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DIREITO TRIBUTÁRIO 2015

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DIREITO TRIBUTÁRIO
I – SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
1- COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
O art. 24, I da CF diz que a competência é concorrente entre União, Estado e DF. E, no art. 30, I a III, diz que os municípios legislam sobre assuntos de interesse local. Assim, o município também pode tratar de direito tributário.
No que tange às normas gerais, que são mecanismos de uniformização, apenas a União poderá fazê-lo. Art. 24, parágrafo 1º, CF. 
2- ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Para que o Estado possa fazer frente às suas despesas, precisa recolher receitas. As receitas públicas podem ser originárias e derivadas. 
As receitas públicas originárias ocorrem quando o Estado obtém dinheiro explorando o seu próprio patrimônio estatal. Assim, não se utiliza de imposição, de seu poder de império. Exemplo: empresa pública. O direito tributário não cuida desse tipo de receita.
As receitas derivadas são aquelas obtidas pela exploração do patrimônio de terceiro, mediante a imposição do Estado (poder de império). Inexiste autonomia de vontade, aplicando-se, em regra, dois princípios publicistas: supremacia do interesse público e indisponibilidade dos bens públicos. Exemplos: tributos, multas. 
OBS: se a autonomia financeira depender de arrecadação tributária, tem-se o chamado federalismo fiscal. Esse é o caso do Brasil. 
a) TRIBUTOS:
Definição: art. 3º do CTN e no art. 9º da Lei de Finanças públicas (lei 4320/64). Ambos são válidos e aplicáveis. A definição do art. 3º é econômica e a do art. 9º é financeira. 
b) ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
De acordo com o STF, utiliza-se no Brasil a escola pentapartida: 
- impostos (ordinários e extraordinários); 
- taxas (polícia e serviços); 
- contribuição de melhoria; 
- empréstimos compulsórios (calamidade pública/guerra ou investimento público); 
- contribuições especiais: a) intervenção do domínio econômico – CIDE-, b) interesse das categorias profissionais e econômicas, c) de seguridade social – contribuições sociais -, d) custeio de serviço de iluminação pública.
3- FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Se baseia pela “norma jurídica”. Essa norma está em sentido lato. 
a) Constituição Federal: 
Nos arts. 145 ao 162 trata-se do sistema tributário nacional. A CF não cria tributos, apenas estabelece o rol de tributos que podem ser instituídos. Dessa forma, faz a definição da competência tributária (quem pode criá-lo). O exercício da competência tributária só pode ser exercido por quem tem competência legislativa (União, Estado, DF e Municípios). 
Os entes federados devem obedecer ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos e os limites impostos pela CF ao poder de tributar (que podem ser implícitas e explicitas). 
A CF também trata da repartição de receita tributária para que se equilibre o federalismo fiscal. A União repassa para o DF, os Estados e Municípios. Os estados repassam para os municípios. Os municípios e os DF apenas recebem receitas partilhadas, nunca partilham. 
OBS: Os tributos que sofrem repartição de suas receitas são determinados impostos e CIDE dos combustíveis. 
OBS2: os impostos que NÃO sofrem repartição de suas receitas são:
- Federais: impostos de importação e exportação, sobre grandes fortunas e extraordinários de guerra;
- Estaduais: imposto sobre transmissão causa mortis e doação. 
- Municipais: nenhum deles pode ser repartidos: IPTU, ITBI e ISS. 
b) Emendas Constitucionais: 
As cláusulas pétreas não podem sofrer qualquer forma de supressão por emenda constitucional, mas podem ser reforçadas por tal veículo normativo com a finalidade de aumentar as garantias.
Por essa razão, a emenda constitucional não poderá ser utilizada para suprimir quaisquer formas de repartição de receitas por afronta reflexa à forma federativa estabelecida no art. 60, parágrafo 4º, I, CF. 
OBS: O STF diz que uma emenda constitucional pode inserir tributos na CF, desde que obedeça os limites constitucionais expressos. 
OBS2: de acordo com o STF, não há impeditivo para que uma emenda constitucional possa ser utilizada para a instituição de um tributo, desde que em seu bojo estabeleça a estrutura normativa do tributo, qual seja, o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes. 
c) Lei complementar:
O art. 146, CF é um rol meramente exemplificativo. 
No art. 146, I, CF, diz-se que cabe a Lei complementar tratar de conflitos de competência tributária. O conflito pode ser positivo ou negativo. 
O 146, II, CF, diz que que cabe a lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. As limitações constitucionais ao poder de tributar tem sua previsão constitucional estabelecida no art. 150, CF, bem como em outros dispositivos constitucionais. O disposto no art. 150 foi considerado pelo STF como direitos e garantias individuais do cidadão contribuinte dotados de aplicabilidade imediata (art. 5º, I, CF). São normas constitucionais de eficácia plena ou contida. 
Entretanto, outras limitações previstas fora do art. 150, CF, não são consideradas garantias individuais e, por isso, podem ser dotadas de eficácia limitada e, inclusive, de supressão por emenda constitucional. 
O art. 146, III, CF, diz que cabe a lei complementar tratar sobre normas gerais em matéria tributária. E, cabe a União tratar sobre normas gerais (24, parágrafo 1º, CF). Assim, necessário lei complementar federal para tratar de normas gerais. 
Atualmente, o CTN é a lei que mais versa sobre normas gerais. Quando o CTN foi criado vigia a CF de 1946, que não previa a lei complementar e, por isso, foi criado como lei ordinária. Quando do advento da CF em 1967, criou-se a lei complementar. Assim, o CTN foi recepcionado como lei complementar em seu sentido material (pois no sentido formal é lei ordinária). Portanto, qualquer alteração feita no CTN deverá ser uma lei complementar, como foi o caso das LC 104/01 e 118/05. 
- art. 146, III, a: definição de tributo (3º) bem como suas espécies tributárias (escola tripartida nos arts. 16, 77 e 81); impostos da CF e seus fatos geradores (19 e 114); base de cálculo (19) e contribuintes (19 e 121). 
OBS: o CTN trata de quase todos os assuntos trazidos nessa alínea. Alguns impostos como é o caso do ICMS (87/96) e ISS (116/03) são tratados por outra lei complementar. 
No caso do IPVA, ainda não houve a edição de LC para o estabelecimento de sua estrutura jurídica e, nesse caso, inexistindo lei federal, os Estados exercem sua competência legislativa plena (24, parágrafo 3º, CF). De acordo com precedentes do STF, o IPVA poderá ter a sua estrutura jurídica definida por uma lei ordinária estadual, não tendo o ente federado a determinação para a edição de uma lei complementar, visto que tal mandamento é previsto para a União. 
- art. 146, III, b: obrigação (113, que divide em obrigação principal e acessória), lançamento (142 e seguintes, trazendo as modalidades: de oficio, por declaração e por homologação; a alteração), crédito (139, tratando das formas de suspensão, de extinção, de exclusão de garantias e privilégios), prescrição (174) e decadência (173). 
OBS: de acordo com precedentes da primeira turma do STF, os estados não tem competência para instituição de uma nova modalidade de suspensão, extinção, ou exclusão do crédito tributário, uma vez que estas devem ser introduzidas por meio de uma lei complementar federal (decisão não unânime). 
OBS2: a lei 8212/91 trata do plano de custeio da previdência social. A lei estabeleceu nos arts. 45 e 46 um prazo decadencial e prescricional para contribuições previdenciárias: O INSS tem um prazo de 10 anos de decadência e mais 10 anos de prescrição, mas o STF diz que são inconstitucionais esses arts. (súmula vinculante 08), mas possui efeitos “ex nunc”. 
OBS3: a lei de execução fiscal (6830/80), em seu art. 2º, diz que ocorrendo a inscrição na dívida ativa ocorre a suspensão da prescrição pelo prazo de 180 dias ou até a distribuição fiscal. A LEF é uma lei ordinária, e, portanto, o STF decidiu que esse dispositivo aplica-se apenas para créditos não tributários. Já o dispositivoda prescrição intercorrente estabelecido no art. 40, parágrafo 4º da LEF tem plena aplicabilidade para os créditos tributários, uma vez que tal prescrição possui natureza processual e que, consequentemente, atinge o crédito tributário. 
- art. 146, III, c: adequado tratamento ao ato cooperativo das sociedades cooperativas. A lei 5764/71 versa sobre a política nacional do cooperativismo. No seu art. 79, vem definido o que é ato cooperativo, mas não fala sobre esse tratamento adequado. Assim, podem os Estados tratar sobre? A ADI 429/91 decidiu de forma pacificada que enquanto lei complementar federal não verse sobre o tratamento tributário do ato cooperativo das sociedades cooperativas, os Estados poderão conferi-lo, em observância ao disposto no art. 24, parágrafo 3º, CF. 
- art. 146, III, d: tratamento favorecido e diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte. A LC 123/06 além de colocar uma unificação do estatuto da ME e EPP também criou a figura do simples nacional, que é um sistema simplificado de arrecadação e fiscalização de impostos e contribuições sociais da União, Estados e Municípios, visando a simplificação das obrigações administrativas e a diminuição da carga tributária. Faz parte do simples: IRPJ, IPI, COFINS, PIS, INSS, CSSL, ICMS, ISS, tributos são arrecadados em uma única guia de arrecadação (DAS). 
A atual formatação do simples nacional enseja a possibilidade de controvérsia sobre sua inconstitucionalidade tendo em vista a inserção de dois impostos que não são de competência federal, sem qualquer manifestação dos entes públicos dotados de competência para a instituição desses impostos, o que enseja a quebra do pacto federativo e da separação dos poderes. 
- art. 146, A: a União mediante LC poderá editar normas visando prevenir desequilíbrios de concorrência, sem prejuízo de outras normas existentes. A lei 12.529/11.
