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Física das Radiações Tipos de Decaimentos Introdução • Conhecimentos científicos no período que vai de 1900 a 1940. • Elétron: detectado experimentalmente por Joseph John Thomson (1906) enquanto estudava raios catódicos. A carga do elétron foi determinada por Robert Andrews Millikan (1909) Introdução • Raios alfa e beta: Ernerst Rutherford estudou os raios de Becquerel (1899), chamou a radiação emitida pelo urânio de raios alfa e beta. Em 1900, Becquerel comprovou que os raios betas são idênticos aos raios catódicos, constituídos por elétrons. Rutherford mostrou que os raios alfas eram carregados positivamente e tem massa maior que os raios beta. Introdução • Partícula alfa: Rutherford informou no discurso do prêmio Nobel que as medidas da razão carga/massa da partícula alfa (1902), levaram a concluir que a partícula alfa, após ser neutralizada, é um átomo de Hélio com duas unidades de carga positiva e massa igual a quatro vezes a massa do Hidrogênio. Introdução • Próton: A descoberta do próton é de Rutherford (1919), descobriu que a carga era positiva e a massa 1840 vezes maior que a massa do elétron. Introdução • Nêutron: Descoberto em 1932 por James Chadwick. É uma partícula sem carga com massa ligeiramente maior que a do próton. Em 1920 Rutherford previu a existência de partículas sem carga no núcleo. Introdução • Núcleo atômico: Em 1932, Werner Heisenberg propôs que o núcleo atômico fosse constituído de prótons e nêutrons. Entretanto, esse modelo já havia sido previsto seis meses antes por Ettore Majorana, físico Italiano que desapareceu misteriosamente em 1938, aos 31 anos Decaimento Alfa • Emitida espontâneamente dos núcleos. • Elementos pesados Z ≥ 83. • Existem cerca de 400 radionuclídeos emissores de alfa. Decaimento Alfa Decaimento Alfa • Podemos definir a energia de desintegração Q, também chamada Q da reação nuclear. • 𝑄 = 𝑀𝑥 +𝑀𝑦 +𝑀𝛼 𝑐2 = 𝑀𝑥 +𝑀𝑦 +𝑀𝛼 931.50𝑀𝑀𝑀𝑢 • Q = ? 226Ra = 226. 025406 u 222Rn = 222. 017574 u 4He = 4.002603 u Q = 4.871 MeV HeRnRa 42 222 86 226 88 +→ Decaimento Alfa • 𝑄 = (226.025406 − 88𝑚𝑀 − 222.01757 +86𝑚𝑀 − 4.002603 + 2𝑚𝑀) 931.50 MeV • Lembre que me = 548.57990946 x 10-6u • Q = 4.871 MeV • Energia cinética atribuída a partícula alfa Decaimento Alfa • Uma partícula alfa perde, em média, 34.50 eV para produzir no ar um par de íons. Neste caso, com 4.78 MeV produzirá ao reder de 1.38 x 105 ionizações no ar antes de perder toda a sua energia e parar. • A distância percorrida até parar é dita Alcance. • No ar a partícula percorrerá 3.5 cm. • Em tecido humano a distância será de 0.021 mm. • A probabilidade de uma partícula alfa atravessar o corpo humano é 0.0 se o emissor estiver fora do corpo. Se forem inalados, as partículas alfas emitidas irão causar ionização dos átomos dos brônquios e alvéolos pulmonares. • Caso do espião russo Alexander Litvinenko que foi envenenado com Po- 210, que é emissor de alfa com energia de 5.3 MeV e meia-vida de 42 dias. Isto foi notícia em 23 de Novembro de 2006. Decaimento Alfa • O Po-210 ingerido é prontamente Absorvido pelo sangue para depositar- se no fígado, baço, medula óssea, rins e pele (folículos da pele), de onde emite partícula alfa que sai ionizando átomos que encontra no seu caminho. Decaimento Alfa • O Hélio é o elemento mais leve da tabela periódica. • A maior parte do hélio produzido na terra provém de partículas alfas de decaimento alfa de urânio e tório