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fisioterapia no atendimento domiciliar

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1 
FISIOTERAPIA NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR 
THE PHYSIOTHERAPY IN THE HOME CARE 
Natalia Lopes Magalhães Colodetti1, Rosimany Sabrine da Silva Pardim2, Rosyane Soares Vieira3, 
Sabrina Gomes de Morais4 
1 - Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares- MG. E-mail: nataliacolodetti@hotmail.com. 
2 - Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares- MG. E-mail: rosimanypardim2009@hotmail.com 
3 - Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador 
Valadares- MG. E-mail: rosyane_3@hotmail.com 
4 - Professora Orientadora do curso de fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – 
Governador Valadares-MG. E-mail: sagomesmorais@yahoo.com.br 
Resumo: A assistência domiciliar é um conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e 
continuadas. Desenvolvidas em domicilio com ações que buscam a prevenção de um agravo à 
saúde, a sua manutenção por meio de elementos que fortaleçam os fatores benéficos ao indivíduo e, 
concomitantemente, a recuperação do cliente já acometido por uma doença ou seqüela. Esse 
trabalho tem como objetivo discutir a respeito dos serviços de assistência domiciliar e a atuação do 
fisioterapeuta nesse setor seja ela na saúde suplementar ou pública. Trata-se de um trabalho de 
revisão de literatura elaborado por meio de pesquisas realizadas nas bases de dados: LILACS, 
PUBMED, SciELO, Google Acadêmico e acervo de livros e revistas da biblioteca da Universidade 
Vale do Rio Doce. A assistência domiciliar no Brasil atualmente pode ser realizada pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS) ou de forma privada. No sistema público é realizado através do NASF (Núcleo 
de Apoio a Saúde da Família) e no setor privado é subdividido em suplementar e liberal clássico. O 
liberal clássico é composto por serviço autônomo. A fisioterapia na assistência domiciliar é de 
extrema importância para a população, seja ela no setor privado ou pelo SUS (Sistema Único de 
Saúde). No entanto, foram encontrados poucos estudos sobre fisioterapia domiciliar. Mais estudos se 
tornam necessários para aumentar as evidências científicas desta forma de atuação. 
 