A lei complementar pode instituir tributos desde que haja expressa previsão constitucional. Quais os tributos instituídos mediante LC? Imposto sobre grandes fortunas (153, VIII), empréstimos compulsórios (148) e os tributos residuais (154, I, 195, parágrafo 4º). Em regra, os impostos são criados por lei ordinária. Esses são exceções.
d) Lei ordinária:
A principal função é instituir, majorar, reduzir e extinguir tributos.
Além disso, o STF disse que todo o disposto no art. 97, CTN pode ser disposto por lei ordinária. 
OBS; COFINS: lei complementar em seu sentido formal, mas em seu sentido material é uma lei ordinária e, por isso, as alterações feitas por lei ordinária são constitucionais. 
- Aplicação ou redução de penalidades: art. 97, CTN diz que toda forma de aplicação de penalidade deve ser realizada mediante lei. Assim, a base de cálculo deve ser definida por lei ordinária, salvo no caso de impostos cuja definição deve ser realizada por lei complementar. 
- O art. 97, parágrafo segundo, CTN: a atualização da base de cálculo não se equipara à majoração de tributo. Assim, desnecessário ser realizado por lei, desde que respeitados os índices oficiais de correção monetária. 
Entretanto, os municípios passaram a fazer uma majoração disfarçada, que é a atualização da base de cálculo de um determinado tributo acima dos índices oficiais de correção. Assim, o STJ editou a súmula 160. 
e) Lei delegada: o poder executivo, quando do exercício de lei delegada cumpre função atípica (art. 68, CF). 
Tendo por base o art. 68 da CF e precedentes do STF, desde que o poder executivo observe os limites fixados na CF, inexiste impedimento para legislar sobre direito tributário mediante lei delegada. O que não pode é usar da lei delegada para matérias reservadas à LC, conforme o parágrafo primeiro do art. 68. 
f) Atos normativos infralegais: 
f.I – Medida provisória: possui seu fundamento no art. 62, CF. Com a emenda constitucional 32, possibilitou-se que a MP fosse utilizada para instituir ou majorar impostos (art. 62, parágrafo 2º, CF). Como a MP é federal, pode majorar ou instituir impostos federais. Pelo art. 153, CF, nota-se que o único imposto que ainda não foi instituído é o imposto sobre grandes fortunas. Já no parágrafo 1º do art. 62, está instituído que MP não pode tratar de assunto que é de matéria de LC. Assim, uma MP não pode instituir o imposto de grandes fortunas.
Dessa forma, a MP poderá apenas instituir o imposto extraordinário de guerra (art. 154, II, CF). Entretanto, o STF na primeira turma, disse que a MP poderá ser utilizada para instituição e aumento de outros tributos, desde que observados os limites estabelecidos na CF. 
f.II- Decreto executivo: Para determinada corrente doutrinária, o decreto executivo não seria considerado o ato normativo propriamente dito, mas a externalização ou formalização de um regulamento ou de outro ato normativo.
Para outra corrente publicista, o decreto seria considerado o ato normativo propriamente dito. 
O decreto não serve para criar direito, mas regulamentar uma lei existente. Assim, passa apenas por um controle de legalidade. 
O DECRETO EXECUTIVO É UTILIZADO QUANDO DA TRIBUTAÇÃO EXTRAFISCAL.
Se utiliza em duas situações:
- art. 153, parágrafo 1º: alterar alíquotas do II, IE, IPI, IOF. A CF não faz nenhuma alusão direta a utilização de decreto executivo, mas sim de atos normativos. Porém, o ato normativo de utilização mais frequente do poder executivo é o decreto. 
- art. 177, parágrafo 4º, I, b, CF: reduzir ou restabelecer as alíquotas da CIDE combustíveis (lei 10.336/01)
f.III- Resoluções do Senado Federal: Tanto a câmara como o senado podem editar resoluções, mas o que interessa é o do senado, que estabelece os limites das alíquotas dos impostos estaduais. 
O senado apenas pode fixar o limite máximo e mínimo dessas alíquotas dos impostos estaduais. 
f.IV- Convênios: acordos firmados entre os secretários de fazenda para a concessão de benefícios fiscais entre entes que possuam interesse econômico comum. 
São consideradas normas complementares estabelecidas no art. 100, IV, CTN. 
O STF entende que os convênios podem figurar como exceção ao princípio da legalidade – art. 155, parágrafo 4º, IV, CF c/c 155, parágrafo 2º, XII, g, CF. 
f.V- Tratados internacionais: em matéria tributária, depois de ratificados e inseridos por meio de decreto, passam a vigorar com força de lei ordinária. 
Possuem a finalidade de evitar a bitributação sobre a renda entre os países signatários ou de conferir incentivos fiscais notadamente sobre importação e exportação. 
OBS: quando a União firma acordos internacionais, figura na condição de sujeito de direito internacional e não como pessoa jurídica de direito público interno propriamente dito conforme estabelece o art. 41 do CC. Neste caso, não incorre em qualquer afronta constitucional ao postulado previsto no art. 151, III, da CF. Assim, se um produto importado for similar a um produto nacional isento de ICMS, o produto importado gozará da mesma isenção. Súmula 20, 71, stj e 575 do stf.
 
II – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A CF é que determina os aspectos atinentes à competência. Quando houver conflito de competência, serão resolvidos por lei complementar (art. 146, I, CF).
A competência para a instituição de tributos é deferida pela CF para os entes federados dotados de competência legislativa plena (união, estados, distrito federal e municípios).
1- CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS:
a) Indelegabilidade: a competência tributária não pode ser repassada a terceira pessoa, ou seja, os entes que gozam de competência não podem delegar a competência para outra PJ.
b) Intransferibilidade: veda-se que os entes transfiram competência entre si. 
c) Irrenunciabilidade: a competência tributária não pode ser renunciada pelos entes federados. A primeira turma do STF entendeu que criar tributos é um dever e não um direito. E, apenas direitos podem ser renunciados. Assim, não há que se falar em renúncia do dever de criar tributos. 
Entretanto, o STF entende que pode ocorrer a renúncia de receita. Essa renúncia pode ser de forma outorgada e de formafacultativa (autonomia dos entes federados):
- outorgada: i) repartição de receitas tributárias (arts. 158 e 159, CF). é uma renúncia de receita obrigatória, pois prevista na CF; Imunidades tributárias; 
- Facultativa: i) faculdade da instituição dos tributos. Ex: IGF; ii) concessão de incentivos fiscais, notadamente quando da concessão de isenção, remissão e anistia. Esses incentivos devem ser concedidos mediante lei específica (art. 150, parágrafo 6º, CF). Para o STF, o ente deve respeitar a LC101/00, apresentando um estudo de impacto orçamentário, indicação de uma outra fonte de custeio.
d) Imprescritibilidade/incaducabilidade: o exercício da competência tributária não tem prazo. Assim, não se perde a competência tributária por decurso de tempo, ou seja, não sofre prescrição, caducabilidade. 
2 – ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
a) Privativa: é aquela para a instituição dos impostos ordinários: federais (153, CF), estaduais (155, CF) e municipais (156, CF). Toda a estrutura jurídica do imposto deve ser definido em uma lei complementar federal (146, III, a, CF). O arquétipo requerido é aquele que versa sobre fato gerador, base de cálculo e contribuintes. 
b) Comum: indica que todos os entes federados podem instituir os mesmos tributos. São as taxas (145, II, CF) e as contribuição de melhoria (145, III, CF). não há que se falar em bi-tributação, pois são tributos vinculados, que exigem uma contraprestação específica.
c) Residual: pertence apenas a União. Tem competência para instituir outros impostos não previstos nas CF e outras contribuições sociais não previstas na CF. 
Deve obedecer aos requisitos previstos no art. 154, I, CF: i) lei complementar; ii) não cumulativos (regramento contábil previsto na CF); iii) fato gerador e a base de cálculo diferentes dos previstos na CF. O STF decidiu que se a instituição for de novos impostos pela União, tais impostos não podem ter fato gerador e base de cálculo próprio de outros impostos estabelecidos na CF. E, quando se for criar novas contribuições sociais essas não podem ter fato gerador e base de cálculo próprias de contribuições sociais previstas na CF. 
d) Extraordinária: é própria da União. Para ser criada, devem ocorrer despesas extraordinárias estranhas ao orçamento anual. São eles: i) empréstimos compulsórios (148, CF); ii) Imposto extraordinário de guerra (154, II, CF). 
e) Exclusiva: é própria da União. Serve para instituir contribuições especiais, nos termos do art. 149, CF. São elas:
- i) contribuição sobre a intervenção no domínio econômico (CIDE): AFRMM (adicional de frete para a renovação da Marinha Mercante – Dec. 2808); ATP (adicional de tarifa portuária – lei 7700/89), CID royalties (lei 10168/00), CIDE combustíveis (lei 10336/01) e SEBRAE (lei 8029/90). 
- ii) Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas: entidades de classe de profissão regulamentada (salvo OAB), sistema “S” (serviços sociais autônomos do terceiro setor, como é o SESI, SESC, SENAI (salvo SEBRAE). Súmula 499, STJ.
- iii) Seguridade social (contribuições sócias). São divididas em geral e específicas. As gerais são do SAT (acidente de trabalho) e do Salário educação (art. 212, parágrafo 5º, CF). As específicas estão reguladas no art. 195 e 239, CF. 
