Buscar

TCC Milena - A importância da Ata Notarial como meio de prova

Prévia do material em texto

7
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL - UCS
NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE NOVA PRATA - NUPRA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO - CCSE
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
MILENA DAGNESE MORASSI
A IMPORTÂNCIA DA ATA NOTARIAL COMO MEIO DE PROVA
NOVA PRATA-RS
2014
MILENA DAGNESE MORASSI
A IMPORTÂNCIA DA ATA NOTARIAL COMO MEIO DE PROVA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à banca examinadora para ser avaliada como requisito de colação de graduação de Bacharel em Direito, no Núcleo Universitário de Nova Prata, da Universidade de Caxias do Sul, na área de Direito Notarial, aprovada em ____________ de _____________ de 2014.
Orientador: Prof. Esp. Paulo Francisco Mossi
NOVA PRATA-RS
2014
MILENA DAGNESE MORASSI
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ATA NOTARIAL COMO MEIO DE PROVA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à banca examinadora para ser avaliada como requisito de colação de graduação de Bacharel em Direito, no Núcleo Universitário de Nova Prata, da Universidade de Caxias do Sul, na área de Direito Notarial.
Orientador: Prof. Esp. Paulo Francisco Mossi
Aprovada em ___de ___________ de 2014.
 
Banca Examinadora 
__________________________________
Prof. 
Universidade de Caxias do Sul - UCS
__________________________________
Prof. 
Universidade de Caxias do Sul - UCS
 
Dedico o presente trabalho a minha filha Laíse, razão de absolutamente tudo em minha vida.
Ao meu pai Arlindo (in memoriam), que me ensinou as lições mais importantes que uma filha pode ter, mesmo que não existam mais palavras...
Ao meu marido Márcio Antônio, pela paciência com a ausência.
A toda a minha família pelo apoio recebido. Todos vocês são minha fonte de inspiração.
A todos meu carinho, gratidão e um amor sem fim. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, o grande arquiteto do universo por ter-me dado saúde de corpo e espírito, e assim ter me guiado até aqui.
Ao meu ilustre professor e orientador Paulo Francisco Mossi, pela paciência, dedicação e competência. Agradeço a confiança que me foi transmitida. Ser humano muito especial. Inspiração. Modelo.
Aos demais professores, por terem compartilhado seus conhecimentos tão fundamentais para minha vida. Todos, hoje, responsáveis pelo que sei.
Agradeço a mim mesma, por não ter desistido, mesmo quando a dor, o sofrimento, as dificuldades se apresentaram. Todas me fizeram mais fortes e provaram a mim mesma que eu consigo.
Ao Marley, por ter me salvo inúmeras vezes...
Por fim, agradeço a todos os meus familiares por terem me ajudado a seguir o meu caminho.
“Cada experiência é um degrau para o progresso da alma. Não fique preso ao passado. Você está, agora, diante de uma nova experiência. Dedique-se a ela de corpo e alma, e verá surgir o próximo degrau de evolução. Acalente seus sonhos. Seu futuro está em suas mãos.”
Masaharu Taniguchi
RESUMO
A ata notarial, lavrada pelo tabelião de notas por solicitação da parte interessada, se constitui pelo relato dos fatos e situações captados através dos sentidos do notário, sem a emissão de juízo de valor ou interferência de qualquer pessoa. Tem este estudo o intuito, divulgar, difundir, analisar e esclarecer o instituto ata notarial, instrumento dotado de fé pública e estimular o seu uso em função da grande força probante da mesma, dado a falta de conhecimento do referido instituto por parte dos operadores do direito na região. Buscou-se, num primeiro capítulo, abordar os diversos meios de provas no processo civil. No segundo capítulo apresentamos a função notarial com base na fé pública e nos princípios constitucionais da administração pública e da atividade notarial com a finalidade de demonstrar o compromisso do notário na lavratura das atas notariais. No terceiro e último capítulo procurou-se abordar as possibilidades de utilização da ata notarial como meio de prova, demonstrando as características e estruturas do instituto, destacando algumas espécies das mesmas bem como a pouca lavratura do instrumento nos tabelionatos da região. O presente trabalho teve como suporte teórico a pesquisa bibliográfica de doutrinas, legislação e pesquisa de campo.
Palavras-chave: Ata notarial. Provas. Fé pública. Princípios. 
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO................................................................................................ 09
1	DA IMPORTÂNCIA DAS PROVAS NO DIREITO.......................................... 11 1.1 	Ônus da Prova................................................................................................ 14 1.2 	Dos Diversos Meios de Provas....................................................................... 17 1.2.1	Depoimento Pessoal ...................................................................................... 19 1.2.2	Confissão........................................................................................................ 21 1.2.3	Exibição de Documentos ou Coisa................................................................. 23 1.2.4	Prova Testemunhal......................................................................................... 25 1.2.5	Prova Pericial.................................................................................................. 29
1.2.6	Inspeção Judicial............................................................................................ 31 1.2.7	Prova Documental.......................................................................................... 32 
2	A FÉ PÚBLICA E OS PRINCÍPOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................. 35 
2.1 	A validade do instrumento público (Fé Pública) ............................................. 36 2.2	Princípio da Legalidade.................................................................................. 39 2.3	Princípio da Impessoabilidade........................................................................ 40 2.4	Princípio da Moralidade.................................................................................. 42 2.5	Princípio da Publicidade................................................................................. 43 2.6	Princípio da Eficiência..................................................................................... 44 
3	A ATA NOTARIAL ........................................................................................ 47 3.1	O Instituto Ata Notarial ................................................................................... 47 3.1.1	Atas de Presença ........................................................................................... 51 3.1.2	Atas de Notoriedade ...................................................................................... 51 3.1.3	Atas de Declaração ........................................................................................ 52 3.1.4	Atas de Inspeção ........................................................................................... 53 3.1.5	Atas da Internet .............................................................................................. 53 3.2	Outras considerações a cerca da ata notarial ............................................... 55 3.3	Características e estrutura da ata notarial ..................................................... 56 3.4	A ata notarial como meio de prova judicial .................................................... 60 3.5	Da não utilização da ata notarial na região ................................................... 63 
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 70
ANEXOS .................................................................................................................. 73 ANEXOA – TABELA DE EMOLUMENTOS ............................................................. 73 ANEXO B – TABELIONATO DE SÃO JORGE-RS................................................... 77 ANEXO C – TABELIONATO DE NOVA ARAÇÁ-RS................................................ 78 ANEXO D – TABELIONATO DE ANDRÉ DA ROCHA-RS....................................... 79 ANEXO E – TABELIONATO DE CASCA-RS............................................................ 80 ANEXO F – TABELIONATO DE PARAI-RS.............................................................. 81 ANEXO G – TABELIONATO DE NOVA BASSANO-RS......................................... 82 ANEXO H – TABELIONATO DE GUAPORÉ-RS...................................................... 83 ANEXO I – TABELIONATO DE LAGOA VERMELHA-RS ....................................... 84 ANEXO J – TABELIONATO DE VERANÓPOLIS-RS................................................85 ANEXO L – TABELIONATO DE NOVA PRATA-RS................................................. 86 ANEXO M – ATA NOTARIAL BIBLIOTECA VIRTUAL UCS..................................... 87 ANEXO N – MODELO ATA NOTARIAL 01 .............................................................. 88 ANEXO O – MODELO ATA NOTARIAL 02 .............................................................. 89 ANEXO P – MODELO ATA NOTARIAL 03 .............................................................. 90 ANEXO Q – MODELO ATA NOTARIAL 04 .............................................................. 91 ANEXO R – MODELO ATA NOTARIAL 05 .............................................................. 92 ANEXO S – MODELO ATA NOTARIAL 06 .............................................................. 93 
INTRODUÇÂO
Em qualquer situação que se façam necessárias a comprovação de fatos e ou, situações, o uso de provas idôneas é o meio utilizado, sejam elas de que espécies forem. 
