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Processo Penal I

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Processo Penal I
Professor Denis: denisgzm@fag.edu.br
Livro Recomendado: Fernando da Costa Tourinho Filho (curso com 4 volumes); Guilherme de Souza Nutti;
* analisar novas súmulas e seus enunciados do STJ e STF (a partir da 622 é após a CF de 1988)
Coisa Julgada no Processo Penal:
Não é a parte Dispositiva da sentença que faz Coisa Julgada e sim o Fato;
Sentença Absolutória faz Coisa Julgada;
Sentença Condenatória nunca faz Coisa Julgada;
Princípios do Processo Penal
Princípio Instrumental Punitivo
Princípio Instrumental Garantista
À medida que se respeita Direitos e Garantias Fundamentais, freia-se o Processo Penal na resposta Estatal de atendimento aos anseios de resultado da sociedade (ex.: prender o ladrão e mantê-lo preso);
Quando o Processo Penal é chamado a atuar, sua atuação não tem Gradação; ex.: quando uma pessoa comete uma infração leve ganha advertência, para apenas em novas infrações ser punido mais severamente; no Processo Penal, dependendo da infração, a pessoa já é submetida à prisão (ex.: prisão em flagrante de vendedor de DVD pirata);
Requisitos para a Prisão Preventiva (art. 312, CPP);
Mudança no foco do Processo Penal: anteriormente não visava apenas à repressão, condenação, mas sim à colocar alguém numa situação de sofrimento, recebendo uma punição; atualmente, é pensado como um Direito, uma Garantia do cidadão; deve ser entendido como instrumento de Garantia de Direitos Fundamentais; o cidadão que cometer algum delito terá direito a um processo legal;
Direitos e Garantias Fundamentais: conforme Luigi Ferrajoli, são aqueles direitos subjetivos que as normas de um determinado ordenamento jurídico atribuem universalmente a todos enquanto pessoas, cidadãos ou pessoas capazes de agir; os direitos subjetivos possuem caráter universal de imputação: todos podem gozar daquele direito subjetivo; ex.: direito à ampla defesa e ao contraditório, direito à vida, etc.; possuem caráter de indisponibilidade e inalienabilidade;
O Processo Penal deve respeitar a Multifuncionalidade ou Integralidade dos Direitos Fundamentais do sujeito que está participando como acusado, réu, investigado, de um processo;
Na aplicação do Processo Penal, deve-se tentar causar o mínimo de prejuízo possível para o cidadão; ex. de problemas relacionados à prisão preventiva: perda do trabalho, falta de prestação de auxílio à família, diversos prejuízos em função da exposição pública da imagem, etc.; assim, o Processo Penal deve ser analisado de forma holística, globalizada, etc.;
Para se aplicar o Direito Penal, o Processo Penal é o meio único e necessário;
Persecução Criminal: divide-se em duas fases:
Procedimento extrajudicial: 99% dos crimes praticados no Brasil são investigados por Inquérito Policial; ex. de outros meios de investigação: CPI, Auto de Fiscalização Tributária; o Inquérito Policial somente será obrigatório para a Ação Penal quando for imprescindível à prova de Materialidade e Autoria; o Auto de Fiscalização Tributária pode ser origem para uma Ação Penal; a CPI pode lavrar flagrante (enunciado da súmula 397 do STF);
Súmula 397: “o poder de polícia da câmara dos deputados e do senado federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito”;
Inquérito Policial é enviado ao MP;
MP oferece a Denúncia com base no Inquérito Policial;
Juiz decide se aceita ou não a Denúncia, dando ou não início à Ação Penal;
Procedimento judicial;
Finalidades do Processo Penal:
Fins Imediatos: aplicação do Direito Penal Objetivo, visando identificar a Materialidade de um delito e identificar a sua Autoria;
Fins Mediatos: geral: segurança pública; específicos: observação de Direitos e Garantias Fundamentais;
* Legitimação pelo Procedimento: segundo Lubman, o resultado do processo (condenação ou absolvição) será tão legítimo quanto foi legítimo seu procedimento (observância dos Direitos e Garantias Fundamentais e do Devido Processo Legal);
Sumula 330 do STJ: se a investigação de crime afiançável cometido por funcionário público for feita por meio de inquérito policial, a defesa prevista no art. 514 do CPP não é necessária; a jurisprudência elimina uma regra contida na Lei, inibindo um Direito e uma Garantia; o STF já derrubou este entendimento;
Súmula 330: “É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.”;
CPP Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Ramos do Direito Processual:
Direito Processual Civil: Comum, Trabalhista e Eleitoral
Direito Processual Penal: Comum (regido pelo CPP), Militar e Eleitoral
20.000 integrantes nas tropas militares (corpo de bombeiros e polícia militar) para formar a segunda instância da Justiça Militar nos Estados;
Justiça Militar Federal possui como segunda instância o Superior Tribunal Militar;
Justiça do Trabalho nunca julga crime; 
Os Tribunais Superiores (instâncias extraordinárias) analisam a interpretação da Legislação Federal, visando à uniformização de sua aplicação; normalmente não analisam matéria fática; as instâncias ordinárias (juízos de primeiro grau e tribunais de segundo grau) analisam matéria fática;
Pessoa fazendo prova de vestibular ou concurso usando ponto de escuta, fraudando o certame; existem duas correntes de entendimento deste ilícito: Estelionato ou Falsidade Ideológica; o STF entende que cola eletrônica é uma conduta atípica;
O mesmo fato pode gerar repercussão em diversas esferas da justiça; ex.: funcionário público que comete o crime de peculato (apropriar-se de dinheiro ou qualquer outro bem que tem em razão da função); poderá sofrer um processo administrativo, um processo penal e um processo cível (indenização); * independência das instâncias: cada um destes processos pode culminar em resultados distintos (condenação ou absolvição);
Tratados Internacionais possuem status de Lei Ordinária; podem versar sobre matéria processual e até mesmo tipificar condutas como crime;
Evolução histórica do Processo Penal:
Sistema Inquisitivo: 3 funções: Defesa, Acusação e Julgamento; estas três funções são agrupadas na mesma pessoa; vigorou no período da Idade Média; o réu era objeto do Direito; o processo era sigiloso; a prova é trazida ao processo pela mesma pessoa; o principal traço deste período era a presença de Deus na terra na figura de um representante (autocratas, donos do poder); a defesa não era necessária (se a pessoa fosse inocente, teoricamente não seria afetada pela tortura sofrida);
Sistema Acusatório: as funções de Defesa, Acusação e Julgamento estão destinadas a pessoas distintas; com direito à autodefesa e à defesa técnica; o réu é sujeito do Direito (só pode ser preso com ordem judicial ou em flagrante delito; somente é considerado culpado após uma sentença transitada em julgado); o processo é público; a prova é trazida ao processo pelas partes (acusação e defesa); vigora o Princípio da Demanda, segundo o qual o juiz somente age de forma provocada (exceção: no ramo Cível, quando da morte de alguém e a família não propõe o inventário em 60 dias, o juiz pode dar início ao processo); o sistema Brasileiro é Acusatório, com traços do sistema Inquisitivo; ex. destes traços: atuação do Juiz na produção de provas; decretação de prisão preventiva de ofício pelo juiz; decretação de prisão temporária de ofício pelo juiz; art. 26 do CPP; se a Acusação propõe o arquivamento do inquérito policial, o juiz, não concordando, pode remetê-lo ao Procurador Geral para que analise sobre a proposição da ação;
Sistema Misto: alguns doutrinadores defendem que o Brasil adota o sistema Misto (1ª fase de Inquérito Policial, que não tem direito ao contraditório, e 2ª fase de Ação Penal, que se tem direito à defesa);
Conceito de Direito ProcessualPenal:
Regula a atividade tutelar do Direito Penal;
Conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal. Objetiva a sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como da persecução penal.
