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Filosofia do Direito - Livro - Introdução à Filosofia do Direito - Gustav Radbruch - Fragmentos

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A Idéia de Direito
Justiça
Foco Axiológico do legislador a partir do Direito Positivo: Justiça
Justiça – 1ª distinção
Justiça Subjetiva: virtude ou qualidade pessoal (ex. o Juiz justo); a Justiça Subjetiva é a intenção que conduz à realização da Justiça Objetiva; forma secundária de justiça;
Justiça Objetiva: proveniente de fatos do relacionamento entre pessoas (ex. preço justo em algum negócio realizado); forma primária de justiça;
Justiça – 2ª distinção
Juridicidade: a Justiça como parâmetro do Direito Positivo; Justiça do Juiz; abrange todas as normas e princípios que formam o ordenamento jurídico e não apenas as leis; http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8001
Justiça em Sentido Estrito: Justiça como idéia anterior e superior à lei; Justiça do Legislador. ??????? complementar este conceito...
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido universal). http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a
Foco do trabalho:
Justiça Objetiva
Justiça em Sentido Estrito
Cerne do conceito Justiça: Idéia de Igualdade
Justiça para Aristóteles: identifica duas formas de justiça, baseadas em diferentes formas de Igualdade:
Justiça Comutativa (justitia commutativa): Igualdade Absoluta entre prestação e contraprestação, por exemplo, entre mercadoria e preço, dano e indenização, culpa e pena. Própria do Direito Privado (pressupõe a existência de duas pessoas juridicamente equiparáveis);
Justiça Distributiva (justitia distributiva): Proporcionalidade no tratamento dado a diversas pessoas, por exemplo, a diferenciação da carga tributária entre as pessoas em função de sua capacidade contributiva, a promoção das pessoas em função da antiguidade no serviço e o mérito. Própria do Direito Público (pressupõe a existência de ao menos três pessoas, uma colocada em nível superior que impõe encargos ou distribui benefícios a duas outras, a ela subordinadas).
* Embora a justiça, sob a sua forma dupla, seja, como o Bem, a Verdade e a Beleza, um valor absoluto, não derivável de outro que lhe seja superior, nem sempre a igualdade que nela está implícita apóia-se psicologicamente em motivação ética. A igualdade pode ser aspiração dos invejosos, que almejam os mesmos favores dos privilegiados; dos despeitados, que pretendem o rebaixamento dos demais; dos perversos, felizes ao assistir a desgraça dos outros; dos vingativos, que desejam aos outros os mesmos males que sofreram. Por isso a realização da Justiça é, em realidade, um exemplo na “lista de idéias” (Hegel) que se utilizam da paixão para realizar-se.
Essência do conceito Justiça:
Equidade (tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida da sua desigualdade);
Este conceito não responde: 1) quem são os iguais e os desiguais e 2) como devem ser tratados os iguais e os desiguais;
Utopia a ser perseguida em cada caso concreto, visando à individualização da Justiça;
Justiça é a Forma (tratamento igual e proporcional a todos, conforme suas características subjetivas), não o Sistema Penal (cominação de penas da mais grave a menos grave de acordo com o delito) em si;
O conteúdo da Regulamentação Jurídica não é proveniente da Justiça e sim do Princípio da Finalidade, também compreendido na “Idéia do Direito”.
A Conformidade Aos Fins
Fins do Direito: a idéia do dever ser; o conceito de Justiça pertence à Filosofia do Direito, enquanto o conceito de Fins do Direito deve ser buscado da Ética (Teoria dos Deveres e Teoria dos Bens). Bens morais são valores, cujo conteúdo forma os deveres morais. Os Fins do Direito podem estar referidos tanto aos bens morais quanto aos deveres morais.
Teoria dos Bens Morais: distingue três espécies de valores, de acordo com a essência de seus portadores:
Pessoa Individualmente Considerada > Sistema de Valores Individualista > Forma de Convívio Sociedade Individualista > O ideal individualista, a Liberdade, gerou o partido político liberal e assumiu as formas democráticas e socialistas;
Pessoa Jurídica > Sistema de Valores Supra-individualista > Forma de Convívio Coletividade Supra-individualista > Dá fundamentação aos partidos Autoritários e Conservadores, sendo os interesses do Estado superiores até mesmo que os interesses da maioria dos seus cidadãos;
Bem de Cultura > Sistema de Valores Transpersonalista > Forma de Convívio Comunidade Trans-pessoal > Não influenciou a doutrina de nenhum partido político.
* Os ideais dessas três formas de convivência humana são simbolizados por três palavras: Liberdade, Poder e Cultura.
A Segurança Jurídica
Colocada a questão sobre os Fins do Direito a partir dos bens éticos, deveria terminar mesmo no relativismo. Uma vez que não se pode definir o que seja o Direito Justo, torna-se necessário estabelecê-lo através de um poder capaz de impor o que foi estabelecido. É o que justifica o Direito Positivo, pois a segurança jurídica só pode ser obtida através da positividade do Direito. Assim surge, como terceiro elemento da Idéia de Direito, a Segurança Jurídica.
Segurança Jurídica não se confunde com a segurança que se obtém através do Direito, tal como a garantia de vida contra o assassinato e o roubo – implícita no conceito de fins do Direito – mas refere-se à segurança do Direito em si mesmo, o que exige o implemento de quatro condições:
Que o Direito seja positivado, isto é, conste nas leis;
Que ele seja seguro, isto é, esteja fundamentado em fatos e não confiado ao juízo de valor do Juiz no caso concreto, a partir de cláusulas gerais como “boa fé” ou “bons costumes”;
Que os fatos que fundamentam o Direito ofereçam possibilidade mínima de erro e sejam praticáveis, para o que, por vezes, torna-se necessário aceitar suas manifestações, isto é, substituí-los por suas manifestações anteriores, como, por exemplo, determinar a capacidade de ação não a partir da maturidade psíquica do agente, mas sim a partir de determinado limite de idade igual para todos;
Que o Direito Positivo não seja facilmente mutável, não estando sujeito a uma legislação oportunística que possibilite dar forma de lei a cada caso concreto sem nenhuma dificuldade. É por isso que constituem garantia de Segurança Jurídica os “pesos e contrapesos”, a divisão de poderes e a cautela do aparelho parlamentar.
* A Segurança Jurídica pode levar com que situações originalmente ilícitas se tornem lícitas. São exemplos disso: o usucapião; a prescrição de uma sentença injusta; a revolução, que é ilícita no ordenamento jurídico até então vigente e passa a ser lícita uma vez que o governo revolucionário alcança legitimidade para impor uma nova ordem jurídica.
A Hierarquia das Idéias de Valor
A Justiça é a Idéia de Direito que deve solucionar conflitos entre a individualidade e a coletividade. Ela até precede a Finalidade. Também a Segurança Jurídica é anterior à visão Finalística, uma vez que esta não pode ser estabelecida com validade universal.
Conflito definitivo se estabelece entre Justiça e Segurança Jurídica, uma vez que a idéia de Segurança Jurídica exige que o Direito Positivo seja aplicado mesmo quando injusto; sua aplicação hoje e amanhã, a uns e outros, constitui um respeito à igualdade, que é a essência da Justiça; sob a perspectiva da Justiça, se o injusto é distribuído entre todos de forma igual, está restabelecida a Justiça, pois injusto seria o tratamento desigual.

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