EXCEÇÃO: contribuições especiais que não são de competência federal. Existem duas: i) Art. 149-A, que garante aos municípios e DF legitimidade para criar contribuição de iluminação pública (COSIP), cuja cobrança é facultada na fatura mensal de energia elétrica. No Rext 573.675, o STF classificou a contribuição como “sui generis”; ii) Art. 149, parágrafo 1º, que permite aos estados, DF e municípios que criem contribuição para custeio do regime previdenciário de seus servidores. Nesse caso, as alíquotas não poderão ser inferiores às contribuições previdenciárias da União, e deve obedecer ao disposto no art. 40, CF, ou seja, só poderá ser cobrada pelo ente para custear regime de previdência de servidor público ocupante de cargo. 
f) Cumulativa: o DF tem competência cumulativa para criar tantos impostos estaduais (155, CF) quanto os municipais (147, CF).
g) Territórios federais: A união é que instituirá os impostos e, se o território federal não for dividido em municípios, também compete a União instituir os impostos municipais (art. 147, CF). 
3 – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
Trata-se de arrecadação e fiscalização de tributos. 
O STF entende que toda e qualquer pessoa jurídica de direito público pode. Assim, além dos entes federados, as autarquias e as fundações públicas também poderão exercer a capacidade tributária ativa. 
OBS: as agências reguladoras (autarquia especial), agências executivas (qualificação dada por um ministério a uma autarquia ou fundação pública que celebre com o poder público um contato de gestão) e consórcios públicos (forma de gestão associada entre entes públicos federados que mediante contrato estabelecem a prestação de serviços públicos comuns dotados de maior eficiência, quando dotados de personalidade jurídica de direito público – associação pública) poderão arrecadar e fiscalizar tributos. 
a) Características ou atributos da capacidade:
a.1) Delegabilidade: os entes federados podem delegar capacidade tributária ativa para autarquias e fundações públicas
a.2) Transferibilidade: os entes federados podem transmitir capacidade tributária entre si. 
STF: ocorre a transferibilidade desde que haja dois critérios a serem observados: i) previsão constitucional; ii) autorização legislativa. A CF traz uma única hipótese no art. 153, parágrafo 4º, III. A lei 11.250/05 regula a transferência da capacidade tributária da União para com os municípios, que será instrumentalizada através de convênios. 
a.3) Precariedade: a capacidade tributária ativa pode ser revogada a qualquer tempo quando ocorrer a delegação mediante ato unilateral. Ou seja, a delegação não gera direito adquirido.
III – LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR:
É uma competência negativa, pois limitam o próprio exercício da competência tributária. 
O rol do art. 150 é exemplificativo. Ou seja, as limitações ali previstas são explícitas, havendo possibilidade de existir limitações implícitas (fruto de hermenêutica). 
O STF declarou que as regras do art. 150, CF, são garantias do cidadão contribuinte em face dos abusos perpetrados pelo Estado na tributação. E, portanto, são direitos e garantias individuais. Assim, as limitações são cláusulas pétreas (60, parágrafo 4º, IV, CF). 
Dessa forma, sendo elas garantias individuais, as garantias ali previstas possuem eficácia imediata, conforme explicitado no art. 5º, parágrafo 1º, CF. Entretanto, como o art. 146, II, CF, diz que que caberá a lei complementar regular os limites ao poder de tributar, algumas das limitações pode ser de eficácia contida.
Portanto, as limitações estabelecidas no art. 150, CF, são dotadas de eficácia plena ou contida a luz do disposto no art. 146, II, CF. 
Dentre as limitações explícitas, há dois grandes blocos: os princípios constitucionais tributários e as imunidades tributárias. 
Já nas limitações implícitas, há a vedação a invasão de competência e a vedação a bitributação (STF as considere relativa). 
1 – PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIA
Os princípios se dividem em onivalentes, plurivalentes e monovalentes. 
Os onivalentes são considerados de princípios-valores e são aplicados em qualquer ciência, não apenas ao direito. Exemplo: ética, boa-fé, justiça, moral. 
Os plurivalentes são aplicáveis a determinada ciência em mais de uma área de atuação. Exemplo: art. 5º, II, CF (legalidade) que é aplicado a toda a ciência do direito. 
Já os monovalentes são restritos a uma determinada área de atuação de uma ciência específica. Como exemplo tem-se o princípio da anterioridade tributária, que é aplicado apenas a área tributária. 
a) Princípio da estrita legalidade:
Está previsto no art. 150, II, CF e art. 97, CTN. 
Fala a respeito de exigência e majoração de tributo. Exigência não setrata apenas de instituir tributos, mas também de tipologia tributária (arquétipo). 
a.1) Princípio da tipicidade cerrada: 
Todos os aspectos de incidência tributária devem estar descritos na lei de forma determinada ou determinável, para a exigência válida da tributação. 
A regra matriz de incidência tributária, por esse princípio, é dividido em cinco aspectos: i) material; ii) espacial; iii) temporal; iv) pessoal; v) quantitativo. Os três primeiros aspectos são colocados na lei de forma determinada, sendo chamados de antecedentes normativos. Os dois últimos são determináveis na norma. Para serem determinados, dependem da ocorrência do fato gerador (consequente normativo). 
- i) Material: é a descrição do fato típico tributável. É formado por um verbo mais um complemento (industrializar produtos, circular mercadorias). 
- ii) Espacial: é o local da ocorrência do fato típico. Serve para a definição de competência e para a fixação do domicílio tributário. 
- iii) Temporal: é o momento da ocorrência do fato típico. Usado para análise da aplicabilidade da norma tributária e aplicação dos critérios de decadência. 
- iv) Pessoal: analisa os sujeitos da relação (ativo e passivo).
- v) Quantitativo: análise da base de cálculo e das alíquotas (ad valorem ou específicas).
OBS: tipicidade aberta: defende a existência de normas tributárias em branco. Pela tipicidade cerrada o aspecto material é determinado na norma. Entretanto, o art. 19, CTN, diz que o fato gerador do imposto de importação é a entrada de produtos estrangeiros no território nacional. Mas, o que é território nacional? Para isso, dependem de interpretação para a norma ser aplicada. 
Portanto, pelo critério da tipicidade aberta, a mera descrição da conduta típica tributária não é suficiente para a determinação da incidência tributária, dependendo de hermenêutica para a sua correta aplicação (normas tributárias em branco). 
Por fim, entende-se que o tributo só pode ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto por lei ordinária. Entretanto, havendo expressa previsão constitucional, necessário ser por lei complementar. 
A medida provisória poderá ser usada para a instituição e majoração de impostos (62, parágrafo 2º). O STF entende que, então, qualquer tributo pode ser instituído ou majorado, nos limites constitucional. 
Exceção ao princípio da legalidade: não existe exceção para instituição e extinção. Portanto, todo tributo pode ser instituído ou extinto mediante lei. Entretanto, atos normativos emanados do poder executivo (como os decretos executivos) são exceções ao princípio.
O STF entende que os órgãos públicos e não apenas a chefia do poder executivo poderão editar atos normativos como forma de exceção ao princípio da legalidade. 
Assim, tem-se como exceção na CF:
- O art. 153, parágrafo 1º da CF diz que os atos normativos podem ser usados para alterar (aumentar e reduzir) alíquota de II, IE, IPI e IOF. 
- O art. 177, parágrafo 4º, b, CF diz que os atos normativos podem reduzir ou restabelecer as alíquotas da CID combustíveis. 
- O STF entende que o convênio também pode ser considerado uma exceção, no art. 155, parágrafo 4º, CF c/c com o art. 155, parágrafo 2º, XII, g, CF. 
OBS2: A BASE DE CÁLCULO SOMENTE PODERÁ SER DEFINIDA POR LEI ESPECÍFICA. Entretanto, a atualização monetária independe lei, conforme o art. 97, parágrafo 2º, CF. Atualizar é reajustar o valor da moeda devido a perda do poder aquisitivo da moeda em decorrência de uma inflação e, sendo assim, deverá respeitar os índices oficiais de correção. 
A majoração disfarçada (atualização da base de cálculo acima dos índices de correção) é vedada, conforme a súmula 160, STJ. 
b) Capacidade contributiva:
Está previsto no art. 145, parágrafo 1º, CF: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Assim, aquele que tem maior condição econômica deve ser mais tributado do que aquele que não tem capacidade econômica tão alta.
Um dos mecanismo se dá pela progressividade, pela qual, ocorrendo aumento da base de cálculo, ocorre aumento da alíquota. 
O STF entende que a CF faz distinção entre impostos pessoais e impostos reais. Os pessoais tributam a condição econômica do sujeito e os reais são os que tributam o patrimônio sem observância da condição econômica do sujeito. 
Se a progressividade é um implemento da capacidade contributiva e se a CF diz que sempre que possível os impostos terão caráter pessoal, todo imposto pessoal deve ser progressivo. Hoje, o único imposto pessoal instituído é o imposto de renda (153, parágrafo 2º, CF). 
Para o STF, os impostos reais serão progressivos desde que haja previsão constitucional e detenham um caráter extrafiscal. Ou seja, possuem progressividade extrafiscal. O ITR, nos termos do art. 153, parágrafo 4º, I, CF, pode ser progressivo. Assim, poderá ser progressivo para evitar a manutenção de propriedades improdutivas (caráter extrafiscal). O limite da progressividade é 5 anos e, no último ano, a alíquota poderá alcançar o patamar máximo de 20%. Após, não cumprindo a função social da propriedade, a União deverá desapropriar o bem por interesse social. A indenização é paga em títulos da dívida agrária, que serão resgatados a partir do segundo ano de emissão, em até 20 anos. 
Se o proprietário cumpra a função social após o aumento da alíquota, voltará ao status quo, sob pena de inconstitucionalidade. 
No que tange ao IPTU, o art. 182, parágrafo 4º, II, CF, autoriza a progressividade no tempo para evitar o descumprimento da função social da propriedade, observada a lei 10.257/01. O limite de aumento é 5 anos, sendo que no último ano a alíquota poderá alcançar 15%. Não cumprindo, o imóvel será desapropriado por interesse social. Nesse caso, a indenização será paga com títulos da dívida pública, resgatáveis pelo município em até 10 anos. 
