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Atualizações sobre o uso de Previcox em neoplasias em 
cães e gatos 
 
 Juliana Coutinho 
Estudante de Medicina Veterinária 
Estagiária Pets – Merial Saúde Animal 
 
Marcel Pereira, MV, MSc 
Assistente Técnico Pets – Merial Saúde Animal 
 
Introdução 
 
Os benefícios da utilização de um anti-inflamatório (AINE) altamente 
seletivo para COX-2 já são bem descritos pela literatura veterinária. 
Diferentemente da COX-2, que não apresenta grande importância na 
fisiologia do animal saudável e possui importante papel no processo 
inflamatório, a COX-1 apresenta importante papel na homeostasia, como a 
produção de prostaglandinas responsáveis pela proteção da mucosa 
gástrica, perfusão sanguínea renal e coagulação sanguínea. Por isso, o uso 
de AINEs altamente seletivos para COX-2, como o firocoxibe (Previcox), deve 
ser mais efetivo para o controle da dor e inflamação, e ainda, produzir menos 
efeitos colaterais1. 
Estudos mais recentes têm mostrado que alguns tecidos neoplásicos 
se utilizam da expressão de grande quantidade de COX-2 para o seu 
desenvolvimento. Os mecanismos pelos quais essas neoplasias utilizam a 
expressão de COX-2 para se desenvolver ainda são incertos, mas acredita-
se que a superexpressão de COX-2 está associada ao aumento da produção 
de fatores de crescimento vascular e da angiogênese, diminuição da 
apoptose, aumento da invasividade tecidual e produção de metástases, 
imunossupressão e aumento da produção de substâncias pró-inflamatórias2. 
Essa superexpressão de COX-2 tem sido demonstrada em diversos 
processos neoplásicos nos animais e, tendo em vista a importância dessa 
enzima para o desenvolvimento da neoplasia, tem sido proposta que a 
utilização de AINEs seletivos para COX-2 pode ter um importante papel na 
prevenção e tratamento de neoplasias3. 
 
 Neoplasias e a expressão de COX-2 
 
 
Muitos estudos têm demonstrado a expressão de COX-2 em diversos 
processos neoplásicos em cães e gatos. Algumas neoplasias em cães, como 
o carcinoma de células escamosas, carcinoma renal, carcinoma de células de 
transição, carcinoma prostático, carcinoma ovárico, adenoma e carcinoma 
intestinal, osteossarcoma e alguns tipos de carcinomas nasais e mamários, 
expressam grande quantidade de COX-2; porém, neoplasias de origem 
mesenquimal ou hemolinfática, como o fibrossarcoma e o linfoma, 
respectivamente, não expressam COX-2 em grande quantidade. Em gatos, 
 
 
uma maior expressão de COX-2 tem sido relatada apenas em alguns poucos 
tipos de carcinoma4 (Quadro 1). 
 
Quadro 1 – Porcentagem de neoplasias em cães e gatos que expressam COX-2 
de acordo com diferentes estudos
5
. 
Cães 
Neoplasia Expressão de COX-2 (%) 
Carcinoma de células escamosas 65-100 
Melanoma oral 60 
Carcinoma prostático 56-86 
Carcinoma de células de transição de bexiga 58-100 
Neoplasias mamárias Depende do tipo histológico 
Adenoma e carcinoma intestinal 65 
Carcinoma nasal 71-87 
Carcinoma de células renais 67 
Carcinoma ovárico 81 
Osteossarcoma 23-79 
Metástase pulmonar de osteossarcoma 12 
Gatos 
Neoplasia Expressão de COX-2 (%) 
Carcinoma mamário 87-96 
Carcinoma oral de células escamosas 9-82 
Carcinoma pancreático 25 
Carcinoma de células de transição de bexiga 37-100 
 
De especial interesse estão as neoplasias mamárias em cães, uma 
vez que se trata de uma neoplasia frequente na clínica de pequenos animais. 
Devido à grande variabilidade histológica, a demonstração da expressão de 
COX-2 nestas neoplasias é mais complexa. Aparentemente, as formas mais 
agressivas são as que mais expressam COX-25. Um estudo mostrou que 
24% dos adenomas mamários e 56% dos carcinomas mamários expressam 
COX-2. Ainda, a quantidade de COX-2 expressa nessas neoplasias era 
dependente da classificação histológica, sendo que as neoplasias malignas 
expressaram mais COX-26. 
Em relação aos gatos, apesar da descrição da expressão de COX-2 
em alguns tecidos neoplásicos5, é possível que a não-expressão de COX-2 
observada em diversas neoplasias se deva a outros fatores diferentes das 
características histológicas, como falhas nas técnicas empregadas para 
detecção3. 
 
