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Processo Civil IV – Medidas Cautelares Prof. Ramiro Bibliografia: Wambier – Manual de Processo Civil; Humberto Teodoro Junior; Ovídio Batista da Silva; Previsão Constitucional das medidas cautelares: art. 5º, XXXV XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Previsão Processual: arts. 796 a 889 do CPC; Razão de ser do Processo Cautelar: evitar que algum direito seja agredido; existe para garantir a efetividade dos Processos de Conhecimento e Execução (preserva o bem envolvido na lide ou os meios de compensá-lo financeiramente); Medida Cautelar (Wambier): pegar definicao no livro... Consequências da improcedência da ação principal quando foi obtida medida cautelar: Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente. Conflitos que envolvem Tutela de Urgência: Medida Cautelar: visa à garantia do futuro; ex.: processo de execução em que a parte ré está dilapidando seu patrimônio e coloca em risco o pagamento da dívida; Antecipação de Tutela: visa à antecipação do efeito da decisão futura; ex.: cirurgia de urgência não autorizada pelo plano de saúde; * Processo Cautelar: Cognição sumária; Processo de Conhecimento: Cognição exauriente; Cognição: Sumária: decisão em que o juiz analisa os fatos/direitos com menor profundidade; ocorre nos processos cautelares; Exauriente: decisão em que o juiz esgota os meios de convencimento possíveis; ocorre nos demais processos; Requisitos das Medidas Cautelares: Fumus boni iuris: fumaça do bom direito; aparência do direito; verossimilhança do direito; Priculun in mora: perigo da demora se não concedido urgentemente a tutela; * em sua decisão, o juiz sempre levará em consideração a proporcionalidade, atentando para o risco e o dano potencialmente envolvidos; Conceitos: Ação cautelar: direito público subjetivo de provocar o Estado a um direito de proteção; Processo cautelar: é o mecanismo que se desenvolve a ação (mecanismo); Medida cautelar: é uma providência ou atitude que o juiz toma para proteger a pessoa; é a natureza da tutela jurisdicional, o tipo de processo; Liminar: é uma decisão provisória do juiz para tutelar algum direito; em qualquer momento pode ser aumentada, diminuída ou revogada; é o momento em que uma medida cautelar é deferida, neste caso, no início da lide; Características / Princípios do Processo Cautelar Preventividade: prevenção para que não ocorra algum dano ao direito que se pleiteia; ex.: cautelar para que se proíba o sacrifício dos animais de um pecuarista pelo poder público, sob a alegação que tais animais estejam infectados por alguma doença; Urgência: a cautelar se presta a tutelar o direito que está prestes a sofrer dano; aqui se configura o periculun in mora; Instrumentalidade (acessoriedade): o processo cautelar não existe por si só; ele é sempre instrumento, acessório do processo principal; Art. 809. Os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal. Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor. Provisoriedade (revogabilidade): a cautela é sempre provisória, podendo ser revogada a qualquer tempo; Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. Fungibilidade: em eventual erro na interposição da medida cautelar ou da antecipação de tutela, presentes os pressupostos respectivos, o juízo pode aceitar o pedido como sendo o correto; Art. 273 § 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. Autonomia: o processo cautelar tem procedimento próprio (prazos, regramentos, etc.); Cognição sumária: a decisão do juízo ocorre sem que estejam esgotados os meios possíveis de convencimento; o juiz profere rapidamente a decisão, em função da urgência necessária à garantia do direito ameaçado; Dever-poder Poder: mecanismos conforme ao modelo constitucional do Direito Processual, aptos a alcançar resultado; Dever: a tutela (proteção) é impositiva; não há espaço para discricionariedade; *** atendidos os pressupostos necessários, o juiz deverá conceder a medida cautelar; trata-se de um direito subjetivo da parte; Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação. Classificação das Medidas Cautelares Tipicidade: Nominadas (art. 813 até 889) e Inominadas (baseadas no art. 798: Poder Geral de Cautela); Momento: Preparatória ou Incidental; Objeto: Bens Reais (ex.: Arresto); Pessoais (ex.: guarda, separação de corpos); ou Sobre Produção de Provas (ex.: perícia antecipada); Procedimento no Processo Cautelar As regras gerais do CPC são aplicadas subsidiariamente ao Processo Cautelar; Ação cautelar preparatória: a medida é preparatória para um processo a ser interposto; Ação cautelar incidental: quando já tem um processo em andamento; Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente. Competência: sempre o juiz competente para julgar o processo principal; Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal. Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal. Petição inicial: deve ser construída de acordo com o art. 282 cumulado com o art. 801; Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu. Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará: I - a autoridade judiciária, a que for dirigida; II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido; III - a lide e seu fundamento; A lide em causa num processo cautelar é a busca de atos judiciais que protejam/garantam o direito que se pleiteia ou se pleiteará numa ação principal; Deve-se fazer referência à lide relacionada ao processo principal, demonstrando a acessoriedade da medida cautelar; IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão; Deve-se demonstrar ao juiz que a outra parte está a praticar atos que colocam em risco o direito que se pleiteia ou se pleiteará; deve-se demonstrar o risco de dano; V - as provas que serão produzidas. Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do no III senão quando a medida cautelar for requerida em procedimento preparatório. Liminar: possibilidade de o juiz conceder antes aquilo que somente seria decidido na sentença; pode ser concedida a qualquer momento; Inaudita altera parte (sem ouvir a parte contrária) é medida excepcional; em regra, se ouve a parte contrária; excepcionalmente, a medida pode serconcedida sem ouvir a outra parte, se demonstrada: urgência tamanha e risco de agravamento se ouvir a outra parte; Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer. Eficácia: até o final da ação principal, mas poderá ser modificada ou revogada a qualquer tempo; Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório. Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar: I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806; II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias; III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito. * Princípio da Acessoriedade Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento. Citação / defesa: a defesa do réu ocorrerá em 5 dias; análise cumulada dos arts. 219, 188 e 191; Sentença: pode ocorrer com ou sem julgamento do mérito; Recurso: cabe apelação; Coisa julgada: a medida cautelar não faz coisa julgada material, apenas formal; Arresto Trata-se de uma apreensão cautelar dos bens daquela pessoa sobre a qual existem evidências de que não cumprirá as obrigações que assumiu; Objetivo: garantir a utilidade/efetividade de uma futura execução por quantia; bloqueiam-se tantos bens quanto bastem para garantir a execução; Eficácia: até a propositura da ação principal; Pode ser um processo preparatório ou um incidente processual; Cabimento Art. 813. O arresto tem lugar: I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II - quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores; III - quando o devedor, que possui bens de raiz (imóvel), intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; IV - nos demais casos expressos em lei. * alienar: vender, dar em garantia, dispor, comprometer o bem, etc.; Requisitos: Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: I - prova literal da dívida líquida e certa; II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. Justificação prévia ao deferimento do arresto: Art. 815. A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas. Casos em que não há necessidade de justificação prévia: Art. 816. O juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia: I - quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei; II - se o credor prestar caução (art. 804). Arresto X Processo Principal: Art. 817. Ressalvado o disposto no art. 810, a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal. Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora. Suspensão da execução do arresto: Art. 819. Ficará suspensa a execução do arresto se o devedor: I - tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas; II - der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas. Término do arreto: Art. 820. Cessa o arresto: I - pelo pagamento; II - pela novação; III - pela transação. Seqüestro Conceito: apreensão cautelar de bem determinado e objeto do litígio, com o fim de preservar sua integridade e garantir a efetividade do processo principal; Características: Bem determinado; Bem litigioso; Garantia de futura execução para entrega de coisa; Momento: pode ser precedente à execução ou ser um incidente na execução; Objeto: art. 822; Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro: I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações; II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar; III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando; IV - nos demais casos expressos em lei. Requisitos: Temor de dano jurídico; Interesse na preservação do bem; Alienação do bem penhorado/seqüestrado: constitui fraude à execução, ou seja, a alienação não produz efeitos em relação ao credor; Caução Previsão: arts. 826 a 838; Trata-se de garantia de uma obrigação; Doutrinariamente entende-se que caução não tem natureza cautelar; em alguns momentos é cautelar e em outros momentos não; Tipos de caução: Legal: caução que decorre da lei; ex.: participação em licitações; Negocial: caução decorrente de ajuste entre as partes; ex.: hipoteca, penhor, fiança; Processual: aquela que ocorre dentro do processo; Caução Real: garantia prestada a partir de um bem; hipoteca, anticrese, etc.; Fidejussória: fiança; garantia prestada por terceiros; Cauções cautelares: aquela que o juiz determina como forma de afastar a urgência e prevenir o risco; exige os requisitos das medidas cautelares; procedimento: art. 786; Cauções não cautelares: procedimento do art. 826; são aquelas não relacionadas com o afastamento de perigo que recai sobre o direito discutido na ação principal; 2º BIMESTRE Exibição Conceito: permitir o acesso a documento ou coisa que esteja em posse de outro; Previsão: Exibição Incidental de Documento ou Coisa: arts. 355 a 363 e 381/382 do CPC; Medida cautelar preparatória: art. 844 do CPC; Espécies: Exibição incidental de documento ou coisa; Ação cautelar de exibição: tratamento procedimental dos arts. 355 e seguintes; Ação autônoma/principal: o autor pede a exibição sem se referir a outro processo; De coisa móvel: de coisa que repute sua; que tenha interesse em conhecer; De documentos: o documento deve ser próprio ou comum; deve estar em poder de co-interessado, sócio ou condômino; De escrituração: o acesso de pessoas a documentos depende de previsão legal; em um banco, por ex., o gerente não é obrigado a fornecer acesso a documentos ao fiscal da receita (não há lei que autorize, dependendo de decisão judicial); Produção Antecipada de Provas Previsão: a partir do art. 846 do CPC; Medida cautelar que o juiz defere com oobjetivo de produzir provas antes do tempo processual certo, não configurando causa de nulidade do processo; a prova é, em regra, produzida no momento da instrução; havendo urgência na produção das provas, poderá o juiz deferir sua produção antecipada; exs.: oitiva antecipada da testemunha que possui doença terminal, perícia sobre prova que pode desaparecer, etc.; Procedimento: Petição inicial (cumprindo os requisitos dos arts. 282 e 801); deve haver justificativa sumária na inicial (art. 848); deve haver pedido e causa de pedir na inicial; Citação do réu para que acompanhe a produção da prova; Sentença: não valora o mérito, apenas dá encerramento formal ao processo cautelar, dizendo que a prova foi produzida de forma válida ou não; * Parte interrogada: não tem obrigação de dizer a verdade; * Testemunha inquirida: tem obrigação de dizer a verdade; Busca e Apreensão Previsão: arts. 839 a 843 do CPC; Conceito: procurar e apreender determinado objeto; Espécies: Reais: busca e apreensão de coisas; Pessoais: busca e apreensão de pessoas; Objeto: coisas ou pessoas (incapazes, interditados, menores); Modalidades: Preparatória: acontece como preparo de outra ação; Incidental: acontece dentro de um processo em curso; Autônoma: fenômeno que se esgota em si mesmo; ocorreu a busca e apreensão, termina a lide; Distinções: Arresto e Sequestro tratam de apreensão de bens; Busca e Apreensão possui uma amplitude maior, podendo apreender pessoas; Arresto visa à apreensão de bens suficientes à garantia da execução; Sequestro visa à apreensão de bem determinado, que é objeto de litígio; No Arresto, não se sabe onde está o bem; no Sequestro, sabe-se exatamente a localização do bem; na Busca e Apreensão deve-se indicar com riqueza de detalhes qual é o bem a ser apreendido, sendo que nem sempre se saberá onde este bem estará localizado, sempre sendo necessário procurar pelo bem; No Arresto e no Sequestro, em regra, o juiz nomeará um depositário; na Busca e Apreensão, já no mandado o juiz destinará o bem; Alimentos Provisionais Previsão: a partir do art. 852 do CPC; Destinados ao atendimento das necessidades básicas da pessoa; é tudo aquilo que contemple as necessidades básicas da pessoa; ex.: alimentos, transporte, medicamentos, moradia, etc.; Origem do direito dos alimentos: Direito de Família; Ato ilícito; ex.: acidente de trânsito; Contrato; Os alimentos provisionais são aqueles que podem ser executados na forma do art. 733 (parentesco, casamento, união estável); Distinções: Alimentos provisórios: são aqueles decorrentes da Lei de Alimentos (5478/1968); são obtidos