Autonomia do Processo Penal: o Processo Penal possui princípios próprios e normas próprias de atuação, mas tal autonomia é meramente didática, já que o Direito é uno;
Princípios do Processo Penal
Princípio da Instrumentalidade do Processo Penal: o Processo Penal possui caráter instrumental; é um mero instrumento e só tem razão de ser para a aplicação do Direito Penal e dos Direitos e Garantias Fundamentais dos jurisdicionados;
Princípio da Verdade Real: segundo este princípio, como o Processo Penal lida com Liberdade e Direitos e Garantias Individuais, deve buscar a verdade real dos fatos, sob pena de se cercear de forma injusta a Liberdade ou outros relevantes direitos da pessoa; trata-se de um sofisma, já que não é possível reconstituir com precisão real fatos ocorridos no passado; a Verdade Real é vista como um horizonte de sentido, o objetivo que deve ser perseguido pelo processo; o que, em verdade, ocorre é a Verdade Processual, que é aquela conseguida pela produção de provas que são trazidas ao processo; para o Processo Penal atual, não há hierarquia de provas, conforme pode ser notado no art. 197, CPP; o Princípio da Verdade Real foi quebrado, em virtude de suas deficiências inerentes, e hoje vigora o Princípio da Verdade Processual;
 Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Princípio da Imparcialidade do Juiz: o juiz deve estar guarnecido por determinados requisitos para que possa decidir de forma imparcial (independência entre os poderes; inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilidade de subsídios); os arts. 252 e 254 do CPP, prevêem situações de suspeição e impedimento, respectivamente, para também garantir a imparcialidade do juiz;
Princípio do Juiz Natural / Juiz Constitucional: é a garantia do cidadão, que poderá saber com antecedência qual é o juízo Natural ou Constitucional que julgará determinadas demandas que, porventura, venha a cometer; é a previsão legal anterior ao fato para garantir ao cidadão ciência prévia do juízo criminal competente para julgá-lo caso cometa uma infração penal, vedando-se com isso, conforme previsto na CF, a instituição ou criação de Tribunais de Exceção;
Princípio da Igualdade das Partes: as partes (acusação e defesa) devem possuir tratamento isonômico dentro do Processo Penal; o Princípio da Isonomia aqui é entendido dentro do contexto da igualdade material;
Princípio da Paridade de Armas: dentro do Processo, as partes devem possuir os mesmos direitos e os mesmos poderes; o réu tem direito à autodefesa e à defesa técnica (por advogado); a defesa técnica é obrigatória no Processo Penal, já que a acusação é também um órgão técnico; se o juiz constatar que a Defesa Técnica do réu é tecnicamente deficiente, pode desconstituí-la (dá prazo para o réu constituir outro advogado; não sendo constituído, o juiz nomeia defensor público); a autodefesa é tão importante para o processo que se sobrevier doença mental no réu, o processo é suspenso (art. 152, CPP);
Sumula 523 do STF: “no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”;
 Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
 § 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
 § 2o O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.
Princípio da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado: este princípio evoluiu historicamente conforme os sistemas abaixo; 
1) Sistema do Livre Convencimento do Juiz ou Convicção Intima: segundo este sistema o juiz tinha liberdade para escolher qualquer prova que fundamentasse sua decisão e não precisava motivar a decisão tomada;
2) Sistema da Prova Tarifada: sistema burguês que organizava as provas em hierarquia de valores; ex.: o testemunho de um nobre para ser derrubado precisaria do testemunho de três pessoas comuns; a confissão era a rainha das provas;
3) Sistema da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado: o juiz tem liberdade na apreciação da prova; não há hierarquia entre os diferentes tipos de prova; o juiz não é obrigado a se vincular a nenhum tipo de provas, inclusive periciais e científicas (ex.: DNA, perícias, etc.);
 Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
 Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
Princípio da Publicidade: a regra geral da informação relacionada a interesses públicos é de que deve ser pública; no Processo Penal, conf. dispõe o art. 20, CPP, a publicidade é mitigada, já que atinge a intimidade das pessoas; o Advogado, que exerce função essencial à justiça, possui acesso até mesmo aos documentos de inquérito policial em andamento (Estatuto da OAB, art. 14);
CF, art. 5 LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
CF, art. 93 IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
CPP Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Sumula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”;
Princípio do Contraditório: em sede de Inquérito Policial não há Contraditório e Ampla Defesa; Inquérito é um procedimento administrativo Inquisitório (há investigado no inquérito e não litigante);
CF, art. 5 LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
CF, art. 5 LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Princípio da Iniciativa das Partes (“nemo iudex sine actore” ou “ne procedat judez ex officio”): em respeito ao Princípio da Demanda, apenas as partes podem dar iniciativa aos Processos Penais, não podendo o juiz fazê-lo de ofício; a jurisdição é inerte, movimentado-se apenas por provocação; da mesma forma, a decisão judicial não pode abranger assuntos não demandados pelas partes; em regra, no Processo Penal, a titularidade de ação compete ao MP e, excepcionalmente, ao Advogado nas Ações Penais Privadas;
Ex. de exceção ao Princípio da Iniciativa das Partes: o juiz pode conceder HC ex offício se entender que a prisão é indevida, mesmo que não solicitada pela parte;
Trechos do CPP incompatíveis com a CF: Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisãoem flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
Trechos do CPP incompatíveis com a CF: Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial.
Princípio do Dispositivo ou Princípio ne eat iudex ultra petitum: o juiz deve julgar dentro dos limites da demanda (res in iuditio deducta), dentro do que lhe foi proposto;
Exceções ao Princípio do Dispositivo: [iura novit cúria (o juiz conhece o Direito) naha mihi factium dabo tibi ius (narra-me os fatos que lhe darei o Direito), princípios que amparam a atuação de ofício do juiz dentro da mesma circunstância fática para modificar a tipificação penal do delito em julgamento]
Emendatio libeli Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
 § 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
 § 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.
Mutatio libeli Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
 § 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
 § 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.
 § 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.
 § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
 § 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Princípio da Identidade Física do Juiz: prevê que o juiz que acompanhou a instrução probatória do processo será quem julgará o feito; este princípio não existia no Processo Penal até o ano 2008 (foi inserido no art. 399, § 2º); a aplicação deste princípio, por uma questão de razoabilidade na administração da justiça, é aplicada considerando o art. 132 do CPC;
CPP Art. 399 § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
CPC Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
 Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas.