Palavras-chave: Atendimento domiciliar. NASF. Fisioterapia. Reabilitação 
 
Abstract: The Home care is a set of ambulatory activities programmed and continued developed at 
home with actions which seek the preservation from a health problem, its maintenance through 
elements that strengthens good factors to the person and, at the same time, the recovery of the client 
already affected by a disease or a sequel. This work has as an objective discuss doubts about the 
services of home care and the action of the physiotherapist in this sector, whether in the supplemental 
health or public. This is a work of literature revision done by searches realized, on the websites 
LILACS, PUBMED, SciELO, Google Academic, and in the collection of books and magazines of the 
library from Universidade Vale do Rio Doce. The home care in Brazil, nowadays, may be realized by 
the Unique Health System (SUS) or by the private. In the Public System it is realized through NASF 
(Center for Family Support), and in the Private it is subsidies in supplemental and liberal classical. The 
liberal classical is composed by autonomous service and the additional. The physiotherapy in the 
home care is extremely important for the population both in the private sector and in SUS (Unique 
Health System). However, few studies were found about the home physiotherapy. More studies are 
necessary to increase the scientific evidences of this way of action. 
Keywords: Home Care. Physiotherapy. Rehabilitation 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1.0 - INTRODUÇÃO 
Segundo a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA), assistência 
domiciliar é um conjunto de atividades de caráter 
ambulatorial, programadas e continuadas 
desenvolvidas em domicílio. É, portanto, um 
conjunto de ações que busca a prevenção de um 
agravo à saúde, a sua manutenção por meio de 
elementos que fortaleçam os fatores benéficos 
ao indivíduo e, concomitantemente, a 
recuperação do cliente já acometido por uma 
doença ou seqüela (LACERDA et al., 2006). 
Os termos atendimento domiciliar, 
assistência domiciliar e atenção domiciliar são 
empregados no sentido amplo de home care, 
compreendendo uma gama de serviços 
realizados no domicílio e destinados ao suporte 
terapêutico do paciente (FLORIANI e 
SCHRANM, 2004; TAVOLARI, FERNANDES e 
MEDINA, 2000), diferentemente da internação 
domiciliar que é uma oferta de tecnologia e 
recursos humanos para pacientes em estados 
mais complexos que demandam assistência 
semelhante à oferecida no hospital (LACERDA et 
al., 2006; TAVOLARI, FERNANDES e MEDINA, 
2000). 
O crescimento do atendimento domiciliar 
(AD) no Brasil é recente, datando da última 
década do século XX (FLORIANI e SCHRANM, 
2004). A primeira forma organizada de 
assistência domiciliar foi o Serviço de Assistência 
Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU), criado 
em 1949 (FEUERWERKER e MERHY, 2008). 
A assistência domiciliar no Brasil 
atualmente pode ser realizada pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS) ou de forma privada. A 
difusão desta modalidade de prestação de 
serviços ocorre tanto no setor privado quanto no 
setor público, ambos buscando saídas para 
diminuição de gastos com a internação hospitalar 
(FLORIANI e SCHRANM, 2004; AMARAL et al., 
2001). 
 Hoje, o serviço de assistência domiciliar, 
ofertado pelo SUS, acontece de forma 
multiprofissional através do Programa Saúde da 
Família (PSF). A equipe do Saúde da Família é 
composta basicamente por um médico de 
família, um enfermeiro, um auxiliar de 
enfermagem e seis agentes comunitários de 
saúde, podendo ser complementado por um 
dentista, um auxiliar de consultório dentário e um 
técnico em higiene dental (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE - A, 2009). 
Mais recentemente a assistência 
domiciliar pública passou a contar com o Núcleo 
de Apoio à Saúde da Família (NASF), criado em 
2008, podendo contar em sua forma mais 
completa, com Psicólogo; Assistente Social; 
Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; 
Educador Físico; Nutricionista; Terapeuta 
Ocupacional; Médico Ginecologista; Médico 
Homeopata; Médico Acupunturista; Médico 
Pediatra e Médico Psiquiatra (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE - B, 2009). 
Já na assistência domiciliar privada a 
equipe de profissionais que compõe esses 
serviços é definido por cada empresa. Este tipo 
de assistência pode ser oferecida por planos de 
saúde, empresas privadas ou de forma 
particular. 
O atendimento fisioterapêutico domiciliar, 
tanto no setor privado quanto no público, tem 
como o objetivo melhorar o entendimento da 
realidade do paciente no ambiente em que ele 
vive; realizar a prevenção de agravos; fornecer 
cuidados paliativos e a reabilitação do paciente 
incapaz de locomover-se até a unidade de saúde 
(RAGASSON et al., 2006; ALBUQUERQUE e 
CARVALHO, 2009). 
 3 
Porém a literatura é escassa a respeito 
da atuação da fisioterapia nesse tipo de 
assistência à saúde. Por esse motivo e também 
pelo crescimento e eficácia desta modalidade de 
atendimento, esse trabalho pretende discutir a 
respeito dos serviços de assistência domiciliar e 
a atuação do fisioterapeuta nesse setor. 
 
2.0 – METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo de revisão de 
literatura elaborado por meio de pesquisas 
realizadas nas bases de dados LILACS, 
PUBMED, SciELO, Google Acadêmico, e no 
acervo de livros e revistas da biblioteca da 
Universidade Vale do Rio Doce. Os artigos 
utilizados foram publicados entre os anos 2000 e 
2009 em português e inglês. As palavras-chave 
utilizadas na busca foram: atendimento 
domiciliar, NASF, fisioterapia, reabilitação e seus 
similares em inglês. 
 