A emenda 29 inseriu o parágrafo 1º do art. 156, autorizando que o IPTU tenha alíquotas diferenciadas em razão do uso e da localização do imóvel. O STF disse que isso é uma progressividade fiscal, que visa o aumento da arrecadação, sendo também legítima. 
A Súmula 668, STF diz que a progressividade fiscal do IPTU só é autorizada após o advento da emenda 29. Antes dela, somente pode ter progressividade extrafiscal. 
Muitos municípios tentaram cobrar ITBI progressivo. O STF requereu a previsão constitucional e o caráter extrafiscal. Entretanto, não há autorização na CF e o STF editou a súmula 656, declarando tal procedimento inconstitucional. 
Em 2005, inicia uma mudança de paradigma no STF, entendendo que o princípio da capacidade contributiva passa a ser estendido ao todos os tributos. Diante disso, o STF entendeu que o ITCMD progressivo é constitucional (Rext 562075).
c) Princípio da vedação do confisco:
Estabelecido no art. 150, IV, CF.
A doutrina entende que confisco é a expropriação do patrimônio particular por um caráter iminentemente sancionatório e sem qualquer possibilidade de indenização. Por isso, não se confunde confisco com desapropriação, porque a desapropriação passa por processo regular e pressupõe o pagamento de uma indenização. Entretanto, alguns juristas entendem que o art. 243, CF é uma desapropriação confisco. 
O STF entende que o confisco é a inviabilidade econômica do particular, mediante o excesso de tributação praticado por um determinado ente federativo. Ou seja, não se pode determinar que o mero aumento de alíquota seria um confisco, como é o caso da alíquota de 343% de IPI para o fumo (pelo princípio da seletividade). 
OBS: deve ser seletivo o IPI e podem ser seletivos os ICMS, IPVA e ISS. 
Pode ocorrer do particular sofrer penalização por ausência do cumprimento de obrigação tributária, como é o caso da multa. Nesse caso, o STF entendeu que é possível a aplicação do princípio do não confisco para as multas. As multas serão aplicadas observando-se a razoabilidade e a proporcionalidade. 
d) Princípio da irretroatividade tributária:
Está estabelecido no art. 150, III, a,CF.
Tem ampla ligação com a aplicação da normas tributária. Basicamente, a irretroatividade prega que a lei tributária não se aplica a fatos ocorridos anteriormente à sua vigência. Isso porque, toda lei que entra em vigor passa a gozar de efeitos prospectivos e não retrospectivos. 
Regra geral: a lei tributária que deve ser aplicada é aquela vigente à época da ocorrência do fato gerador. 
Entretanto, é possível a aplicação da legislação tributária atual sem observância da lei vigente à época do fato gerador. São três situações:
- i) norma atual trata de modificações nos critérios de apuração e arrecadação tributária;
- ii) norma que confere aumento dos poderes de fiscalização tributária;
- iii) maiores garantias e privilégios ao crédito tributário. 
Exceção: a lei tributária poderá retroagir quando mais benigna – art. 106, CTN:
 - i) lei meramente interpretativa, desde eu não comine ao particular qualquer espécie de sanção. Lei meramente interpretativa é aquela que basta uma simples interpretação gramatical ou literal, não sendo necessária qualquer outra norma;
 - ii) ato infracional não transitado em julgado cuja lei posterior deixe de defini-lo como infração ou comine uma penalidade menos severa. No Brasil adota-se como sistema de coisa julgada o sistema inglês, também chamado de jurisdição única. Ou seja, apenas o judiciário faz coisa julgada contra o particular. Por essa razão, o trânsito em julgado referido no artigo se trata do judicial, e não do administrativo. 
Súmula 584, STF: deve-se aplicar a lei vigente ao imposto de renda à época da entrega da declaração. Entretanto, fere o princípio da irretroatividade (rext ???). Entretanto, a súmula seria aplicada às modificações das obrigações acessórias. 
e) Princípio da anterioridade tributária:
Antigamente, vigia o princípio da anualidade tributária, pelo qual o tributo só poderia ser exigido se estivesse previsto no orçamento anual. Esse princípio foi revogado pelo princípio da anterioridade. 
Esse princípio concede ao contribuinte uma maior segurança jurídica na tributação evitando o pagamento de tributos imediatamente à publicação da lei que confere instituição ou aumento. 
e.1) Anterioridade comum – 150, III, b, CF
Pela anterioridade comum, todo o tributo criado ou aumentado só pode ser exigido no exercício financeiro seguinte da publicação da lei. 
e.2) Anterioridade nonagesimal, noventena ou mitigada – 150, III, c, CF:
Entre os exercícios financeiros, deve se observar um lapso temporal mínimo de 90 dias contados da publicação da lei. 
e.3) Exceções ao princípio da anterioridade – 150, parágrafo 1º, CF:
 - Tributos que são exigidos imediatamente: II, IE, IOF, IEG, Empréstimo compulsório decorrente de calamidade pública e guerra externa. 
- Tributos que podem ser exigidos no mesmo exercício financeiro em que ocorreu a instituição ou aumento, observando-se prazo mínimo de 90 dias: IPI, ICMS sobre combustíveis, CID combustíveis e as contribuições sociais.
- Tributos exigidos no exercício financeiro seguinte ao aumento ou instituição, sem observância do prazo de 90 dias: IR, e fixação de base de cálculo do IPVA e do IPTU. 
e. 4) Questionamentos:
 - Redução de tributos: passa a ser exigida de forma imediata, sem observância do princípio da anterioridade. 
- Medida provisória: a MP deveria ter eficácia imediata, conforme art. 62, CF. mas, desde que a emenda 32 passou a aceitar a MP para majorar e instituir imposto (parágrafo2º), deverá observar a mesma dinâmica constitucional empregada ao imposto. Ou seja, se o imposto observa a anterioridade, a MP também deverá observar. 
OBS: a MP convertida em lei no mesmo ano em que foi editada terá seu prazo de contagem para fins de anterioridade a partir do momento de sua edição, não levando-se em consideração a data da conversão em lei. 
- Revogação de isenção por prazo indeterminado e a anterioridade: isenção é uma dispensa legal do cumprimento da obrigação principal, excluindo-se o crédito tributário dela decorrente. 
Conforme o art. 150, parágrafo 6º, CF diz que todo benefício tributário seja conferido mediante lei específica. Em matéria tributária, as isenções podem ter prazo determinado e observância de condição onerosa para seu cumprimento ou com prazo indeterminado, sem observância de condicionante. Sendo o prazo determinado, o contribuinte que preenche as condições tem direito adquirido de permanecer com o benefício até o final do prazo estabelecido em lei (súmula 544, STF e art. 178, CTN). Sendo por prazo indeterminado, a isenção é precária, podendo ser revogada a qualquer tempo, não gerando direito adquirido. Havendo a revogação dessa isenção de imposto em outubro de 2005, poderá ser exigido imediatamente, conforme o STF.
Isso porque, uma norma que trata de isenção deve observar o art. 111, CTN com uma interpretação literal (restritiva). O art. 104, III, CTN, diz que só pode se exigir no primeiro dia do exercício financeiro seguinte norma tributária que disponha sobre revogação ou extinção de isenção de tributo que incida sobre patrimônio e renda. Entretanto, o STF entende que o benefício da isenção deve ser interpretado de forma restritiva nos termos do art. 111, I, CTN, bem como em consonância com o princípio da anterioridade e a nova sistemática tributária adotada a partir da CF de 1988. Por essa razão, o disposto no art. 104, III, CTN torna-se inaplicável pela interpretação conforme a CF, uma vez que o tributo abarcado pela isenção por prazo indeterminado de duração pode ser exigido imediatamente após a sua revogação. 
 - Antecipação do recolhimento do tributo: norma legal que altera o recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Isso porque, norma acessória não tem que observar a anterioridade (súmula 559, STF).
f) Critério da não-cumulatividade: 
É um regramento contábil que permite que ocorra a compensação dos valores pagos nas operações anteriores com as operações subsequentes. 
Os tributos que possuem caráter não cumulativo são os indiretos, que admitem repercussão econômica: IPI e ICMS, PIS, COFINS.
2) IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
É uma vedação constitucional que impede a incidência tributária.
As imunidades tributarias podem atingir todas as espécies de tributos, desde que haja previsão constitucional.
A expressão imunidade é uma expressão doutrinária. Na constituição pode-se encontrar expressões correlatas que também são hipóteses de imunidade. São elas: vedação, não incidência, isenção e gratuidade.
Portanto, todas estas expressões, quando qualificadas na CF são imunidades tributárias.
No entanto, fora da Constituição Federal as expressões “não incidência” e “isenção” possuem significados diferentes:
	NÃO INCIDÊNCIA
	ISENÇÃO
	Fato atípico
Não possui tipicidade tributária.
Inexiste sua descrição na hipótese de incidência.
Art. 108, §1º: analogia não pode resultar na incidência de tributo não previsto em lei.
	Dispensa legal do cumprimento da obrigação tributária principal, excluindo o crédito tributário dela decorrente.
Art. 150, §6º, CF: toda isenção deve ser conferindo mediante uma lei específica. Norma geral sobre isenção: art. 175, CTN.
I) Imunidades genéricas: art. 150, V, CF (para impostos)
A) Recíproca: art. 150, VI, a, CF
Veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços entre os entes federados.
Vetor axiológico (valorativo) e vetor teleológico (finalidade): preservação do pacto federativo. Autonomia dos entes federativos.
OBS: Controvérsia: impostos que não são sobre patrimônio, renda e serviços, como ficam? Não há imunidade?
Esses impostos são os de transmissão (ITCMD e ITBI) e de operações (IPI, IOF e ICMS).