Provar é buscar a veracidade dos fatos, da situação, dos atos de qualquer natureza, na busca de resguardar direitos, bem como obrigações.
Amplamente difundidas, as provas são essenciais para a garantia e consequentemente a comprovação dos fatos jurídicos, sejam eles da espécie que forem.
A prova dentro de qualquer processo é o meio mais eficaz de garantir a satisfação processo, seja ele autor ou réu. Elas é que vão formar o convencimento do juiz a cerca da solução da lide.
A ata notarial, instrumento dotado de fé pública, e ainda pouco utilizado pelos operadores do direito, se apresenta como um valioso meio de produção de provas, sejam elas antes ou durante o processo, como forma de garantir que a prova que se pretende produzir não se perca, ou seja, destruída pela parte adversa.
Dotada de fé pública, a ata notarial, tem como principal função pré-constituir provas dos fatos. Geralmente, tem como fim a prova de situações que possam causar algum prejuízo ou se apresente de alguma forma danosa ou perigosa.
Pensando nestes fatos, são importantes o esclarecimento e a conscientização dos operadores do direito dos benefícios que este instrumento pode oferecer aos mesmos, bem como a benesse na celeridade processual que esta concebe, pois representa um desafogar do judiciário, dado poder ser esta um meio de prova pré-constituída, de fé pública, preservando a prova dos fatos, que muitas vezes, se perdem no tempo, evitando assim o perecimento de provas que podem fazer toda a diferença no resultado final de lide.
Por isso, esta se apresenta como uma ferramenta célere, muito importante, que apresenta fins práticos positivos, e faz necessário maior esclarecimento da forma e uso desta, para assim difundir aos operadores do direito mais um meio de buscar garantir um resultado positivo em suas lides. 
Muito embora as vantagens antes mencionadas proporcionadas pela ata notarial, esta é um meio de prova pouco utilizado pelos operadores do direito pelo desconhecimento da mesma.
Portanto, esta análise se faz necessária, com o objetivo de difundir, analisar, esclarecer a importância da ata notarial no meio jurídico, com o intuito de promover a justiça, nosso objetivo maior.
1 DA IMPORTÂNCIA DAS PROVAS NO DIREITO 
	Provas são utilizadas das mais diversas formas: no experimento científico, na aprendizagem, na confecção de vestuário, em concursos, em uma competição esportiva, em cálculos matemáticos, em exames laboratoriais, na capacidade laboral, psicológica, cognitiva dos indivíduos, na arte, na confirmação ou negação de documentos, na produção da veracidade dos fatos, entre muitas outras formas e utilizações.
Assim, prova pode ser entendida como um meio de reger a vida dos indivíduos queiramos nós ou não, pois é ela que determinará em muitos pontos o nosso destino.
Da mesma forma não é diferente nos processos judiciais, pois a prova pode ser traduzida como o meio pelo qual se busca o convencimento da verdade de determinados fatos junto ao juiz. 
Diversos são os meios de provas pelos quais podemos nos valer, seja durante um processo judicial, seja perante fatos e situações cotidianas. Assim, para Theodoro Júnior a prova é “[...] a pretensão de um e a resistência do outro” THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 451. Será do exame delas que se criará uma suposta verdade e um suposto direito. Elas podem definir, de forma notória, um processo seja pela apresentação delas, seja pela falta delas.
No domínio do processo civil, onde o sentido da palavra prova, não difere substancialmente do sentido comum, ela pode significar tanto a atividade que os sujeitos do processo realizam para demonstrar a existência dos fatos formadores de seus direitos, que haverão de basear a convicção do julgador, quanto o instrumento por meio do qual essa verificação se faz. No primeiro sentido, diz-se que a parte produziu a prova, para significar que ela, através da exibição de algum elemento indicador da existência do fato que se pretende provar, fez chegar ao juiz certa circunstância capaz de convencê-lo da veracidade da sua afirmação. No segundo sentido, a palavra prova é empregada para significar não mais a ação de provar, mas o próprio instrumento utilizado, ou o meio com que a prova se faz. SILVA, Ovídio A. Baptista da, Curso de Processo Civil: Processo de conhecimento. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2002. v 1. p. 335-336 
As provas devem ser compreendidas, assim, com fim de influenciar tudo que possa formar o convencimento do juiz na lide, seja para afirmar o direito, seja para negar o mesmo, porém que estejam ligados ao litígio, sejam elas diretamente relacionadas com os fatos, sejam elas indiretas, mas interligadas de alguma forma, sendo que através de deduções, raciocínios e induções se possa concluir a sua existência ou não. BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum: procedimento ordinário e sumário. 4° edição. São Paulo: Saraiva, 2011
O dicionário Aurélio Online assim descreve o termo “PROVA”: 
Que demonstra a veracidade de uma proposição, ou a realidade de um fato. / Testemunho, demonstração: dar prova de boa vontade. / Arguição, oral ou escrita, em exame: prova de literatura. / Experiência, ensaio que se faz de uma coisa: submeti o carro a várias provas. / Fig. Desgosto, dor, desgraça: passar por duras provas. / Matemática. Operação pela qual se confirma a exatidão de um cálculo: a prova dos nove, a prova real. / Tipografia Folha impressa para sofrer revisão: já revi a segunda prova do meu livro. / Fotografia. Exemplar obtido de uma chapa fotográfica. // Desportos. Competição: prova de salto em altura. // Direito. Prova circunstancial, a que se baseia em indícios. // Direito. Prova testemunhal, a que resulta do depoimento de testemunhas. // &151; loc. adj. A toda prova, capaz de resistir a tudo: coragem a toda prova. // Pôr à prova, experimentar. Disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com/Prova.html Acessado em 19.04.2014
O termo prova deriva do latim probe, que significaaquilo que atesta a veracidade ou autenticidade de alguma coisa. Nada mais é que o esclarecimento ou verificação de fatos com intuito de provar o alegado.
Durante a instrução processual, cabem as partes a produção de provas com o intuito de buscarem o convencimento do juízo quanto às suas alegações. As provas produzidas, independente de quem as produziu, fazem parte do processo, são o processo, e desta forma, podem ser aproveitadas por qualquer das partes.
Este é um dos motivos da grande importância das provas como também da ampla responsabilidade de quem as produz, pois estas, se mal organizadas, mal pensadas, podem servir a parte contrária, sendo que muitas vezes acabam por resolver a lide em favor do outro litigante. 
Assim, o conjunto probatório constante no processo resultará na sentença, sendo, portanto, a produção de provas fundamental para o resultado do processo seja ele exitoso ou não.
De tal modo, são as provas as formas probatórias de todo e qualquer fato alegado na lide. O juiz quer e precisa saber da verdade do alegado, sendo que os diversos meios de provas é que provarão a existência ou inexistência do direito em questão. Desta forma, a finalidade das provas é buscar a verdade dos fatos e delas se valerem com o intuito de realizar justiça, analisando os fatos controvertidos. 
São elas, também, uma forma de argumentação no diálogo que será instaurado com o processo, através de alegações e comprovações que permitem as partes afirmarem e embasarem suas verdades, comprovando ao magistrado que o exposto é verossímil e merece ser aceito, provando que verdadeiramente ocorreu sendo, portanto, digna de credibilidade. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011
As provas podem ser objetos, pessoas, acontecimentos, fenômenos, coisas, entre inúmeras outras, todas com o fito final de traduzir a verdade ou chegar o mais próximo possível dela, e assim formar a convicção do julgador.