Princípio da Inadmissibilidade de Provas Obtidas por Meios Ilícitos: este princípio teve sede constitucional a partir da CF de 1988, mas já tinha um precursor no CPP de 1941 (art. 233); entende-se por prova ilícita aquela prova que é produzida em desconformidade com o Direito Material e com o Direito Processual; há na doutrina quem diga que a prova produzida em desconformidade com o Direito Material seria ilícita e em desconformidade com o Direito Processual seria ilegítima, ambas não podendo ser utilizadas no processo;
* Prova Derivada de Prova Ilícita (fruto da árvore envenenada ou fruits of the poisonous tree): há que se fazer uma análise se a prova é realmente derivada da ilícita; algumas provas podem parecer derivadas das ilícitas, mas não o são; aquelas provas absolutamente independentes ou de descoberta inevitável não são consideradas ilícitas;
CF, art. 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
CPP Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
 Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
 § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
 § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Princípio da Presunção da Inocência ou Princípio do Estado de Inocência ou Princípio da Não Culpabilidade: o homem é inocente até o momento que é reconhecido como culpado; se for indispensável sua prisão, todo o rigor desnecessário empregado para efetuá-la deve severamente ser reprimido por lei (1789 – Carta de Direitos); até o trânsito em julgado, o acusado é considerado inocente; prisões cautelares podem ocorrer, mas devem ser fundamentadas pelos pressupostos do art. 312 do CPP, inclusive a continuidade das prisões em flagrante; prisões temporárias são exclusivas da investigação policial e devem obedecer aos pressupostos dos incisos I, II e III do art. 1º da Lei 7960/1989;
CF, art. 5º LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Princípio do Favor Rei (in dúbio, pro réu): é o princípio da proibição da reformatio in pejus; mantidos os mesmos pressupostos de condenação, não pode algum Tribunal, em recurso proposto pela defesa, condenar o réu a pena maior do que a que foi condenado em 1º Grau;
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: expressamente não há na CF, mas, implicitamente, a mera previsão de existência de Tribunais com competência recursal indica a adoção constitucional deste princípio; da mesma forma, a adesão ao Pacto de San Jose da Costa Rica indica a adoção a este princípio, já que o art. 7 deste pacto o prevê (este pacto é anterior à CF/1988; vários doutrinadores o entendem como norma constitucional; o STF entende que este Pacto é de caráter supra legal e não de caráter constitucional, uma vez que não foi internalizado pela maioria qualificada exigida para os Tratados Internacionais de Direitos Humanos);
* é o direito do jurisdicionado de ter a decisão de seu processo revista por um segundo juízo; também se configura como um mecanismo que evita o cometimento de erros pelo Poder Judiciário; há entendimento pacífico de que os julgamentos de competência originária do STF que não possuem duplo grau de jurisdição não violam este princípio, já que estes julgamentos ocorrem por um colegiado;
Ex. CF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: [...]
 II - julgar, em recurso ordinário: [...]
 III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: [...]
Princípio do Respeito à Coisa Julgada: princípio próprio do sistema processual judicial brasileiro; no Processo Penal, só faz Coisa Julgada Material a decisãoque absolve o réu (nenhum outro processo poderá vir a condenar o réu pelo mesmo fato); a Coisa Julgada quando condena o réu sem possibilidade de recurso por sua parte nunca transita em julgada, podendo ser modificada a qualquer tempo, dentro do instrumento de revisão criminal;
 XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Ninguém será preso, salvo em flagrante delito ou por ordem judicial: por mais que exista a presunção de inocência, existe a possibilidade legal de prisão nos arts 301 e seguintes e art. 312 do CPP e na Lei 7960/1989 (Prisão Temporária);
 LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Duração razoável do Processo: o tempo tem que ser suficiente para garantir os direitos da sociedade e do réu; este princípio também é previsto no Pacto de São José da Costa Rica (1969; internalizado pelo Decreto Legislativo 678/1992); a jurisprudência construiu o prazo de 81 dias para que um processo de menor complexidade tenha concluída a sua Instrução (não é uma regra absoluta); na Lei 9034/1995 (Lei do Crime Organizado), no art. 8º há previsão do prazo de 81 dias para conclusão da Instrução em se tratando de réu preso e de 120 dias para o réu solto;
 LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Direito à Não Auto-incriminação (Nemo tenetur se detegere) / Direito ao Silêncio: por mais que o acusado tenha o direito de permanecer calado e não produzir prova contra si mesmo, sua presença nos atos processuais é obrigatória, tratando-se de um dever processual; provas que estejam desprendidas do corpo da pessoa podem ser utilizadas no processo, não se configurando como provas ilícitas (ex.: cabelo caído no chão, bituca de cigarro fumado pela pessoa);
 LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Norma Processual Penal
* a norma a ser aplicada ao ato é a norma vigente no momento de execução do mesmo;
* prazo em Norma Penal: inclui-se o dia do início e exclui-se o dia do fim da contagem do prazo; antecipa-se o prazo se o dia de fim cair em dia forense não útil;
* prazo em Norma Processual: exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do fim da contagem do prazo; prorroga-se o prazo se o dia de fim cair em dia forense não útil;
* a LC 95/1998 regulamenta o Parágrafo Único do art. 59 da CF (regulamentada pelo Decreto 4176/2002) e trata do regramento sobre a contagem do prazo;
Lei Processual Penal no Tempo:
Princípio: as normas processuais penais obedecem ao Princípio Tempus Regit Actrum: o tempo rege o ato; art. 2º CPP; art. 1211 CPC; art. 10 CP;
 Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo (a partir do momento que possuir vigência), sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
 Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes.
