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ARTIGO IMPACTO DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NAS FRANJAS URBANAS

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IMPACTOS DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL NAS FRANJAS URBANAS EM BANDEIRANTES-PR
FERNANDES, Beatriz Vasconcellos 
KOMAI, Leticia
 NARDONI, Natielle Titonelli 
AMBRÓSIO, Taisa
RESUMO
O processo de urbanização tem ocorrido em grande velocidade nas ultimas décadas, verificando-se ampliações constantes na malha urbana. A ausência de controle de direcionamento de expansão urbana e dos processos de ocupação do território nas franjas, auxiliam nos impactos gerados. A partir disso, este artigo busca contribuir para uma analise critica sobre as implantações de habitações sociais de baixa renda na cidade de Bandeirantes-PR, no período entre 1978 a 2003, considerando as questões que envolvem os principais impactos negativos gerados. Com base no estudo de caso realizado, objetiva-se relacionar as implantações de empreendimentos destinados a pessoas de baixa renda e os efeitos em relação ao território municipal.
Palavras-chave: Habitação de interesse social, Especulação imobiliária, Interesses sócio econômicos, Franjas urbanas, Vazios urbanos.
 INTRODUÇÃO
A partir da década de 60 no Brasil, a expansão urbana teve um grande aumento com o êxodo rural, e com isso, aumentando a demanda por moradias. Os conjuntos habitacionais de interesse social têm como objetivo retirar famílias de áreas consideradas de risco e insalubres, fornecendo-lhes uma habitação digna. Dessa maneira, pretendem dar a essas famílias condições de moradia de qualidade, melhorando seus hábitos de viver em comunidade e exercendo seus direitos (Roméro e Viana, 2002).
 No município de Bandeirantes – PR começam a surgir os conjuntos habitacionais a partir do ano de 1978, que foram implantados na franja urbana, valorizando as glebas, que até então, eram apenas espaços vagos sem qualquer tipo de infraestrutura e totalmente desvalorizados. Os principais beneficiados pela implantação dos conjuntos habitacionais nas franjas da cidade foram os proprietários das glebas, pois para que redes de esgoto e de água chegassem até os conjuntos, teriam de passar por suas terras, gerando assim uma supervalorização destas e propiciando a Especulação Imobiliária.
A implantação de conjuntos habitacionais na franja urbana gera dificuldade de acesso aos serviços oferecidos no centro da cidade, pois muitos deles estão em pontos distantes, além disso, devido a sua tipologia e dimensão se tornam uma barreira física e psicológica, e pela falta de PGVs além deles causando esse bloqueio e impedindo que tais conjuntos se integrem aos demais bairros da cidade, até por que, quando possuem dimensões menores se integram mais facilmente. 
OBJETIVO 
Analisar a implantação de conjuntos habitacionais no decorrer da evolução do tecido urbano na cidade de Bandeirantes-PR, considerando os interesses socioeconômicos envolvidos e os impactos negativos resultantes, quanto à mobilidade urbana, especulação imobiliária, evolução do tecido urbano, igualdade de acessos, e as barreiras psicológicas geradas.
MATERIAIS E MÉTODOS 
Baseado em Benvenga (2011), como método de análise desse artigo, trata-se das principais características do modelo do tecido urbano, feita através da localização das habitações, e sua conexão com o município estudado, por meio de esquemas temáticos:
Dificuldade de acesso aos espaços e percurso dos pedestres, utilizando dados do Google mapa 2018, que identifica as distancias percorridas das habitações ao cento urbano, em relação aos habitantes de baixa renda e a ausência de locomoção (Benvenga, 2011).
Análise de usos das áreas vazias através do mapa de evolução urbana, disponibilizado pela prefeitura do município, conforme a década em que foram inseridos, como forma de identificar impactos em relação à supervalorização dessas áreas desocupadas (Benvenga, 2011).
Levantamento do mapa de evolução urbana de Bandeirantes-PR sobre a localização e construção de conjuntos de habitação de interesse social, e sua relação em questão à expansão urbana com base na metodologia de (Honda, 2010). Que trata-se de analisar a data de implantação, e o confronto do tecido urbano com os ambientes em questão através do desenvolvimento da malha.
Baseado nas definições de (Coswig, Anapolski e Medvedovsk, 2010), identifica-se nos mapas por satélite dos conjuntos habitacionais em comparação com o mapa de evolução urbana, para compreender as barreiras psicológicas geradas, diagnosticando também, por meio destes, os processos decorrentes da segregação espacial por consequência dessas implantações. 
E elaboração de pesquisa de Estudo dos Polos Geradores de Viagens, para a definição do número de instituições incluídas na malha urbana, identificadas após a construção, incentivados pela valorização das áreas localizadas após os PGVs.
