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ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Didatismo e Conhecimento 1 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Uma das engrenagens mais importantes, se não a mais impor- tante, para que o mundo seja do jeito que é, é o dinheiro. Ele com- pra carros, casas, roupas, título e, segundo alguns, só não compra a felicidade. Sendo o dinheiro carregado com toda essa importância, cada país, cada estado e cidade, se organiza de forma a ter seu pró- prio modo de ganhar dinheiro. Essa organização, aliás, é formada de um jeito em que a maior quantidade possível de dinheiro pos- sa ser adquirida. Há a muito tempo que o mundo funciona dessa forma. Por isso todos os países já conhecem muitos caminhos e atalhos para que sua organização seja elaborada para seu benefício. Essa tal organização que busca o maior número possível de riquezas é definido por uma série de importantes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador da estratégia econômicas do país, é chamado de Sistema Financeiro Nacional. Tem, basicamente, a função de controlar todas as instituições que são ligadas às ativida- des econômicas dentro do país. Mas esse sistema tem ainda muitas outras funções. Tem também muitos componentes que o formam. Existem grupos, dentro do grupo do Sistema Financeiro Nacional. O mais importante dentro desse sistema é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho é essencial por tomar as decisões mais importantes, para a que o país funcione de forma sadia. O Conse- lho Monetário Nacional tem dentro de si muitos integrantes que são importante, cada um na sua função. No entanto, o mais impor- tante desses membros é o Banco Central do Brasil. O Banco Central do Brasil é o responsável pela produção de papel-moeda e de moeda metálica, dinheiro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho Monetário Nacional, um trabalho de fisca- lização nas instituições financeiras do país. Além disso, tem diversas utilidades, como realizar operações bancárias, como empréstimos, cobrança de créditos e outros, de outras instituições financeiras. O Banco central é considerado o banco mais importante do Brasil, aci- ma de todos os outros, uma espécie de “Banco dos Bancos”. O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma forma de várias entidades se organizarem, de modo a manter a máquina do gover- no funcionando. Sua utilidade é o acompanhamento e também a coordenação de todas as atividades financeiras que acontecem no Brasil. Esse acompanhamento acontece na forma de fiscalização. Já a coordenação está na parte em que funcionários do Banco Cen- tral agem, segundo suas responsabilidades, no cenário financeiro. Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dos anos. O próprio Banco Central era uma outra entidade como nome di- ferente: Superintendência da Moeda e do Crédito era o nome do órgão antes. A mudança ocorreu por meio da lei nº 4.595/64, no art.8º. A moeda nacional, que também já mudou várias vezes ao longo da história brasileira e leva o nome de “Real” foi uma das grandes mudanças. A modificação de uma moeda nacional é, em qualquer circunstancias, algo que causa muitas mudanças, mas no caso da mudança para a atual moeda (real), essa transformação foi grandiosa. Numa época em que a inflação era um grande terror para economia brasileira, essa mudança, chamada de plano real, conseguiu frear a inflação e normalizar os preços do comércio in- terno. Isso, seguido de uma valorização da moeda nacional, resul- tou numa recuperação rápida da economia brasileira. Quem pega no dinheiro todos os dias, paga as suas contas, recebe seu salário, nem pensa no grande sistema que há por trás dessas operações. Na verdade, os salários são do valor que são, para que a atual quantidade de dinheiro circule no país, para que a economia brasileira seja como é, o Sistema Financeiro Nacional toma decisões todos os dias, que são refletidas na nossa realidade. Sistema Financeiro Nacional Definição O Sistema Financeiro Nacional pode ser definido como o conjunto de instituições e órgãos que regulamentam, fiscalizam e executam as operações relativas à circulção da moeda e do crédito. Origens e Aspectos Históricos Em 1920, foi criada a Inspetoria Geral de Bancos, que tinha como objetivo exercer a fiscalização sobre as intituições financei- ras. Não se tratava, portanto, de um órgão destinado à normatiza- ção e ao controle amplo do mercado financeiro. Apenas com a criação da Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC, em 1945, passou a existir um controle mone- tário mais amplo. Em 1952, foi fundado o atual Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social – BNDES. Em 1964, ocorreu a “Reforma Bancária”, por intermédio da Lei nº 4.595, que dispôs sobre: - a criação do Conselho Monetário Nacional; - a transformação da SUMOC no Banco Central da República do Brasil, que, posteriormente, passou a ser denominado Banco Central do Brasil; - a composição original do Sistema Financeiro Nacional: Con- selho Monetário Nacional, Banco Central da República do Brasil (atual Banco Central do Brasil – BACEN), Banco do Brasil S.A., Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social – BNDES) e de- mais instituições financeiras públicas e privadas; Entre 1964 e 1965, foi criado o Sistema Financeiro da Habi- litação – SFH, tendo como principal operador o Banco Nacional da Habitação – BNH. As principais fontes de recursos so SFH são o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE. Em 1986, o BNH foi extinto, e suas atribuições foram transferidas para a Caixa Eco- nômica Federal. A Lei do Mercado de Capitais, nº 4.728/65, estabeleceu nor- mas relativas ao mercado de investimentos. Em 1976, pela Lei nº 6.385, foi criada a Comissão de Valores Mobiliários, que também integra o Sistema Financeiro Nacional. Em 1986, foi encerrada a conta movimento do Banco do Bra- sil perante o Banco Central, dando-se início ao processo de trans- ferência de todas as atribuições de autoridade monetária responsá- vel pela emissão de moeda ao BACEN. Em 1988, foi autorizada a constituição dos “Bancos Múlti- plos”, permitindo-se que uma mesma pessoa jurídica opere com mais de uma das seguintes carteiras: comercial; de investimento; de desenvolvimento; de crédito imobiliário; e de crédito, financia- mento e investimento. Posteriormente, pela Resolução nº 2.099/94, foi autorizada a operação, por essas instituições, com a carteira de arrendamento mercantil. Em 1995, foi instituído o Programa de Estímulo à Reestru- turação do Sistema Financeiro Nacional – PROER, tendo como principais objetivos assegurar a liquidez e solvência do Sistema Financeiro Nacional e resguardar os interesses de depositantes e investidores. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional é dividido em dois Subsiste- mas: - Subsistema de Supervisão; - Subsistema Operativo. Didatismo e Conhecimento 2 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Subsistema de Supervisão Função do Subsistema de Supervisão- O Subsistema de Su- pervisão tem como função editar normas que definam os parâme- tros para transferência de recursos dos poupadores aos tomadores e controlar o funcionamento das instituições e entidades que efe- tuem atividades de intermediação financeira. Composição do Subsistema de Supervisão- O Subsistema de Supervisão tem a seguinte composição: - Conselho Monetário Nacional; - Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; - Banco Central do Brasil S.A.; - Comissão de Valores Mobiliários; - Conselho Nacional de Seguros Privados; - Superintendência de Seguros Privados; - IRB – Brasil Resseguros; - Conselho de Gestão da Previdência Complementar; - Secretaria de Previdência Complementar. Subsistema Operativo Função do Subsistema Operativo- O Subsistema Operativo tem como função operacionalizar a transferência de recursos do poupador para o tomador, de acordo com as regras estabelecidas pelas entidadesintegrantes do Subsistema de Supervisão. Composição do Subsistema Operativo- O Subsistema Ope- rativo tem a seguinte composição: - Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias; - Instituições Financeiras Não Bancárias ou Não Monetárias; - Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Emprés- timo; - Agentes Especiais; - Instituições do Sistema de Distriuição de Títulos e Valores Mobiliários; - Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia de Títulos e Valores Mobiliários; - Instituições Administradoras de Recursos de Terceiros; - Entidades Prestadoras de Serviços Financeiros Regulamen- tados; - Instituições do Sistema Nacional de Seguros Privados e de Previdência Complementar; - Instituições Prestadoras de Serviços Financeiros Não Regu- lamentados. Instituições Financeiras Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da le- gislação em vigor, as pessoas jurídicas, públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermedia- ção ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de pro- priedade de terceiro. Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer dessas atividades, de forma permanente ou eventual. As instituições financeiras somente podem funcionar no Bra- sil mediante prévia autorização do Banco Central do Brasil ou, quando estrangeiras, por intermédio de decreto do presidente da República. É ilegal o desempenho de atividades de coleta, intermediação ou aplicação de recursos sem prévia autorização. Instituições Financeiras Bancárias São as instituições financeiras autorizadas a captar recursos junto ao público sob a forma de depósitos à vista, podendo, por isso, criar moeda escritural: - Bancos Comerciais; - Caixas Econômicas; - Cooperativas de Crédito; - Bancos Cooperativos; - Bancos Múltiplos com Carteira Comercial. Instituições Financeiras Não Bancárias Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias são aquelas que não autorizadas a captar recursos sob a forma de de- pósitos à vista: - Bancos de Investimento; - Bancos Estaduais de Desenvolvimento; - Sociedades de Arrendamento Mercantil; - Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento; - Companhias Hipotecárias; - Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial. Instituições do SBPE Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo são aquelas autorizadas a captar recursos sob a forma de depósitos em caderneta de poupança, cujos recursos são destinados princi- palmente ao financiamento habitacional: - Sociedades de Crédito Imoboliário; - Associoações de Poupança e Empréstimo; - Caixas Econômicas (Estaduais); - Bancos Múltiplos com Carteira de Crédito Imobiliário; - Sociedade de Crédito Imobiliário; - Associação de Poupança e Empréstimo. Agentes Especiais São instituições que executam funções atípicas, diferenciadas da espécie a que pertencem: - Banco do Brasil S.A.; - Caixa Econômica Federal; - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; - Banco do Nordeste do Brasil S.A.; - Banco da Amazônia S.A. Instituições do Sistema de Distribuição Instituições do Sistema de Distribuição de Títulos a Valores Mobiliários são as que prestam serviços a poupadores e tomado- res, mediante compra e venda como intermediários, de títulos e valores mobiliários e câmbio: - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários; - Sociedades Corretoras de Câmbio; - Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários; - Corretores de Mercadorias e Corretores de Mercadorias Agrícolas; - Operadores Especiais de Mercadorias Agrícolas e Corretores de Algodão; - Agentes Autônomos de Investimentos. Didatismo e Conhecimento 3 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia de Títulos e Valores Mobiliários são aquelas que prestam serviços aos intermediários financeiros, criando condições propícias de mercado para a emissão e circulação de títulos e valores mobiliários, sem, entretanto, efetuar operações de compra e venda: - Bolsas de Valores; - Entidades de Mercado de Balcão Organizado; - Sociedades de Compensação e Liquidação de Operações; - Bolsas de Mercadorias e Futuros; - Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC; - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos. Instituições Administradoras de Recursos de Terceiros São instituições que proporcionam a reunião de diversos poupadores que tenham objetos comuns quanto à aplicação de seus recursos: 1- Fundos Mútuos de Investimento Regulamentados pelo BACEN: a) Fundo de Investimento Financeiro; b) Fundo de Investimento Financeiro – Dívida Estadual e/ou Municipal; c) Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos de Invesmento Financeiro; d) Fundo de Renda Fixa – Capital Estrangeiro; e) Fundo de Investimento no Exterior; f) Fundo de Investimento Extramercado. 2- Fundos Mútuos de Investimentos Regulados pela CVM: a) Fundos Mútuos de Investimento em Ações; b) Fundos Mútuos de Investimento em Ações – Carteira Livre; c) Fundo de Investimento em Quotas de Fundos Mútuos de Investimentos em Ações; d) Fundos Setoriais de Investimentos em Ações; e) Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes; f) Fundo de Investimento Cultural a Artístico; g) Fundo de Privatização – Capital Estrangeiro; h) Fundo de Conversão – Capital Estrangeiro; i) Fundo de Conversão – Capital Estrangeiro (Áreas Incentivadas). 3- Fundos Mútuos de Investimentos Regulamentados pelo BACEN em Conjunto com a CVM: a) Fundos de Investimento – Capital Estrangeiro; b) Fundos Mútuos de Investimento em Ações do Setor de Mineração; c) Fundos Mútuos de Ações Incentivadas; d) Fundos de Investimento Imobiliário; e) Fundos Mútuos de Privatização – Dívida Securitizada. 4- Fundos Mútuos de Investimento Regulamentados pelo BACEN, CVM e SUSEP: a) Fundo de Aposentadoria Programada Individual – FAPI. 5- Outras: a) Clubes de Investimento; b) Carteira de Títulos e Valores Mobiliários; c) Sociedade de Investimento – Capital Estrangeiro; d) Administrador de Consórcio. Entidades Prestadoras de Serviços Financeiros Regulamentados São entidades juridicamente definidas como não pertencentes à categoria de instituição financeira, mas que prestam serviço financeiro regulamentado: - Agências de Fomento ou de Desenvolvimento. Didatismo e Conhecimento 4 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Instituições do Sistema Nacional de Seguros Privados e Previdência Complementar São instituições mantenedoras de seguros de coisas, pessoas, bens, responsabilidades, obrigações, direitos, garantias, co-seguro, resse- guro, retrocessão de seguros, planos de benefícios complementares ou assemelhados aos da Previdência Social: - Sociedades Seguradoras; - Sociedades de Capitalização; - Entidades Abertas de Previdência Privada com Fins Lucrativos; - Entidades Abertas de Previdência Privada sem Fins Lucrativos; - Entidades Fechadas de Previdência Privada; - Sociedades Administradoras de Planos de Seguro-Saúde; - Corretoras de Seguros. Detentoras de volume significativo de poupança, as Entidades Fechadas de Previdência Privada são supervisionadas pela Secretaria de Previdência Complementar. As Entidades Abertas de Previdência Privada, pela SUSEP. Instituições prestadoras de Serviços Financeiros Não Regulamentados Não são instituições financeiras, apesar de desenvolverem atividades tipicamente financeiras: - Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito; - Sociedades de Fomento Mercantil. Segundo o Banco Central do Brasil, o Sistema Financeiro Nacional é estruturado da seguinte forma: Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional - CNM Banco Central do Brasil – BACEN Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista Demais Instituições Financeiras Outros Intermediários Financeiros e Administrativos de Recursos de Terceiros Comissão de Valores Mobiliários - CVM Bolsas de Mercadorias e Futuros Bolsasde Valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e IRB – Brasil Resseguros Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalização Entidades Abertas de Previdência Complementar Coselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC Secretaria De Previdência Complementar - SPC Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Didatismo e Conhecimento 5 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO O quadro apresentado em seguida demonstra a estrutura do Sistema Financeiro Nacional de forma mais detalhada. Órgãos de Regulação e Fiscalização Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista Bancos Múltiplos com Carteira Comercial BACEN Supervisão e Controle MCN Conselho Monatário Nacional BACEN Banco Central do Brasil Bancos Comerciais BACEN Caixas Econômicas BACEN Cooperativas de Crédito BACEN Bancos Cooperativos BACEN Demais Instituições Financeiras Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial BACEN Bancos de Investimento BACEN e CVM Bancos de Desenvolvimento BACEN Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento BACEN CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados CGPC Conselho de Gestão da Previdência Complementar CVM Comissão de Valores Mobiliários SUSEP Supertintendência de Seguros Privados e IRB – Brasil Resseguros SPC Secretaria de Previdência Social Sociedades de Crédito Imobiliário BACEN Companhias Hipotecárias BACEN Associações de Poupança e Empréstimo BACEN Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros Bolsas de Mercadorias e de Futuros BACEN e CVM Bolsas de Valores CVM Sociedades Corretoras de Títulos e Valores mobiliários BACEN e CVM Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários BACEN e CVM Sociedades de Arrendamento Mercantil BACEN Sociedades Corretoras de Câmbio BACEN Agentes Autônomos de Investimento BACEN e CVM Entidades Ligadas aos Sistemas de Previdência e Seguros Entidades Fechadas de Previdência Privada SPC Entidades Abertas de Previdência Privada SUSEP Sociedades Seguradoras SUPEP Sociedade de Capitalização SUSEP Sociedades Administradoras de Seguro- Saúde SUSEP Entidades Administradoras de Recursos de Terceiros Fundos Mútuos BACEN e CVM Clubes de Investimento CVM Carteiras de Investimento Estrangeiros BACEN e CVM Administradores de Consórcio BACEN Sistema de Liquidação e Custódia Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC BACEN Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP BACEN Caixa de Liquidação e Custódia CVM Didatismo e Conhecimento 6 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO As classificações apresentadas em seguida foram organizadas de acordo com a estrutura do Sistema Financeiro Nacional prevista pelo Banco Central do Brasil. Autoridades do Sistema Financeiro Nacional As autoridades do Sistema Financeiro Nacional podem ser: - Autoridades Monetárias; - Autoridades de Apoio. As Autoridades Monetárias são responsáveis