 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Efeitos:
Os atos processuais praticados na vigência da Lei anterior possuem validade;
Norma Processual Penal com Reflexos Penais (bifuncionais): é a norma que, ao mesmo tempo em que é de processo, possui reflexos no campo penal; ex.: a Lei 9271/1996 alterou o art. 366 do CPP, que diz respeito à citação/intimação, causando o efeito penal de suspender a prescrição do crime; doutrina: para as normas processuais com reflexos penais prevalece a aplicação do Princípio da Temporariedade; se for benéfica poderá retroagir; se for prejudicial, somente poderá se aplicar para novos fatos criminosos;
Ex.: alteração dos crimes contra a dignidade sexual, que, em regra, era de ação penal privada e passaram a ser, em regra, de ação penal pública condicionada à representação; nos casos em que a vítima possui entre 14 e 18 anos, a ação será pública incondicionada; esta alteração processual trouxe um importante reflexo penal: quando o processo dependia de queixa-crime por parte do ofendido estava sujeito à decadência no prazo de 6 meses do conhecimento do autor do fato; sendo de ação penal pública incondicionada, o crime está sujeito ao prazo prescricional do fato, que, no caso dos delitos contra a dignidade sexual, é entre 8 e 12 anos do fato;
Ex.: o posicionamento do STF sobre a aplicabilidade da Lei 9099-1995 supera a disposição do art. 90 desta, já que vários de seus institutos (ex.: composição, transação penal, etc.) possuem reflexos penais e, portanto, se benéficos ao réu, devem retroagir;
Lei 9099-1995 Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)
CPP Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Art. 3º CP: lei penal Temporária: vale o seu dispositivo, mesmo que revogado;
Súmula 608 do STF: “no crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada”;
Súmula 718 do STF: “a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”;
Vigência: segue o padrão do art. 1º da LICC se não estiver expresso; represtinação não faz com que a lei antiga passe a vigorar, a não ser que seja represtinação expressa;
Lei Processual Penal no Espaço (Territorial)
A Lei Brasileira se aplica aos fatos ocorridos no Território Nacional e nos casos de extraterritorialidade (território ficto ou por equiparação; território espacial até o espaço cósmico, conforme previsto no art. 11 da Lei 7565/1986 e Decreto Legislativo 4168)
Existem exceções à aplicação da lei brasileira aos fatos ocorridos no território nacional; 
Ex.: crime cometido por chefe de governo estrangeiro; este evento se chama intraterritorialidade da Lei Penal do governo estrangeiro;
Ex.: delitos no espaço cósmico; território “nullius” (território de ninguém, onde não há soberania de nenhum país); águas internacionais;
Em territórios dominados, se fosse o caso, seria aplicada a lei brasileira aos delitos lá cometidos;
Desde que haja autorização do Território Estrangeiro é possível que seja aplicado o CPP ao fato ilícito lá cometido; o crime cometido no exterior é julgado no Brasil; não há extraterritorialidade da Lei Processual Penal e sim do Direito Penal material;
Tratados Internacionais e Leis Ordinárias Federais podem instituir normas de Processo Penal; é vedada a instituição de normas processuais por Medida Provisória;
 Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
 I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
 II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);
 III - os processos da competência da Justiça Militar;
 IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
 V - os processos por crimes de imprensa.
 Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de mododiverso.
Lei Processual Penal em relação às Pessoas
Há aplicação distinta em relação a certas pessoas, por conta da prerrogativa de função e de certas condições especiais (ex.: menores, mulheres, etc.);
Ex.: cidadão comum que comete homicídio será julgado pelo Tribunal do Júri; Prefeito que comete homicídio será julgado pelo Tribunal de Justiça;
Ex.: imunidades parlamentares; imunidades diplomáticas; chefes de governo estrangeiros, etc.;
Inquérito Policial
Conceito: procedimento administrativo-investigatório que visa apurar a materialidade do delito, bem como indícios de autoria;
A persecução penal se distingue em uma fase extrajudicial (Inquérito Policial, CPI, Auto de Infração Fiscal, Investigação Particular ou outros meios hábeis para apurar a materialidade e indícios de autoria) e uma fase judicial (Ação Penal);
Quando o MP propõe Ação Penal que é baseada em Inquérito Policial, esta peça deve estar contida na Ação;
Características:
É um procedimento escrito (art. 9º, CPP)
 Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
É um procedimento sigiloso (art. 20, CPP); apenas as partes interessadas e advogados podem ter acesso ao Inquérito, não o tendo naqueles atos em curso (ex.: atos investigatórios de escuta telefônica); o advogado, conforme dispõe o art. 7, XIV da Lei 8906/1994 (Estatuto da OAB), pode acompanhar o curso do Inquérito Policial;
 Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
 Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior.
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Autoritariedade: a regra é que o Inquérito Policial seja presidido por uma autoridade pública (Delegado de Polícia); MP não pode presidir nem instaurar Inquérito Policial, apenas pode requisitar sua instauração; MP também pode atuar com investigação;
Súmula 397 do STF: o poder de polícia da câmara dos deputados e do senado federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.
Indisponibilidade: o Inquérito Policial é indisponível; apenas quem pode ordenar o arquivamento do Inquérito é o Juiz; MP pede o arquivamento; Delegado representa pelo arquivamento;
Exceção: nas Ações Penais Públicas Condicionadas à Representação o Inquérito não pode ser instaurado sem a devida representação; nas Ações Penais de Iniciativa Privada o Inquérito também não pode ser instaurado sem a requisição do ofendido ou representante legal; nenhum procedimento da persecução penal pode ser iniciado nestes casos;
 Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Inquisitoriedade: o Inquérito Policial é Inquisitório; não há contraditório e nem ampla defesa em sede de Inquérito Policial; a requisição de juntada de prova por parte da vítima não é de aceitação obrigatória por parte da autoridade policial; o fato de o inquérito ser inquisitório não viola o art. 5º, LV da CF, conforme entendimento do STF;
CF LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
 Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Prescindível: o Inquérito não é necessário, mas quando servir de base para a Denúncia, deverá acompanhar a ação;
 Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
Oficialidade: o Inquérito é conduzido por um órgão oficial (polícia judiciária: polícia civil dos Estados ou a Polícia Federal);
Oficiosidade: o Inquérito é instaurado de ofício, com as exceções das ações penais públicas condicionadas à representação ou ações penais privadas;
Indiciamento: é a imputação formal da prática da infração penal a alguém em sede de inquérito policial; é possível que ocorra o desindiciamento de pessoas;
Tanto o Indiciamento quanto o Desindiciamento são realizados pela Autoridade Policial;
Uma vez indiciado, o suspeito está sujeito a certas restrições, como por exemplo a necessidade de informar à autoridade sobre potenciais viagens;
Quando o agente tiver foro por prerrogativa de função, o Delegado de Polícia não pode investigá-lo; quem investiga e preside os Inquéritos em que estes agentes estão envolvidos é o Tribunal a que ele está sujeito; a autoridade policial não pode fazer o indiciamento destes agentes;
O MP não está vinculado ao Indiciamento proposto pela autoridade policial; é possível que a ação não seja proposta contra algum dos indiciados e seja contra pessoas não indiciadas pela autoridade policial;
Instauração do Inquérito Policial
Ação Penal Pública Incondicionada: de ofício, por uma Portaria da autoridade policial;