Vários são os meios de prova permitidos durante a instrução processual, como, por exemplo: a prova pericial, a confissão, a testemunhal, a exibição de documento ou coisa, a inspeção judicial, a documental, entre outras. Todas elas na sua essência têm por objetivo defender, confirmar, atestar a veracidade dos fatos alegados pelas partes, provando a veracidade do ocorrido e convencendo o juiz da sua verdade. 
A finalidade da prova é criar a certeza quanto a sua existência, formando a convicção da veracidade dos fatos em questão, levando ao destinatário da prova, o juiz, através de meios adequados de provas, conforme a natureza do fato em questão, demonstrando a sua existência.
Com base nos princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, a prova tem por objetivo contribuir para a busca da verdade real dos litigantes em um processo, de forma a permitir que todas as partes possam criar suas formas de demonstrar a sua razão, sendo que todo meio de prova legalmente possível pode ser utilizado. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011 
 Não há como pensar em garantia do devido processo legal sem conceber o contraditório entre os litigantes, que tenha por objetivo maior a busca da autêntica verdade, por meio de amplo e irrestrito debates e provas. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013
Sendo assim, o princípio do contraditório se assegura na obrigatoriedade de oportunizar para as partes, meios de defesa, oferecendo suas razões e suas provas, se assim o quiserem, objetivando a ampla defesa das partes, preceituada na lei. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011
Todo tipo de prova lícita é admitida no processo, e tem previsão legal na Constituição Federal em seu artigo 5° LVI, como meios de se buscar formas de convencimento do julgador e solução das lides propostas. 
 O juiz é o ponto central da questão probatória, pois é para ele se convencer dos fatos que todo o processo gira. E ele por fazer parte de uma sociedade, com crenças, com influências políticas, econômicas, sociais, religiosas, históricas, enfim, por estar inserido no contexto social, traz consigo inúmeros conceitos pré-gerados, sendo que uma das funções das provas é romper estes preconceitos que o juiz tem e criar novos conhecimentos que levem a um julgamento mais preciso, mais justo, mais próximo possível da verdade dos fatos e da tão almejada justiça.
1.1 Ônus da Prova
Um dos princípios fundamentais do direito probatório é o chamado ônus da prova sendo previsto no artigo 333 do Código Civil Brasileiro. 
Ele diz respeito à atribuição a uma das partes, de demonstrar a existência ou não dos fatos controvertidos no processo. 
Silva apresenta o ônus da prova afirmando que “Como todo direito se sustenta em fatos, aquele que alega em juízo possuir um direito deve, antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça.” SILVA, Ovídio A. Baptista da, GOMES; Fábio Luiz Gomes; SILVA, Jaqueline Mielke; SILVA, Luiz Fernando Baptista da; Teoria Geral do Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2011. p. 37 
Em breves palavras, ônus da prova significa o dever de provar, de confirmar, de desvendar a verdade a cerca dos fatos ocorridos, sendo que dentro de um processo, elas visam o convencimento do julgador a respeito dos fatos. 
Pode-se, portanto, estabelecer, como regra geral dominante de nosso sistema probatório, o princípio segundo o qual à parte que alega a existência de determinado fato para ele derivar a existência de algum direito incumbe o ônus de demonstrar sua existência. Em resumo, cabe-lhe o ônus de produzir a prova dos fatos por si mesmo alegados como existentes. SILVA, Ovídio A. Baptista da, Curso de Processo Civil: Processo de conhecimento. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2002. v 1. p. 342
Sob este enfoque, tudo que se alega tem que ser provado, seja alegando a existência de um direito, seja negando um direito, seu ou de outrem.
Tem a prova o objetivo de convencer o juiz a respeito do direito em questão. 
Todas as provas são produzidas tendo como final o convencimento do juiz, e principalmente, o esclarecimento dos fatos, cabendo ao autor o encargo de comprovar suas alegações de existência do direito postulado na inicial, sob pena de não o fazendo, ter sua pretensão recusada.
A regra, no direito processual, é a de que a prova de um fato cabe a quem o alega. Isto é, quem afirma a ocorrência de certo fato (constitutivo do direito que pleiteia) tem o ônus de prová-lo. Em algumas situações, por medida de justiça, admite-se a inversão do ônus da prova. O fato constitutivo do direito não precisa ser provado por quem o pleiteia, mas cabe a quem se imputa o dever provar, para liberar-se da obrigação, que o fato não ocorreu. Pois bem, em favor das pessoas jurídicas de direito público milita a presunção de liquidez e certeza dos atos por elas praticados. Em outros termos, quando judicialmente questionada, a pessoa jurídica de direito público não tem o ônus de provar a ocorrência do fato que autoriza a prática do ato. É do particular o ônus de provar que esse fato não se verificou. Se recebo uma multa de trânsito por excesso de velocidade em rodovia estadual e resolvo questioná-la em juízo, não é o Estado que deve provar que eu, no dia e hora assinalados, encontrava-me correndo naquela estrada; mas cabe exclusivamente a mim o ônus de provar que esse fato não ocorreu. É uma prerrogativa necessária à prevalência do interesse público sobre o privado. COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito civil : parte geral ; v. 1, 6ª Edição.. Saraiva, 2013. p. 254 
O ônus da prova se caracteriza pelo poder que a parte tem para fazer ou não determinado ato processual, incitando os litigantes a provaremas alegações que fizerem, auxiliando o juiz a esclarecer eventuais dúvidas do postulado direito em questão. 
No que tange o setor público, por ter este prevalência sobre o privado, não cabe ao Estado provar o alegado, e sim quem o alega.
Toda vez que o autor ou o réu fizerem alguma alegação, esta deve ser comprovada, seja esta alegando a existência ou negando a existência do fato.
 
O ônus da prova é uma consequência do ônus de afirmar. O autor só poderá dar consistência objetiva à sua pretensão em juízo fazendo afirmações sobre a existência ou inexistência dos fatos e a pertinência deles como elementos constitutivos do direito, cujo reconhecimento o mesmo pretenda. De igual modo o réu, se ao defender-se tiver necessidade de fazer afirmações em sentido contrário. Em determinadas circunstâncias, poderá o réu limitar-se a negar os fatos afirmados contra si pelo autor e esperar que este tente demonstrar sua veracidade. Se o réu limitar-se a simples negativa, sem afirmar, por sua vez, a existência de outros fatos que possam elidir as consequências pretendidas pelo autor, nenhum ônus de prova lhe caberá; se, no entanto, também ele afirmar fatos tendentes a invalidar os fatos alegados por seu adversário, então incumbir-lhe-á o ônus de prová-los. SILVA, Ovídio A. Baptista da, Curso de Processo Civil: Processo de conhecimento. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2002. v 1. p. 343
Deste modo preceitua o artigo 333 do Código de Processo Civil: “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.” Portanto, “...aquele que alega em juízo possuir um direito deve, antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça.” SILVA, Ovídio A. Baptista da, GOMES; Fábio Luiz Gomes; SILVA, Jaqueline Mielke; SILVA, Luiz Fernando Baptista da; Teoria Geral do Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2011. p. 37 
Sob este enfoque, cabe a quem alega o ônus de provar o alegado. Ou seja, não é apenas afirmar, é provar o alegado, cabendo isto a quem o alega.