Vejamos:
De acordo com o STF, segundo a hermenêutica (teleológica) estende-se a imunidade recíproca a todos os impostos, mesmo que não sejam sobre patrimônio, renda e serviços.
- ICMS: impostos plurifásico não cumulativo com cálculo “por dentro” (valor do ICMS é embutido no preço da mercadoria ou serviço na operação subsequente)Tributos indiretos: repercussão econômica
a) contribuinte de direito: quem pratica a conduta prevista na lei.
b) contribuinte de fato: quem assume o referido encargo tributário repassado no preço final.
O STF adota a seguinte argumentação: em se tratando de ICMS gozará de imunidade recíproca o ente federado que assumiu a condição de contribuinte de direito, mas não como contribuinte de fato.
- IPTU: Estado ‘x’ realiza contrato de locação de imóvel de sua propriedade para um particular. Ato tipicamente privado. Nesse caso, não incide IPTU, pois o proprietário do imóvel é o Estado.
O IPTU incide sobre a propriedade, e o proprietário é o Estado, então, não pode o Município cobrar IPTU, pois a locação não transfere a propriedade, apenas direito de uso.
Já se o particular aluga imóvel de sua propriedade para determinado estado, em regra, incide IPTU.
Se em uma das cláusulas do contrato de locação disser que o locatário assume as parcelas do IPTU, o Estado terá que pagar. Nesse caso ele é contribuinte de fato, ou seja, assume o encargo tributário.
Exceção: nada obsta que uma lei municipal estabeleça uma hipótese de isenção.
- ITBI: Se o Estado ‘x’ aliena um bem imóvel para o particular? 
Em rega o pagamento do ITBI é feito pelo adquirente. Portanto, incidirá ITBI (regra geral),
Se a situação for contrária, ou seja, se o particular aliena um bem imóvel de sua propriedade para determinado Estado, em rega não incide ITBI, pois o adquirente (Estado) goza de imunidade tributária.
- art. 150,§2º, CF: a imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações públicas, desde que estas atendam suas finalidades essenciais.
Art. 37, XIX, CF: Autarquias e fundações públicas são criadas por lei. Segundo o STF Fundações Públicas também, pois nada mais são do que uma entidade autárquica.
Agências Reguladoras: autarquia especial
Agência Executivas: qualificação dada à Autarquia ou Fundação Pública
Consórcios públicos (Lei 11.107/05) podem ser tanto personalidade jurídica de direito público (Associação Pública – Autarquia), quanto de direito privado (Associação Civil – registro dos atos constitutivos no RCPJ).
Portanto, a imunidade é estendida às Agências Executivas, Reguladoras e aos Consórcios públicos de direito público, pois nada mais são do que Autarquias. Mas e os Consórcios Públicos de direito privado, como ficam???
O STF, através do RE 47099/SP, chegou a seguinte conclusão:
Tudo começou com uma discussão acerca da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que é uma empresa pública, que presta serviço público.
O STF, nesse caso, decidiu que levando em consideração que os Correios prestam serviço publico, naquilo que se refere à prestação de serviços públicos essenciais ao funcionamento do Estado, eles possuem imunidade tributária recíproca.
Entretanto, a EBCT quando explora atividade econômica (sedex, correio postal, etc.) não possui imunidade, sendo que essas atividades são tributadas.
Houve discussões também acerca da INFRAERO e CAERD (companhia de aguas e esgotos do estado de Rondônia), e nesses casos o STF também decidiu que, seja Empresa Pública, seja Sociedade de Economia Mista, quando houver prestação de serviços essenciais ao funcionamento do Estado, estas gozarão de imunidade tributária recíproca.
Lei 8987/95: normas gerais sobre concessão e permissão.
Remuneração do usuário: tarifa/preço público
Art. 150, §3º, CF: concessionárias e permissionárias não gozam de imunidade recíproca, pois tem remuneração tarifária.
Portanto, Consórcio Público de direito privado goza de imunidade tributária recíproca, pois presta serviço público essencial à atividade do Estado.
B) Imunidade religiosa: art. 150, VI, b, CF
Veda-se a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto. (OBS: aqui não fala nada em patrimônio, renda e serviços).
- Vetor axiológico e teleológico: laicidade do estado. Preservação da liberdade de culto e preservação de difusão de crença. (STF: atividade religiosa).
- Interpretação extensiva do STF:
I – imóveis locados pertencentes a organização religiosa: se o produto da locação for revertido ao atendimento das atividades religiosas, estende-se a imunidade.
II – estacionamento pertencente a organização religiosa: mesma coisa
III – cemitérios vinculados a religiões: se o fruto da comercialização de jazigos for revertido para atividade religiosa, estende a imunidade.
- Questões controversas no STF:
a) Casa do padre, bispo ou pastor situada no terreno do templo: estende a imunidade.
b) Terreiros que funcionam na própria residência: estende a imunidade para toda a residência, pois não há como fazer a divisão.
c) Satanismo: critério técnico: liberdade de culto e difusão de crença. Pelo critério técnico é possível estender.
d) Maçonaria: RE 562375/RS – Relator Min Ricardo Levandowisky
Maçonaria é ideologia filosófica, não se configurando como religião, e nesse caso, não goza de imunidade.
Votos vencidos: Marco Aurélio de Mello e Ayres Britto.
C) Imunidade Subjetiva ou condicional:
Veda a instituição de impostos sobre patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos e suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos desde que atendidas as exigências da lei.
Segundo o STF esta imunidade vale para todos os impostos.
Atendidas as exigências da lei: Lei Complementar, pois cabe a Lei complementar regular as limitações ao poder de tributar (art. 146, II).
- Requisitos: art. 14, CTN
i) não distribuir qualquer parcela de suas receitas;
ii) aplicar toda a receita recebida no país;
iii) mantença regular de escrituração fiscal.
OBS: Partidos políticos:
Art. 1º, V, CF: pluralismo político.
Art. 14, CF: partidos políticos.
Lei 9096/95: organização e funcionamento dos partidos políticos.
Estatuto Social: RCPJ DF e TSE
Diretório estadual também deve ter personalidade jurídica perante o RCPJ da sede. Dessa forma os diretórios estaduais poderão gozar de imunidade tributária, mediante observância das regularidades previstas em lei.
OBS 2: Entidades sindicais dos trabalhadores:
Os sindicatos patronais, em regra, são tributados de impostos.
Centrais sindicais podem gozar de imunidade? Se forem centrais de trabalhadores sim.
OBS 3: Instituições de Educação e de Assistência social sem fins lucrativos:
Sem fins lucrativos não significa que não possa ter conteúdo econômico. Pode cobrar, só não pode ter fim lucrativo, ou seja, todo o conteúdo das mensalidades escolares devem se reverter para a Escola.
Escolas de idiomas, artes e música também se enquadram aqui.
Súmula 730, STF: somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
LC 109/01: previdência privada: S.A capital aberto (investimento externo) e capital fechado (fundos de pensão). Ex. Shell (própria entidade custeia previdência complementar de seus funcionários).
Súmula 724, STF: imóveis locados. Extensão para art. 150, § 4º, CF.
D) Imunidade Objetiva ou cultural: art. 150, VI, d, CF.
Livros, jornais, periódicos, bem como sobre o papel destinado à impressão.
Obs: Editora, banca de jornal, livrarias: não gozam de imunidade.
Obs 2: Insumos, matéria-prima: apenas o papel e seu similar gozam de imunidade.
Súmula 657, STF: papel e filme fotográfico utilizado para impressão.
CF não limita o conteúdo das informações. Ex: revista playboy tem imunidade.
Os vetores axiológico e teleológico são a liberdade de expressão.
- STF: precedentes interessantes:
a) lista telefônica: imune
b) álbum de figurinhas e os cromos: imune
c) mídia digital: Está em repercussão geral no STF (25/04/2013) não goza de imunidade. Mas o papel é o meio para se atingir a informação, assim como a mídia digital, por uma questão de evolução social deveria estender.
II – Imunidades Interpretativas:
i) Art. 184, § 5º, CF: Isentas (leia-se imunes) de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriadospara o fim de reforma agrária.
Obs: antes de desapropriar a União deve fixar progressividade no ITR, sopesando que se trata de desapropriação por interesse social. A progressividade é por até 5 anos, com o valor máximo de alíquota no último ano de até 20%. Após essa progressividade, se o proprietário não atender a finalidade social, aí desapropria. Desapropriar sem fixar progressividade é inconstitucional. 
Essa imunidade incide somente da transferência da União para o particular. Se o particular pretender vender novamente, daí é tributado.
ii) Art. 195, § 7º, CF: Isentar (imunes) de contribuições sociais as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas em lei.
Art. 195: União pode instituir contribuições sociais sobre:
I - Empregador
a) folha de salário: INSS patronal - já fez – lei 8212/91
b) receita e faturamento: PIS e COFINS (LC 70/91)
c) lucro: CSSL (Lei 7689/88)
II – Empregado
a) salário: INSS Empregado (Lei 8212/91)
III – Receita do concurso de prognósticos (art. 26. Lei 8212/91)
IV – importador de bens e de serviços (COFINS, PIS Importação, Lei 10865/04)
- Quem goza de imunidade é a entidade (Empregador), então as contribuições que podem ser atingidas por essa imunidade são INSS patronal, COFINS e PIS.
- Certificado de Entidade de Assistência Social (CEBRAS): Lei 12101/09 estabeleceu requisitos para as entidades gozarem de benefícios.
É lei federal, mas não é lei complementar, e a limitação ao poder de tributar deve ser feita por lei complementar. Então, essa lei é constitucional ou não? Está em repercussão geral.
III) Imunidades dos impostos ordinários:
i) IPI: art. 153, § 3º, III, CF
Não incide IPI sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
Fundamento: fomento à exportação.
ii) ITR: art. 153, ª 4º, II, CF
Não incide ITR sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando o proprietário as explore e não possua outro imóvel.