pela normatiza- ção e execução das operações de emissão de moeda: - Conselho Monetário Nacional – CMN; - Banco Central do Brasil – BACEN. As Autoridades de Apoio ou são instituições que, além de atuar como instituições financeiras normais, auxiliam as autorida- des monetárias na execução da política monetária, como é o caso do Banco do Brasil, ou são instituições com poderes de normatiza- ção limitado a um setor específico, como é o caso da Comissão de Valores Mobiliários. As principais Autoridades de Apoio do Sistema Financeiro Nacional são: - Comissão de Valores Mobiliários; - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social; - Caixa Econômica Federal; - Banco do Brasil S.A.. Entidades e Órgãos Normativos e Supervisores do SFN De acordo com o Banco Central do Brasil, as entidades e ór- gãos normativos e supervisores do Sistema Financeiro Nacional são os seguintes: - Conselho Monetário Nacional – CMN; - Banco Central do Brasil – BACEN; - Comissão de Valores Mobiliários – CVM; - Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; - Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; - IRB – Brasil Resseguros; - Conselho de Gestão de Previdência Complementar – CGPC; - Secretaria de Previdência Complementar – SPC. Conselho Monetário Nacional O art. 2º da Lei nº 4.595/64 extinguiu o Conselho da Superin- tendência da Moeda e do Crédito e criou o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do País. Recebem o nome de RESOLUÇÕES as deliberações do CMN, cabendo ao BACEN a sua divulgação. O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do Siste- ma Financeiro Nacional, com funções deliberativas, cujas normas são de observância obrigatória por todas as instituições do sistema financeiro. Objetivos do CMN- A política do Conselho Monetário Na- cional tem como objetivo: - adaptar o volume dos meios de pagamentos às reais neces- sidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; - regular o valor interno da moeda, por meio da prevenção e correção dos surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, das depressões econômicas e de outros dese- quilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; - regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; - orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas dife- rentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; - propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sis- tema de pagamentos e de mobilização de recursos; - zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; - coordenar as políticas monetária e creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. Funções do CMN- Entre outras, são funções privativas do Conselho Monetário Nacional: - autorizar a emissão de papel-moeda; - aprovar os orçamentos monetários, que são preparados pela Banco Central e por meio dos quais são estimadas as necessidades globais de moeda e crédito; - fixar diretrizes e normas da política cambial e, inclusive, compra e venda de ouro e quaisquer operações em moeda estran- geira; - disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as ope- rações creditícias em todas as suas formas; - estabelecer normas relativas à fiscalização, constituição e funcionamento das instituições financeiras; - estabelecer normas sobre a política de taxas de juros, des- contos, comissões e qualquer outra forma de remuneração de ope- rações e serviços bancários; - disciplinar as operações de câmbio; - deliberar sobre a estrutura técnica e administrativa do Banco Central; - determinar as características gerais das cédulas e das moe- das; - determinar a percentagem máxima dos recursos que as ins- tituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; - estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, imobilizações ou outras relações patrimoniais, a serem observadas pelas instituições financeiras; - delimitar o capital mínimo das instituições financeiras; - expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; - determinar recolhimento de até 100% dos depósitos à vista e de até 60% do total dos demais depósitos e/ou títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja por meio de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central; - determinar os encaixes obrigatórios; - regulamentar as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas ou priva- das de natureza bancária; - aprovar o regimento interno e as contas do BancoCentral do Brasil, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; - aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigores, nas pra- ças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejam estabelecer-se; Didatismo e Conhecimento 7 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO - fixar a orientação geral a ser observada pela CVM no exercí- cio de suas atribuições; - regular a utilização do crédito no mercado de valores mo- biliários; - definir a política a ser observada na organização do mercado de valores mobiliários; - definir as atividades da CVM que devam ser exercidas de forma coordenada com o Banco Central do Brasil; - definir tipos de instituições financeiras que poderão exercer atividades no mercado de valores mobiliários, bem como as espé- cies de operações que poderão realizar e de serviços que poderão prestar nesse mercado; - fixar as diretrizes para a aplicação das reservas técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdên- cia privada, podendo, no caso das últimas, estabelecer diretrizes diferenciadas para uma determinada entidade, ou grupo de entida- des, levando em conta a existência de condições peculiares relati- vamente a suas patrocinadoras. Estrututa do CMN- O Conselho Monetário Nacional tem a seguinte composição: - ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de presidente; - ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; - presidenre do Banco Central do Brasil. O CMN delibera mediante resoluções, por maioria dos votos, cabendo ao seu presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, “ad referendum” dos demais mem- bros, devendo, nesse caso, submeter a decisão ao colegiado, na primeira reunião posterior à prática do ato. Comissão Técnica da Moeda e do Crédito- Junto ao Conse- lho Monetário Nacional, funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, com a função básica de regulamentar algumas matérias de competência do Conselho Monetário Nacional, composta pelos seguintes membros: - presidente e quatro diretores do Banco Central do Brasil; - presidente da Comissão de Valores Mobiliários; - secretário executivo do Ministério do Planejamento, Orça- mento e Gestão; - secretátio do Tesouro Nacional; - secretário de Política Econômica; - secretário executivo do Ministério da Fazenda. Comissões Consultivas do CMN- Junto ao CMN, funcio- nam, ainda, as seguintes comissões consultivas: - de Normas de Organização do Sistema Financeiro; - do Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; - de Crédito Rural; - de Crédito Industrial; - de Endividamento Público; - de Pólitica Monetária e Cambial; - de Processos Administrativos. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional- Criado pelo Decreto nº 91.152/85, o CRSFN julga, em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos das de- cisões relativas a penalidades administrativas aplicadas pelo BA- CEN, pela CVM e pela Secretaria de Comércio Exterior. O CRSFN tem ainda como atribuição julgar os recursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira instância administra- tiva, das decisões que concluírem pela não aplicação das penali- dades. Estrutura do CRSFN- O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é integrado por oito Conselheiros, de reco- nhecida competência e possuidores de reconhecimentos especiali- zados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de capitais, de câmbio, de capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial, e de consórsios, observada a seguinte composição; - um representante do Ministério da Fazenda; - um representante do Banco Central do Brasil; - um representante da Secretaria de Comércio Exterior; - Um representante da Comissão de Valores Mobiliários; - quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em lista tríplice. As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguin- tes: Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), An- bid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV (Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasilei- ra das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distri- buidoras de Valores) e AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). Os representantes das quatro primeiras entidades têm acesso no Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes. Os conselheiros titulares e seus respectivos suplentes são no- meados pelo ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, admitindo-se a recondução por uma única vez. Também fazem parte do Conselho de Recursos dois Procura- dores da Fazenda Nacional, designados pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um secretário-executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Bra- sil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo. O representante do Ministério da Fazenda preside o Conselho, e o vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda entre os quatro representantes das