Quem alega o fato, também carrega consigo a responsabilidade/ônus de provar o alegado. Este, de certa forma, se apresenta como uma das principais formas de resolução do processo, pois é através das provas dos fatos alegados que o juiz conhecerá a causa e se convencerá do direito alegado ou defendido. Não apresentar provas ou não defender-se com provas, dá mais chances ao adversário. De tal modo, o ônus probandi, para produzir os efeitos pretendidos, deve apresentar-se completo e persuasivo a respeito do fato de que decorre o direito discutido no processo. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013
Tem, assim, o autor o encargo de comprovar tudo que alega, e em contrapartida, tem o réu o encargo de provar tudo que venha a modificar, extinguir ou impedir que o solicitado na inicial venha a ser provido.
O que não for provado, comprovado, acarreta o ônus de ser considerado verdadeiro e por isso, acaba por dar a outra parte, a procedência do alegado, ou melhor, do não defendido, do não provado.
O ônus da prova, assim, é um ato do indivíduo a fim de evitar que este venha a ficar em situação de desvantagem, porém não há obrigação de fazê-lo, mas os efeitos deste ‘não fazer’ poderão acabar por se refletir de forma negativa na pessoa que não o fez, pois é de seu interesse a comprovação do alegado.
Utilizar-se de qualquer forma de prova, mesmo que não tipificada, mas que de alguma forma possa vir a contribuir, licitamente, para a elucidação e convencimento do juiz, buscando a solução do caso, é de grande valia. 
1.2 Diversos Meios de Provas
As provas, ao buscar comprovar determinados fatos, podem se apresentar como meras apresentantes do acontecido na forma de ação de uma determinada circunstância alegada ou o instrumento, o documento em si, que apresenta o direito postulado, seja ele para negar ou afirmar algo. 
Quanto melhor apresentadas, formuladas, explanadas as provas, melhores serão as chances de convencer o julgador, bem como resolver a lide de forma mais correta possível.
Seja de forma objetiva ou subjetiva, sendo produzida a prova, esta gerará seus efeitos, conforme postula Gonçalves:
Sob o aspecto objetivo, é o conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou o conjunto de meios utilizados para demonstrar a existência dos fatos relevantes para o processo, Sob o aspecto subjetivo, é a própria convicção que se forma no espírito do julgador a respeito da existência ou inexistência dos fatos alegados no processo. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. p. 424-425
Assim, pode-se entender que em termos objetivos, a prova é o conjunto de meios que são utilizados direta ou indiretamente para se produzir a convicção e certeza dos fatos alegados, já em termos subjetivos, a prova seria o convencimento formado na mente do julgador, ligada à veracidade e à existência do alegado na lide.
Gonçalves classifica ainda as provas de acordo com o objeto a ser provado e de acordo com o sujeito e a forma pela qual a prova é alcançada. No que tange o sujeito, ele as considera como pessoal ou real, e quanto à forma, podendo ser oral ou escrita. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
No mesmo enfoque, Câmara inclui a esta classificação outra categoria, além das já expostas, que é a preparação das provas, afirmando que “Por fim, quanto à preparação, a prova deve ser casual ou pré-constituída. Casual é a prova produzida no curso do processo. Pré-constituída é a prova preparada preventivamente, isto é, antes da propositura da ação” CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. 16. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. p. 412.
Santos, assim postula quanto à necessidade de prova dos fatos em um processo:
[...] os fatos afirmados pelas partes hão de ser suficientemente provados no processo, não sendo legítimo que o juiz se valha de seu conhecimento privado para dispensar a produção de prova de algum fato de cuja existência ou veracidade esteja ele ciente por alguma razão particular [...] o juiz não pode pronunciar uma decisão sobre uma determinada questão de fato que não esteja estabelecida por escrito ou provada por testemunhas, assegurado o princípio do contraditório. SILVA, Ovídio A. Baptista da, Curso de Processo Civil: Processo de conhecimento. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2002. v 1. p. 344
Entende-se assim que as provas são essenciais para garantir o princípio do contraditório, com vistas a não possibilidade de o juiz decidir com base apenas em seus pré-conceitos e formados apenas com a sua livre convicção.
Assim sendo, percebe-se que todo o qualquer fato que venha a ser parte do processo, deve ser provado, utilizando os mais variados meios de provas disponíveis no sistema processual.
Algumas formas de meios de provas se encontram tipificadas na legislação vigente, outras vão se formando conforme a situação, mas sempre observando a legalidade na sua concepção. 
Portanto, as provas chamadas juridicamente admissíveis, as que são tidas como as moralmente legítimas, mesmo que não tipificadas no Código de Processo Civil, também são meios eficazes de produção de provas. 
Para que as provas produzam os efeitos desejados, estas devem seguir algumas formalidades, com requisitos e formas específicas a cada uma.
As provas são fundamentais no processo civil, pois é através delas que se busca assegurar a veracidade e a busca da certeza de um ou mais fatos controversos, existentes no processo, com vista a formar a convicção na mente do juiz sobre o fato, defendendo-o ou refutando-o.
Os tipos de provas, atualmente especificados em nosso regramento jurídico são: o depoimento pessoal; confissão; exibição dedocumentos; prova testemunhal; prova pericial; inspeção judicial e prova documental.
1.2.1 Depoimento pessoal
O depoimento pessoal, previsto nos arts. 432 a 437 do Código de Processo Civil é a ocasião em que as partes serão ouvidas pelo juiz. É o momento de ambas as partes alegarem ou defenderem seu direito, sendo este um ato personalíssimo, não podendo ser prestado por terceiros. “Art. 342 - O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa.”
Não sendo determinada de ofício pelo juiz, compete a parte requerer o depoimento pessoal, sempre que julgar necessário o depoimento da outra parte: 
Art. 343 - Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento.
§ 1º - A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
§ 2º - Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão.
O depoimento pessoal é momento em que o juiz questiona as partes sobre os fatos da lide, geralmente em audiência de instrução e julgamento, porém poderá acontecer em qualquer instante do processo. É uma tentativa de obter do depoente a confissão dos fatos, na busca da provável veracidade do alegado e afirmado. 
O fato de não comparecer para o depoimento pessoal, caracterizará como confissão ficta, importando assim, como verdadeiros os fatos alegado.
O depoimento pessoal está condicionado ao requerimento da parte contrária, como também vem-se admitindo que o Ministério Público, na condição de fiscal da Lei, possa requerer o depoimento pessoal. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
Vale ressaltar que quando o depoimento pessoal for solicitado pela parte contrária, esta chama-se “depoimento pessoal” e tem como fito a produção do confissão. Quando determinada de ofício pelo juiz tem por intuito esclarecer fatos da lide em questão.
O requerimento poderá se dar tanto na petição inicial, para o autor, como na contestação, para o réu. Poderá ser requerido também no momento de especificação das provas. Cabe ao juiz e ao advogado da parte contrária efetuar as perguntas que entendam necessárias com objetivo de esclarecer os fatos em questão, sendo que o depoimento será colhido diretamente pelo juiz em audiência de instrução e julgamento. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
Quando a parte que estiver prestando seu depoimento deixar de responder ou responder de forma evasiva, o juiz apreciará e declarará se houve ou não recusa em depor: “Art. 345 - Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.”
Não será obrigada a parte a depor nos termos do art. 347 do Código de Processo Civil:
Art. 347 - A parte não é obrigada a depor de fatos:
I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Parágrafo único - Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento.
Este artigo trata, assim, da exceção à obrigação de a parte responder no depoimento pessoal quando estes tiverem ligação direta com crimes, devidamente tipificados, onde se encontra explícito o princípio de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. 
Há também a exceção no que diz respeito à obrigação, por dever de ofício ou profissão, de guardar sigilo, sendo que caso fosse contrário, em que a pessoa fosse obrigada a revelar o que por contrato de sigilo profissional esta tenha se comprometido, estaria o Estado forçando o indivíduo a cometer um crime previsto no artigo 154 do Código Penal, o que vai contra os princípios constitucionais.
