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AULA 15 CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

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VI- Dos crimes contra dignidade sexual:
Dos crimes contra dignidade sexual x Crimes contra os costumes
-Modificado pela lei nº 12.015-2009
-O bem jurídico deixa de ser a forma como as pessoas devem se comportar e passa a ser a dignidade sexual. (combater a exploração sexual de crianças, não mais proteger a virgindade).
-Costumes: reflete uma moralidade média social quanto aos hábitos sexuais das mulheres.
-Dignidade sexual: reflete a liberdade sexual de que todo indivíduo deve gozar, independente da moral social.
Capítulo I- Dos crimes contra a liberdade sexual
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
Núcleo do tipo
Verbo constranger: Significa forçar, obrigar, subjugar a vítima ao ato sexual (conjunção carnal ou ato libidinoso).
O constrangimento é por violência ou grave ameaça (meios de execução do crime).
Tem como fim fazer com que a vítima pratique ou permita que com ela se pratique qualquer outro ato libidinoso:
- Ato libidinoso: o agente deixa aflorar sua libido.
Outro ato libidinoso: todos os atos de natureza sexual cuja finalidade é a satisfação da libido, que não a conjunção carnal.
- Exemplos: coito anal, sexo oral, masturbação, toque na região púbica ou membros inferiores, contato voluptuosos.
Tem como fim a conjunção carnal:
-Coito vagínico: interpretação restrita (“relação sexual normal”: penetração do pênis na vagina (GRECO , p.450)
Sujeito ativo:
Conjunção carnal: crime próprio (sujeito passivo deve ser do outro sexo- relação heterossexual)
Ato libidinoso: crime comum (qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo ou ativo) 
Sujeito passivo: 
Conjunção carnal: crime próprio (sujeito ativo deve ser do outro sexo- relação heterossexual)
Ato libidinoso: crime comum (qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo ou ativo) 
Obs.: Prostituta pode ser vítima de estupro?
Bem juridicamente protegido:
-Liberdade sexual (sentido estrito): liberdade de dispor de seu próprio corpo.
-A dignidade da pessoa (sentido amplo): humilhação com o ato sexual.
-Desenvolvimento sexual .
Objeto material: Mulher ou homem: a pessoa contra quem é dirigida a conduta.
Consumação
-Conjunção carnal: efetiva penetração do pênis na vagina total ou parcialmente sem necessidade de ejaculação.
-Ato libidinoso: 
Vítima em posição ativa: toca em si mesma, no agente da ameaça ou em terceira pessoa.
Vítima na posição passiva: é tocada pelo agente ou terceira pessoa.
Tentativa
Trata-se de crime plurissubsistente: é o constituído de vários atos, que fazem parte de uma única conduta.
A execução inicia-se com a violência ou a grave ameaça.
Elemento subjetivo: dolo
Comissão e omissão
Comissão:
- Trata-se de crime comissivo, o verbo do tipo constranger exige ação do sujeito
Omissão:
Pode haver omissão imprópria (atividade predeterminada juridicamente exigida do agente.) Ex.: O agente carcerário não impede estupro de presidiário.
Modalidades qualificadas
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos (o agente deve ter consciência da idade da pessoa): (a conduta deve ser preterdolosa)
§ 2o  Se da conduta resulta morte:  (a conduta deve ser preterdolosa)
Estupro qualificado pela idade da vítima:
- 2ª parte do § 1o , art. 213
-Vítima menor de 18 e maior de 14.
-8 a 12 anos de reclusão.
Estupro qualificado por lesão grave:
- 1ª parte do § 1o  do art. 213.
- 8 a 12 anos de reclusão.
Estupro qualificado por morte:
- § 2º do art. 13.
-A morte deve decorrer da conduta. (ex.: vítima pula do carro em movimento e morre: Não é qualificadora)
- 12 a 30 de reclusão.
Observações:
-Se a morte ou lesão grave decorrer de caso fortuito ou força maior, não incide a qualificadora.
- Se a morte ou lesão grave é provocada em função da violência sexual, há qualificação.
Se a morte ou lesão grave é provocada por dolo diverso do estupro, há concurso.
Obs. : Projeto de Lei do Senado (PLS) 618/2015: Prevê a causa de aumento de pena no estupro coletivo.
Causa de aumento da pena
Art. 226. A pena é aumentada:        
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
Obs.: O aumento se aplica também quando há a figura do partícipe.     
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Causa de aumento de pena
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
 I – (VETADO)
II – (VETADO)
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e 
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
Obs.: Se a doença for AIDS, por ser incurável, dependendo do dolo do agente, pode ser lesão corporal ou tentativa de homicídio.