Ação Penal Pública Condicionada ou Ação Penal Privada: depende de Representação ou de queixa, respectivamente; a requisição do MP para que a autoridade instaure o inquérito tem caráter de Ordem, devendo ser obedecido pela autoridade policial; quanto à Queixa, a autoridade policial não é obrigada a instaurar o inquérito;
Quando há requisição do MP, a própria requisição é o documento utilizado para instauração do inquérito;
Quando há prisão em flagrante o próprio auto de prisão em flagrante é o documento utilizado para instauração do inquérito;
Notitia Criminis: nome dado ao termo vulgar “Queixa”;
Imediata: quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por meio de suas atividades rotineiras;
Mediata: quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por meio de algum expediente escrito; ex.: boletim de ocorrência, requisição do MP, etc.; neste caso, são os interessados que comunicam à autoridade policial;
Coercitiva: quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por meio da prisão em flagrante do agente;
Delatio Criminis: quando um terceiro, qualquer do povo, comparece junto à autoridade policial e denuncia a prática da infração penal;
Denúncia Anônima ou Notitia Criminis Inqualificada: possui validade para que se inicie verificações preliminares para verificar a procedência da denúncia; não é possível instaurar o inquérito com base apenas na denúncia anônima;
Prazos Para Conclusão do Inquérito Policial
	
	Réu Preso
	Réu Solto
	Prorrogação
	
	
	
	Réu Preso
	Réu Solto
	CPP, art. 10
	10d
	30d
	Não pode
	Quantas vezes for necessário
	Justiça Federal
	15d
	30d
	15d
	Quantas vezes for necessário
	Lei de Drogas
	30d
	90d
	30d
	Quantas vezes for necessário
	Crimes contra a economia popular
	10d
	10d
	Não pode
	Quantas vezes for necessário
Contagem do Prazo
Prazo Penal: art. 10, CP; inclui o dia do início e exclui o dia do fim; quando o acusado está preso o prazo é contado por esta regra;
Prazo Processual: art. 798, CPP; exclui o dia do início e conta o dia do fim;
Providências: art. 6, CPP;
 Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
 I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
 III - colher todas as provasque servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
 IV - ouvir o ofendido;
 V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
 VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
 VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
 VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
O Inquérito Policial não é obrigatório, mas quando for utilizado para proposição da Ação Penal, é peça de acompanhamento obrigatório desta;
Eventuais vícios ou irregularidades do Inquérito Policial não constituem nulidades e não se transportam para a Ação Policial; ex.: Ação Penal proposta com base em inquérito assinado por um estagiário e o MP se baseia em tal peça para propor a ação; trata-se de mera irregularidade que não contaminará a ação penal;
Incumunicabilidade do acusado: o art. 21 do CPP não foi recepcionado pela CF;
 Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Encerramento do Inquérito Policial
Relatório: que não contém opinião da autoridade policial; é um resumo do que ocorreu na investigação policial; ao entregar o relatório a autoridade pode requisitar prisão preventiva, pode indiciar pessoas, pode indicar pessoas a serem inquiridas em sede de ação penal;
 Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
Posicionamento do MP com o recebimento do Inquérito Policial
Oferecer a denúncia;
Pedir novas diligências;
Pedir o arquivamento do inquérito (quando há falta de provas ou é caso de atipicidade / extinção da punibilidade);
* se o inquérito for arquivado por atipicidade/extinção da punibilidade, faz-se coisa julgada material, não podendo ser novamente aberto, mesmo que surjam novas provas;
Se o Juiz concorda com o arquivamento, o inquérito é arquivado;
Se o juiz discorda do arquivamento, aplica-se o art. 28 do CPP; quando se trata de Juiz Estadual, o processo é remetido para o PGJ; quando se trata de Juiz Federal, o processo é remetido para uma Câmara de Coordenação e Revisão Criminal do MPF;
Na nova análise do PGJ ou da CCRC do MPF, se a conclusão é de arquivar, o juiz deve acatar e promover o arquivamento; se a conclusão é de oferecer a denúncia, esta poderá ser oferecida por estes mesmos órgãos ou podem determinar que outro Promotor de Justiça ou Procurador da República ofereça a denúncia (longa manus, que agirá como extensão de seus órgão superiores, sendo obrigado a oferecer a denúncia);
 Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
 Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
 Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Súmula 524 do STF: arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Espécies de Arquivamento do Inquérito Policial:
Arquivamento Implícito (tese não adotada pela justiça brasileira)
Objetivo: ex.: dois fatos criminosos, crime A e crime B; o MP pede o arquivamento do inquérito quanto ao crime A por atipicidade/extinção da punibilidade (faz coisa julgada material) e se omite em relação ao crime B; não há Arquivamento Implícito, podendo ser oferecida denúncia posteriormente em relação ao crime B;
Subjetivo: ex.: dois agentes criminosos no mesmo fato criminoso, agente A e agente B; o MP pede o arquivamento por atipicidade/extinção da punibilidade apenas em relação ao agente A (coisa julgada material), omitindo a figura do agente B; posteriormente, com o surgimento de novas provas, como não há Arquivamento Implícito, poderá ser oferecida denúncia contra o agente B;
* quando o pedido de arquivamento for baseado na Falta de Provas, na superveniência de provas substancialmente novas, pode o inquérito ser novamente aberto e a denúncia oferecida contra qualquer dos agentes criminosos;
* quando o pedido de arquivamento for baseado na Atipicidade ou Extinção da Punibilidade, faz-se Coisa Julgada Material, não podendo futuramente ser reaberto o inquérito policial e nem oferecida denúncia, mesmo que surjam novas provas;
Arquivamento Indireto: tese não adotada pela justiça brasileira; ex.: o MP Estadual pede o arquivamento do inquérito por tratar-se de crime federal; neste caso, pode posteriormente o MPF oferecer a denúncia, já que a justiça brasileira não adota o Arquivamento Indireto;
Arquivamento Originário:::::::::: ver jurisprudência do STF;
Arquivamento Provisório: quando o inquérito é arquivado até que a parte interessada (ofendido, MP, etc.) se manifeste; decaindo o prazo para oferecimento da denúncia, ocorre a extinção da punibilidade e o arquivamento definitivo do inquérito, fazendo coisa julgada material;
* se o crime for de menor potencial ofensivo (Lei 9099/1995: pena máxima não ultrapassa 2 anos) não se instaura Inquérito Policial e sim Termo Circunstanciado de Infração Penal (procedimento simplificado da Lei 9099/1995), exceto se envolver violência doméstica contra mulher, em que se aplica a Lei Maria da Penha, afastando a aplicação da Lei 9099/1995; para crimes militares também não se aplica a Lei 9099/1995;
Ação Penal
Conceito: direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal Objetivo ao caso concreto; apenas se aplica o Direito Penal Objetivo com a participação do Estado;
Características da Ação Penal
É um Direito Autônomo: a existência do direito de ação independe do Direito Material;
É Abstrato: Direito Material é uma coisa, Direito de Ação é outra; este último somente tem razão de ser quando se aplica o primeiro;
É Subjetivo; exceção: ações de controle abstrato de constitucionalidade são de controle Objetivo;
É Público;
É Instrumental;
Condições da Ação
Teoria tradicional
Legitimidade: a parte deve ser legítima para propor a ação;
Possibilidade Jurídica do Pedido: o fato deve ser aparentemente típico para que se possa propor a ação;
Interesse de Agir
Utilidade: o provimento jurisdicional deve ser útil; não haveria sentido, por exemplo, propor uma ação penal contra um agente falecido;
Adequação: deve se utilizar a via adequada para alcance do Direito Material;
Necessidade;
Justa Causa: condição típica do Processo Penal; para propor a ação penal deve haver um conjunto probatório mínimo;
 Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
 I - for manifestamente inepta;
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da açãopenal; ou