Uso de Previcox em neoplasias 
 
Na medicina humana, muitos estudos relacionaram o uso de AINEs, 
especialmente os altamente seletivos para COX-2, com a menor incidência 
de diversas neoplasias. Na medicina veterinária, estudos têm mostrado a 
eficácia do uso de AINEs isoladamente ou juntamente com quimioterápicos 
na remissão ou controle de neoplasias3. Atualmente, a oncologia veterinária 
 
 
busca tratamentos paliativos que ofereçam melhor qualidade de vida aos 
pacientes com neoplasias malignas em progressão, inoperáveis e sem 
tratamento curativo. Estudos recentes têm mostrado que Previcox apresenta 
excelentes resultados quando utilizado como tratamento paliativo, 
aumentando a sobrevida e proporcionando uma melhor qualidade de vida 
para esses animais7. 
Del Castillo et al. (2010) acompanharam 4 casos de cães com 
carcinoma mamário e metástases pulmonares. A utilização de Previcox como 
tratamento único ou associado a quimioterápicos foi bem tolerada pelos cães, 
resultando uma melhora significativa na qualidade de vida, já que foram 
observadas controle ou diminuição do tamanho e evolução das neoplasias e 
suas metástases, além de um notável aumento do tempo de sobrevida 
desses animais (entre 5 e 16 meses)7. 
 
Magán e Vázquez (2011) também relataram um caso de um carcinoma 
mamário inoperável, com presença de metástases pulmonares. O tratamento 
com Previcox foi bem tolerado, resultando em diminuição progressiva das 
metástases e desaparecimento completo dos nódulos peri-hilares. Além 
disso, foi observada uma melhora significativa na qualidade de vida e 
sobrevida de 9 meses, ao passo que a perspectiva de vida para esses casos 
é de 1 a 3 meses8. 
Suárez et al. (2010) fizeram um estudo retrospectivo com 15 cadelas 
diagnosticadas com carcinoma mamário, com metástases torácicas e sem 
indicação cirúrgica ou quimioterápica, sendo utilizados anti-inflamatórios para 
o tratamento da neoplasia. Deste grupo, 7 cadelas não foram tratadas (grupo 
controle), 6 foram tratadas com Previcox e 2 tratadas com piroxicam. Foi 
concluído que o tratamento com anti-inflamatório pode aumentar a sobrevida 
dos animais com carcinoma mamário. Ainda, o tratamento com Previcox 
apresentou maior segurança que o piroxicam (um dos animais tratados com 
piroxicam apresentou toxicidade gastrintestinal severa após 40 dias do 
tratamento, sendo eutanasiado a seguir)9. 
A utilização de Previcox no tratamento de carcinomas de células de 
transição de bexiga também se mostrou eficaz. Aceña et al. (2009) utilizaram 
Previcox como tratamento único em 4 cães com essa neoplasia, sendo que 3 
deles apresentavam metástases em linfonodos abdominais. Após 5 a 10 dias 
do início do tratamento já se observou melhora do estado clínico dos animais. 
No controle ultrassonográfico foi observada diminuição parcial da neoplasia 
primária. Nenhum efeito colateral foi associado ao uso de Previcox, 
proporcionando assim, melhora da qualidade de vida desses pacientes, além 
de um tempo de sobrevida considerável (180 a 300 dias)10. 
De forma semelhante, Llamas (2010) acompanhou um cão com 
carcinoma de células de transição de bexiga. Após ressecção cirúrgica, foram 
observadas células neoplásicas nas margens do tecido removido. Como não 
havia possibilidade da realização de outra cirurgia e os proprietários negaram 
o tratamento quimioterápico, empregou-se o Previcox como tratamento único, 
a fim de prevenir recidiva. Até o momento da publicação do artigo, mais de 2 
anos do início do tratamento, o animal não apresentou recidiva da neoplasia 
 