contidos em minerais em depósitos subterrâneos. • Por ser um gás leve, ele escapa facilmente para o espaço, uma vez que o campo gravitacional da terra não consegue fixá-lo na terra. Sua concentração na atmosfera da terra está em equílibrio devido à produção e ao escape para atmosfera. Decaimentos parciais • No caso do Ra-226, ele possuí modos alternativos de decaimento. Quando isso ocorre, a constante de desintegração total λ é dada pela soma das constantes de decaimento parcial λi. • Conhecendo as probabilidades de decaimento parcial ni, cada constante de decaimento parcial pode ser calculada por: ∑ = =++++= n i in 1 321 λλλλλλ λλ ii n= Decaimentos parciais • E a atividade parcial é dada por: • Cada atividade parcial decai com a mesma taxa, que é determinada pela constante de decaimento total, uma vez que o estoque de núcleos N disponíveis a cada instante t para cada tipo de decaimento parcial é o mesmo para todos os tipos. • A atividade total A é dada pela soma das atividades parciais: t iii eNNA λλλ −== 0 ∑∑ = − = ==== n i t i n i i eNNNAA 1 0 1 λλλλ Água Radioativa • A radiação era o remédio para todos os males. Houve o tempo que a quantidade de átomos radioativos na água era também usada como propaganda. • A unidade Mache (M.E.) é uma unidade de concentração que se refere ao conteúdo de Rn em um litro de água ou gás. • 1 M.E. corresponde a 3.64 x 10-10 Ci/L = 3.64 Eman • 1 M.E. corresponde a cerca de 13.5 x 10-3 Bq/cm3 = 13.5 Bq/L • Conteúdo das águas comercializadas variam de 3 a 42 maches, que é 40.5 a 567.0 Bq/L. • Decreto – lei 7841 de 8/8/1945 classifica fontes segundo suas características Água Radioativa • O item X do artigo 35, capítulo VII: • Fracamento radioativas: teor de radônio entre 5 a 10 maches por litro. • Radioativas: teor de radônio entre 10 a 50 maches por litro. • Fortemente Radioativas: teor de radônio superior a 50 maches por litro. • Toriativas: teor de torônio em dissolução, equivalente em unidades eletrostáticas, a duas unidades mache por litro. (torônio é o radônio-22 que descende de Th-232). Água Radioativa Água Radioativa Decaimento Beta elétron pósitron Pósitron foi descoberto em 1932. Esta partícula Possui as mesmas características do elétron, exceto a carga que é positiva. Carl David Anderson Carl fez esta descoberta por meio da análise de fotografias de raios cósmicos que atravessaram uma câmara de Nuvens. Dois anos depois da descoberta, Irène Curie e Frédéric Joliot Anunciaram que o pósitron era emitido espontâneamente do Núcleo de certos radionuclídeos. Decaimento Beta • A energia da partícula β− detectada apresentava um espectro contínuo, diferentemente da energia da partícula alfa que era monoenergética. νe Neutrino Wolfgang Pauli Enrico Fermi Decaimento Beta • É uma partícula sem massa • Se propaga com velocidade da luz • Carrega parte da energia disponível da desintegração, o que explica o espectro de energia contínuo da partícula β- • Existem dois neutrinos que podem ser emitidos num decaimento β: νe e o νe . • Sua detecção só foi conseguida em 1956, por Frederick Reines, após anos de tentativa, pelo fato de sua interação com a matéria ser extremamente fraca. νe Decaimento Beta • Como um elétron poderia ser emitido do núcleo se este continha somente prótons e nêutrons? Enrico Fermi Fermi respondeu esta questão em 1934 Decaimento Beta • No processo de emissão de β−, o elétron e o antineutrino eram criados durante o decaimento de um nêutron. n