 III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
* Teoria da Asserção (In Status Assertiones): é a teoria utilizada pelo juiz quando analisa as condições da ação para recebê-la ou não; José Carlos Barbosa Moreira (livro: O Novo Processo Civil);
Peculiaridades das Condições da Ação
Interesse de agir: é mitigado no Juizado Especial Criminal, caso ocorra a transação penal ou a composição civil dos danos;
Utilidade: prescrição virtual ou antecipada do processo: quando se pede a prescrição antecipada da conduta criminosa; baseado em características do caso concreto, em que se imagina que, havendo condenação criminal a partir de sentença condenatória, haveria Prescrição quando se analisasse os lapsos temporais entre os marcos interruptivos no caso concreto; ex.: cri; abstratamente não está prescrito o crime, mas, imaginando-se que a condenação criminal seria de pena pequena, haveria prescrição no caso concreto; o STJ e o STF não aceitam a aplicação desta teoria por falta de previsão legal, mas este fato acaba ocorrendo nas instâncias ordinárias, por provocação do Ministério Público;
Condições Específicas: aplicar-se-ão a depender do tipo de crime e de determinadas circunstâncias;
De Procedibilidade: condição para que se dê início a qualquer tipo de persecução penal (extrajudicial ou judicial); sem a presença destas condições não se pode iniciar um inquérito policial e nem se propor a denúncia; as condições de Procedibilidade se aplicam às Ações Penais Condicionadas;
Representação: do ofendido ou de seu representante legal;
Requisição do Ministro da Justiça;
Causas Objetivas de Punibilidade: condição específica para que o acusado possa ser punido;
ex.: crime cometido por estrangeiro no exterior que entra nas hipóteses de Extraterritorialidade da Lei Penal Brasileira; neste caso, a punibilidade somente é possível se o acusado entra no território nacional;
ex.: art. 86, CF; para que o Presidente seja processado criminalmente, depende de admissão pela Câmara dos Deputados por 2/3 de votos;
 Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
ex.: no crime de induzimento a erro essencial em casamento (art. 236, CP); somente começa a ação penal se há sentença transitada em julgado que anule o casamento, sendo esta uma Causa Objetiva de Punibilidade;
 Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
 Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Condições de Prosseguibilidade: condições que serão determinadas por lei; ex.: quando o processo está em andamento e, no seu curso, o acusado perde as faculdades mentais; neste caso, o processo será suspenso até que a pessoa se restabeleça (art. 152, CPP);
Classificação das Ações Penais
Quanto à Iniciativa
Públicas: oferecidas pelo MP;
Condicionada
Incondicionada
Privadas: Queixa-crime oferecida pelo ofendido a partir de seu advogado;
Exclusivas
Subsidiária
Personalíssima
Princípios da Ação Penal Pública
Obrigatoriedade: a Ação Penal Pública é obrigatória; esta obrigatoriedade é mitigada na Ação Penal Pública Condicionada;
Indisponibilidade: após proposta a Ação Penal, o MP não pode desistir da mesma; art. 42, CPP; exceção: suspensão condicional do processo nos Juizados Especiais;
Oficialidade: a Ação Penal é conduzida por órgãos oficiais (MP, em regra);
Autoritariedade: há necessidade de que a ação Penal seja conduzida por uma autoridade pública (Promotor de Justiça);
Oficiosidade: pode ser iniciada de ofício; não necessita de autorização, exceto na Ação Penal Pública Condicionada;
Indivisibilidade: a Ação Penal estender-se-á a todos aqueles que praticaram a infração penal; pelo entendimento do STJ e do STF, este princípio não se aplica às Ações Penais Públicas, pois o MP, até a Audiência de Instrução e Julgamento, pode aditar a denúncia; ainda, segundo o art. 48 do CPP, este princípio aplica-se apenas à Ação Penal de Iniciativa Privada; se o Juiz discorda do MP, recorre ao art. 28 do CPP;
 Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Princípio da Intranscendência ou Pessoalidade: a ação penal somente poderá ser proposta contra a pessoa do acusado;
CF, art. 5 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Representação
Natureza jurídica: condição de procedibilidade; condição específica da Ação Penal;
Quando o Tipo Penal exigir que o crime somente será processado com a Representação do Ofendido ou de quem o represente; não há início da Ação Penal e nem mesmo é possível haver a prisão em flagrante;
É necessária para que se tome quaisquer providências da persecução penal;
Quem faz a Representação é a Vítima ou seu Representante Legal; na impossibilidade de fazê-lo, podem exercer tal direito os sucessores: cônjuge, ascendente, descendente ou irmão;
Se no momento do Inquérito Policial, a Representação é feita para a Autoridade Policial; se no momento da Ação Penal, a Representação é feita para o MP;
A Representação não exige rigor formal, apenas sendo necessária a evidência inequívoca de que a vítima quer representar;
Prazo para representar: 6 meses, contados do conhecimento do autor do fato; art. 38, CPP; é um prazo Decadencial (não se prorroga, não interrompe, não suspende);
Sucessão Processual: se a pessoa não tiver ou perder a capacidade de fazê-lo: art. 38 do CPP; a doutrina não concorda com a inclusão do Companheiro neste rol, argüindo que seria uma analogia in mallan parten; não é este o entendimento que prevalece;
Retratação da Representação: art. 25 do CPP e 102 do CP; pode haver, dentro do prazo decadencial, até o oferecimento da denúncia; quando da aplicação da Lei Maria da Penha (art. 16 da Lei 11340/2006) a retratação somente pode ser exercida em juízo, sendo denominada como Renúncia e não como Retratação;
Requisição do Ministro da Justiça
Crimes sujeito à requisição do MJ: art. 141, I, do CP;
Tem o caráter de Autorização para proposição da Ação e não como Ordem;
O MP não é obrigado a oferecer a denúncia;
Prazo para Requisição: prazo prescricional do crime, segundo posicionamento majoritário;
Retratação do MJ: o posicionamento que prevalece é de que não cabe retratação;
Ação Penal Privada
Cabimento: quando a lei prevê que o crime seja processado mediante Queixa;
Pode ser:
Exclusivamente Privada: se o ofendido faltar ou não tiver condições de fazê-lo, seus sucessores podem assumir seu lugar;
Personalíssima: somente pode ser exercido pelo ofendido; cabível em relação ao crime do art. 236 do CP;
Subsidiária: quando a Ação Penal é de Iniciativa Pública e o MP fica inerte no período em que deveria se manifestar; assim, abre-se prazo para que o ofendido ofereça denúncia;
Queixa-crime: é o instrumento da proposição da ação penal;
Prazo: 6 meses, contados do conhecimento do autor do fato;
Princípios da Ação Penal de Iniciativa Privada (Exclusivamente Privada ou Personalíssima)
Princípio da Oportunidade ou da Conveniência: o ofendido escolhe se quer ou não propor a ação penal;
* Renúncia: antes da propositura da ação; pode ser expressa ou tácita; é pré-processual; é irretratável; não há necessidade de consentimento do agente criminoso;
* Perdão: após a propositura da ação;há necessidade de consentimento do perdoado (o silêncio em 3 dias do perdoado implica na aceitação do perdão); pode ser expresso ou tácito; até o trânsito em julgado é possível o Perdão (106, II do CP);
* Perempção: desídia do querelante que já exerceu a ação penal; art. 60 do CPP; havendo mais de um autor, a perempção somente se aplica ao desidioso; havendo concurso de infrações, a perempção somente se aplica à infração em que ocorreu a desídia;
* possui custas e honorários advocatícios de sucumbência;
Princípio da Indivisibilidade da Ação Penal: não é possível renunciar ou perdoar apenas um dos agentes criminosos; há extensão do benefício para todos os agentes;
Princípio da Disponibilidade: depois de proposta a ação penal, é possível que o ofendido desista da mesma, a qualquer tempo; pode-se dispor da ação penal a partir do Perdão e da Perempção;
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Previsão: Art. 5, LIX, da CF; 29 do CPP; art. 100, § 3º, do CP;
É conhecida como Queixa-crime Substitutiva da Denúncia;
