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Estudo Dirigido - Patologia
1- O que são acúmulos intracelulares?
Acúmulo intracelular é o armazenamento de quantidades anormais de substâncias no citoplasma (freqüentemente dentro dos lisossomos) ou no núcleo da célula. Estas substâncias podem ser um constituinte celular normal em excesso (água, lipídeos, proteínas e carboidratos), uma substância exógena anormal (minerais ou um produto de metabolismo anormal), um pigmento ou produtos de processos infecciosos. O acúmulo pode ser temporário ou permanente, inofensivo ou tóxico, no citoplasma ou no núcleo, por uma produção de substância anormal ou por estoque de produtos de processos patológicos produzidos em outras partes do corpo.
2- Cite as substâncias que podem se acumular nas células, correlacionando-as com os aspectos morfológicos (macro e microscópicos) dos órgãos e com as possíveis causas para esses acúmulos.
O acúmulo pode ser justificado de várias formas, como: produção de uma substância endógena normal com um metabolismo inadequado para removê-la, de acordo com a sua velocidade de produção; defeito enzimático genético impedindo metabolismo de uma substância endógena seja ela normal ou anormal; e ausência de maquinaria adequada de enzimas para degradar uma substância exógena normal.
As substâncias que podem ser acumuladas nas células são:
- Lipídios: todas as principais classes de lipídios podem se acumular: triglicerídios, colesterol/ésteres de colesterol e fosfolipídios. Os principais órgãos afetados são os rins, os músculos, o coração e principalmente o fígado. Macroscopicamente, observa-se um aumento do volume e do peso do órgão, associado a uma menor consistência e a uma coloração bastante característica: brilhosa e amarelada, com aspecto tigrado no coração. Microscopicamente, observam-se vacúolos claros e bem delimitados no citoplasma, acarretando deslocamento do núcleo para a periferia;
- Proteínas: seus excessos suficientes para causar acúmulos morfologicamente visíveis são menos comuns. Macroscopicamente, as alterações são quase imperceptíveis, tornando-se difícil defini-las. Microscopicamente, os vacúolos se apresentam, no citoplasma, arredondados de gotículas acidófilas, homogêneas e vítreas. Além disso, também se observa o desenvolvimento de corpúsculos de Russel ou de Mallory;
- Glicogênio: são observados em pacientes com uma anomalia ou de metabolismo da glicose ou do glicogênio. Macroscopicamente, a observação é bastante difícil. Microscopicamente, observa-se a presença de vacúolos claros (massas de glicogênio) dentro do citoplasma. Usam-se corantes para a obtenção de uma melhor visualização. O glicogênio é mais bem preservado em fixadores não aquosos;
- Pigmentos: Podem ser normais das células ou anormais; ou ainda exógenos (de fora do corpo) ou endógenos (produzidos pelo corpo). Macroscopicamente, a relação é feita de acordo com a cor do pigmento (ex. melanina – cor: marrom-enegrecido). Microscopicamente, observa-se também a coloração do pigmento. Neste último há uma grande vantagem, a coloração do órgão não estará influenciando a coloração observada, facilitando a visualização.
- Água: macroscopicamente, observa-se aumento do volume e do peso associado a uma perda de coloração. Microscopicamente, o citoplasma se apresenta com aspecto granuloso, além de serem observadas tumefações celulares. As vilosidades, quando presentes, podem estar reduzidas, a cromatina condensada, as membranas com bolhas e o retículo endoplasmático dilatado, mas estas características só podem ser observadas no microscópio eletrônico;
3- Explique a fisiopatologia de cada um desses acúmulos.
- Gordura: o citoplasma das células não está preparado para acumular gorduras em seu interior. Os dois órgãos onde há maior depósito são: o fígado e o coração. No primeiro, ocorre uma entrada excessiva de ácidos graxos livres, diminuição da conversão de triglicerídios em lipídios, produção excessiva de ácidos graxos com sua esterificação em triglicerídios. Já no segundo, os ácidos graxos não conseguem entrar na mitocôndria para serem metabolizados (inibição da carnitina). A ocorrência destas alterações apresenta diversas causas, entre elas hipóxia, desnutrição, ingestão de álcool, corticoesteróides e tetracloreto de carbono;
- Proteína: acumula-se principalmente nos túbulos proximais renais, nos plasmócitos, coração e nas células hepáticas. No primeiro, observam-se gotículas de reabsorção, características de doenças renais associadas à perda de proteínas na urina. Estas proteínas perdidas são reabsorvidas pelas células epiteliais do túbulo contornado proximal, causando um acúmulo protéico. No segundo caso, o retículo endoplasmático dos plasmócitos participantes na síntese ativa de imunoglobulinas pode ficar muito distendido, gerando corpúsculos de Russel. No terceiro, as bactérias liberam endotoxinas que degeneram a hialina das fibras musculares causando desintegração dos microfilamentos, resultando em acúmulo de proteína. Já no último, existe problema de transporte e desdobramento protéico ocasionados pela ausência de AAT, gerando acúmulo protéico no citoplasma. Suas causa mais comuns são: doença autossômica dominante, consumo de álcool, doença renal, acúmulo de acidófilos;
- Glicose/glicogênio: seu acúmulo ocorre em virtude de alterações no metabolismo de um dos dois nutrientes ou ainda pelas glicogenoses. As enzimas participantes deste processo se encontram deficientes. As principais causas estão associadas ao Diabetes mellitus, as doenças genéticas deficitárias de enzimas atuantes no metabolismo do glicogênio, deficiência de a -1,4 –glicosidase.
- Pigmentos: no caso dos pigmentos exógenos, como carvão e tatuagem, eles são fagocitados pelos macrófagos no local de absorção. Os pigmentos endógenos, sintetizados pelo próprio organismo, são a lipofucsina, a melanina, a hemossiderina e a bilirrubina. A lipofucsina é derivada da peroxidação lipídica ou de lesões por radicais livres. A melanina é derivada da oxidação da tirosina a diidroxifenilalanina pela tirosinase dos melanócitos. A hemossiderina constitui-se de agregado de ferritina, forma de estocagem do ferro, quando há excesso de ferro na circulação.
A lipofucsina ocorre em células em alteração regressiva lenta, como nos casos de subnutrição e caquexia do câncer. O aumento de melanina pode ser estimulado pelos raios solares. A hemossiderina pode ser resultante da transformação da hemoglobina fagocitada por macrófagos durante uma hemorragia. Ela também pode ser depositada em órgãos e tecidos por aumento da absorção de ferro dietético, distúrbio no uso de ferro, anemia hemolítica e transfusão. A bilirrubina é derivada da hemoglobina, mas não contém ferro. Ela costuma se acumular no fígado e nos rins. No fígado, encontra-se nos sinusóides biliares, células de Kupfer e hepatócitos. Nos rins, aloja-se nas células dos túbulos renais. O acúmulo de bilirrubina pode ocorrer nos casos em que sua formação e excreção estão anormais.
- Água: as lesões reversíveis formadas pelo acúmulo de água são freqüentes. Para que elas sejam formadas é necessário que haja um desequilíbrio hidroeletrolítico.

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