RESULTADOS
O estudo de caso que embasa esse artigo é composto por empreendimentos de habitação de interesse social, implantados na franja urbana no município de Bandeirantes-PR, entre os anos de 1978 a 2003. Foram analisados todos os conjuntos habitacionais existentes no município: Nossa Senhora Aparecida, Vila São Pedro, Humberto Teixeira I e II, Youkiti Matida, José Carvalho Henriques, Habitar Brasil, Iguatemi e Neusa Russo.
(Figura 1) Mapa de Evolução Urbana e localização dos vazios urbanos. Fonte: Prefeitura Municipal de Bandeirante-PR – Modificado pelo autor. 
Verificam-se na evolução da malha urbana na (figura 1), as décadas de implantações dos conjuntos habitacionais citados, implantados na franja urbana, destacando-se os vazios identificados entre os conjuntos ao centro da cidade. 
Décadas seguintes após as implantações, identifica-se na (figura 2) o que antes eram propriedades vazias, agora preenchidas e loteadas. Porém, a os exemplos dos vazios entres os conjuntos Yokiti Matida, José C. Henriques e Habitar Brasil, implantados entre os anos 1992 a 1997, que não foram preenchidos até a década atual, favorecendo a valorização dos mesmos. 
 
 
 Vazios preenchidos Conjuntos de Habitação Social Vazios não preenchidos 
(Figura 2) Localização dos conjuntos de habitação e vazios urbanos. Fonte: Google maps 2012- imagem por satélite - Modificado pelo autor.
Analisa-se na (figura 3) a distância em quilômetros, do percurso dos conjuntos habitacionais até o centro da cidade que abriga serviços essenciais à população, como a sede da Prefeitura, as Secretarias Municipais, a Câmara Municipal, Bancos e Comércio do município. Grande parte dessas habitações estão localizadas em média de 3 a 4 km do centro urbano, o que levaria uma caminhada de aproximadamente 50 minutos. O que deixa nítido o extenso percurso, comparado aos demais bairros. 
 (Figura 3) Mapa de distância em quilômetros dos conjuntos habitacionais ao centro urbano. Fonte: Prefeitura Municipal de Bandeirantes-PR. – Modificado pelo autor.
Em contrapartida, os loteamentos José C. Henrique e Yokiti Matida, estão relativamente próximos a Avenida Azaria Vieira de Rezende, que procede ao prolongamento da via até o centro da cidade, não dificultando tanto, de certo modo, a locomoção dos moradores, mesmo que esses estejam inseridos nas franjas e excluídos na malha urbana.
Considerando que não há qualquer tipo de edificação ou loteamento após as habitações. Quanto a analise de integração dos conjuntos aos demais bairros da cidade, identifica-se a ausência dos polos geradores de viagens inseridos após as implantações dos conjuntos habitacionais. 
Contudo, há os exemplos dos conjuntos Vila São Pedro e Nossa Senhora Ap, que supostamente não aparentam ser habitações de interesse social e demonstram integração coma cidade, pois mesmo com a ausência dos PGVs, sua dimensão horizontalmente é menor, e sua tipologia arquitetônica prossegue semelhante às edificações dos bairros mais comuns.
DISCUSSÃO 
Verifica-se com grande facilidade, o descaso em questão de interesses dos impactos que geram o local de implantação dessas moradias sociais, a fim de incentivar a especulação imobiliária, inserindo-as em franjas urbanas após as propriedades vazias, assim que essas sejam beneficiadas pela infraestrutura portada até os conjuntos (Campos Filho, 1992). 
A especulação se refere ao loteamento de glebas não contínuas à malha urbana, criando os chamados vazios urbanos. Observa-se que na década de inserção das habitações havia vazios próximos ao centro, que poderiam ser destinados à implantação dos mesmos e, no entanto, ainda assim, foram implantadas rentes as franjas urbanas. 
(Santos 1990), afirma que a cidade deixa no seu interior uma quantidade de terrenos vazios no momento em que expandem os seus limites. Estes vazios serão beneficiados com a implantação de infraestruturas nessas áreas recém-loteadas, o que propicia uma valorização imediata dos mesmos em função da acessibilidade criada e da infraestrutura agora presente. Tudo isso vai permitir aos proprietários destas áreas ou aos especuladores, extraírem renda e lucro superior ao que seria previsto se não houvesse a ocupação descontínua. Verifica-se um processo perverso, de acordo com Singer (1980, p. 79)
“... quando um promotor imobiliário resolve agregar determinada área ao espaço urbano, ele visa um preço que pouco ou nada tem a ver com o custo imediato da operação. A ‘valorização’ da gleba é antecipada em função de mudanças na estrutura urbana que ainda estão por acontecer e, por isso, o especulador se dispõe a esperar um certo período, que pode ser bastante longo, até que as condições propícias se tenham realizado”). 