Ação Penal
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
Obs.: A ação será incondicionada também se o estupro for qualificado pelo resultado morte.
Violação sexual mediante fraude
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
Objeto material: Tanto o homem quanto a mulher.
Bem juridicamente protegido:
Liberdade sexual.
Dignidade sexual.
Sujeito ativo:
-Conjunção carnal: tanto homem quanto mulher em relação heterossexual.
- Atos libidinosos: tanto homem quanto mulher em relação heterossexual ou homossexual.
Sujeito passivo:
-Conjunção carnal: tanto homem quanto mulher em relação heterossexual.
Atos libidinosos: tanto homem quanto mulher em relação heterossexual ou homossexual.
Exceção: menor de 14 anos é estupro de vulnerável.
Elemento subjetivo: dolo
Comissão: Os verbos ter e praticar pressupõem ação do agente.
Omissão: É possível a modalidade imprópria.
Consumação: 
-Conjunção carnal: penetração do pênis total ou parcial, sem necessidade de ejaculação.
- Ato libidinoso: o sujeito ativo pratica qualquer ato libidinoso com o sujeito passivo.
Tentativa: é possível.
-Ex.: Irmão gêmeo é reconhecido no momento da penetração por não ter tatuagem. Falso ginecologista é preso no momento de por o dedo na cavidade vaginal da vítima.
Assédio sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único. (VETADO) 
§ 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Professor e aluna
AgRg no REsp 1433253 RJ 2014/0028004-8
Data de publicação: 10/10/2014 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. ASSÉDIO SEXUAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PREVALÊNCIA DE FUNÇÃO. VERIFICAÇÃO. INVIABILIDADE. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 1. Ao contrário do sustentado nas razões do especial e, agora, do regimental, a Corte de origem não entendeu atípica a conduta porque a comunicação dos fatos pela vítima à sua família teria afastadoa existência do suposto constrangimento. Na verdade, o fundamento principal da absolvição do ora agravado constituiu-se na assertiva de que nada havia nos autos que demonstrasse ter ele constrangido a suposta vítima ou que se tivesse valido da função de professor para exigir a realização de encontro íntimo entre ambos. 2. Para rever a conclusão a que chegou a instância inferior seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório, providência vedada em recurso especial, por força da Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental improvido. (STJ)
-Nesta decisão o STJ reconheceu ou não o professor como sujeito ativo do crime de assédio sexual?
Sujeito ativo: Crime próprio: superior hierárquico da vítima ou ascendente no exercício de emprego, cargo ou função, homem ou mulher.
Sujeito passivo: Quem está hierarquicamente subordinado ou sobre o qual tenha ascendência o sujeito ativo.
Objeto material: Pessoa contra quem é dirigida a conduta, homem ou mulher.
Tipo objetivo: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se o autor de sua condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao emprego, cargo ou função. É a insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais do subalterno. 
Bem juridicamente protegido:
-Liberdade sexual.
-Dignidade sexual
Elemento subjetivo: Somente na modalidade dolosa, não é possível a modalidade culposa.
Comissão: O verbo constranger pressupõe comportamento comissivo, infligir temor na vítima.
Omissão: Omissão imprópria: garantidor omite-se diante de assédio.
Consumação: Sua natureza de crime formal determina que o tipo se consuma no momento em que ocorrem os atos que importem em constrangimento da vítima. 
Tentativa: Embora rara, é possível a tentativa, que se verifica, por exemplo, na palavra escrita que não chega ao conhecimento da vítima (MIRABETE).
Capítulo- II
Dos crimes sexuais contra vulneráveis
Estupro de vulnerável
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o  (VETADO) 
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Elementos do tipo
Ou com as pessoas previstas no § 1o  do art. 217-A.
§ 1o  (...) por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato[...]
 -Existem portadores de deficiência mental que possuem vida sexual.
-Pessoas que não possuam o necessário discernimento para a prática do ato sexual.
“... não basta que a vítima seja alienada ou débil mental. Necessário é que a doença mental seja de natureza tal a ponto de abolir inteiramente a sua capacidade de consentimento ou de entendimento do ato sexual a que se diz submetida, o que deve ser comprovado por perícia médica. Se esta inexiste, absolve-se o acusado” (TJMS — Rel. Nildo de Carvalho — RT 620/342)
ESTATUTO DO DEFICIENTE
Art. 6o  A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
[...]
Por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
-É indiferente que o fator impossibilitante da defesa da vítima seja:
1-Prévio: doença, paralisia, idade avançada, estado de coma, desmaio
2- Provocado pelo agente: ministração de sonífero ou droga na bebida da vítima, uso de anestésico etc.