liminarmente; exigem provas pré-constituídas; Alimentos provisionais: não decorrentes da Lei de Alimentos (5478/1968); são obtidos em medida cautelar (preventiva ou incidental) em ação de separação judicial, divórcio, nulidade ou anulação de casamento; submetem-se aos requisitos da medida cautelar (FBI e PIM); são destinados à mantença da parte até o final do processo principal; * os requisitos e procedimentos são diferentes; a depender da forma como se interpela judicialmente, é possível que não se obtenha a tutela jurisdicional pretendida; Arrolamento de Bens Previsão: a partir do art. 855 do CPC; Conceito: é o meio de se arrolar (relacionar) os bens que compõem um determinado patrimônio; consiste na enumeração de bens, para que se possa conhecer quais aqueles que integram o patrimônio da parte contrária, e na nomeação de um depositário que fique encarregado da conservação destes bens; não implica em modificação da propriedade ou da posse; ex. de situações em que se aplica: conflitos societários, divórcio, etc.; é utilizada esta medida como meio de garantir a satisfação direitos futuros; Justificação Previsão: a partir do art. 861 do CPC; Conceito: trata-se de simples documentação; é a produção de prova judicial de algum fato ocorrido ou de uma relação jurídica (quando dois universos jurídicos se entrelaçam, interessando ao direito); Procedimento: demonstra-se na inicial qual o fato ou relação jurídica que se quer documentar e o juiz, se deferir o pedido, permitirá que ocorra a produção judicial da prova desejada; devem ser citados todos os interessados, para que estes acompanhem a produção da justificação, através de audiência; a materialização da audiência ocorrerá a partir de uma ata, que será o documento hábil a comprovar o fato ou relação jurídica que se queria comprovar; a sentença da justificação é de natureza meramente homologatória; Competência: a ação deve ser proposta no domicílio do interessado ou onde tenham ocorrido os fatos; Na petição inicial o autor expõe sua intenção indicando o fato ou relação jurídica que será documentada; Se o juiz deferir a justificação, determinará a citação dos interessados, apenas para acompanhar a produção da prova; apesar de citados, os interessados não podem apresentar defesa, que é incompatível com este tipo de processo; Na audiência, as testemunhas são inquiridas e podem ser contraditadas; Produzida a prova, o juiz profere sentença homologatória; * contraditar a testemunha: se opor à testemunha, indicando algum impedimento ou suspeição ou incapacidade desta; pode-se alegar, por exemplo, que a testemunha possui parentesco com algum interessado ou que esta está agindo de forma corrompida, etc.; o juiz pode, ainda assim, ouvir a testemunha na qualidade de informante; Protestos, Notificações e Interpelações Previsão: a partir do art. 867 do CPC; Não tem natureza de medida cautelar; podem ser propostas até extrajudicialmente; não tem finalidade conservativa; não exigem a presença de fumus boni iuris e nem de periculun in mora; Servem para transmitir a outra pessoa determinada vontade do demandante; busca informar/instrumentalizar/dar forma/informar o demandado; ex.: o demandante não quer entrar com ação de execução e interpõe um protesto para forçar o demandado a pagar a dívida sem a necessidade de proposição da execução; Protesto: trata-se de uma reclamação; busca a prevenção de responsabilidade; Notificação: serve para documentar uma intenção; Interpelação: o demandante exigirá determinada atitude do demandado; A distinção entre os três institutos acima é meramente de ordem terminológica; O procedimento para qualquer das medidas é o mesmo; Em regra, a medida é deferida; porém, prevê o art. 869 que, quando ausentes fundamentos justificadores, ocorre o indeferimento; Esgota a sua missão a transmissão (do protesto, da notificação ou da interpelação); não há debate; não há decisão de mérito; Homologação do Penhor Legal Previsão: a partir do art. 874 do CPC; Finalidade: serve para o credor buscar judicialmente a homologação de penhor de bem que tomou do devedor por conta própria, sem intervenção judicial; se deferido, o juiz homologará o penhor realizado pelo demandante; ex.: na hipótese de o hóspede querer sair do hotel sem pagar a conta, pode este tomar algum bem do hóspede até que a conta seja paga; Condição: deve haver previsão em lei que permita a tomada do bem em penhor pelo credor; Da Posse em Nome do Nascituro CC, Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Art. 877. A mulher que, para garantia dos direitos do filho nascituro, quiser provar seu estado de gravidez, requererá ao juiz que, ouvido o órgão do Ministério Público, mande examiná-la por um médico de sua nomeação. § 1o O requerimento será instruído com a certidão de óbito da pessoa, de quem o nascituro é sucessor. § 2o Será dispensado o exame se os herdeiros do falecido aceitarem a declaração da requerente. § 3o Em caso algum a falta do exame prejudicará os direitos do nascituro. Art. 878. Apresentado o laudo que reconheça a gravidez, o juiz, por sentença, declarará a requerente investida na posse dos direitos que assistamao nascituro. Parágrafo único. Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, o juiz nomeará curador ao nascituro. Situação: quando a mulher quer provar em juízo que está grávida para garantir algum direito do nascituro; Conceito: é uma ação que tem por objeto a declaração judicial do estado de gravidez e a declaração da posse dos direitos que assistem ao nascituro; A autora visa o reconhecimento do direito de seu filho nascituro à habilitação em inventário; A posse em nome do nascituro pressupõe a prova do óbito de uma pessoa, de quem o nascituro é sucessor; O requerimento deve ser instruído com a certidão de óbito; Deferida a inicial, o juiz indica a perícia para atestar a gravidez; a perícia é dispensada se os demais herdeiros do falecido reconhecerem a condição de herdeiro do nascituro; Do Atentado Art. 879. Comete atentado a parte que no curso do processo: I - viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse; II - prossegue em obra embargada; III - pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato. Art. 880. A petição inicial será autuada em separado, observando-se, quanto ao procedimento, o disposto nos arts. 802 e 803. Parágrafo único. A ação de atentado será processada e julgada pelo juiz que conheceu originariamente da causa principal, ainda que esta se encontre no tribunal. Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação do atentado. Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em conseqüência do atentado. Situação: quando é violada ordem judicial; somente comete atentado quem é parte (terceiro não), no curso do processo; Conceito: comete atentado a parte que, no curso de um processo, inova ilegalmente no estado de fato da coisa litigiosa; Quem pode inovar: partes, terceiros ou autoridade; Quando as partes inovam ilegalmente na coisa litigiosa, o remédio judicial é o atentado; Quando terceiro inova ilegalmente na coisa litigiosa, o remédio judicial é a ação de reparação por ato ilícito; Quando a autoridade inova ilegalmente na coisa litigiosa, o remédio judicial é a reclamação (petição no processo) ou o mandado de segurança contra a autoridade; Requisitos: litispendência (processo em curso); inovação fática ilegal; prejuízo; A sentença da ação de atentado pode ser executada na forma do art. 461 do CPC, com a possibilidade de imposição de multa ao executado pelo não cumprimento da ordem judicial; Medida Cautelar Inominada Inominadas são aquelas medidas cautelares não definidas em lei; O juiz pode conceder a medida cautelar com base no poder geral de cautela, segundo sua discricionariedade; Rito: arts. 800 a 812; Previsão do poder geral de cautela: art. 798; Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação. Eficácia temporal da medida cautelar: art. 807; Decisão Liminar é decisão interlocutória, sujeita ao recurso de agravo; a Sentença da medida cautelar é atacável através do recurso de apelação; Antecipação de Tutela Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. § 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento. § 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. § 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A. § 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. § 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. § 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. § 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. Tutela antecipada: conceder desde já os efeitos práticos da sentença de procedência; serve para dar hoje um direito que apenas seria dado no futuro; Tutela cautelar: assegurar a efetividade do processo principal; serve para proteger um direito que será reconhecido; Princípio da Fungibilidade: previsto no § 7º do art. 273, permitindo o atendimento do pedido se houve confusão entre os institutos da Tutela Antecipada e da Tutela Cautelar; Requisitos da antecipação de tutela: Prova inequívoca que convença da verossimilhança; Prova inequívoca: prova robusta, contundente, que, por si só, ofereça ao juiz elevado grau de certeza sobre a existência do fato; Verossimilhança: o que foi descrito e provado, que parece verdadeiro; Receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou abuso do direito de defesa ou propósito protelatório do réu; * os requisitos são o caput + 1 dos incisos do art. 273;
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