O MP atua como interveniente adesivo obrigatório, sob pena de nulidade da ação penal; em caso de desídia do querelante, pode retomar a ação como parte principal;
Prazo para o querelante processar: art. 38 do CPP; 6 meses, contados do término do prazo para oferecimento da Denúncia;
* dentro do prazo prescricional o MP pode oferecer a Denúncia, por mais que já tenha ultrapassado o prazo para que o ofendido exerça seu direito (na hipótese de inércia inicial do MP começa a contar o prazo decadencial do ofendido; após este prazo, querendo, o MP pode oferecer a Denúncia);
Não possui custas e honorários advocatícios de sucumbência;
Ação Penal Popular
Aquela ação que qualquer do povo pode propô-la;
No Brasil existe apenas uma possibilidade para tal: Habeas Corpus;
Ação Penal Contra a Honra de Funcionário Público no Exercício de sua Função
O MP não é obrigado a oferecer a denúncia no caso de representação do ofendido;
A Jurisprudência entende que se o ofendido propõe a Queixa-crime, não pode, posteriormente, Representar e vice-versa;
Súmula 714 do STF
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
Ação Penal nos Crimes Contra a Dignidade Sexual
Contra pessoa maior e dentro das condições mentais, a Ação Penal é Pública Incondicionada ou Pública Condicionada à Representação;
Quando o crime for praticado em face de menores de 18 anos, a Ação Penal é Pública Incondicionada; da mesma forma o é naqueles casos em que a vítima foi tirada de suas faculdades mentais normais (ex.: “boa noite cinderela”);
Início da Ação Penal
Denúncia: Ação Penal Pública Condicionada e Incondicionada;
Prazo: réu preso em 5 dias; réu solto em 15 dias; Lei de Drogas em 10 dias com réu preso ou solto; Lei de Abuso de Autoridade em 48 hs; Crimes Contra a Economia Popular em 2 dias;
Nos crimes multitudinários (quando concorrem várias pessoas em organização na qual fica difícil identificar qual a participação de cada pessoa na Denúncia) e societários (ex.: sonegação fiscal; quando também não se identifica claramente o autor do fato criminoso): nestes casos é feita a Denúncia Genérica; pelo entendimento do STF, aceita-se a Denúncia Genérica, mesmo que não seja especificado tão claramente qual a conduta de cada um dos envolvidos;
Queixa-crime: Ação Penal Privada;
Prazo para propositura: 6 meses do conhecimento do autor do crime;
A Procuração deve ser Específica para a propositura da Ação relacionada ao fato ocorrido; a mera menção do artigo, segundo a jurisprudência, supre este requisito;
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Ação Civil Ex Delito
 Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. 
 Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
 Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
 Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
 Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
 Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
 Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
 I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
 II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
 III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
 Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
Não é uma ação penal; é proposta no juízo cível, porém, decorre do crime, buscando pelo ressarcimento do dano;
Legitimidade ativa: vítima, representante legal ou herdeiros;
Legitimidade passiva: pode ser proposta contra o sucessor do autor do fato criminoso, na hipótese de sua morte;
Na hipótese de Ação Penal Privada Personalíssima, é possível que os herdeiros proponham a Ação Civil Ex Delito;
Na sentença penal, atualmente, há possibilidade de o Juiz fixar um valor indenizatório;
 Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: [...]
 IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; [...]
Possibilidade de discussão sobre autoria do fato criminoso na Ação Civil Ex Delito:
1ª corrente entende que tudo pode ser discutido em tal ação;
2ª corrente entende que não pode ser discutida a autoria, somente podendo ser discutido o tamanho do prejuízo sofrido pela vítima;
O art. 68, segundo entendimento do STF, padece de Inconstitucionalidade Progressiva naqueles Estados onde existe Defensoria Pública, sendo este órgão a ter a legitimidade para propor a ação;
Jurisdição
É exercida por órgão do Estado; é Imparcial; tem Aptidão à Imutabilidade (coisa julgada); Substitui a vontade das partes;
Competência
Competência Material: competência em razão da matéria; é Absoluta, podendo ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição;
Quando a situação fática determinará o órgão jurisdicional competente; ex.: crimes contra a União, será competente a Justiça Federal; crimes políticos, será competente a Justiça Federal; interesses militares, será competente a Justiça Militar;
Funcional: Absoluta, alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição;
Territorial: Relativa;
Competência em Razão da Função ou Competência Originária: Absoluta;
Identificação da Competência Penal por exclusão
Competência específica: Justiça Militar:
Federal: militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e, excepcionalmente o civil; art. 124, CF; obs.: Polícia Rodoviária Federal não é órgão militar;
Art. 124. à Justiça Militarcompete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Estadual: nunca julga civil, apenas os militares dos Estados; art. 125, §§ 3º e 4º, CF;
 § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
 § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
* hierarquia da Justiça Militar: STM > TJM > CJME e CJMF
Os Conselhos de Justiça Militar Estadual e Federal (CJME e CJMF) são a Justiça Militar de primeira instância; em regra, é exercida pelo Juiz de Direito;
Onde houver Tribunal de Justiça Militar (TJM), os recursos são direcionados para este tribunal;
Onde não houver TJM, os recursos vão para o TJ quando se tratar de julgado em primeira instância do CJME; após, os novos recursos são direcionados ao Superior Tribunal Militar (STM);
Onde não houver TJM, os recursos vão diretamente para o STM quando se tratar de julgado em primeira instância do CJMF;
Competência específica: Justiça Eleitoral: julga os crimes eleitorais;
Justiça Comum:
Justiça Federal: competência disposta taxativamente nos arts. 108 e 109 da CF;
Justiça Estadual: cabe julgar os demais crimes, não julgados pelas justiças especializadas acima;
Obs.: Justiça do Trabalho não julga crimes;
Competência Territorial: quando se conhece autor e vítima da infração penal;
 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
 § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
 § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
 § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
 Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Teoria do Resultado: prevê que o local onde o crime se consuma será o local competente para o seu julgamento; se aplica aos crimes Consumados e Plurilocais;
* crime plurilocal: crime que se inicia em um local e se consuma em outro, dentro dos limites do território nacional (dentro da mesma soberania); ex.: homicídio em que se atira na vítima em uma cidade e ela vem a morrer em outra cidade; mesmo que a vítima seja conduzida para socorro médico em outra cidade e lá morre, se configura o crime plurilocal;
* posicionamento do STJ: quando se trata de homicídio, mesmo que se trate de um crime plurilocal, o órgão de julgamento é o Tribunal do Júri do local onde os atos criminosos foram praticados; tal entendimento está ligado à melhor instrução probatória do processo penal, já que todo o conjunto probatório está presente no local onde os atos foram praticados; assim, aplica-se a Teoria da Atividade;
* posicionamento do STJ em crimes de menor potencial ofensivo, podem ser aplicadas tanto a Teoria do Resultado quando a Teoria da Atividade;
Teoria da Atividade: é aquela segundo a qual o lugar competente para julgar a infração penal é aquele onde foi praticado o último ato de execução; se aplica aos crimes Tentados e Crimes de Menor Potencial Ofensivo (art. 63, CPP);
Teoria da Ubiquidade: é aquela segundo a qual o lugar competente para julgar a infração penal é tanto o local da ação quanto o local da consumação; se aplica aos crimes à Distância e aos Crimes de Menor Potencial Ofensivo;