1.2.2 Confissão
A confissão é a afirmação da parte que reconhece como verdadeiros os fatos alegados na lide e que são adversos ao seu próprio interesse e favoráveis aos do adversário, porém ela só pode ter por objeto fato. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed.
O art. 348 do CPC assim descreve sobre a mesma: “Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.”
Será judicial quando feita no curso do processo, em juízo, onde é tomada por termo, podendo ser espontânea ou provocada: “Art. 349 - A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal prestado pela parte”.
Consistirá em extrajudicial, quando a parte confessante assim o faz fora do processo, seja de forma escrita ou oral, seja perante a outra parte do processo ou a terceiros, ou ainda na forma testamentária: “Art. 353 - A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz”.
Poderá o juiz recusar os efeitos da confissão quando estes se tratarem de direitos indisponíveis, conforme prevê o art. 351 do Código de Processo Civil “Art. 351 - Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis”, pois desta forma nenhum efeito terá produzido.
O professor Theodoro Júnior assim afirma sobre o tema: “É a confissão apenas meio de prova, que, como as demais, se presta a formar a convicção do julgador em torno dos fatos controvertidos na causa. Pode muito bem ocorrer confissão... Ninguém será obrigado a confessar e a fazer prova em favor do adversário.” THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 475 
Porém, não é obrigado o juiz a dar valor absoluto à confissão, sendo que a presunção de veracidade é relativa e não absoluta, pois o convencimento do juiz se dará com a junção de todos os fatos apresentados, e não apenas com uma forma de prova, como no caso apenas com o meio de prova confissão.
Também não poderá a confissão ser divisível, de forma que seja aproveitada somente o que convier a parte. Ela deverá ser utilizada de forma completa, independente de quem a aproveite.
Art. 354 - A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
Poderá a confissão ser revogada se ficar comprovado que esta se deu nos termos do artigo 352 do CPC, o qual afirma que “Art. 352 - A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação pode ser revogada: I - por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita; II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único fundamento.” Assim, para sua revogação, deverá ser movida ação anulatória se dentro do processo que tramita a ação principal, ou ação rescisória, após ter transitado em julgado, tendo a confissão sido o fundamento do julgamento do litígio.
A confissão tem como elementos essenciais a declaração de vontade do confessante; a capacidade civil da parte; e, o objeto possível. Não basta apenas que o confessante seja capaz, ele tem que ser o titular do direito postulado, porém não tem valor a confissão que verse sobre direitos indisponíveis.
1.2.3 Exibição de Documento ou Coisa
O Código de ProcessoCivil prevê duas formas de exibição de documentos: uma delas está prevista no processo cautelar preparatório, em ação autônoma, previsto nos arts. 844 a 845 do CPC; o outro é incidental probatório, é um incidente no processo de conhecimento, e está previsto nos arts. 355 a 363 do Código de Processo Civil. Ambas buscam obrigar quem tem a posse do documento que o apresente, o exiba.
Esta é uma forma de vir a produzir uma prova documental, pois se acredita que documento exista, ele apenas ainda não está presente no processo, por estar em mãos alheias de quem solicita, conforme prega o art. 355 do Código de Processo Civil: “Art. 355 - O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder.”
A parte solicitada a apresentar o documento ou coisa, se não o fizer, sofrerá as consequências negativas da sua recusa, sendo que a não apresentação dos documentos ou coisas solicitadas, poderá o juiz admitir como verdadeiros os fatos que a parte procurava produzir, não apresentando no prazo legal nenhuma justificativa prevista no art. 357 do CPC, caracterizando assim como ilegítima a recusa de apresentação do solicitado.
Art. 359 - Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar:
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do Art. 357;
II - se a recusa for havida por ilegítima.
O art. 358 do Código de Processo Civil descreve a não admissão por parte do juiz, da negativa de exibição dos documentos solicitados:
Art. 358 - O juiz não admitirá a recusa:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
O pedido de exibição de documento ou coisa contra terceiro, contra quem não é parte no processo principal, cria um novo processo paralelo, com novas partes, com lide diferente, tendo como objeto principal a apresentação do documento ou coisa. 
Estando o documento ou a coisa a ser apresentada no processo, em posse de terceiros, estes não poderão negar-se de apresentá-los sem um motivo justo, sob pena incorrer em crime de desobediência, conforme está previsto no art. 362, do CPC.
Art. 362 - Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência. 
Poderá, tanto a parte como o terceiro, escusar-se de exibir coisas ou documentos nos termos do art. 363, do Código de Processo Civil:
Art. 363 - A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa: 
I - se concernente a negócios da própria vida da família;
II - se a sua apresentação puder violar dever de honra;
III - se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição.
Parágrafo único - Se os motivos de que tratam os n° I a V disserem respeito só a uma parte do conteúdo do documento, da outra se extrairá uma suma para ser apresentada em juízo.
Como prevê o parágrafo único do artigo supracitado, se apenas parte do conteúdo do documento puder ser enquadrado em uma ou mais das hipóteses acima elencadas, será extraído um resumo da parte que não se enquadra e será apresentado em juízo.
1.2.4 Prova Testemunhal
Este tipo de prova consiste na reprodução, na descrição oral do que se encontra armazenado na memória daqueles que, não sendo parte, presenciaram ou tiverem notícias dos fatos da demanda WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. 11° edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, sendo regulado nos artigos 400 a 419 do Código de Processo Civil.
São pessoas estranhas no processo, que relatarão ao juiz, na forma oral, o que sabem e lembram a respeito de fatos que tenham alguma ligação, alguma relevância para a lide. 
Theodoro Júnior afirma que “Só é prova testemunhal a colhida com as garantias que cercam o depoimento oral, que obrigatoriamente se faz em audiência, em presença do juiz e das partes, sob compromisso legal previamente assumido pelo depoente e sujeito à contradita e reperguntas.” THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 504 
O art. 400 do CPC, afirma que a prova testemunhal sempre é admissível: 
Art. 400 - A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte;
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
O mesmo instituto legal em seu art. 401, prevê que a prova exclusivamente testemunhal só será aceita nos contratos em que o valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados: “Art. 401 - A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.”
As testemunhas podem ser classificadas segundo Gonçalves, como: testemunhas presenciais: que estiveram presentes no fato do litígio; testemunhas de referência: pessoas que sabem do fato através de terceiros; testemunhas referidas: testemunhas que vêm ao processo em função do depoimento de outra testemunha; testemunhas judiciárias: indivíduos que depõem em juízo sobre o fato em questão; testemunhas instrumentárias: pessoas que presenciam a assinatura de um ato jurídico. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
A prova testemunhal deve ser requerida pelo autor na inicial, e pelo réu na contestação, porém sendo necessário, poderão ser requeridas quando oportuno. 
As testemunhas produzirão suas provas na audiência de instrução e julgamento, onde serão ouvidas primeiro as do autor, após as do réu, individualmente, sem que uma ouça o depoimento da outra, cabendo ao juiz fazer as perguntas que entender ser relevantes para formar seu convencimento. BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum: procedimento ordinário e sumário. 4° edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
Após as perguntas do juiz, os advogados, iniciando pelo advogado da parte pela qual a testemunha foi arrolada, fará suas perguntas direcionadas ao juiz que as repassará a testemunha para esta responder, sendo que poderá o juiz indeferir qualquer questão que julgue não ter importância no litígio.
As testemunhas terão como objetivo o esclarecimento dos fatos da lide, sendo a oitiva das testemunhas, uma das formas de produção de provas. 
Por ser a prova testemunhal menos segura que a documental, esta só é admitida exclusivamente quando o valor não ultrapasse o décuplo do salário mínimo vigente no País, tendo como marco a celebração do acordo, conforme prevê o art. 227 do Código Civil:
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementarda prova por escrito.