- Pequenas glebas rurais:
Amazônia ocidental e pantanal mato-grossense: até 100 hectares
Amazônia oriental e polígono das secas: até 50 hectares
Demais regiões: até 30 hectares
iii) ICMS: art. 155, §2º, X, CF, a, b, c e d
a) Não incide ICMS sobre as operações de circulação de mercadorias e serviços para o exterior.
Fundamento também é o fomento à exportação.
b) Não incide ICMS sobre a transferência entre os estados de combustíveis e derivados de petróleo.
Fundamento é incentivar o estado produtor.
c) Não incide ICMS sobre o ouro, assim definido no art. 153, §5º, CF (ouro como ativo financeiro).
Nesse caso incide IOF.
d) Não incide ICMS sobre os serviços de comunicação mesmo iniciados no exterior de radiodifusão sonora ou de imagens, de recepção livre e gratuita.
iv) ITBI: art. 156, §2º, CF
Não incide ITBI sobre as operações de transferência de imóveis para fins de realização de capital da pessoa jurídica, e nas operações decorrentes de fusão, incorporação, cisão e extinção da pessoa jurídica, salvo se a atividade preponderante for a compra e venda de bens imóveis, locação e arrendamento mercantil.
Ex: sócio integraliza capital com uma casa. Bem imóvel sai do sócio e vai para a sociedade como forma de integralização de capital. Nesse caso, em regra, não incide ITBI.
- fusão: A+B=C
Art. 37, §1º, CTN: atividade preponderante: pelo menos 50% da receita operacional advém daí. E o contrato social não pode ser modificado com atividade preponderante, nem dois anos antes, nem dois anos depois da transferência. 
IV) Imunidades das Contribuições Sociais e Interventivas: art. 149, §2º, I, CF
Não incide nem contribuições sociais, nem contribuições interventivas sobre as receitas decorrentes de exportação.
Esta imunidade é direcionada para pessoa jurídica. Essas receitas advêm da prestação de bens ou de serviços para o exterior.
Quais são as contribuições sociais que incidem sobre a receita da pessoa jurídica? COFINS e PIS.
Art. 195, I, b, CF: União pode criar contribuições incidentes sobre [...] receita e faturamento. (PIS LC 7/70 e COFINS LC 70/91)
Houve um julgado que definiu sobre o lucro (CSSL – Lei 7689/88). Segundo o Min. Marco Aurélio para uma pessoa jurídica ter lucro, obviamente ela terá que ter receita. Então lucro estaria dentro do conteúdo de receita. Mas o STF disse que não, pois a empresa pode ter receita e não necessariamente terá lucro, somente pelo fato de obter receita. Portanto, de acordo com o STF a imunidade estabelecida no art. 149, §2º, I, CF não atinge a contribuição social incidente sobre lucro, vez que não necessariamente a pessoa jurídica que obtém receita terá naquele determinado período lucro. 
- Quais as contribuições interventivas que podem ser imunes?
CIDE AFRMM (adicional de frete para renovação da marinha mercante – DEC 2808/85).
CIDE ROYALTIES (Lei 10168/00): Royalties são rendimentos pagos em decorrência de cessão de direito de uso. Sobre os royalties 10% aplicados ao fundo de pesquisa (fomento da pesquisa no Brasil). 
CIDE COMBUSTÍVEIS (Lei 10336/01): exportação de combustíveis.
V) Imunidades das taxas
O STF entendeu que a taxa pode gozar de uma imunidade, e pela interpretação dada no STF existem três imunidades de taxas estabelecidos no art. 5º da CF.
Art. 5º:
XXXIV: gratuidade de taxas direito de petição e de certidão
LXXVI: assegurados aos pobres na forma da lei as custas de registro civil de nascimento e certidão de óbito. STF diz que custas tem natureza de taxa.
LXXVII: habeas corpus, habeas data e outras ações que versem sobre direito de cidadania (Ex. Ação Popular).
IV – TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
A CF estabelece no art. 146, III, “a”, que toda a definição pode tributo de ser conferida por meio de uma Lei Complementar.
Somada ao art. 24, §1º, CF, essa lei complementar terá âmbito nacional.
A lei complementar que estabelece a definição de tributo é o Código Tributário Nacional (lei ordinária em sentido formal, recepcionada pela CF/67 como lei complemente em sentido material), em seu art. 3º.
A Lei 4329/64, art. 3º também estabelece um conceito de tributo, só que em sentido financeiro, e não econômico como o CTN.
 1) Espécies Tributárias:
- Classificações:
a) bipartida: defendida por Geraldo Ataliba e Alfredo Augusto Belker
b) tripartida: CTN mediante o entendimento de Rubens Gomes de Souza
c) tetrapartida: Paulo de B. Carvalho
d) pentapartida: STF (mais importante) 
Impostos (ordinários ou extraordinários)
Taxas (taxa de polícia e taxa de serviço)
Contribuição de Melhoria
Empréstimos Compulsórios (calamidade pub/ guerra externa/Investimento pub) 
Contribuições Especiais 
I - contribuições sobre a intervenção no domínio econômico (CIDE); 
II - contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas (profissionais: entidades de classe; econômicas: sistema S); 
III- contribuições para a seguridade social (contribuições sociais gerais/específicas para a seguridade) 
* IV – RE 573675 (2009): contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) art. 149-A, CF, contribuição sui generis.
- Principais Características dos Tributos:
1) IMPOSTO: Art. 145, I, CF e art. 16, CTN
A constituição federal determina que o imposto tenha, nos termos do art. 146, III, A, CF, estrutura jurídica determinada pela Lei complementar.
- Estrutura jurídica: fato gerador, base de cálculo e contribuintes.
 OBS: imposto não deve ser criado por lei complementar, a sua estrutura jurídica é que deve ser definida pela lei complementar (EX: para que um município não diga que fato gerador do IPTU é um e outro munícipio diga que é outra coisa).
A estrutura jurídica dos impostos está definida no art. 19, CTN, mas não constam no CTN três impostos, quais sejam, ICMS, ISS e IPVA. 
ICMS: LC 87/96
ISS: LC 116/03
IPVA: ainda não tem LC
OBS: Como a lei federal não estabeleceu a estrutura jurídica do IPVA, discutiu-se se os Estados poderiam fazê-lo. O STF aplicou o disposto no art. 24, §3º, CF, que determina que no caso de ausência de estabelecimentopela União, cada estado terá competência legislativa plena, ou seja, cada estado poderá instituir norma geral de IPVA. Sendo que como a determinação inicial constitucional é destinada à União, mas ante a ausência da União, os estados poderão legislar sobre essa temática, estes estados poderão legislar mediante lei ordinária, não precisa ser por lei complementar (STF diz que não hierarquia entre LO e LC).
Art. 16, CTN: imposto é um tributo cujo fato gerador independe de qualquer atividade estatal relativamente ao contribuinte.
Essa definição legal faz com que se determine que o imposto é um tributo não contraprestacional, ou seja, o estado não é motivado a manter uma contraprestação de atividade específica imediatamente.
O valor recebido pelos impostos são para o custeio de serviços gerais (uti universi), e por essa razão a doutrina determina que o imposto é um tributo não vinculado.
A arrecadação dos impostos também é uma arrecadação não vinculada, ou seja, o produto da receita de impostos não poderá ser destinado a atividades específicas. 
Aplica-se ao imposto o princípio da não afetação (art. 167, IV, CF): é vedada a vinculação da receita de impostos a qualquer espécie de fundo, órgão ou despesa. 
Esse princípio possui uma mitigação, ou seja, parte das receitas dos impostos pode ter uma destinação específica: 
I – repartição de receitas tributárias: art. 158 e 159, CF. 
II – aplicação da receita mínima para a saúde: art. 198, CF. Até 15% deve ser destinado para a saúde.
III – aplicação da receita mínima para a educação: art. 212, CF: pelo menos 25%.
IV – administração tributária: art. 37, XXI, CF
V – fundos autorizados pela CF e organizados por meio de lei (repartição de receita tributária indireta)
2) TAXAS
Previsão constitucional no art. 145, II e previsão no CTN, arts. 77 a 79.
Diferentemente do imposto a taxa é um tributo vinculado. Portanto, depende de contraprestação estatal.
O estado necessariamente deve devolver numa atividade específica. Entretanto, por mais que o estado tenha um dever contraprestacional, a jurisprudência é unânime que a arrecadação das taxas pode ser vinculada ou não vinculada.
Ex: taxa criada para “x” e recursos destinados para “y”.
A taxa é um tributo motivado por dois fatos geradores:
a) taxa de polícia: fato gerador é exercício regular do poder de polícia. 
Polícia administrativa. 
Poder de fiscalização administrativa que limita direitos individuais relativamente a liberdade e a propriedade em decorrência do interesse público primário.
Poder de polícia (art. 78, CTN).
Esse poder de fiscalização tem como escopo a prevenção, evitar danos maiores à coletividade. Entretanto, é possível a ocorrência de atos repressivos, mas mesmo a sua ação repressiva importa em uma prevenção. Ex: apreensão de mercadorias (atuação repressiva com escopo de prevenção).
Atributos:
- Discricionariedade: não no exercício da fiscalização, mas no modus operandi, na forma como a fiscalização vai ocorrer para melhor atender o interesse público.
- Autoexecutoriedade: fisco não depende do judiciário para execução da sua atividade fiscalizatória.
Sanções políticas: vedadas. Tributo não tem caráter sancionatório.
Súmula 323, STF: Determina que a apreensão de mercadorias é inadmissível como forma de coerção para pagamento de tributos (não é aplicável para liberação de mercadorias no exterior se o tributo é devido).
- Imperatividade: A fiscalização tributária deriva do poder extroverso é o próprio poder de império da administração pública.