 
e nem de sinais clínicos. Além disso, não foram observados efeitos colaterais 
relacionados ao uso do Previcox11.Os hemangiosarcomas (HSA) prostáticos são neoplasias raras, 
malignas e de rápida e fatal evolução. Apesar desses tumores apresentarem 
baixa expressão de COX-2 e do uso de anti-inflamatórios não apresentar 
uma melhor eficácia no tratamento desses pacientes, Ramos et al. (2010) 
relatou o caso de um cão com HSA prostático, de aproximadamente 30 cm 
de diâmetro, que foi tratado diariamente com a associação entre 
ciclosfosfamida e Previcox. Apesar do estado avançado da neoplasia, o 
tratamento se mostrou notoriamente eficaz pela melhora rápida do estado 
clínico do animal e diminuição do tamanho da neoplasia que, após 3 meses 
de tratamento, atingiu o tamanho de 12,7 cm x 8,8 cm. Não houve relato de 
reações adversas durante o tratamento. Apesar do grau avançado da 
neoplasia, o paciente teve sobrevida de 188 dias, o que é significativamente 
maior do que o relatado pela literatura12. 
Os tumores de cavidade nasal e seios paranasais são raros na rotina 
clinica, porém 80% deles são malignos, sendo o carcinoma nasal o mais 
comum. Ramos-Veja et al. (2010) relataram o caso de um cão de 11 anos 
com histórico de sangramento da cavidade nasal esquerda há 5 meses, não 
responsivo à várias tentativas de tratamento. Após o diagnóstico de 
carcinoma nasal, foi instituído um tratamento com a associação entre 
Previcox e gencitabina. Logo após a primeira dose do tratamento já se pode 
observar controle do crescimento da neoplasia e redução dos sinais clínicos, 
o que proporcionou melhora na qualidade de vida do paciente. O tempo de 
sobrevida deste paciente foi de 8 meses, o que é significativamente superior 
ao tempo relatado em literatura para pacientes que sofreram ressecção 
cirúrgica ou tratados somente com gencitabina, que é de 3 a 6 meses13. 
Conforme descrito na bula de Previcox, sua indicação é para uso em 
cães, porém, visto sua eficácia, segurança e seu mecanismo de ação 
altamente seletivo para COX-2, resultando em menor risco de ocorrência de 
reações adversas, alguns estudos têm mostrado a utilização de Previcox em 
gatos de forma segura. Harra (2011) acompanhou um gato de 10 anos de 
idades, diagnosticado com osteossarcoma em membro anterior direito, que já 
havia sido tratado com carprofeno e meloxicam, porém, sem sucesso no 
controle da dor e da neoplasia. Devido aos hábitos do animal e a recusa de 
iniciar um tratamento quimioterápico e radioterápico, foi sugerido um 
tratamento alternativo com Previcox (3mg/Kg/dia, VO). Cinco dias após o 
início do tratamento, o gato apresentou considerável melhora, voltando a 
apresentar comportamento anterior ao aparecimento da neoplasia, sem 
alterações no exame físico e praticamente sem dor durante a manipulação do 
membro afetado. Não foram observadas alterações em todas as avaliações 
até o momento da publicação (4 meses após inicio do tratamento), bem como 
não houve aumento ou agravamento na osteólise escapular. Durante todo 
tratamento o gato se apresentou clinicamente normal, não demonstrando 
qualquer tipo de reação adversa ao uso de Previcox – ou seja, uma 
significativa melhora na qualidade de vida deste animal14. 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Apesar do tempo de sobrevida ser um importante fator para a escolha do 
tratamento de pacientes com neoplasias, a manutenção da qualidade de vida 
tem assumido maior importância nos últimos anos. Os proprietários de 
animais em tratamento para neoplasias tendem a ser mais preocupados com 
o bem-estar de seus animais, especialmente nos casos de tratamentos 
paliativos. Estudos recentes têm mostrado que o uso de Previcox em animais 
com neoplasias, mesmo em estágio avançado ou terminal, melhorou de 
forma significativa a qualidade de vida dos animais. Estes animais 
apresentaram menos dor, voltaram a se alimentar, apresentavam-se mais 
dispostos e voltaram a ser ativos, o que é visto como uma significativa 
melhora do estado geral pelos proprietários15. 
 
 
Referências 
 
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