p + e- + νe • No processo de emissão de β+ , o próton decai em um nêutron. p n + e+ + νe • Em ambos os casos, o número de massa A dos núcleos pai e filho permanece inalterado, mas o número atômico do núcleo filho em relação ao do núcleo pai no primeiro caso aumenta e no segundo caso diminui. SUPERKAMIOKANDE • Super-Kamiokande, ou simplesmente Super-K, é um observatório de neutrino no Japão. O observatório foi projetado para estudaros neutrinos solares e neutrinos atmosféricos, procurar pordecaimento de próton e detectar neutrinos de qualquer supernova que possa existir em nossa galáxia. • Super-K está localizado a 1 km debaixo da terra em uma mina de Mozumi, propriedade da companhia Kamioka Mining and Smelting Co. na cidade de Hida (antigamente conhecida como Kamioka), Gifu , Japão. Ela consiste de 50.000 toneladas de água pura rodeada por cerca de 11.200 tubos fotomultiplicadores. A estrutura cilíndrica tem 41.4 metros e 39.3 metros de largura. SUPERKAMIOKANDE SUPERKAMIOKANDE • A interação de um neutrino com os elétrons com os núcleos de água pode produzir uma partícula que se move mais rápido que a velocidade da luz na água. Isto cria um cone de luz conhecido como radiação de Cherenkov. Decaimento β− • Decaimento de um nêutron no núcleo de radionuclídeos com excesso de nêutrons em relação ao número de prótons. • Existem cerca de 660 emissores. e A Z A Z YX υβ 0 0 0 11 ++→ − −+ eSP υβ 0 0 0 1 32 16 32 15 ++→ − − Decaimento β− • Na interação da partícula β− com o corpo humano, o que interessa é a energia média <E>, que equivale a 0.3Emax a 0.4Emax e vai fornecer a quantidade de energia depositada no corpo. • Para propósitos de rápida avaliação da energia total armazenada em um corpo por partículas β−, costuma-se usar a relação: 𝐸 = 13𝐸𝑚𝑚𝑥 Decaimento β− • Podemos calcular a energia de desintegração Q durante o decaimento do P-32, por meio do balanço energético da reação. • Lado esquerdo da reação: 31.973909u - 15me • Lado direito da reação: 31.972073u - 16me + 1me • Ao compararmos os dois lados da reação, obtemos que o lado esquerdo é maior que o lado direito em: 0.001836u 0.001836u x 931.5 MeV/u 1.71 MeV eSP υβ 0 0 0 1 32 16 32 15 ++→ − − Decaimento β+ • O decaimento β+ corresponde à conversão no núcleo de um próton em um nêutron mais um pósitron mais um neutrino. • Existem cerca de 800 núcleos emissores. • O N-13 decai com meia-vida de 10 min, emitindo β+ e um neutrino que compartilham energia de 1.198 MeV. Ele perde também um elétron de valência quando se transmuta em C-13. Por meio do balanço energético, podemos determinar a energia de desintegração Q da reação. e A Z A Z YX υβ 0 0 0 11 ++→ + − eCN υβ 0 0 0 1 13 6 13 7 ++→ + Decaimento β+ • Lado esquerdo da reação 13.0057388u – 7me • Lado direito da reação 13.0033551u – 6me + 1me • Comparando os dois lados da reação, obtém-se que o lado esquerdo é maior que o direito em: • 0.0023837u – 2me = 2.220 MeV – 1.022 MeV = 1.198 MeV eCN υβ 0 0 0 1 13 6 13 7 ++→ + Decaimento β+ • A massa atômica do pai deve ser maior que a massa atômica do filho em, pelo menos, duas vezes a massa de repouso do elétron (2me) • Isso corresponde à soma das massas dos pósitron emitido com a do elétron de valência liberado, visto que, na transmutação, o número atômico do elemento filho diminui de uma unidade. Decaimento β+ • Quando uma partícula β+ para e encontra um elétron nas vizinhanças, ocorre uma interação de aniquilação. O pósitron e o elétron desaparecem, e