entidades de classe que integram o CRSFN. Conceito de Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e afins que controlam, fiscalizam e fazem as medidas que dizem respeito à circulação da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em sua Constituição Federal, cita qual o intuito do siste- ma financeiro nacional: “O Sistema Financeiro Nacional, estrutu- rado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participa- ção do capital estrangeiro nas instituições que o integram”. O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: Subsistema de supervisão e subsistema operativo. O de supervisão se responsabiliza por fazer regras para que se definam parâmetros para transferência de recursos entre uma parte e outra, além de supervisionar o funcionamento de instituições que façam atividade de intermediação monetária. Já o subsistema operativo torna possível que as regras de transferência de recursos, definidas pelo subsistema supervisão sejam possíveis. O subsistema de su- pervisão é formado por: Conselho Monetário Nacional, Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional de Didatismo e Conhecimento 8 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Seguros Privados, Superintendência de Seguros Privados, Brasil Resseguros (IRB), Conselho de Gestão da Previdência Comple- mentar e Secretaria de Previdência Complementar. Dos que participam do subsistema de revisão, podemos des- tacar as principais funções de alguns: O Banco Central (BACEN) é a autoridade que supervisiona todas as outras, além de banco emissor de dinheiro e executor da política monetária. O Conselho Monetário Nacional (CMN) funciona para a criação da política de moeda e do crédito, de acordo com os interesses nacionais. A Co- missão de Valores Mobiliários tem a função de possibilitar a alta movimentação das bolsas de valores e do mercado acionário ( isso inclui promover negócios relacionados à bolsa de valores, proteger investidores e ainda outras medidas). O outro subsistema, o opera- tivo, é composto por: Instituições Financeiras Bancarias, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias, Agentes Especiais, Siste- ma de Distribuição de TVM. As partes integrantes do subsistema operativo, citados aci- ma, são grupo que compreendem instituiçõesque são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Instituições Financeiras Bancárias, por exemplo, representam as Caixas Econômicas, Cooperativas de Crédito, Bancos comerciais e Cooperativos. As instituições Fi- nanceiras Não Bancárias são, por exemplo, Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, Companhias Hipotecárias, Agências de Desenvolvimento. As autoridades do Sistema Financeiro Nacional também podem ser divididas em dois grupos: Autoridades Mone- tárias e Autoridades de Apoio. As autoridades monetárias são as responsáveis por normatizar e executar as operações de produção de moeda. O Banco Central do Brasil (BACEN) e o Conselho Mo- netário Nacional (CMN). Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as au- toridades monetárias na prática da política monetária. Um exemplo desse tipo de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de auto- ridade de apoio são instituições que têm poderes de normatização limitada a um setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores Mobiliários. As Instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são definidas como as pessoas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar ou aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em moeda de circulação nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas. Pessoas físicas que façam atividades paralelas às característi- cas acima descritas também são consideradas instituições financei- ras, sendo que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, exercer essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode acarretar em ações contra essa pessoa. Essa autorização deve ser dada pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do presidente da república. As decisões tomadas pelo conselho monetário nacional, logo pelo sistema financeiro nacional tem total ligação com o estado da economia do país. Suas mudanças são determinantes, para o fun- cionamento do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores ( mercado onde as mercadorias são ações ou outros títulos financei- ros) tem empresas, produtos e ações que variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro inves- tido nesse mercado, a bolsa de valores é um espelho das grandes proporções que as decisões tomadas por esse sistema podem afetar a vida de todas as esferas da sociedade. O mercado de capitais é o conjunto de mercados, instituições e ativos que viabiliza a transferência de recursos financeiros en- tre tomadores (companhias abertas) e aplicadores (investidores) destes recursos. Essa transferência ocorre por meio de operações financeiras que podem se dar diretamente entre companhias e in- vestidores ou através de intermediários financeiros. As operações que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus participantes são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, inovação tecnológica, expansão da ca- pacidade, aquisição de outras empresas ou mesmo o alongamento do prazo de suas dívidas. Os investidores, por outro lado, possuem recursos financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do investidor. Existem companhias de diferentes portes, com necessidades financeiras variadas. Ao mes- mo tempo, investidores podem aplicar com o objetivo de obterem retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com diferen- tes níveis de risco. Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos intermediários fi- nanceiros, que cumprem a função de reunir investidores e compa- nhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com as das companhias abertas. Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para inves- timentos, se desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão distribuir seus tí- tulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia. E como isso acontece? Primeiro, um intermediário financeiro irá orientar a companhia sobre a melhor alternativa de financia- mento, isto é, alternativas para que a companhia possa se finan- ciar mediante recursos financeiros de terceiros. Caso a companhia decida pelo mercado de capitais, vários procedimentos jurídicos e administrativos para a abertura do capital serão necessários. O primeiro passo para isso é o registro de companhia aberta junto à CVM. O intermediário financeiro irá pedir o registro em nome da companhia apresentando uma série de documentos que são especi- ficados pela CVM, entre eles os principais atos societários, as úl- timas demonstrações financeiras, parecer de auditor independente, entre outros. Uma vez obtido o registro de companhia aberta junto à CVM, a empresa pode, por exemplo, emitir títulos representa- tivos de seu capital, as ações, ou representativos de empréstimos tomados via mercado de capitais, como debêntures e notas comer- ciais (“commercial papers”). Outros intermediários financeiros, por sua vez, irão oferecer aos investidores, os valores mobiliários emitidos pela companhia aberta. Em geral, os intermediários financeiros se associam, em consórcios, num esforço para vender todos os títulos ou valores mobiliários emitidos pela companhia. A colocação inicial desses títulos ou valores mobiliários se dá no chamado mercado primário, onde as ações e/ou debêntures, por exemplo, são vendidas pela pri- meira vez e os recursos financeiros obtidos são direcionados para a respectiva companhia. Finalizada essa primeira etapa, os inves- tidores que adquiriram esses títulos e valores mobiliários podem revendê-los no chamado mercado secundário, onde ocorre a sua negociação entre os investidores. Os investidores podem negociar diretamente entre si para comprar e vender ações e outros títulos e valores mobiliários. Contudo, na maioria dos casos, essa não é a forma mais eficiente porque implica em altos custos de transação: como encontrar outro investidor interessado numa determinada Didatismo e Conhecimento 9 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO ação? Como saber qual é o preço justo da ação num determina- do momento? Como garantir que outro investidor irá pagar pelas ações ou entregar aquelas que foram negociadas? Para facilitar a negociação desses títulos no mercado secun- dário, foram criadas instituições que têm por objetivo administrar sistemas centralizados, regulados e seguros para a negociação des- ses títulos. A função básica dessas instituições é proporcionar li- quidez aos valores de emissão de companhias abertas, ou seja, possibilitar ao investidor que adquiriu esses títulos vendê-los de forma eficiente e segura. São exemplos destas instituições as bol- sas de valores e as entidades administradoras do mercado de bal- cão organizado. A atuação nas bolsas de valores e nos mercados de balcão, organizado e não organizado, é restrita aos integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, dentre estes as instituições financeiras e sociedades corretoras e distribuidoras devidamente autorizadas a funcionar pela CVM e pelo Banco Central do Brasil, que atuam em nome de seus clientes, os investidores, comprando e vendendo ações, debêntures e outros títulos e