3.0– REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 – Atendimento domiciliar público 
A saúde no Brasil passou por grandes 
mudanças no final do século passado, com a 
realização da VIII Conferência Nacional de 
Saúde em 1986 e posteriormente o surgimento 
do SUS (Sistema Único de Saúde) em 1988, que 
surge como uma estratégia descentralizada para 
a atenção e o cuidado à saúde, baseado nos 
princípios da universalidade, eqüidade, 
integralidade e participação da sociedade. Em 
1994 o Ministério da Saúde criou o PSF, com o 
objetivo de reorganizar o modelo de atenção 
vigente, baseado exclusivamente na doença, 
desenvolvendo a partir de então um trabalho 
fundamentado em práticas sanitárias, 
preventivas e com participação da comunidade 
(GIACOMOZZI e LACERDA, 2006; TRELHA et 
al., 2007). 
Neste sentido e visando melhorar a 
resolutividade da Atenção Básica o Ministério da 
Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da 
Família - NASF, com a Portaria GM nº 154, de 
24 de Janeiro de 2008, republicada em 04 de 
Março de 2008. O NASF tem como objetivo 
buscar a interdisciplinaridade, a 
intersetorialidade, a educação popular, a 
integralidade, o controle social, a educação 
permanente em saúde, a promoção da saúde e a 
humanização (BRASIL, 2008). 
Os Núcleos de Apoio a Saúde da Família 
possuem duas classificações: NASF 1, que conta 
com no mínimo cinco profissionais de formação 
não coincidentes, e o NASF 2, que conta com no 
mínimo três profissionais de formação não 
coincidentes. O fisioterapeuta está inserido em 
ambos (BRASIL, 2008). 
O fisioterapeuta, dentro do NASF, é 
responsável por acolher os usuários que 
requeiram cuidados de reabilitação, realizando 
orientações, atendimento, acompanhamento, de 
acordo com a necessidade e a capacidade 
instalada do PSF. Dentre suas atribuições 
encontra-se a assistência domiciliar cujo objetivo 
é realizar reabilitação, orientações, adaptações e 
acompanhamento das pessoas que estão 
impossibilitadas de saírem de casa 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). 
O fisioterapeuta, assim como os demais 
profissionais que trabalham no NASF, é 
contratado por meio de um processo seletivo 
simplificado, não possuindo vínculo efetivo com o 
município, estado ou governo federal, apenas um 
contrato de serviço (BRASIL, 2008). 
A remuneração no NASF é realizada por 
meio de uma parceria entre o Ministério da 
Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, na 
qual vinte mil reais são enviados pelo governo 
federal e o restante é complementado com verba 
 4 
municipal. O salário a ser pago a cada 
profissional é definido por cada município 
(BRASIL, 2008). 
 