Pode examinar qualquer livro comercial? Súmula 439, STF: estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
- Coercibilidade: A administração pública para o fim de cumprir a fiscalização tributária poderá requerer uso de força policial. (Necessidade/razoabilidade/proporcionalidade).
A taxa somente pode ser criada se o poder de polícia for exercido de uma forma regular:
- Exercício regular: aquele em que a autoridade administrativa é competente para o exercício da fiscalização, ou seja, é legítima. E ainda, a fiscalização tributária está amparada por lei, ou seja, legal. (binômio legitimidade/legalidade). 
A taxa de serviço pode ser cobrada quando há uma utilização potencial do serviço, mas a taxa de polícia pode ser cobrada sem que o particular tenha passado por uma fiscalização? De acordo com o STF a taxa de polícia poderá ser exigida do particular mesmo que este não tenha sido fiscalizado, mediante a observância de dois critérios: que o órgão ou entidade fiscalizadora esteja estruturado e que o particular a ser cobrado esteja sujeito àquela fiscalização. 
Ex: Constituição de S.A de capital aberto, Comissão de Valores Mobiliários (autarquia) fiscalizando o funcionamento do mercado de capitais com a finalidade de proteção do investidor. Se a CVM ainda não fiscalizou a S.A, mas todo ano vem uma taxa de fiscalização, essa taxa é legítima? Sim, pois o órgão é legítimo e a sociedade está sujeita a essa fiscalização. (Súmula 665, STF – torna constitucional a taxa de fiscalização da CVM).
b) Taxa de serviço:
Tem por fato gerador a prestação de serviços públicos¹ desde que estes serviços públicos sejam específicos e divisíveis², de utilização efetiva ou potencial.
¹ Serviço privado não deve ser custeado por taxa.
Serviço público é toda atividade material fruível pelo cidadão ou pela coletividade, visando o atendimento do interesse primário (bem comum).
O Brasil adota corrente formalista/legalista para a determinação do serviço público, ou seja, a lei determina o que é serviço público.
² Serviço público específico: também chamado de serviço uti singuli. Usuários são determinados ou pelo menos determináveis.
Serviço público divisível: redundância, pois todo serviço específico consequentemente será divisível. Significa que o serviço pode ser mensurado pela sua utilização, seja efetiva, seja potencial.
Utilização efetiva: uso propriamente dito do serviço.
Utilização potencial: quando o serviço se encontra a disposição do usuário.
Para que o serviço possa estar a disposição existe um gasto público.
Nem todo serviço público específico e divisível será remunerado mediante taxa. O serviço público é de titularidade do poder público, mas admite-se delegação da execução (direta ou indireta). Na delegação da execução indireta o particular também poderá executar o serviço, e nessa situação o particular só poderá executar o serviço na forma de concessão ou de permissão, precedidas de licitação (art. 175, CF).
Lei 8987/95: concessões e permissões de serviços públicos.
Lei 11079/04: parcerias público privadas.
Lei 11107/05: consórcios públicos. Firmados entre os entes federados
Valores pagos pelos usuários desses serviços estão previstos em contrato, dessa forma esses valores não são considerados taxas, mas sim tarifas/preço público. Esse valor não tem natureza jurídica tributária, mas sim contratual
Serviço público geral (uti universi): impostos
Súmula 670, STF: o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Até que a adveio a EC 39/02 que inseriu no art. 149 a letra A, determinando que os Municípios e o DF podem criar contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
RE 573.675: entendeu-se que esse serviço de iluminação pública seria custeado por uma contribuição “sui generis”, e que de acordo com Min. Ricardo Levandowisky não seria inconstitucional. E é facultada a sua cobrança na fatura mensal de energia elétrica.
- Taxa de resíduos sólidos (taxa do lixo): Tentou-se discutir a constitucionalidade afirmando que já se paga dentro do IPTU a vinculação de uma taxa específica para a limpeza pública. Daí veio a municipalidade e disse que essa taxa não seria para a limpeza, mas sim pela produção do lixo. Essa discussão chegou até o STF, que editou a Súmula vinculante 19, a qual determina que essa taxa não afronta o disposto no art. 145, II, CF, ou seja, ela é constitucional.
Entretanto,ante a revolta dos tributaristas, resolveu-se analisar a questão específica na base de cálculo. Reconheceu-se que se utilizava como base de cálculo a metragem quadrada do imóvel, o que violava o art. 77, § único do CTN, que determina que as taxas não podem ter base de cálculo de impostos (utilizava um dos critérios de dentro do valor venal de imóvel, que é a base de cálculo do IPTU)
Diante disso, o STF editou a Súmula Vinculante 29, a qual determina que a taxa pode se utilizar de um ou de mais de um elementos da base de cálculo de imposto, vedando-se a utilização de uma base de cálculo idêntica.
OBS: Nada obsta a existência de contribuições adotarem fato gerador ou base de cálculo própria de imposto. Ex: IRPJ, base de cálculo é montante real presumido ou arbitrado, lucro. CSSL, mesma base de cálculo.
3) CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Art. 145, III, CF; Art. 81, CTN e Decreto 195/67.
Este tributo necessariamente possui uma competência comum. O que significa que todos os entes federados tem competência de instituir contribuição de melhoria, desde que o façam mediante lei.
- Fato gerador: existência de uma obra pública + valorização imobiliária efetiva em decorrência da obra pública.
Art. 37, XXI, CF: obras, serviços, compras, alienações e concessões devem ser licitadas. 
Com a licitação se delega a execução da obra, mas a obra continua pertencendo ao poder público, e é possível cobrar contribuição de melhoria.
Expectativa de valorização não enseja direito ao poder público cobrar contribuição de melhoria, somente a valorização efetiva.
- Limite de cobrança: custo total da obra. Não se pode exigir dos imóveis em conjunto arrecadação superior ao custo da obra, sob pena de gerar enriquecimento sem causa do poder público.
Limite Global ou Limite individual:
O limite global leva em consideração o custo total da obra dividido pelo número de imóveis valorizados.
O limite individual leva em consideração a valorização individual de cada imóvel (percentual de valorização).
Caso haja diferença na análise de cálculo para fins de cobrança entre o limite global e o limite individual de valorização, o poder público estará autorizado a exigir do particular o valor menos oneroso.
- Base de cálculo: diferença do valor venal antes e depois da execução da obra.
- Questionamentos no STF: 
I - Realização de Obra pública em andamento: de acordo com o STF é possível a exigência da contribuição de melhoria mesmo que a obra não tenha sido concluída, desde que o poder público tenha condições de determinar a efetiva valorização de cada imóvel.
II – Manutenção de obra pública: de acordo com o STF, a simples manutenção de obra pública é um dever do poder público, não dando ensejo à instituição de contribuição de melhoria.
III – Obra pública acarreta desvalorização do imóvel: de acordo com o STF a obra pública que acarretar desapropriação indireta dá ensejo ao direito de indenização do particular. Ocorre, nesse caso, um esvaziamento do direito de propriedade. O fato da obra em si não enseja direito a indenização, ante a supremacia do interesse público sobre o particular.
Prazo para ajuizar ação de indenização por desapropriação indireta: Súmula 119, STJ: 20 anos. 
- Art. 4º, I, CTN: natureza jurídica específica do tributo passa a ser determinada pelo fato gerador. 
Aplicabilidade para impostos, taxas e contribuições de melhorias.	
Esse artigo é completamente cabível nesses 3 tributos, pois o CTN é tripartite.
Quando o STF adota a teoria quintapartite, este determina que o art. 4ª, I, CTN não se aplica aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais.
Determina o STF que esses tributos passam a ser denominados de tributos finalísticos.
Nesse caso, será analisada a finalidade de sua instituição.
4) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: CF. art. 148 e art. 15, CTN*
Competência: União
Veículo introdutor normativo: Lei complementar
Art. 62, §1º, III, CF: é vedada a instituição de medida provisória sobre matéria reservada a lei complementar.
Art. 148, CF: Espécies de Empréstimo:
a) Calamidade Pública/ Guerra Externa ou sua iminência
b) investimento público de caráter urgente e relevante interesse social
Art. 15, CTN:
c) Absorção do poder aquisitivo de moeda: se justificava quando da existência das inflações galopantes que o Brasil vivenciou, e tinha finalidade de conter essas extremas altas inflacionárias.
O STF declarou que essa última espécie não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
Tributo temporário: o empréstimo compulsório é um tributo temporário, pois só se justifica sua instituição ante à total ausência de recursos federais para a vinculação da situação que o criou.
Arrecadação completamente vinculada a sua instituição.
Só pode usar o recurso para aquelas situações que foram instituídas, sob pena de inconstitucionalidade.
Ex: Empréstimo instituído por calamidade pública. Cessação da calamidade pública. União continua exigindo o empréstimo. É possível? Sim, pois mesmo que haja a cessação da causa podem ainda não ter cessados os efeitos.
Por uma análise interpretativa da Lei, do CTN em conjunto com a CF, entendeu o STF que o empréstimo compulsório pode perdurar por até cinco anos da cessação das causas de sua instituição, desde que os efeitos sejam mantidos.
Tributo restituível: o empréstimo compulsório é um tributo restituível, ou seja, a própria lei complementar que o cria estabelecerá as formas e condições de sua restituição.
A lei determinou que a restituição será feita em títulos da dívida pública. Pode? RE 121.336/SP(2001) Rel. Min. Sepúlveda Pertence. 
Determinou-se que os empréstimos compulsórios uma vez que têm uma natureza de empréstimo, equipara-se ao mútuo. Devendo ter uma restituição da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Entretanto, antes da CF/88 nós tivemos dois empréstimos compulsórios, um incidente sobre veículos e outro sobre a combustíveis. 