Na tese de Sposito (1990), ressalta que: não há equilíbrio no processo de implantação das habitações no município de Bandeirantes. As ações são feitas visando maior lucratividade por parte dos agentes promotores. Não existe preocupação em dar continuidade à malha urbana e nem de expandi-la na mesma proporção em todas as direções, tornando os bairros desiguais em relação à acessibilidade e a exclusão da população referente às áreas centrais. 
Desse modo, esse aspecto de expansão urbana gera a ocorrência do afastamento espacial da população de menor poder aquisitivo. A população que vai para os loteamentos, no decorrer do processo, acaba sofrendo consequências dessa prática, e entre elas o aumento das despesas com locomoção, o que determina ainda mais a escassez de recursos em seus orçamentos familiares, refletindo na diminuição de poder aquisitivo, com relação à situação anterior à ida para o loteamento.
Essa influencia direta sobre a forma de ocupação e de organização desses espaços, interfere na distancia de onde os conjuntos de habitação social foram inseridos, e o processo de locomoção dos habitantes. Em sua maioria, esses ambientes acabam sendo destinados as classes mais carentes da sociedade. (CUNHA E GUERRA, 2010). Portanto, muitos não usufruem de um meio de locomoção mais viável.
Ocorre que, apenas uma parcela pequena da demanda é solvável (Villaça, 1986), ou seja, a maioria é composta por:
“..aqueles que não têm renda suficiente para adquirir uma determinada mercadoria e estão excluídos da demanda..” 
(Ribeiro e Pechman, 1985, p. 9) O problema com as implantações de habitação de interesse social deve-se às distâncias em relação ao centro comercial, devido ao menor valor de moradia das habitações sociais. 
Esse processo de realocação da população aos conjuntos habitacionais, aumentou a precariedade das condições de vida desses moradores, pois, nas áreas em que os mesmos residiam anteriormente, havia um entorno com infraestrutura, serviços e equipamentos públicos, enquanto nas novas áreas, essa população sofre as carências de meios de consumo coletivo e o afastamento socioespacial da cidade no seu sentido pleno. Mongin (2014), diz que as distancias entre as regiões habitacionais é:
““...vivida como rejeição de um universo pelo outro, alimentando o amargor e o sentimento de não pertencer a uma mesma cidade e a uma mesma sociedade.”
Já em questão dos impactos negativos relacionados à integração dos grandes empreendimentos, primeiramente analisa-se os pólos geradores de viagem, que avaliam os impactos mais percebidos, como no tráfego, decorrente do funcionamento do fluxo dentro dessas habitações, proveniente da circulação de pessoas para frequentarem as atividades desenvolvidas após a localização dos conjuntos. (Carvalho 2008).
Porém, é importante ressaltar novamente que os conjuntos habitacionais de Bandeirantes-PR estão todos inseridos em franjas na malha urbana, o que mostra que a cidade cresceu até eles, mas não após os mesmos, o que não proporciona o fluxo de pessoas dentro destes conjuntos, pois, não há identificação de PGVs após a localização de implantação desses empreendimentos.
A ausência dos PGVs após essas áreas, acarreta na alteração da própria estrutura do município. Nota-se com clareza a segregação espacial, causado por uma “bolha”, que interrompe a integração dos conjuntos habitacionais com os demais bairros da cidade, gerando barreiras psicológicas desses espaços em relação aos demais ambientes (Campos Filho).
CONCLUSÃO
A partir do percurso diagnosticado, analisa-se a importância da não construção de conjuntos habitacionais na franja urbana, incentivando assim a expansão urbana descontinua, possibilitando grandes problemas de impactos econômicos urbanos. 
Percebe-se, a importância da escolha de áreas bem localizadas para a implantação de conjuntos habitacionais de interesse social, e o valor do estimulo dessas implantações a serem inseridas nos vazios urbanos, para que possibilitem a mobilidade urbana, a utilização de equipamentos urbanos existentes, bem que sejam acessíveis as áreas de lazer, além das atividades cotidianas relacionadas ao comércio e serviços. Embora o preço das terras seja de menor valor em áreas mais distantes, deveria ser considerado o custo das infraestruturas e dos equipamentos públicos ainda não existentes no entorno próximo. 
Os resultados apresentados mostram, portanto, a importância de se levar em conta os fatores urbanísticos dos projetos de implantação dos conjuntos de habitação de interesse social, qualificando o projeto urbano e a inclusão socioespacial. Espera-se que essa pesquisa possa auxiliar no entendimento e melhoramento dos impactos relacionados a habitações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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