3.2 Atendimento domiciliar privado 
Os serviços de saúde privados no Brasil 
são subdivididos em liberal clássico e 
suplementar (FREITAS, 2006). 
O subsetor liberal clássico é composto 
por serviços autônomos, onde os próprios 
profissionais fazem a captação da clientela e 
estabelecem os meios de tratamento e 
remuneração. Esse tipo de atendimento é uma 
prática muito antiga na fisioterapia ainda 
bastante presente atualmente, configurando-se 
como uma alternativa informal de trabalho, 
bastante lucrativa, segundo Freitas (2006). 
Na prática observa-se que esta forma de 
atendimento domiciliar constitui-se uma dos 
primeiros meios de atuação do profissional 
recém formado e ainda um grande mercado ao 
longo de toda sua vida profissional apesar de ser 
pouco estudado (FREITAS, 2006). 
Ainda dentro do atendimento privado, 
existe a saúde suplementar que é composta 
pelos serviços financiados pelos planos e 
seguros de saúde, regulados e fiscalizados pela 
Agencia Nacional de Saúde Suplementar, (ANS) 
(PIETROBON, PRADO E CAETANO, 2008). 
 No entanto a prática da assistência 
domiciliar na saúde suplementar, não é 
regulamentada nem fiscalizada pela ANS, 
cabendo isso à Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) (FRANCO E MERHY, 2008), 
que por meio da Resolução da Diretoria 
Colegiada (RDC nº11, de janeiro de 2006) 
dispõe sobre as responsabilidades das 
prestadoras de serviços de assistência domiciliar 
e sobre o papel da ANVISA em sua fiscalização 
(BRASIL, 2006). 
 Diferentemente do que acontece no 
serviço autônomo, na assistência domiciliar 
privada é relatado que a inclusão do cliente para 
atendimento fisioterapêutico domiciliar é 
realizada por meio de indicação médica ou da 
enfermeira. Posteriormente, juntamente com 
toda a equipe multiprofissional, incluindo o 
fisioterapeuta, são avaliadas as possibilidades 
de inclusão desse cliente na assistência 
domiciliar e o plano de tratamento a ser seguido 
(FRANCO E MERHY, 2008; FABRÍCIO et al., 
2004). 
 Para regulamentar os honorários do 
fisioterapeuta existe o Referencial Nacional de 
Honorários Fisioterapêuticos, no qual consta 
para atendimento domiciliar o valor de 250 CHF, 
sendo que cada CHF vale R$0,30 o que 
corresponde a R$75,00 cada sessão. Esses 
valores poderão ser reajustados em até 20% 
dependendo da região (COFFITO, 2009). Apesar 
de já ter sido regulamentado pelo COFFITO, 
este referencial de honorários ainda precisa ser 
adotado pela ANS. 
 