	O artigo seguinte faz menção às limitações dos indivíduos admitidos como testemunhas:	
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil;
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo.
Na sequência o art. 229 do Código Civil expõe quais as situações que impedem a obrigatoriedade de depor: 
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo;
 II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo;
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.
	
Também o art. 406 do Código de Processo Civil afirma que:
Art. 406 - A testemunha não é obrigada a depor de fatos:
I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Além disso, alguns requisitos devem ser observados como a pessoa ser natural; não ser estranha ao feito; ter conhecimento dos fatos envolvidos no litígio; deve existir a convocação da pessoa para comparecer em juízo para prestar o seu depoimento; e ser pessoa capaz e não ser suspeita ou impedida. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011
Assim prevê o artigo 405 do Código de Processo Civil:
Art. 405 - Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
§ 1º - São incapazes:
I - o interdito por demência;
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
III - o menor de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
§ 2º - São impedidos:
I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º - São suspeitos: 
I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença;
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé;
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo;
IV - o que tiver interesse no litígio.
§ 4º - Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Entende-se assim que para que a prova testemunhal tenha valia, esta não poderá acontecer sob qualquer forma de coação ou violência, bem como seja a pessoa capaz para tal ato.
Ao iniciar seu testemunho perante o juiz, esta se compromete a dizer a verdade sobre os fatos que irá expor, sob pena de cometer crime de falso testemunho. Observando o juiz que a testemunha esteja sendo tendenciosa a uma das partes, este poderá ouvi-la apenas como informante e não como testemunha. 
O depoimento da testemunha será reduzido a termo e constará na ata de audiência, passando a fazer parte do processo.
1.2.5 Prova Pericial
Previsto nos arts. 420 a 439 do Código de Processo Civil consiste em um meio adequado para a comprovação de fatos cuja apuração depende de conhecimentos técnicos, que exigem o auxílio de profissionais especializados, através de exames, vistoria ou avaliação.
Serão demandados quando exigidos conhecimentos específicos, especializados de certa área de conhecimento, que foge ao alcance do juiz. Desta forma, este nomeará um perito, que auxiliará a justiça a esclarecer questões técnicas que versem sobre a causa, sem a emissão de opiniões ou julgamentos. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
Este meio de prova só será admitido pelo juiz, quando a lide não puder ser solucionada pelo meio ordinário de convencimento, necessitando assim de conhecimentos técnicos ou especiais. O perito será indicado pelo juiz conforme prevê o arts. 420 e 421, do CPC. 
Art. 420 - A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação
Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. 
§ 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.
§ 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.
Como prega o Código de Processo Civil, a prova pericial será realizada através do exame, da vistoria e da avaliação. Segundo Gonçalves
Exame é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Exemplos: exame grafotécnico, exame hematológico nas ações de investigação de paternidade etc. Vistoria é também perícia, restrita, porém, à inspeção ocular. É diligência freqüente nas ações imobiliárias, como possessórias e demarcatórias. A vistoria destinada a perpetuar a memória de certos fatos transitórios, antes que desapareçam, é denominada ad perpetuam rei memória, regulada atualmente no capítulo do Código de Processo Civil que trata da “produção antecipada de provas” (arts. 846-851). Avaliação é a atribuição ao bem do seu valor de mercado. O arbitramento é forma de avaliação; é o exame pericial destinado a apurar o valor de determinado bem, comum nas desapropriações e ações de indenização. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. p.432
Assim sendo, a prova pericial é baseada em peritos, especialistas na área postulada no processo, que com as habilidades necessárias irão realizar o trabalho solicitado pelo juiz, com intuito de esclarecer os fatos e buscar resolver a lide.
Será realizada conforme requerido através dos quesitos formulados pelas partes, bem como estas, poderão indicar assistente técnico para que acompanhe a perícia. Esta será realizada pelo profissional nomeado de forma ética e meticulosa, conforme prevê o art. 422 do CPC: “Art. 422 - O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição”.
O perito elaborará laudo com seu parecer, obedecendo aos quesitos apresentados, e com anotações que compreender serem necessárias, cabendo ao juiz julgá-la se esta prova produzida se faz necessária ou não para a solução da lide.
Porém entendendo o juiz ou as partes que a perícia realizada não esclareceu os fatos de forma convincente, ou de forma verdadeira, poderão requerer nova perícia, conforme prevê o art. 438 do CPC: “Art. 438 - A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiua primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu”.
Servirá, desta forma, com intuito de complementar a primeira perícia e esclarecer eventuais omissões ou inexatidões apuradas na pericia anterior.
A prova pericial tem grande força probante, que juntada às demais formas de provas produzidas, contribui para o convencimento do juiz.
1.2.6 Inspeção Judicial
É uma prova típica, prevista no Código de Processo Civil nos arts. 440 a 443. Este meio de prova se diferencia dos demais, pois segundo Bueno “É ela que viabiliza que o juiz tenha acesso aos fatos diretamente e não, como se dá nos demais, indiretamente seja através de um documento, de uma testemunha ou, até mesmo, por intermédio de um profissional técnico especializado, o perito.” BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum: procedimento ordinário e sumário. 4° edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 348
É um ato próprio do juiz que por sua observação, por seu exame direto e pessoal sobre coisas ou pessoas buscará aclarar situações do processo, formando sua própria convicção e assim esclarecendo algum fato da lide. Normalmente a inspeção judicial acontece quando na produção de alguma prova esta ainda deixou alguma dúvida no juiz, sendo este meio de prova considerado de natureza complementar, pois serve como auxílio na sua convicção. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed.
 
Assim prevê o Código de Processo Civil em seus arts. 440 a 443:
Art. 440 - O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.
Art. 441 - Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais peritos.
Art. 442 - O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único - As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
Art. 443 - Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único - O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
É uma diligência do juiz, que examinará pessoalmente fatos da lide em questão que possam influenciar sua decisão. Assim o fará, sempre que julgar necessário.
Poderá ainda o juiz ser acompanhado ou assistido por um ou mais peritos, sempre que este julgar conveniente, de livre escolha do mesmo, pois se trata de ato pessoal deste. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. v. I – Rio de Janeiro: Forense, 2013.
Estabelece o Código de Processo Civil, apenas um caso em que a inspeção judicial se faz obrigatória, que é o caso de interrogação de interditado: “Art. 1.181 – O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o examinará, interrogando-o minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens e do mais que lhe parecer necessário para ajuizar do seu estado mental, reduzidas a auto as perguntas e respostas”.
Desta inspeção judicial, será lavrado auto circunstanciado, que descreverá pormenorizadamente o que aconteceu durante a inspeção, sendo esta anexada ao processo em questão.
1.2.7 Prova Documental
Este meio de prova, previsto nos arts. 364 ao 399 Código de Processo Civil é um dos meios mais utilizados na busca do convencimento do juiz na tentativa de assegurar a eficácia da lide proposta. São inúmeros e riquíssimos os formatos de documentos. 
São das mais variadas formas, sejam escritas, figurativas, filmagens, eletrônicos, dentre toda e qualquer forma possível material, visual ou auditiva que se possa produzir. Todas terão característica de prova documental, ao serem inseridas no processo e apreciadas pelo juiz. 
Os documentos poderão ser, quanto a autoria, autógrafos – produzidos por próprio punho do declarante – ou heterógrafos – produzidos por terceiro que redige a declaração de outrem. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
No que tange o seu conteúdo, a prova documental pode ser narrativa – descreve uma declaração de um fato, de uma situação em que o escrevente sabe sobre o evento, que tem conhecimento do ocorrido – ou dispositiva – declaração de vontade que se presta a criar, eliminar ou transformar uma relação jurídica. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed. 