em seu lugar, há a emissão de dois fótons em direções opostas, cada um com energia de 0.511 MeV. • O F-18 é um emissor de pósitron usado para marcar molécula similar à da glicose, que é administrada para se obter imagens do interior do corpo com a técnica PET (Tomografia por emissão de pósitron) Decaimento β+ • Diferença entre o espectro de energia do decaimento. • Há poucos pósitrons emitidos com baixa energia, ao passo queo contrário ocorre com os elétrons. Isso ocorre porque as partículas β+ são repelidas do núcleo por tem carga positiva, e as β- são, ao contrário, atraídas. Por esse motivo, a relação <E>/Emax da partícula emitida é mais próxima do valor 0.3 para elétrons e do valor 0.4 para pósitrons. Datação Arqueológica • O corpo de um indivíduo com 76kg tem 14kg de carbono. • O carbono da natureza é constituído dos isótopos 12C (98.892%) e 13C (1.108%). Estes são estáveis. • O 14C é instável. • O 14C é o resultado da interação do nêutron da radiação cósmica com o átomo de N-14 do ar na troposfera e estratosfera. • Para a datação, considera-se que a razão entre as abundâncias isotópicas de 14C e 12C em moléculas de dióxido de carbono da nossa atmosfera é constante, sendo 1.3 x 10-12. • Essa taxa se mantém constante enquanto os organismos estão vivos, após a morte a taxa decai. HCnN 11 14 6 1 0 14 7 +→+ Datação Arqueológica • É possível conhecer a data da morte de peças arqueológicas orgânicas, como madeira, carvão, ossos, conchas, papel e tecidos naturais. • Limite da técnica é de 1000 até 50000 anos. • Exemplo é o santo sudário que está na Capela Real da Catedral de Torino. • Técnica AMS (accelerator – Mass- Espectrometry) • Três laboratórios fizeram a datação em 1988. • A data obtida foi 1260 d.C. e 1390 d.C (era medieval) • Pergaminho do mar morto foi datado com 1950 anos. Captura Eletrônica • Captura K (90%) • Captura L (10%) Captura Eletrônica • A reação típica de captura eletrônica de um elétron da camada K é: • Que resulta de: e A Zk A Z YeX υ+→+ −− 1 0 1 ek nep υ+→+ − 1 0 0 1 1 1 Emissão de Elétrons Auger • É o fenômeno em que a transição de um elétron da camada superior para uma camada inferior do átomo promove a emissão de um segundo elétron, sendo um processo de desexcitação atômica, que compete com a emissão de fóton. Decaimento Gama • É a emissão de um fóton pelo núcleo que ainda permanece excitado após decaimento alfa ou beta. O fóton emitido chama-se raio gama γ e sua energia hν corresponde à diferença entre dois níveis de energia nuclear. Nesse caso, o núcleo não sofre transmutação, e em geral, seu estado final é o fundamental. γ00 * +→ XX AZ A Z γ00 99 43 99 43 +→ TcTc m Conversão interna, elétron escapa da camada K para desexcitar o núcleo. Instabilidade de Radioisótopos Física das Radiações Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Introdução Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimento Alfa Decaimentos parciais Decaimentos parciais Água Radioativa Água Radioativa Água Radioativa Água Radioativa Decaimento Beta Decaimento Beta Decaimento Beta Decaimento Beta Decaimento Beta SUPERKAMIOKANDE SUPERKAMIOKANDE SUPERKAMIOKANDE Decaimento b- Decaimento b- Decaimento b- Decaimento b+ Decaimento b+ Decaimento b+ Decaimento b+ Decaimento b+ Datação Arqueológica Datação Arqueológica Captura Eletrônica Captura Eletrônica Emissão de Elétrons Auger Decaimento Gama Instabilidade de Radioisótopos
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