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MpMagEst Administrativo Celso Spitzcovisky Data: 19/02/2013 Aula 02 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Princípios 2. Ações para combater atos de improbidade administrativa 1. PRINCÍPIOS 1.1. Princípio da Impessoalidade A administração pública está proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Pode discriminar apenas para a proteção de interesses públicos. Discriminar alguém significa tratar aquela pessoa de forma diferente das demais. Quando privilegia ou prejudica alguém, configurada esta a descriminação. Este princípio está intimamente ligado ao princípio da isonomia. Prof. Bandeira de Mello menciona que deve ser considerado o fator de descriminação versus o objetivo a ser alcançado. Quando o fator de discriminação utilizado não estiver de acordo com o objetivo a ser alcançado a discriminação será inválida. Em contrapartida, quando o fator de discriminação estiver de acordo com o objetivo a ser alcançado a discriminação será legítima. Art. 37, II da CF. “II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” Súmula 683 STF: “O limite de idade para inscrição em concursos públicos só se legitima em face do art. 7º XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.” Exemplo de impessoalidade: Impessoalidade para contratar pessoas: concursos Impessoalidade para contratar serviços: licitação Impessoalidade para pagar credores: precatórios art. 100 CF. 2 de 4 Obs.: impessoalidade em relação às propagandas institucionais dos atos de governo Art. 37,§ 1º CF. “§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 1.2. Princípio da Moralidade. A partir do momento que moralidade se apresenta como princípio constitucional, ato imoral é sinônimo de ato inconstitucional, passível de apreciação do poder judiciário. Existe uma espécie qualificada de imoralidade a qual se dá o nome de improbidade administrativa, que está Intimamente ligada a preservação do interesse público. Por sua vez, improbidade administrativa é sinônimo de desonestidade administrativa. Improbidade é associada ao dolo, na intenção do agente em praticar o ato desonesto. 1.2.1. Hipóteses Improbidade Administrativa (Lei. 8.429/92 – Art. 9, 10 e 11) Foram disciplinados conforme sua gravidade; Elenco meramente exemplificativo; Envolve atos ou omissões; Enriquecimento ilícito (art. 9º) “Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:” Exemplo envolvendo as situações do art. 9º Cobrança ou recebimento de propina; Liberação de verbas de forma ilícita; Uso de mão de obra pública em bens particulares. Todos os valores acrescidos de forma ilícita deverão ser devolvidos “Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.” No artigo 10 estão os atos de improbidade de natureza intermediária e que causam danos ao erário. Configuração de perda patrimonial da administração pública. 3 de 4 Obs.: Admite-se a configuração por meio de culpa (há quem defenda causa de inconstitucionalidade na modalidade culposa Luiz Fux). “Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:” Exemplo de atos de improbidade relacionados a este artigo: Alienação de bens públicos abaixo do valor de mercado (inciso IV); Aquisição de bens de terceiros acima do valor de mercado (frustrar a competitividade de uma licitação ou dispensá-la de forma indevida – Lei 8666/93 Art. 24 são hipóteses de dispensa de licitação); No artigo 11 são agressões a princípios constitucionais da Administração Pública, são atos de improbidade de menor gravidade. ATENÇÃO: não se prevê a forma culposa. “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:” Exemplos de situações envolvendo o art. 11: Negar publicidade a atos da Administração Divulgar de forma privilegiada, informações da área politica ou econômica. Declaração de bens obrigatória para a posse e o exercício da função pública: “Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. 4 de 4 § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.” 2. AÇÕES PARA COMBATER ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 2.1. Ação Popular a) Sujeito ativo Art. 5º LXXIII – tem legitimidade para propositura de ação popular qualquer cidadão. Cidadão: é o nacional de um Estado que se encontra no pleno exercício dos direito políticos. Obs.: só pode ser utilizada por pessoa física (Súmula 365 do STF). b) Sujeito passivo (Lei. 4.717/65 Art. 6º). A ação popular deverá ser obrigatoriamente proposta contra a pessoa física responsável pelo ato lesivo; Contra a pessoa jurídica que se prejudicou do ato, porque ao contestar a ação pode reconhecer que o autor popular tinha razão e assim, manterá apenas a pessoa física no polo passivo. Os terceiros que se beneficiaram do ato. Na ação popular, após a propositura da ação pelo cidadão, ele dela desiste, poderá o MP após publicados os editais de habilitação e se houver interesses da coletividade, assumir o polo ativo da ação (Art. 6 §4º e §9º) 2.2. Ação Civil Pública a) Sujeito ativo. Art. 129 CF. Atribui legitimidadepara o Ministério Público (órgão); Art. 139 § 1º. Outras pessoas desde que previstas em lei ex.: Lei 7347/85 Lei da Ação Civil Pública: Defensoria Pública (órgão) União, Estados, Municípios e DF Autarquias Fundações Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista Associações (legalmente constituídas e em funcionamento a pelo menos 1 ano, apresentando pertinência temática) b) Sujeito passivo.
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