3.3 – Experiências da fisioterapia na 
assistência domiciliar 
 Independente de qual modalidade de 
intervenção é praticada no setor público ou no 
privado, o fisioterapeuta visa à reabilitação do 
paciente no aspecto funcional por meio de 
medidas terapêuticas que possibilitem manter a 
independência para a realização de atividades 
do dia-a-dia e retorno para atividades de 
trabalho e lazer (FERNANDES et al., 2008). 
 Em um estudo realizado por Rocha, 
Paula e Kretzer (2004), no qual foi pesquisada a 
prevalência de deficiências e incapacidade em 
um PSF de São Paulo, foi evidenciado que 25% 
da população atendida eram idosos. 
 5 
 Com o crescimento da população idosa, 
a preocupação em relação à capacidade 
funcional vem surgindo como novo destaque 
para a estimativa da saúde desse segmento 
etário. Esse aumento gera maior probabilidade 
de ocorrência de doenças crônicas e, com isso, 
o desenvolvimento de incapacidades associadas 
ao envelhecimento (RICCI, KUBOTA e 
CORDEIRO, 2005). As doenças reumáticas 
(artrite, artrose e poliartrite reumática) afetam 
50% dos idosos, sendo uma importante causa 
de sofrimento e restrição de atividades (ARAÚJO 
e BACHION, 2004) podendo restringir esta 
população cada vez mais ao domicílio e 
aumentar a demanda por atendimento 
fisioterapêutico domiciliar. 
Em um estudo realizado por Mitchell et 
al., (2005) 65 pacientes submetidos à artroplastia 
total de joelho realizaram fisioterapia domiciliar 
pré e pós operatória. Foram realizados antes da 
cirurgia técnicas para aumento da flexão e 
extensão do joelho, alívio da dor, reeducação da 
marcha e adaptações na casa e nas funções 
realizadas pelo paciente. Após a cirurgia, além 
da conduta já adotada foi empregado também 
técnicas para redução do edema e mobilização 
de tecidos moles. Como resultado esses 
paciente tiveram um tempo de recuperação 
menor, necessitando de menos tempo de 
reabilitação que o grupo controle. 
Além das doenças reumáticas, é 
crescente o número de idosos acometidos por 
patologias neurológicas. Em um estudo realizado 
por Felício et al., (2005), foi relatado que um dos 
objetivos da fisioterapia na reabilitação de 
pacientes com doenças neurológicas crônicas no 
domicílio é alcançar maior grau de 
independência. A motivação do paciente e a 
aceitação no que diz respeito às alterações do 
seu estilo de vida são fatores relevantes para o 
sucesso da reabilitação. A conduta não deve ser 
restrita ao protocolo de tratamento, mas também 
a boa avaliação, monitorização do progresso e 
orientação aos parentes nos cuidados e na 
convivência com o doente. 
Pacientes com paralisia cerebral, muitas 
vezes, demandam assistência domiciliar. Em um 
estudo realizado por Furtado et al., (2009), sobreum programa domiciliar de fortalecimento 
muscular com três pacientes com diplegia 
espástica, foi observado uma melhora na 
marcha, em subir e descer de escadas, função 
motora grossa e desempenho funcional. 
Segundo os pais a participação do programa 
melhorou a auto-estima dos filhos, que se 
tornaram mais independentes na realização de 
tarefas usuais. 
Parenti et al., (2005), relatam a 
assistência domiciliar em pessoas que 
apresentam Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida (AIDS). Em seu estudo eles 
encontraram a presença de déficit motor 
incapacitante em 41% dos pacientes indicados 
para o serviço pelo Serviço de Assistência 
Domiciliar Terapêutica do município de 
Contagem - MG o que justifica a necessidade de 
uma intervenção fisioterapêutica. 
Diante do exposto percebe-se a 
importância da atuação do fisioterapeuta na 
realização de atendimentos domiciliares em 
pacientes portadores de enfermidades crônicas 
e/ou degenerativas, pacientes acamados ou 
impossibilitados de sair do domicílio. Os casos 
de maior complexidade, quando necessário, 
devem ser encaminhados a serviços 
especializados (RAGASSON et al., 2006). 
Segundo Brasil et al., (2005), a atuação 
do fisioterapeuta na assistência domiciliar, 
independente da patologia atendida, envolve 
 6 
também a abordagem da família e ações de 
prevenção e promoção à saúde. 
A proposta do programa é educar e 
capacitar membros da família para os cuidados 
com os pacientes no domicílio frisando que a 
atuação fisioterapêutica em domicílio vai além da 
atenção direta ao paciente, envolvendo também 
a família e os cuidadores. (FELÍCIO et al., 2005) 
No estudo realizado por Felício et al., 
(2005), envolvendo cuidadores de pacientes 
neurológicos com e sem suporte fisioterapêutico 
na assistência domiciliar, constatou-se menor 
presença de algia e parestesia no grupo de 
cuidadores que recebiam atendimento 
fisioterapêutico. Estes cuidadores também 
afirmaram ter orientações em maior número em 
comparação ao grupo que não recebia essa 
assistência. 
O atendimento domiciliar possibilita ao 
fisioterapeuta conhecer a realidade na qual o 
paciente está inserido, podendo adequar a sua 
conduta e realizar as orientações necessárias, 
que vão desde orientações de saúde em geral 
até técnicas de estímulos sensório-motor, 
termoterapia, cinesioterapia e o uso de próteses 
e órteses. (TRELHA et al., 2007) 
 
4.0 – CONCLUSÃO 
 A atuação fisioterapêutica pode ser 
desenvolvida em todos os níveis de atenção à 
saúde, por ter sua abordagem prática voltada 
para a prevenção, o tratamento e a reabilitação 
de distúrbios cinéticos funcionais. 
A fisioterapia na assistência domiciliar é 
de extrema importância para a população, seja 
ela no setor privado ou pelo SUS visando uma 
saúde mais plena e humanizada. No entanto, 
foram encontrados poucos estudos sobre 
fisioterapia domiciliar. Mais estudos se tornam 
necessários para aumentar as evidências 
científicas desta forma de atuação. 
 
5.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALBUQUERQUE, M., A.,L.; CARVALHO, V., 
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1, n. 2, p. 15-19, 2009. 
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Domiciliar à Saúde (Home Health Care): sua 
História e sua Relevância para o Sistema de 
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Paulo, v. 9, n. 3, p.111-117, 2001. 
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