valores mobiliários emitidos pelas companhias abertas. As bolsas de valores e as entidades do mercado de balcão or- ganizado têm o status de autorreguladores, pois são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamentodos mercados por elas administrados e à atuação dos intermediários que neles atuam. Ao mesmo tempo, as bolsas de valores e os mer- cados de balcão organizado são supervisionados pela CVM. Compreenda as terminologias usadas no Sistema Finan- ceiro O Sistema Financeiro Brasileiro pode ser entendido como o conjunto de instrumentos, mecanismos e instituições que assegu- ram a canalização da poupança para o investimento, ou seja, dos setores que possuem recursos financeiros superavitários para os desejam ou necessitam de recursos (deficitários). O Sistema Fi- nanceiro Brasileiro é segmentado em quatro grandes “mercados”, que são: - Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto prazo com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária. - Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas institui- ções financeiras e não financeiras prestando serviços de interme- diação de recursos de curto e médio prazo para agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo con- trole, normatização e fiscalização deste mercado. - Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recur- sos de médio e longo prazo para agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A Comis- são de Valores Mobiliários é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. - Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as tro- cas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio atuando através de sua Política Cambial. - Curto Prazo: Mercado Monetário, Crédito e Câmbio. - Médio e Longo Prazo: Mercado de Capitais - Mercado primário: As empresas ou o governo emitem tí- tulos e valores mobiliários para captar novos recursos diretamente de investidores. - Mercado secundário: é composto por títulos e valores mo- biliários previamente adquiridos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda. Não en- volve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capi- tal para quem o emitiu. Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos. - Distribuição primária: corresponde à distribuição de novas ações, sendo os recursos captados destinados a aumento de capital da companhia emissora. - Distribuição secundária: corresponde à distribuição de ações já emitidas e os recursos captados se destinam aos acionistas vendedores, que podem ser investidores estratégicos tais como os Fundos de “Private Equity” (Fundo de Investimento em Partici- pações). - Mercado de bolsa: as negociações são abertas e realizadas por sistema de leilão, ou seja, a venda acontece para quem oferece melhor lance. A arrematação e/ou a negociação é feita por pregão de viva-voz ou com auxílio de sistema informatizado. - Mercado de balcão: a negociação ocorre diretamente entre a instituição financeira e outra instituição financeira ou não finan- ceira. Os valores são negociados apenas entre as partes envolvidas. Entidades Supervisoras Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a pro- mulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). Antes da sua criação, as suas funções eram realizadas pela Supe- rintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional. Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curi- tiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do SFN. É o «banco dos bancos». A partir da Constituição de 1988, o BC passou a ter o exer- cício exclusivo para emissão de moeda. O presidente do BC e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da República após a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta. É da competência do BC: - Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda na- cional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; - Formular a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional; - Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida como taxa SELIC; - Controlar as operações de crédito das instituições que com- põe o Sistema Financeiro Nacional; Didatismo e Conhecimento 10 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO - Formular, executar e acompanhar a política cambial e de re- lações financeiras com o exterior; - Fiscalizar os bancos comerciais; - Emitir papel-moeda; - Executar os serviços do meio circulante para atender a de- manda de dinheiro necessário às atividades econômicas; - Adequar o volume dos meios de pagamento à real capacida- de da economia; - Manter o nível de preços (inflação) sobre controle; - Manter sobre controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; - Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto; - Executar o sistema de metas para a inflação; - Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional; - Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio, objetivando a manutenção da paridade da moeda nacional; - Regular o mercado de câmbio; - Administrar as reservas internacionais brasileiras; - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais; - Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras; - Manter e movimentar a chamada Conta Única do Tesouro Nacional, onde são contabilizadas as disponibilidades de caixa da União; - Regular, autorizar e fiscalizar as atividades das administra- doras de consórcios para aquisições de bens; - Normatizar, autorizar e fiscalizar as sociedades de crédito imobiliário e as associações de poupança e empréstimos; - Regular a execução dos serviços de compensação de che- ques e outros papéis. CVM - Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei nº 6.385 para fiscalizar e desenvol- ver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Até o ano de 1976 não havia uma entidade que absorvesse a regulação e a fiscaliza- ção do mercado de capitais, principalmente nos temas relativos às sociedades de capital aberto. Por isso, a Lei nº 6.385 ficou sendo conhecida como a Lei da CVM. A Comissão de Valores Mobiliá- rios é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, porém sem subordinação hierárquica. Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscali- zador, o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei nº 10.411 de 26.02.02) pela qual a CVM passa a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vincula- da ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patri- mônio próprio, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária” (art. 5º). É administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado «colegiado» da CVM. Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos «em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar» (art. 6º § 2º). O Colegiado define as políticas e estabelece as práticas a se- rem implantadas e desenvolvidas pelas Superintendências, as ins- tâncias executivas da CVM. Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro, com Superintendências Regionais nas cidadesde São Paulo e Brasília. A CVM tem as seguintes atribuições: - Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valo- res mobiliários; - Promover a expansão e o funcionamento correto, eficiente e regular do mercado de ações, além de estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas; - Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de Mercadorias e Futuros; - Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários e contra atos ilegais de administradores e de companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários; - Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado; - Assegurar o acesso do público a informações sobre os valo- res mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; - Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; - Responsável por fazer cumprir a Lei nº 6.404 de 15 de de- zembro de 1976 (Lei da Sociedade por Ações), em relação aos participantes do mercado de valores mobiliários; - Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de au- ditores independentes, administradores de carteiras de valores mo- biliários, agentes autônomos, entre outros; - Fiscaliza e inspeciona as companhias abertas e os fundos de investimento; - Apura, mediante inquérito administrativo, atos legais e práti- cas não equitativas de administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, apli- cando as penalidades previstas em lei; - Fiscaliza e disciplina as atividades dos auditores indepen- dentes; consultores e analistas de valores mobiliários. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados Criada em 1996 no Decreto-Lei nº 73/66 que também ins- titui o Sistema Nacional de Seguros Privados e que fazem parte o CNSP [1.6.9] e o IRB [1.6.10]. É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Também integram o Colegiado, sem direito a voto, o Secretário-Geral e Procurador-Geral. As atribuições da SUSEP são: - Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e ope- ração das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; Didatismo e Conhecimento 11 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO - Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; - Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mer- cados supervisionados; - Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru- mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiên- cia do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacio- nal de Capitalização; - Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; - Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; - Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entida- des, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; - Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; - Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. IRB-Brasil RE Criado em 1939 para fortalecer o desenvolvimento do mer- cado segurador nacional. Uma das novidades foi a criação do mercado de resseguros brasileiros que possibilitou o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, pela retenção de maior volume de negócios. Hoje é chamado IRB- Brasil Re. É uma sociedade de economia mista com controle acionário da União, vinculada ao Ministério da Fazenda. Sua sede é localizada na ci- dade do Rio de Janeiro, com filiais em Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Nova York e Londres. O Conselho de Administração é composto de 06 (seis) mem- bros, eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qual- quer tempo, sendo: I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da Fazen- da, dentre eles: a) o Presidente do Conselho; b) o Presidente da Sociedade, que será o Vice-Presidente do Conselho; II - um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planeja- mento, Orçamento e Gestão; III - um membro indicado pelos acionistas detentores de ações preferenciais; IV - um membro indicado pelos acionistas minoritários, de- tentores de ações ordinárias. Resseguro é, em resumo, o seguro do seguro. O resseguro é um tipo de pulverização em que o segurador transfere a outrem, total ou parcialmente, o risco assumido. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financei- ra, ela repassa esse risco, ou parte dele, a uma resseguradora. Conselho Monetário Nacional - CMN Foi criado pela Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacio- nal (Lei nº 4.595/64) junto com o Banco Central do Brasil (BA- CEN). Até 1964 a fixação das diretrizes das políticas monetária e fiscal eram atribuições da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), do Banco Brasil, e o Tesouro Nacional. É o órgão de cúpula do Sistema Financeiro Nacional O CMN não desempenha função executiva, apenas tem funções normativas. Hoje em dia o CMN é composta por três membros: - Ministro da Fazenda (Presidente); - Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e - Presidente do Banco Central. Trabalhando em conjunto com CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) que tem como atribui- ções o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do País. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre di- vulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. É da sua competência: - Responsável por formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econô- mico e social do País; - Responsável por zelar pela liquidez e pela solvência de todas as instituições financeiras brasileiras - Responsável por estabelece a meta para a inflação; - Responsável pela aprovação dos orçamentos monetários pre- parados pelo Banco Central do Brasil; - Responsável pela autorização de emissões de papel-moeda; Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Foi criado em 1966 pelo Decreto-Lei nº 73 [1.6.42] que tam- bém instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privado em substitui- ção ao Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitaliza- ção que havia sido criado em 1934. É composto por: - Ministro da Fazenda (Presidente) - Representante do Ministério da Justiça - Representante do Ministério da Previdência Social - Superintendente da Superintendência de Seguros Privados - Representante do Banco Central do Brasil - Representante da Comissão de Valores Mobiliários O CNSP desempenha as seguintes funções: - Regular a constituição, organização, funcionamento e fis- calização dos que exercem atividades subordinadas ao Conselho, bem como a aplicação das penalidades previstas. - Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previ- dência privada aberta, capitalização e resseguro. - Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro. - Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segu- radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aber- ta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES Criado no ano de 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Planejamento com personalidade jurídicade direito privado e patrimônio próprio. É responsável pela política de investimento a longo prazo do Go- verno Federal, necessários ao fortalecimento da empresa privada nacional. Didatismo e Conhecimento 12 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empre- sas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais, o BNDES conta com linhas de apoio para financiamentos de longo prazo a custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de inves- timentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento das expor- tações brasileiras. Os financiamentos são feitos com recursos pró- prios, empréstimos e doações de entidades nacionais e estrangeiras e de organismos internacionais, como o BID. Também recebe do PIS e PASEP. Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência Especial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES Participações), criadas com o objetivo, respectivamente, de finan- ciar a comercialização de máquinas e equipamentos; e de possi- bilitar a subscrição de valores mobiliários no mercado de capi- tais brasileiro. As três empresas, juntas, compreendem o chamado “Sistema BNDES”. Caixa Econômica Federal Criada em 12 de janeiro de 1861, por Dom Pedro II, com o propósito de incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob penhor, é a instituição financeira responsável pela operacionali- zação das políticas do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico. A caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em bolsas. Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF também atende aos trabalhadores formais - por meio do pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego -, e aos beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias. As ações da Caixa priorizam setores como habitação, saneamento bá- sico, infraestrutura e prestação de serviços. História Podemos apontar a vinda da família real portuguesa para o Brasil como um inicio para o Sistema Financeiro Nacional. Com a vinda da realeza, em 1808, nasceu o Banco do Brasil, primeira instituição financeira do país. Já um segundo marco veio acontecer mais de 100 anos depois: em 1920 quando foi fundada a Inspetoria Geral dos Bancos. Seu objetivo era fiscalizar as instituições finan- ceiras atuantes da época, que já eram bem mais do que apenas o Banco do Brasil. Depois da Segunda Guerra Mundial, ocorreu, no mundo todo, uma série de importantes acontecimentos para que a organiza- ção financeira mundial pudesse chegar ao que vivenciamos hoje. Exemplos disso é a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o do Banco Mundial. Seguindo esse movimento, o Brasil criou a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), no ano de 1945. O SUMOC, por sua vez, também tinha a missão de supervisionar a atividades das instituições financeiras, mas tinha um controle maior que a Inspetoria Geral dos Bancos. Mais tarde, em 1964, o SUMOC mudaria de nome e viraria o que conhecemos hoje como o Banco Central do Brasil. Essa mu- dança ocorreu por meio da “Reforma Bancária” que, além dessa mudança, criou o Conselho Monetário Nacional (em 31 de dezem- bro de 1964). Esse conselho tem o poder máximo do Sistema Fi- nanceiro Nacional e é responsável por fazer as regras e decidir o melhor caminho para que o sistema financeiro tenha o melhor de- sempenho possível. Também na “Reforma Bancária” foi decidida a composição original do Sistema Financeiro Nacional. Essa com- posição ficou com: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvi- mento Econômico ( BNDES) e as outras instituições financeiras, tanto privadas quanto públicas, do Brasil. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, BNDES, foi fundado em 20 de junho de 1952. Seu objetivo é ajudar e fi- nanciar novos negócios, novos empreendimentos que possam con- tribuir com o crescimento nacional. No ano de 1965, se iniciou o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), sendo que seu principal provedor seria o Banco Nacional da Habitação (BNH). No entanto, em 1986, o BNH foi extinto e as suas atribuições foram passadas para Caixa Econômica Federal. Outro integrante do Sistema Financeiro Nacional é a Comis- são de Valores Mobiliários. Ele foi criado em 1976 e, dez anos mais tarde, ocorreu a transferência da autoridade de produção de moedas referentes ao estado, do Banco do Brasil para o Banco Central. Em 1988, entrou em vigor a nova constituição que bus- cava, entre outras coisas, o equilíbrio econômico. Essa fase foi de crescimento do Sistema Financeiro Nacional, acompanhado de um grande acrescimento da economia privada. Nesse mesmo ano, foi autorizado o que se chamou de “constituição dos bancos múlti- plos”, que permitia a que a mesma pessoa jurídica pudesse operar com mais de uma carteira (como carteira comercial, de investi- mento, de desenvolvimento.) ao mesmo tempo, o que antes era proibido. Outro marco importante para a história aconteceu em 1995, quando foi criado o Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (PROER), que, como o próprio nome diz, visava dar força ao sistema financeiro nacional. E em 20 de ju- nho de 1996 foi criado o Comitê da Politica Monetária (COPOM), responsável por definir a taxa básica de juros aplicada em território nacional (taxa SELIC). Antes disso, em 1994, o Brasil dava iní- cio ao “Plano Real”. Era uma série de medidas que visavam uma recuperação da economia brasileira que estava em baixa. Com a moeda desvalorizada e com uma inflação que fugia do controle, o Brasil estava em uma complicada situação financeira. Entre as me- didas do plano, estava a troca da moeda de circulação no país. Foi lançada a moeda Real que, junto às outras medidas tomadas pelo governo, conseguiram frear a inflação e recuperar a economia bra- sileira. Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da república, era o ministro da Fazenda na época o lançamento do Plano Real, sendo que o projeto foi um trabalho seu. Em 1999, foi lançada a cédula de credito bancário. Essa medi- da se deu para criar um título de credito que pudesse facilitar, pa- dronizar medidas como empréstimos, financiamentos ou repasses. Em 2002, ocorreram várias mudanças importantes para o Sistema Financeiro Nacional: nasceu o novo Sistema de Pagamento Bra- sileiro (SPB), criação de Sistema de Transferências de Reservas (STR) e também da Transferência Eletrônica Disponível (TED). Conselho Monetário Nacional O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do Siste- ma Financeiro Nacional. Esse órgão é o sucessor do antigo Con- selho da Superintendência da Moeda e do Crédito, que foi extinto pelo art. 2º da lei nº 4.595/64, e passou suas responsabilidades para o Conselho Monetário Nacional. É composto pelo Ministro de Estado da Fazenda, Ministro de Estado do Planejamento e Or- çamento e pelo Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN), sendo que os trabalhos de secretaria desse órgão são feitos pelo Banco Central. Didatismo e Conhecimento 13 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Suas funções são variadas. Incluem a autorização para a pro- dução de papel-moeda, a aprovação de relatórios orçamentários, produzidos pelo Banco Central, para se definir estratégias que di- zem respeito à necessidade de moeda e crédito. Também é função do CMN mostrar planos da política cambial e também a compra e venda de ouro ou qualquer transação que inclua moeda estrangei- ra. Controlar a liberação e obtenção de crédito e traçar regras que fiscalizem o funcionamento das instituições financeiras também são ações que cabem ao Conselho Monetário Nacional. Além dessas, outras funções como: limitar o mínimo de ca- pital de Instituições Financeiras, fixar valores para utilização no mercado mobiliário, definir as características da moeda nacional e regular que os bancos estrangeiros que funcionam no país sigam as regras nacionais. Esse conselho foi criado para satisfazeralguns objetivos que dizem respeito à organização financeira do país. O CMN, por exemplo, comanda as políticas monetárias e ações que dizem respeito à dívida pública. Ele também controla o valor ex- terno e interno da moeda nacional de forma que se possa usar, da melhor forma, o capital estrangeiro e que possa manter controlado os valores de inflação e deflação, que variam o valor interno da moeda. Visa também fazer com que a seja mais acessível o sistema de pagamentos e de mobilização de recursos. Todos esses são ob- jetivos traçados para o CMN. O Conselho Monetário Nacional trabalha em conjunto com comissões consecutivas de Normas e Organizações do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros. Tam- bém a de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Endividamento Público, de Política Monetária e Cambial e de Processos Admi- nistrativos. Outras funções do Conselho Monetário Financeiro são determinar índices e outros dados usados para instituições finan- ceiras, determinar um valor limite que um banco pode empres- tar para um mesmo cliente, determinar os tipos de empresas que poderão ter participação no mercado mobiliário e suas respectivas funções e participações, marcar as direções para aplicar reservas técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdência privada, podendo também traçar planos diferentes para uma determinada entidade, se considerarmos a existência de condições plausíveis às suas patrocinadoras. O Conselho Monetário Nacional tem, ainda, a comissão Téc- nica da Moeda e do Crédito, que tem a utilidade de regulamentar matérias de responsabilidade do CMN. Esse conselho engloba o presidente e quatro diretores do Banco Central do Brasil e o presi- dente da comissão de Valores Mobiliários. Secretário executivo do Ministério do planejamento, orçamento e gestão, secretário de po- litica econômica e o secretário executivo do ministério da fazenda. Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil é um alto órgão do Sistema Finan- ceiro Nacional. Ele trabalha juntamente com o Conselho Mone- tário Nacional e tem funções que operam em conjunto com esses órgãos. Sua fundação foi a partir da lei nº 4.595/64, no art.8º, que fez com que a Superintendência da Moeda e do Crédito virasse uma autarquia federal, com sede na capital do país, com a defini- ção de Banco Central do Brasil. É ligado ao Ministério da Fazenda e funciona num nível acima de todos os outros bancos que atuam em território nacional. Como um “rei dos Bancos”. Por ter patri- mônio próprio, apesar de ser um órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, os resultados do trabalho do Banco Central são incluídos no seu patrimônio. Sua central é na capital do país (Brasília), mas tem “filiais” ou representações em Belém, Belo Horizonte, Curi- tiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Apesar de não estar em todas as capitais brasileiras, o Banco Central é acessível a todos os brasileiros, por meio de seu site, na internet. Os fundos mútuos de investimento regulamentados pelo Ban- co Central do Brasil (BACEN) são os fundos de investimento fi- nanceiro ( dívida estadual ou municipal), fundo de aplicação em quotas (de fundos de investimento financeiros). Também estão na lista de investimento o fundo de renda fixa ( que é capital estran- geiro), o fundo de investimento no exterior e o fundo de investi- mento extra mercado. São várias as funções do BACEN, algumas bem conhecidas, como a responsabilidade de emitir e produzir papel-moeda e moe- da metálica, levando sempre em consideração os limites dados pelo Conselho Monetário Nacional e também realizar operações tipicamente bancárias (como empréstimos, redescontos às institui- ções financeiras bancárias). Outras funções que cabem ao Banco Central são as de: ser depositário das reservas oficiais de ouro e capital estrangeiro, receber os recolhimentos compulsórios e depó- sitos voluntários das instituições financeiras. Também são funções do Banco Central executar compras e venda de títulos públicos e federais de forma a facilitar a política monetária adotada pelo governo, fiscalizar as outras instituições financeiras e aplicar, se necessário, penalidades às mesmas. Outra ligação entre as instituições financeiras com o Banco Central é que o Banco tem de conceder autorização para que essas instituições façam o país funcionar, instalar ou transferir suas se- des, ou dependência, ser transformadas, incorporadas ou encapa- das. O Banco Central é uma instituição extremamente importante para o bom andamento da saúde econômica do país. Por seu uma instituição intimamente ligada ao governo, o Banco é um órgão que reflete as estratégias do governo no que dizem respeito à eco- nomia do país. Também por ser responsável pela emissão do di- nheiro no país, ele é muito ligado às crises, ou pela prosperidade econômica de um estado. Sendo assim, a importância do Banco Central, além de ser um gigante na parte prática do andamento financeiro do país, tem também um grande valor simbólico para imagem do país, para a formação da imagem da parte econômica e também da imagem de grandeza de um país. O governo e o Banco Central andam juntos e, geralmente, a imagem de um reflete na imagem do outro. O Sistema Financeiro Nacional do Brasil é formado por um conjunto de instituições, financeiras ou não, voltadas para a gestão da política monetária do governo federal. É composto por entida- des supervisoras e por operadores que atuam no mercado nacional e orientado por três órgãos normativos: o Conselho Monetário Na- cional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC). De acordo com o art. 192 da Constituição Federal: “O sistema finan- ceiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimen- to equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, in- clusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram”. Origem e evolução: A formação do sistema financeiro teve seu início com a vinda da Família Real portuguesa, em 1808, quando foi criado o Banco do Brasil. Com o tempo novas institui- ções foram surgindo, como a Inspetoria Geral dos Bancos (1920), a Câmara de Compensação do Rio de Janeiro (1921) e de São Pau- lo (1932), dentre outros bancos e instituições privadas e as Caixas Econômicas fortalecendo o Sistema. Didatismo e Conhecimento 