tumultuar o enterro ou cerimônia funerária; para Capez, Nucci, etc., é apenas o dolo;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: coletividade, pelo entendimento da doutrina majoritária; também há o entendimento de que quem é vítima deste tipo de crime são os familiares ou amigos do morto;
Consumação: crime material, que se dá com o impedimento ou perturbação;
Tentativa: possível, na hipótese de impedimento;
Ação penal: pública incondicionada;
Violação de sepultura
 Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Bem jurídico protegido: respeito ao morto;
Ação nuclear: violar, profanar;
Elemento subjetivo: no ato de profanar: dolo, com o fim de desprezar, humilhar, aviltar a memória do morto; no ato deviolar: dolo;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: coletividade, pelo entendimento da doutrina majoritária; também há o entendimento de que quem é vítima deste tipo de crime são os familiares ou amigos do morto;
Consumação: crime material, que se consuma quando se viola ou profana;
Tentativa: possível, já que se trata de crime plurisubsistente;
Ação penal: pública incondicionada;
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
 Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
* quando o crime visa algo patrimonial, configura como Furto e não como o delito previsto neste tipo penal;
Bem jurídico protegido: respeito contra os mortos (assim como os anteriores);
Ação nuclear: destruir, subtrair ou ocultar o cadáver (normalmente esse crime ocorre após homicídios);
Elemento subjetivo: dolo, não precisa de dolo especial segundo Noronha;
Sujeito ativo: qualquer pessoa;
Sujeito passivo: mesmo do anterior;
Consumação: quando ocorre o verbo em si;
Tentativa: admite tentativa, exceto no caso de ocultar;
Ação penal: pública incondicionada;
Vilipêndio a cadáver
 Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
 Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Bem Jurídico protegido: respeito aos mortos;
Ação nuclear: vilipendiar;
Elemento subjetivo: segundo a doutrina não exigi nenhum elemento de dolo especial
* demais itens conforme tipo penal anterior;

Outros materiais