3- Causado pela própria vítima: embriaguez completa em uma festa. 
Obs.: É necessário que o agente se aproveite do estado de incapacidade de defesa e que se demonstre que este fator impossibilitava por completo a capacidade de a vítima se opor ao ato sexual.
Núcleo do tipo: O verbo ter que diferente do verbo constranger não exige que a conduta seja cometida mediante violência, pois mesmo a vítima consentindo se configura o tipo em virtude de seu caráter objetivo.
Consumação:
- Efetiva conjunção carnal com penetração total ou parcial do pênis, sem necessidade de ejaculação.
- Momento em que o agente pratica qualquer outro ato libidinoso com a vítima.
Tentativa: Por ser crime plurissubsistente é possível a tentativa.
Objeto material:
-Criança.
- Adolescente menor de 14 anos.
- Enfermo ou deficiente mental.(que não tenha o discernimento necessário para a prática do ato).
- Ou pessoa que por qualquer outra causa não possa opor resistência.
 Bem jurídico: Liberdade sexual. Dignidade sexual. Desenvolvimento sexual.
Comissão: Os verbos ter e praticar pressupõe ação do agente.
Omissão: É possível a omissão imprópria.
Elemento subjetivo: O dolo.
O agente necessita saber da condição de vulnerável da vítima.
Consumação:
- Efetiva conjunção carnal com penetração total ou parcial do pênis, sem necessidade de ejaculação.
- Momento em que o agente pratica qualquer outro ato libidinoso com a vítima.
Tentativa:
- Por ser crime plurissubsistente é possível a tentativa.
Modalidades qualificadas
Lesão corporal: ( Art. 129, § § 1º e 2º )
 - § 3º do art. 217-A.
- Reclusão de 10 a 20 anos.
Morte:
 - § 4º do art. 217-A.
- Reclusão de 12 a 30 anos.
* Obs.: A lesão corporal e a morte devem ser em razão do estupro.
Mediação de vulnerável para servir à lascívia de outrem 
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único.  (VETADO). 
Generalidades
O agente presta assistência à libidinagem de outrem. Opera entorno da lascívia alheia e não do próprio agente.
Trata-se de uma modalidade especial de lenocínio (favorecimento de comércio sexual) que necessariamente não precisa objetivar o lucro.
Comissão: O núcleo do tipo induzir indica comissão do agente.
Consumação: se dá no momento da realização, por parte da vítima, de algum ato tendente a satisfazer a a lascívia de outrem. (Crime de natureza material)
Tentativa: possível a tentativa.
Elemento subjetivo: dolo
Sujeito ativo: Delito de natureza comum: qualquer pessoa pode ser agente.
Sujeito passivo: Delito de natureza própria: só menor de 14 anos homem ou mulher.
Objeto material: Pessoa menor de 14 anos induzida a satisfazer a lascívia de outrem.
 Bem juridicamente protegido:
- Dignidade sexual.
- Desenvolvimento sexual.
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”
Generalidades
A satisfação da lascívia pode ser do agente ou de outrem.
A satisfação do terceiro é saber que o menor de 14 anos está assistindo a prática de atos sexuais praticados por outrem: “Sua tara sexual pode se resumir ao fato de saber que aquela pessoa vulnerável assiste ao ato sexual praticado por outro.” (Greco, p. 538)- Voyeurismo.
O menor não pratica qualquer ato sexual, a lascívia do agente é saber está sendo visto pelo menor.
O agente deve ter consciência da idade da vítima.
Comissão: Os núcleos praticar ou induzir a presenciar pressupõem comissão do agente.
Elemento subjetivo: dolo
Consumação: Consuma-se quando o menor de 14 anos presencia a prática da conjunção carnal ou outro ato libidinoso satisfazendo a lascívia do agente que pratica os atos sexuais ou de um terceiro. 
 Tentativa: É possível por ser crime plurissubsistente.
Sujeito ativo: Pode ser tanto quem satisfaz sua lascívia mediante presença de menores de 14 anos, como um terceiro que satisfaz sua lascívia sabendo da presença demenor no local, junto com quem a induziu.
 Sujeito passivo: Menor de 14 anos que presencia a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
Objeto material: Menor de 14 anos que presencia ou é induzido a presenciar atos sexuais que satisfaçam a lascívia do agente ou de outrem.
 Bem juridicamente protegido:
- Dignidade sexual.
- Desenvolvimento sexual.
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável 
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.    
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.   
§ 2o  Incorre nas mesmas penas:       
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;  
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.       
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de funcionamento do estabelecimento.  