* crimes à Distância: os atos de execução ocorrem em um Estado Soberano e a consumação ocorre em outro Estado Soberano; ambos os Estados são competentes para julgar o crime;
* crimes praticados a bordo de uma aeronave ou embarcação (naqueles casos de extensão da territorialidade brasileira): são julgados pela Justiça Federal; é competente para julgamento o primeiro local onde houver o pouso ou atracamento;
 Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
* passagem inocente (deve ser necessária, breve e ininterrupta): ex.: navio privado em cruzeiro; se, numa situação de emergência, precisa penetrar as 12 milhas de território marítimo nacional e, neste território, ocorre a infração penal; neste caso, é tido como que se o crime não tivesse ocorrido no território nacional; 66520/1970 (decreto que internaliza o Tratado de Tokio, que trata da passagem inocente);
* quando o crime ocorre naquelas hipóteses de extraterritorialidade da lei penal: o julgamento será julgado em Brasília se o autor do crime nunca residiu no Brasil; o julgamento será na capital do Estado que o autor tiver residido pela última vez no Brasil; trata-se de competência relativa, que se não for alegada no início do processo, será prorrogada para o local onde estiver ocorrendo o julgamento;
Competência Subsidiária
Competência pelo domicílio ou residência do réu: quando não se conhece o local da infração;
 Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
 § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
 § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
 Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Súmulas
Súmula 521 do STF: trata-se de competência relativa;
O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
Súmula: 244 do STJ
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
Competência Pela Natureza da Infração
Define apenas a competência do Tribunal do Júri;
Abre a possibilidade de cada Estado criar, a partir das leis de organização judiciária, regras de competência pela natureza da infração, ressalvada a competência do júri; neste caso trata-se de competência absoluta (competência material; ex.: competência para julgar crimes contra o patrimônio);
Outros casos de Competência Material: competência da Justiça Federal, da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar;
 Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
 § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
Crimes de competência do Tribunaldo Júri: homicídio privilegiado ou qualificado; instigação ao suicídio; aborto nas suas diferentes formas; infanticídio; ambos na forma Consumada ou Tentada;
 § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
 § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).
Competência por Distribuição
 Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
 Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.
Competência da Justiça Federal – Competência Material
* ler o art. 109 da CF comentada pelo STF;
A competência dos TRFs está prevista no art. 108 da CF;
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
 II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
 III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
 IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
São entendidos como crimes políticos aqueles previstos na Lei 7170/1983 (crimes contra a segurança nacional; crimes que perturbam a ordem constitucional vigente; atos de terrorismo por inconformismo político), desde que tais crimes tenham interesse político;
A competência para julgamento de recurso de crime eleitoral é do STF; trata-se de recurso ordinário constitucional;
Contrabando e descaminho é também de competência da Justiça Federal, já que viola os interesses da União (arrecadação de tributos);
Competência para processamento e julgamento de crimes contra sociedade de economia mista é da Justiça Estadual;
* ex.: roubo cometido na CEF será julgado pela Justiça Federal; o roubo cometido no BB será julgado pela Justiça Estadual;
Súmula: 42 do STJ
Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas civeis em que e parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
Súmula: 62 do STJ
Compete a justiça estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdencia social, atribuido a empresa privada.
Súmula: 73 do STJ
A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competencia da justiça estadual.
Súmula: 104 do STJ
Compete a justiça estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula: 47 do STJ
Compete a justiça militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente a corporação, mesmo não estando em serviço.
Súmula: 151 do STJ
A competencia para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juizo federal do lugar da apreensão dos bens.
Súmula: 165 do STJ
Compete a justiça federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.
Súmula: 200 do STJ
O juizo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso e o do lugar onde o delito se consumou.
Súmula: 208 do STJ
Compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante orgão federal.
Súmula: 209 do STJ
Compete a justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimonio municipal.
Súmula: 122 do STJ
Compete a justiça federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competencia federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, ii, "a", do codigo de processo penal.
 V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Exige o caráter da transnacionalidade; ex.: tráfico de drogas internacional; ex.: pedofilia, quando o provedor for estabelecido em outro país;
O crime de homicídio iniciado em um país e consumado em outro é de competência da Justiça Estadual, apesar de parecer ser da Justiça Federal;
 V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
Chamado IDC (Incidente de Deslocamento da Competência), inserido pela Emenda Constitucional 45/2004; em regra, originariamente a competência é da Justiça Comum Estadual; porém, nas condições do § 5º, haverá o deslocamento da competência para a Justiça Federal;
Nestes casos, o Procurador Geral da República suscita o IDC perante o STJ;
O STJ tem entendido que se exige, nos casos de IDC, além dos requisitos objetivos previstos no § 5º, a inércia ou negligência ou desídia da Justiça Estadual (inquérito e processo);
A crítica ao IDC é que ocorre, nestes casos, a violação ao Princípio do Juiz Natural;
O fundamento do IDC é de que, implicitamente, se considera a Justiça Federal mais qualificada do que a Justiça Estadual;
Esta norma foi inserida na CF por EC; há duas ADINs (Ação Direta de Inconstitucionalidade) em trâmite para considerá-la inconstitucional;
 VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
Organização do Trabalho: arts. 197 a 207, CP; art. 149, CP (crime contra a liberdade individual);
A jurisprudência do STJ e do STF é pacífica no entendimento de que a redução da pessoa à condição análoga a de escravo, é de competência da Justiça Federal, mesmo que envolva apenas a figura de apenas 1 trabalhador, já que viola os Princípios da Organização do Trabalho;
A doutrina entende como sinônimo de “redução à condição de escravo” a expressão “crime de plágio”;
Nos casos determinados por lei: a lei deve ser clara indicando que a competência de julgamento dos crimes é da Justiça Federal:
Crimes contra o sistema financeiro: Lei 7492/1986
Crimes contra a ordem econômico-financeira: Leis 8176/1991 e 8137/1990 (crimes fiscais); por mais que tais leis indicam ser crimes contra a ordem econômica, elas não foram claras na indicação de que são de competência da Justiça Federal; apesar disso, serão julgados pela Justiça Federal aqueles que ferem interesses da União, com fulcro no inciso I e não no VI;
 VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
Ex.: prisão irregular de um Delegado Federal;
 VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
 IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
Qualquer navio ou aeronave dentro da competência territorial brasileira, com exceção dos oficiais de outros Estados Soberanos;
No art. 106 do Código Aeronáutico Brasileiro (7565/1986) há

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