A restituição destes empréstimos à época seria feita por títulos da Eletrobrás. Então, observada essa situação, Min. Sepúlveda Pertence determinou que a restituição do empréstimo que for criado após a CF/88 só pode ser realizada em dinheiro, mas as de antes continuaram como eram.
Princípio da anterioridade: O Empréstimo compulsório se sujeita ao princípio da anterioridade?
Depende da espécie de empréstimo.
a) Calamidade pública/guerra externa: exigência imediata.
b) Investimentos públicos de caráter urgente e relevante interesse social: este se sujeita ao p. da anterioridade. 
EC 42/03-Art. 150, §3º, CF: observa anterioridade comum e nonagesimal.
5) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (art. 149, 195, 239 e 240, CF)
Esta expressão foi consagrada pelo STF.
São classificadas como tributos finalísticos, ou seja, são criados não em razão do fato gerador, mas por sua finalidade.
O STF entende que para a instituição de contribuições especiais basta lei ordinária (materialidade de lei ordinária). 
Algumas contribuições foram criadas por lei complementar e sofreram alteração por lei ordinária. Essa alteração é legítima, visto que elas também poderiam ser criadas por lei ordinária. Para o STF não importa a formalidade, mas sim a materialidade.
Espécies de contribuições:
I) Contribuição sobre a intervenção no domínio econômico (CIDE)
Brasil adota modelo de estado intervencionista e neocapitalista. 
A economia privada encontra-se nas mãos do particular. O poder público só pode ingressar na economia com quatro finalidades (ordem econômica: art. 170, CF):
- regular;
- fiscalizar;
- incentivar (fomentar);
- planejar.
Estado pode fazer intervenção por meio de empresas públicas e sociedades de economia mista (exploração econômica – art. 173, CF).
a) AFRMM (adicional de frete para a renovação da marinha mercante):
É regulamentada pelo DEC 2808/89.
Utilizar valores de fretes marítimos para o conserto de navios mercantis.
b) ATP (adicional de tarifa portuária):
Regulamentada pela Lei 7700/89.
Utilizar os valores para o fomento dos portos brasileiros.
c) CIDE Royalties:
Lei 10168/00.Royalties são os valores recebidos a título de licença de uso.
Ex: Universidade – Empresas: Universidades desenvolvem determinada tecnologia e empresa faz exploração econômica da tecnologia. 10% de royalties para o fundo nacional de desenvolvimento de pesquisas (FNDPq) (CNPq).
Meio de fazer com que as empresas não importem tanta tecnologia.
d) CIDE Combustíveis:
Lei 10336/01, art. 177, §4º, CF.
Utilizada com o papel do fomento na extração de petróleo, combustíveis e derivados. Financiamento de pesquisas ambientais em que se encontrem meios energéticos de combustíveis no país que não afetem o meio ambiente.
Utilizada também para financiamento da infraestrutura de transportes.
A EC 33/01 trata da repartição das receitas da CIDE combustíveis. Dessa forma o governo federal deverá passar uma parte da cide combustíveis para os Estados e para os Municípios.
A CIDE Combustíveis goza de uma exceção ao princípio da legalidade tributária (art. 177, §4º, I, b, CF – atoasdo poder executivo podem ser utilizados para reduzir ou restabelecer as alíquotas).
Exceção parcial ao princípio da anterioridade: art. 150, § 1º, CF (EC 42/03)
A cide combustíveis pode ser exigida no mesmo ano em que foi majorada, desde que se observe um lapso temporal mínimo de 90 dias. (Respeita apenas o principio da anterioridade nonagesimal).
e) SEBRAE: Lei 8029/90.
O STF entendeu que as contribuições do SEBRAE também possuem natureza interventiva. Deixou de fazer parte das contribuições do Sistema S. (natureza econômica).
 SEBRAE passa a ser um serviço social autônomo (terceiro setor) que tem por finalidade o apoio das microempresas e das empresas de pequeno porte.
A natureza interventiva dá-se pelo tratamento favorecido às ME/EPP (art. 170, IX e 179, CF), dessa forma visa o fomento, o incentivo da pequena atividade econômica.
II) Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas
Informativo 709, STF.
- Categorias profissionais: contribuições cobradas as entidades de classe de profissão regulamentada, ou seja, são os conselhos profissionais.
Os conselhos profissionais possuem natureza jurídica autárquica, segundo o STF (podem gozar de imunidade recíproca – art. 150, §2º, CF).
As contribuições que lhes são cobradas possuem natureza jurídica tributária, salvo OAB (art. 133, CF).
OAB entidade sui generis que cumpre função essencial a justiça.
- Econômicas: Sistema “S”.
SES, SESC, SENAI, SENAC, salvo SEBRAE (interventivo).
A natureza jurídica das contribuições sindicais, segundo o STF, é tributária. Diferentemente da natureza jurídica das contribuições confederativas, que não possuem natureza tributária (art. 8º, IV, CF). Estas possuem valor fixado em Assembleia geral.
III – Contribuições para a Seguridade Social: 
Art. 194, CF: seguridade social (assistência, previdência e saúde).
São contribuições vinculadas a alguma destas atividades.
a) Contribuições sociais gerais: 
Salário-educação (art. 212, § 5º, CF)
SAT (acidente do trabalho)
b) Contribuições sociais específicas:
Art. 195, CF: União poderá instituir contribuições sociais sobre:
I - Empregador
a) folha de salário: INSS patronal - já fez – lei 8212/91
b) receita e faturamento: PIS e COFINS (LC 70/91)
c) lucro: CSSL (Lei 7689/88)
II – Empregado
a) salário: INSS Empregado (Lei 8212/91)
Regime previdenciário próprio (art. 40, CF).
Art. 149, § 1º, CF: contribuição custeio do regime dos servidores (U, E e M)
III – Receita do concurso de prognósticos (art. 26. Lei 8212/91): jogos e apostas autorizadas e reguladas.
IV – importador de bens e de serviços (COFINS, PIS Importação, Lei 10865/04)
Art. 195, § 4º, CF: União criar contribuições sociais residuais. 
Outras contribuições sociais que não estão previstas na constituição. A união pode criar desde que observe os requisitos previstos no art. 154, I, CF: 
- lei complementar
- não cumulativas
-fato gerador e base de cálculo diferentes das contribuições sociais já previstas na constituição federal.
São requisitos cumulativos. 
Art. 195, § 6º, CF: todas as contribuições sociais devem observar a anterioridade nonagesimal. Podem ser exigidas no mesmo ano em que foram instituídas ou majorada, desde que se observe um lapso temporal mínimo de 90 dias.
Art. 195, § 7º, CF: Imunidade subjetiva específica
São “isentas” de contribuição de seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências da lei.
São isentas=são imunes.
Entidades beneficentes de assistência social: não basta ser entidade de assistência social, deve atender os requisitos estabelecidos em lei (lei complementar).
Lei 12101/09: certificado de entidade beneficente de assistência social. Requisitos previstos nessa lei. Os requisitos são legítimos. Entretanto, além da emissão do certificado, a lei coloca exigências para a obtenção de imunidades. Dessa forma o STF entendeu que isso não é possível, pois esta é uma lei ordinária.
Requisitos: art. 14, CTN: não distribuir qualquer parcela de suas receitas, aplicar toda a receita no Brasil, manter uma regularidade fiscal.
Art. 195, §12, CF: contribuições sociais incidentes sobre a receita e o faturamento podem ser não cumulativas para fomento de uma determinada atividade econômica. 
COFINS não cumulativa (Lei 10833/03) e PIS não cumulativo (Lei 10637/02).
Quando se tem uma COFINS cumulativa o montante de sua alíquota passa a ser de 3%, e a não cumulativa 7,6%.
PIS cumulativo, alíquota 0,65%. PIS não cumulativo, alíquota 1,65%.
OBS: Regime de tributação unificada: acordo firmado para importações “via terrestre” entre Paraguai e Brasil. 
No Brasil as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte gozam desse regime. 
Esse regime de tributação unificada é regulamentado pela Lei 11898/09.
Buscou evitar o contrabando e descaminho das mercadorias advindas do Paraguai.
Nesse regime, há uma alíquota única de 42,25%, sendo que essa porcentagem é divida da seguinte forma: 18%-II, 15%-IPI, 7,6%-COFINS Importação, 1,65%-PIS importação.
Essa alíquota é arrecada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
OBS: EC 39/02 inseriu no art. 149, a letra A da CF, permitindo que os Municípios e o DF possam instituir uma contribuição para o custeio de iluminação pública (COSIP). 
É facultada sua exigência na fatura mensal de energia elétrica. 
O STF, através do RE 573675 (2009), entendeu que essa contribuição é uma contribuição sui generis, sendo constitucional a sua exigência. 
Estudo dirigido: normais gerais tributárias
I – Interpretação da norma tributária ( arts. 109 a 112, CTN)
II – Obrigação Tributária (art. 113, CTN)
III – Solidariedade Tributária (art. 124, CTN)
IV – Capacidade tributária passiva (art. 126, CTN)
V – Responsabilidade tributária: substituição tributária (progressiva e regressiva) (art. 128, CTN e 150, §7º, CF); sucessão tributária (arts. 129 a 133, CTN); responsabilidade de terceiros (art. 134, CTN). Responsabilidade por excesso de poderes (art. 135, CTN); responsabilidade por infrações (arts. 136 e 137, CTN e Lei 8137/90, arts. 1º e 2º).
VI - Denúncia espontânea (art. 138, CTN e Súmula 360, STJ
VII – Crédito Tributário: decadência prescrição (arts. 173 e 174, CTN).
VIII – Dívida Ativa e execução fiscal (arts. 200 a 103, CTN e Lei 6830/80).
Súmulas Vinculantes: 08, 12, 19, 21, 24, 28, 29, 31 e 32.

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