Caso a vítima tenha menos de 14 anos e fique provado o agenciamento de encontro sexual com pessoa determinada, haverá também punição por crime de estupro de vulnerável (o responsável pelo agenciamento será considerado partícipe desse crime) (GONÇALVES, 2016).
Quem induz menor de 14 a prostituição comete estupro de vulnerável (GRECO, 2010).
Elementos do tipo
As condutas de submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual:
- O núcleo submeter indica que a vítima foi subjugada pelo agente tendo que se sujeitar à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
- O núcleo induzir indica que o agente incuti a ideia na vítima para a prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Atrair é fazer com que a pessoa se sinta estimulada à prática de prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Prostituição: é o comércio do próprio corpo, em caráter habitual, visando à satisfação sexual de qualquer pessoa que se disponha a pagar para tanto. A prostituição a que se refere a lei pode ser a masculina ou a feminina.
Exploração sexual: é um termo empregado para nomear práticas sexuais pelas quais o indivíduo obtém lucros.
Tanto a prostituição, quanto a exploração devem ter caráter habitual.
Elementos do tipo
Facilitando, impedindo ou dificultando que a vítima a abandone.
- A facilitação ocorre quando o agente, mesmo sem induzir a vítima, proporciona-lhe meios eficazes para exercer a prostituição. (Arrumar clientes, arranjar lugares estratégicos...)
Configura-se o delito se a vítima deseja abandonar a prostituição ou a exploração sexual sofrida e é impedida pelo agente. (saldar dívidas extorsivas)
Impedir tem sentido de fazer com que vítima não consiga abandonar a prostituição.
- Dificultar tem o sentido de atrapalhar, criar embaraços para que a vítima se sinta desestimulada a abandonar a prostituição, mas mesmo assim ela abandona.
 
Comissão: As condutas inseridas no tipo indicam comissão do agente.
Elemento subjetivo: dolo
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Homem ou mulher menor de 18 anos e maior de 14.
Objeto material: Homem ou mulher menor de 18 anos e maior de 14.
 Bem juridicamente protegido:
- Dignidade sexual.
- Desenvolvimento sexual.
Consumação e tentativa
Consumação:
Tem-se consumado por meio das condutas de subjugar, induzir ou atrair, quando a vítima dá início ao comércio carnal, às atividades características da prostituição, mesmo que não tenha praticado ato sexual com cliente.
Quando a vítima é efetivamente explorada, mesmo sem praticar o comércio carnal.
Quanto à facilitação, consuma-se quando o agente pratica o comportamento que facilitou para que a vítima praticasse prostituição ou fosse explorada sexualmente.
Consuma-se também no momento em que a vítima é impedida de abandonar o meretrício.
Ou quando o agente pratica os atos que dificultem o abandono do meretrício.
Tentativa: É possível por se tratar de crime plurissubsistente.
Capítulo IV- Disposições gerais
Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Embora continue sendo do Ministério Público a iniciativa para interposição da ação penal pública, neste caso, esta fica condicionada à representação do ofendido ou requisição do ministro da Justiça. São crimes em que o interesse público fica em segundo plano, dado que a lesão atinge primacialmente o interesse privado.
Art. 226. Aumento de pena
Capítulo V 
Do lenocínio 
Mediação para servir à lascívia de outrem
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Generalidades
A nota diferencial do lenocínio está em que, ao invés de servir à concupiscência de seus próprios agentes, opera, em torno da lascívia alheia.
Quem pratica o lenocínio é o proxeneta. Não há necessidade da habitualidade.
A vítima neste tipo penal não obtém nenhuma contraprestação por parte do agente ou do terceiro, caso contrário configura-se o tipo do art. 228 ( favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual).
Com finalidade de satisfazer a lascívia de outrem.
-Este outrem deve ser uma pessoa ou grupo de pessoas determinadas, se forem indeterminadas ocorre a hipótese do art. 228.
- O outrem não responde pelo tipo do 227. Sua punibilidade depende de sua conduta que pode resultar em estupro por exemplo.
Objeto material: Pessoa contra quem recai a conduta praticada pelo agente.
Bem juridicamente protegido: Moral sexual. Dignidade sexual.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: Qualquer pessoa.
Consumação: O verbo induzir pode indicar que a consumação se dá no induzimento, porém, por ser crime de natureza material, exige a realização dos atos atinentes à satisfação da lascívia de outrem. 
Tentativa: É possível por ser crime plurissubsistente.
Elemento subjetivo: dolo
Comissão: O núcleo induzir pressupõe um comportamento comissivo.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual
Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 1o  Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
 § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
  § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Elementos do tipo
A conduta de induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Induzir tem o significado deincutir a ideia, convencer alguém.