14 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO Pós-Segunda Guerra: Após a Segunda Guerra Mundial, nas- cem novas instituições financeiras mundiais, como o FMI e o Ban- co Mundial. Em 1945 é criado no Brasil a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que futuramente em 1964, pela lei 4.595, daria lugar ao Banco Central do Brasil. Nas décadas de 50 e 60, com a criação do BNDES, do Sistema Financeiro da Habi- tação, do Banco Nacional da Habitação e do Conselho Monetário Nacional, o país passa por um novo ciclo econômico e o Sistema Financeiro Nacional passa a ser regulamentado através do CMN e do Banco Central (BC ou BCB), que tornam-se os principais órgãos do sistema. O surgimento de bancos de investimento e a facilitação dada pelo CMN às empresas para obtenção de recursos exteriores pos- sibilitou um aumento no fluxo de capitais no país. Em 7-12-1976, é criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que facilita a obtenção de recursos pelas empresas, e o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), criado em 1979, passou a realizar a custódia e liquidação com títulos públicos como as Letras do Te- souro Nacional e as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional. Era da estabilidade: A Constituição de 1988, que busca es- truturar o Sistema Financeiro Nacional de forma a promover o desenvolvimento e equilíbrio do país e a servir aos interesses da coletividade, e a estabilidade econômica,dão nova cara ao SFN. Mercados, como o de previdência privada, passam a ganhar mus- culatura e exigir maior atenção. Em 1996, no Governo FHC (Fer- nando Henrique Cardoso) é criado o Copom, ligado ao BCB, que estabelece as diretrizes da política monetária, como a Taxa SELIC. Composição do sistema financeiro brasileiro - Conselho Monetário Nacional (CMN) Conselho de Recur- sos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) Banco Central do Brasil (BCB) Agências de fomento - Associações de poupança e empréstimo (APEs) - Bancos comerciais - Bancos cooperativos - Bancos de desenvolvimento - Bancos de investimento - Bancos múltiplos - Caixa Econômica Federal (CEF) - Cooperativas de crédito - Sociedades de arrendamento mercantil (leasing) - Sociedades de corretoras de câmbio - Sociedades de crédito, financiamento e investimento (CFIs). - Sociedades de crédito imobiliário Comissão de Valores Mobiliários (CVM) BM&FBOVESPA - Corretoras de títulos - Corretoras de valores mobiliários - Distribuidoras de títulos - Distribuidoras de valores mobiliários Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdên- cia Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP) Superintendên- cia de Seguros Privados (Susep) Sociedades seguradoras. - Sociedades capilizadoras. - Entidades abertas de previdências complementares - Sociedades resseguradoras. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC) Su- perintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) Entidades fechadas de previdência complementar (também conhe- cidos como fundos de pensão). Sistema Financeiro do Brasil Órgãos normativos Conselho Monetário Nacional · Con- selho Nacional de Seguros Privados · Conselho Nacional de Previdência Com- plementar Órgãos de recursos Conselho de Recursos do Sistema Finan- ceiro Nacional · Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Priva- dos, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização · Câmara de Recursos da Previdência Complementar. Órgãos fiscalizadores Banco Central do Brasil · Comissão de Valores Mobiliários · Superintendência de Seguros Privados · Superintendência Nacional de Previdência Complementar Instituições fisca- lizadas pelo BA- CEN Agências de fomento · Associações de poupança e empréstimo · Bancos comer- ciais · Bancos cooperativos · Bancos de desenvolvimento · Bancos de investi- mento · Bancos múltiplos · Cooperativas de crédito · Sociedades de arrendamento mercantil · Sociedades de corretoras de câmbio · Sociedades de crédito, finan- ciamento e investimento · Sociedades de crédito imobiliário. Instituições fiscali- zadas pela CVM BM&FBOVESPA · BVRJ · Corretoras de títulos · Corretoras de valores mobi- liários · Distribuidoras de títulos · Distri- buidoras de valores mobiliários Instituições fiscali- zadas pelo SUSEP Sociedades seguradoras · Sociedades capilizadoras · Entidades abertas de pre- vidências complementares · Sociedades resseguradoras Instituições fiscali- zadas pelo Previc Entidades fechadas de previdência com- plementar Instituições espe- ciais Caixa Econômica Federal · Banco do Brasil · Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social · Banco do Nordeste do Brasil · Banco da Amazônia · Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Indices de ações Ibovespa · IBrX · IBrX50 · IBrX100 · IGC Órgãos extintos Secretaria de Previdência Complementar · Conselho de Gestão da Previdência Complementar · BM&F · Bovespa Didatismo e Conhecimento 15 ATUALIDADES DO MERCADO FINACEIRO DINÂMICA DO MERCADO Investimentos, ações índices, taxas, bancos, inflações. Ouvi- mos essas palavras com frequência no dia a dia do noticiário e em conversas por aí. O problema é que nem sempre sabemos exata- mente o que cada uma delas significa nem a função de cada coisa dentro da economia. Neste programa você vai entender um pouco melhor todos esses assuntos que fazem parte de um grande merca- do: o mercado financeiro. Todos os segmentos do mercado finan- ceiro mantêm relação muito próxima com as políticas monetárias, fiscal, de rendas e de câmbio. Os mercados são afetados por elas e refletem diretamente os resultados dessas políticas, sejam eles positivos ou negativos. É por isso que se costuma dizer que tudo está intimamente ligado, como se fossem elos de uma corrente. Se um dos segmentos da economia fica desequilibrado, é melhor esperar, pois é possível que num piscar de olhos os ventos mudem de rumo completamente. Inflação é um fenômeno que resulta de um aumento constante nos preços dos produtos e dos serviços oferecidos no comércio. A inflação é computada em uma série de produtos adquiridos pelas famílias, a cada semana ou a cada mês e de acordo com a renda. Por isso, são conferidos pesos entre as diversas categorias de pre- ços para aferir a taxa de inflação. Com o aumento do preço dos produtos, as pessoas passam a poder comprar menos coisas com a mesma quantidade de dinheiro, ou seja, a população perde o que chamados de poder aquisitivo, o poder de adquirir os produtos. O resultado disso? As empresas vendem menos, têm lucros menores. Como ninguém gosta de ter menos dinheiro no bolso, ou em caixa, as empresas reduzem seus gastos e, por isso, cortam despesas em geral, inclusive parte de seus funcionários, um prejuízo muito gra- ve gerado indiretamente pela inflação. A taxa de juros representa, portanto, o custo do dinheiro no mercado e é o Banco Central que estabelece, periodicamente, a taxa de juros básica nacional. Quando essa taxa está alta, é sinô- nimo de falta de dinheiro no mercado ou que o governo quer que as pessoas deixem de comprar produtos. Se a inflação é alta, o governo pode aumentar os juros. As pessoas fogem do crediário e começam a comprar menos. As fábricas, para não perder clien- tes, evitam reajustar preços e ate concedem descontos, daí, a in- flação tende a cair. Ao contrário, quando está baixa, é porque está “sobrando” dinheiro. A taxa de juros é uma das mais importantes ferramentas da política monetária. A política de rendas é a parte da economia que acompanha o comportamento dos salários e o poder aquisitivo. Isto significa o poder de compra do salário da população. Existem duas denominações para os salários: o salário nominal, que é o valor total do salário, e o real, que é aquilo que o salário será capaz de pagar depois de descontada a inflação do período. É por isso que o governo precisa ficar de olho na renda da população: a inflação do país tira o poder de compra dos traba- lhadores. O salário mínimo, que serve de base para empregados e empregadores, é regulado pelo governo. Já a principal função da política fiscal é arrecadar dinheiro para oferecer serviços à população como Saúde, educação, trans- porte, limpeza, iluminação e assim por diante. Trata-se de um con- junto de regras utilizadas para administrar o dinheiro público. O governo, por meio do PIB que significa Produto Interno Bruto, calcula a soma de tudo o que é produzido no mercado de bens e serviços em certo período de tempo. Dessa forma, é possível medir a atividade econômica do país, isto é, sua riqueza. Quem faz esse cálculo é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que também mede a renda per capita, que é a quantia de dinhei- ro que “cabe” a cada cidadão naquele período. Mas esse cálculo de renda per capita não é totalmente correto, pois desconsidera o fato de que as pessoas têm rendas completamente diferentes. Por meio desse cálculo, é como se todos os habitantes do país tivessem direito à mesma fatia de riqueza, o que, todos nós sabemos, não é verdade: a riqueza é distribuída de forma muito desigual. Em países menos desenvolvidos, em que há má distribuição de renda, como o Brasil, esse erro é comum. Hoje aprendemos um pouco sobre a dinâmica do mercado financeiro. É importante estarmos por dentro do que os noticiários informam, de como o governo irá
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