Eles poderão ser solenes, como é o caso das escrituras públicas, ou não solenes, quando não exigir uma forma especial. Conforme prevê o art. 364 do CPC, poderão se públicos ou privados, ou seja, poderão ser produzidos por funcionários públicos em geral ou ainda por particulares. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. São Paulo: Saraiva. 2013. 3 ed.
Contudo, a prova não fica restrita apenas a processos judiciais. Ela está em toda parte como, por exemplo, quando efetuamos uma compra e recebemos a nota fiscal, esta é prova da compra; quando assinamos o recebimento de uma carta dos Correios, é uma prova; quando assinamos uma ata de assembléia do condomínio, é uma prova; quando o professor registra presença na sala de aula, é uma prova; uma fotografia é uma prova; um desenho, um mapa são provas, entre inúmeras outras.
Sob este enfoque Câmara assim afirma sobre a abrangência do conceito de documento: 
Documento é toda atestação escrita ou gravada de um fato. Por teste conceito, verificamos que a noção de documento, em nosso Direito, é bastante ampla, alcançando não só os instrumentos escritos como também as fotografias, filmes, gravações de sons e assemelhados. Também as gravações eletrônicas são provas documentais. CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. 16ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 432
É desta forma, muito ampla a gama de tipos de provas documentais que podem ser usadas com intuito probatório de fatos, situações, manifestações e tudo que propicie ser provado.
Os documentos probatórios serão juntados inicialmente na fase postulatória, onde o autor alegará seu direito e provará e o réu contestará o alegado e provará. 
Porém haverá outros momentos em que serão permitidos juntar documentos, como por exemplo, para fazer prova contrária de um documento apresentado, ou quando houver expressa autorização legal, entre outras devidamente previstas. 
Nestes casos há que se observar o princípio do contraditório e da ampla defesa, sendo que deverá ser dada a parte contrária possibilidade de se defender, de se manifestar a respeito do apresentado.
2 A FÉ PÚBLICA E OS PRINCÍPOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração pública compreende as atividades administrativas, de pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, competindo à administração pública, entre outras, delinear planos de ação, dirigir, comandar, traçar as diretrizes governamentais, etc.
A administração pública envolve as atividades do Estado, através dos seus órgãos destinados à realização das finalidades previstas pela Constituição Federal. Desta forma entende-se como Direito Administrativo o ramo do direito que regula a função administrativa do Estado, independente de exercida ou não pelo Poder Executivo. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002
O artigo 37 da Constituição Federal de 1988 descreve os princípios da administração pública, também conhecidos por direitos explícitos ou expressos. São as regras gerais que vão nortear os valores fundamentaisde um sistema. Eles regem as normas e seus complexos emaranhados de valores do sistema e da ordem jurídica. 
Apresenta, como uma das finalidades, esclarecer sobre o conteúdo de um dispositivo, dando um norte na interpretação quando deste se criar alguma dúvida. Outra finalidade é a função integrativa, pois no caso de lacunas na norma, estes servem de orientação, de modo a facilitar a interpretação. 
De acordo com Meirelles MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002 p. 85-86
 
Os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em doze regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, impessoalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Os cinco primeiros estão expressamente previstos no art. 37, caput, da CF de 1988.
2.1 A validade do instrumento público (Fé Pública) 
Juntamente com os princípios da administração pública, temos a validade dos documentos públicos – fé pública, que dá legalidade aos instrumentos elaborados por entes públicos. 
No direito brasileiro, o instituto jurídico da boa fé encontrava previsão no Código Comercial de 1850 e no Código Civil de 1916. Fé é crença; pública é de conhecimento geral de todos. 
Desta forma a fé pública em que goza o tabelião de notas ao redigir seus atos é dotada de autenticidade, veracidade, segurança, sendo seus atos públicos, ou seja, de amplo conhecimento da sociedade, perpetuando-os através do tempo.
A Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro, assim afirma: “Art. 1º. Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.” 
O mesmo Código, em seu artigo 3° assim disserta sobre a atuação do notário: “Art. 3º. Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.”
O serviço notarial é uma delegação do Estado ao particular, revestindo-o de fé pública para assim prestar serviços específicos, sendo que se seus atos se revestem de imparcialidade, pois o tabelião não está a favor nem contra dos outorgantes ou dos outorgados, ele está do lado do Estado e da justiça, sendo pautado no público, dado que suas informações registradas são de acesso a toda a sociedade. O notário presta um serviço de mediação, sendo ele um elemento de segurança jurídica dos negócios.
Na mesma Lei, supracitada, na Seção II, intitulada Das Atribuições e Competências dos Notários, em seus artigos 6° e 7° referem-se às competências do notário, assim expondo: 
Art. 6º Aos notários compete: I - formalizar juridicamente a vontade das partes; II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo; III - autenticar fatos.
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: I - lavrar escrituras e procurações, públicas; II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; III - lavrar atas notariais; IV - reconhecer firmas; V - autenticar cópias.
A referida Lei vem corroborar com a solidificação da força probante da fé pública, ao dissertar sobre as competências, e atribuições do tabelião.
O art. 364 do CPC, anteriormente já descrito, vem afirmar que todo ato notarial, goza de fé pública, produzindo prova plena, representando uma situação fidedigna do ato realizado ou presenciado. No caso da ata notarial, atesta a veracidade e a autenticidade quanto à prova que se quer demonstrar/produzir, tendo como uma das características a perpetuação dos fatos no tempo.
Rocha, assim leciona quanto à fé pública:
O conceito de fé pública vai associar a função notarial à função processual de maneira direta, mais que a qualquer outra atividade social. O notário dá fé quando percebe pelos próprios sentidos (ex propii sensibus). O direito dá fé ao que o notário assegura que percebeu. É a fé pública. A fé pública do direito notarial diferencia-se do conceito de plena fé estabelecido no processo civil. Não podem ser confundidos da mesma maneira que não deve ministrar a fé pública. ROCHA, José de Moura. O notariado e o processo civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. v.2. p. 1105
A fé pública, no que tange os notários, implica em reconhecer que os fatos por ele narrados ou por seus substitutos, têm a presunção de veracidade. 
Como já dito, os documentos produzidos pelo notário, advêm da convicção deste sobre o presenciado, sendo que o narrado toma forma de verdadeiro, ou seja, cria a presunção de veracidade somente suscetível de impugnação judicial, em função da presunção de legalidade e exatidão BRANDELLI, Leonardo (Org.). et al. Ata Notarial. In: BRANDELLI, Leonardo. Atas Notariais. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2004..
Desta forma, podemos compreender ser a fé pública um princípio real do direito notarial por ter esta a presunção da veracidade dos fatos, e tida como certa. 
“Fé pública é qualidade atribuída, juridicamente, a determinados entes sociais ou pessoas naturais, pela qual se afirma o testemunho de autoridade, socialmente confiável e portador de veracidade.” YOSHIDA, Consuelo Yatsuda Moromizato; FIGUEIREDO, Marcelo; AMADEI, Vicente de Abreu. Direito Notarial e Registral Avançado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 42
Os documentos públicos, expedidos por qualquer autoridade pública, terão forte força probante.
Assim sendo, os instrumentos públicos são geradores de grande valor probatório, sendo descrito no Código de Processo Civil, em seu artigo 364, da seguinte forma: “Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença”.
Igualmente descreve o artigo 215 do Código Civil quanto à prova documental extraída de instrumentos públicos: “Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.” 
Encontram-se aqui inseridas a presunção da fé pública, da veracidade dos fatos alegados e da prova plena, quando observados os requisitos de formação de documentos públicos.