Atrair significar estimular a pessoa
A sua facilitação.
- Facilitar é proporcionar meios eficazes paro o exercício do ato sexual: arrumar clientes, locais...
Impedir ou dificultar que alguém a abandone.
- Configura-se o delito se a vítima deseja abandonar a prostituição ou a exploração sexual sofrida e é impedida pelo agente. (saldar dívidas extorsivas)
- Dificultar tem o sentido de atrapalhar, criar embaraços para que a vítima se sinta desestimulada a abandonar a prostituição.
Objeto material: O homem ou a mulher explorado ou prostituído. 
Bem juridicamente protegido: Moral sexual. Dignidade sexual.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: Qualquer pessoa.
Elemento subjetivo: dolo
Comissão: O núcleo induzir pressupõe um comportamento comissivo.
Consumação e tentativa
Consumação
Tem-se consumado por meio das condutas de subjugar, induzir ou atrair, quando a vítima dá início ao comércio carnal, às atividades características da prostituição, mesmo que não tenha praticado ato sexual com cliente.
Quando a vítima é efetivamente explorada, mesmo sem praticar o comércio carnal.
Quanto à facilitação, consuma-se quando o agente pratica o comportamento que facilitou para que a vítima praticasse prostituição ou fosse explorada sexualmente.
Consuma-se também no momento em que a vítima é impedida de abandonar o meretrício.
Ou quando o agente pratica os atos que dificultem o abandono do meretrício.
Tentativa: É possível por se tratar de crime plurissubsistente.
Casa de prostituição
Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Bem jurídico: Moralidade sexual e os bons costumes;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A pessoa explorada sexualmente e, mais remotamente, a coletividade.
Tipo objetivo: : Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja ou não intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente. 
É indiferente que o proprietário do local ali compareça, já que o tipo não pune a conduta daquele que participa da exploração sexual, no local a ela destinada ou em qualquer outro
Tipo subjetivo: O dolo consistente na vontade consciente de manter estabelecimento em que ocorre exploração sexual, dispensando, com a nova redação, elemento subjetivo especial consistente na intenção de satisfazer a lascívia de outrem.
Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com a manutenção do estabelecimento, pois se trata de crime habitual. Por essa razão, não admite tentativa; 
Ação penal: Pública incondicionada.
Rufianismo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.    
    
§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.(
Bem jurídico: Moralidade sexual e os bons costumes;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A pessoa que exerce a prostituição e, secundariamente, a coletividade.
Tipo objetivo: Tirar proveito e fazer-se sustentar, no todo ou em parte, pela prostituição alheia. Na primeira hipótese (rufianismo ativo), o rufião obtém vantagem diretamente dos lucros obtidos pela prostituta, embora deles não necessite para seu sustento. Já na segunda modalidade (rufianismo passivo), o agente participa indiretamente do proveito da prostituição, vivendo às custas da meretriz, recebendo dinheiro, alimentação, vestuário, moradia e outros benefícios de que necessita para a sua manutenção.
Tipo subjetivo: O dolo consistente na vontade de tirar proveito da prostituição alheia ou de fazer-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. Não se exige qualquer finalidade especial por parte do sujeito ativo.
Consumação e tentativa: A consumação ocorrerá com a prática reiterada de atos tendentes à obtenção de proveito ou de sustento por parte do rufião. Por se tratar de crime habitual, não se admite tentativa.
Ação penal: Pública incondicionada.
CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
 Ato obsceno
     Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
     Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Bem jurídico: O pudor público;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A coletividade;
Tipo objetivo: Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. Ato obsceno constitui uma conduta positiva do agente, com conteúdo sexual, atentatória ao pudor público, suscitando repugnância.
 Tipo subjetivo: O dolo;
Consumação e tentativa: Consuma-se com a prática do ato obsceno, bastando a possibilidade de ser contemplado. É admissível a tentativa, embora de difícil ocorrência
Ação penal: Pública incondicionada
Escrito ou objeto obsceno
        Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
        I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;
        II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
        III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
Bem jurídico:: O pudor público;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A coletividade;
Tipo objetivo: Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno. Da mesma maneira, responderá aquele que vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos acima. Ainda, quem realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter. Por fim, é punível aquele realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
 Tipo subjetivo: O dolo e o elemento subjetivo do injusto, nas condutas descritas, representados pelo fim de comércio, distribuição ou exposição Pública.
Consumação e tentativa: Consuma-se no momento da realização de qualquer das ações representadas pelos verbos enunciados no tipo penal. É admissível a tentativa; 
Ação penal: Pública incondicionada

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