 Neste enfoque, Silva SILVA, Ovídio A. Baptista da, Curso de Processo Civil: processo de conhecimento. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2002. v 1. p. 380 afirma que:
Esta presunção de veracidade que envolve os documentos públicos, como se vê deste preceito legal, limita-se àquilo que o servidor público que o elaborou declarar em seu contexto haver ocorrido em sua presença, tais como as circunstâncias relativas à sua própria formação, como a data, o local em que o documento foi elaborado, a qualificação dos declarantes e das testemunhas, assim como suas presenças ao ato, bem como tudo aquilo que lhe tenha sido declarado pelos interessados.
O instrumento público, desta forma, constitui validade plena, observados os preceitos legais e formais, com a finalidade de criar, extinguir ou modificar um ato jurídico, dotado de força probante. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
Sob este enfoque, Santos descreve o princípio da eficácia probatória do instrumento público afirmando que “O instrumento público faz prova suficiente, não somente entre as partes em relação a terceiros, quanto à existência do ato ou fato jurídico e aos fatos certificados pelo oficial público” SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 27° edição. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 438. Entretanto, nenhuma prova tem valor superior à outra.
Destacaremos a seguir, alguns dos princípios da administração pública, tendo como enfoque os princípiosde legalidade, de impessoalidade, de moralidade, de publicidade e de eficiência.
2.2 Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade representa a dependência da Administração Pública à vontade popular, devendo respeitar a vontade da lei. Para o tabelião isso representa seguir as normas de cada ato, com precisão e probidade. Os atos do tabelião estão previstos em Lei, e esta é que deve ser cumprida e seguida. “O controle da legalidade feito pelo notário produz o efeito de assegurar jurídica e economicamente à sociedade sobre a integridade dos direitos”. FERREIRA, Paulo Roberto Gaiger; RODRIGUES, Felipe Leonardo. Ata Notarial – Doutrina, prática e meio de prova. São Paulo: Quartier Latin. 2010. p. 27 
Este princípio encontra fundamento no art. 5°, II, da Constituição Federal do Brasil, ao prescrever que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de alguma coisa senão em virtude da lei”.
Meirelles MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002. p. 86 explana que
A legalidade, como princípio de administração pública (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.
A Administração Pública, bem como o Notário, não podem agir contra a lei ou além dela, podendo apenas agir dentro dos limites por ela estipulados. “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.” MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002. p. 86
Lauri Romário Silva assim disserta sobre o tema:
Legalidade: emanação estreita de caráter vinculatório aos Poderes, permeado em seu elemento essencial como “princípio-garantia”, instituído em benefício da sociedade frente ao Estado e, mesmo não alcançando nesse contexto a amplitude de sua significação maior do Estado-legal, situa-se por debaixo dos termos constitucionais e grava-se, stricto sensu, em termos nos quais o Estado está vedado de qualquer ato que não o previamente previsto em lei, sendo esta a dicção central contida no princípio. SILVA, Lauri Romário. Direito administrativo 1. Caxias do Sul: EDUCS, 2013. p. 58
A atividade notarial, que é parte da administração pública, tem em seu princípio da legalidade uma função também de assegurar interesses, desde que estes não se apresentem de forma ilícita, com o escopo de certificar as partes, a efetivação do ato revestindo-o da necessária segurança jurídica BRANDELLI, Leonardo (Org.). et al. Ata Notarial. In: BRANDELLI, Leonardo. Atas Notariais. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2004..
Assim este princípio se baseia na realização de atos que não sejam contrários a lei, bem como que qualquer ato ou medida seja ordenado por lei.
2.3 Princípio da Impessoalidade
O princípio da impessoalidade estabelece dever de os interesses públicos serem imparciais, impedindo discriminações e privilégios, evitando a tomada de decisões baseadas em preferências pessoais.
No caso do notário, está previsto na Lei 8.935/1994, em seu art. 27, que no exercício da prática de seu serviço em este figurar como titular, o notário não poderá ele mesmo praticar qualquer ato de seu interesse, de seu cônjuge ou de parentes, na linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau. 
O princípio da impessoalidade é o princípio da finalidade, que confere ao administrador público que apenas pratique atos com objetivo de fim legal, ou seja, com fito de atender a lei e as partes. 
Impessoalidade: trabalha em duplo ângulo de alcance com as seguintes acepções: a) em relação aos administrados: a administração não pode beneficiar ou prejudicar certas/determinadas pessoas. v.g. preenchimentos de cargos públicos, concursos, precatórios judiciais; b) em relação à administração: os atos e provimentos administrativos não são imputáveis ao servidor que os pratica, mas à administração pública. As realizações governamentais não são do servidor ou da autoridade, mas da entidade pública, ex vi do art. 37, §° 1° da Carta Magna. SILVA, Lauri Romário. Direito administrativo 1. Caxias do Sul: EDUCS, 2013. p. 58-59
Assim quem pratica qualquer ato em nome da Administração Pública, está representando o Estado e não a si mesmo, de forma que qualquer ação por ele realizada, este estará agindo em nome do Estado e desta forma o representando. Por isso é vedado à administração pública criar distinções ou propiciar privilégios com a finalidade de beneficiar ou prejudicar alguém.
O art. 37, da Constituição Federal do Brasil, em seu § 1°, estabelece que: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podemos constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 
Da mesma forma o art. 2°, parágrafo único, III e XIII da Constituição Federal, proíbe a promoção pessoal de agentes ou autoridades públicas, corroborando com o já exposto, pois a finalidade pública é garantir o atendimento do fim público a que este se dirige, se destina. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002 
O notário que realizar qualquer ato aos acima indicados, está, além de transgredir o princípio da impessoalidade, estará infringindo outros princípios norteadores de sua prática, que deveriam ser observados fielmente. A mesma regra se aplica quanto aos seus representantes, no que tange seus familiares e parentes.
Portanto, é busca do interesse público e não do interesse particular, não podendo o notário ou qualquer outro ente da administração pública agir em interesse próprio ou com fito de beneficiar terceiros.
2.4 Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade esta ligada a princípios éticos, de boa-fé, de lealdade, de probidade, de honestidade, sendo pressuposto para validade dos atos da Administração Pública. Foca-se desta forma no âmbito da licitude e honestidade. SILVA, Lauri Romário. Direito administrativo 1. Caxias do Sul: EDUCS, 2013 
No caso do tabelião, este por gozar da fé-pública, tem ainda mais o compromisso de agir com probidade e princípios morais e éticos, em cada época e cultura. “[...] a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum” MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores. 2002. p. 88
Assim, a conduta do agente público, enfatizando a conduta do notário, não estará atrelada às suas convicções pessoais, mas sim voltadas para o procedimento ético e justo para com todas as partes.
Gasperini GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 17ª edição. Saraiva, 2011. VitalBook file. Minha Biblioteca.p. 64. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502149243/page/64. Acesso 20.09.2014 afirma que 
O ato e a atividade da Administração Pública devem obedecer não só à lei, mas à própria moral, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme afirmavam os romanos [...]a moralidade administrativa está intimamente ligada ao conceito de bom administrador, aquele que, usando de sua competência, determina-se não só pelos preceitos legais vigentes, como também pela moral comum, propugnando pelo que for melhor e mais útil para o interesse público. Por essa razão, veda-se à Administração Pública qualquer comportamento que contrarie os princípios da legalidade e da boa fé.
Busca demonstrar, desta forma, que toda a administração, e aí incluídos os notários, tem não apenas o dever de observar as leis, mas ainda mais de agir com moralidade, propagando o justo e o ético, com observância

Outros materiais

Perguntas Recentes