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FISIOLOGIA FETAL Universidade São Francisco Curso de graduação em Medicina - 3º semestre Attilio Brisighelli Neto O disco embrionário é detectado quando atinge 2mm de comprimento - entre 5 e 6 semanas de gestação, aumentando aproximadamente 1mm por dia. Visibiliza-se, concomitantemente, os batimentos cardíacos, que obrigatoriamente devem estar presentes quando o comprimento cabeça nádega (CCN) for igual ou superior a 5mm. Antes de 6 semanas a freqüência cardíaca é lenta, entre 100 e 115 batimentos por minuto, aumentando gradualmente, por volta de 8 semanas, para 140 a 160 bpm. sistema nervoso começa a se formar começam a despontar pernas e braços Surgem movimentos bruscos 5ª SEMANA Vesícula Vitelina 5 SEMANAS de gestação ↔ junção dos vasos do embrião e vasos da placenta em formação ↔ circulação umbilical (feto-placentária) A nutrição do embrião entre 4ª e 5ª SEMANAS Primeira estrutura anatômica identificada no saco gestacional, correspondendo à vesícula secundária, visível por volta de 5 semanas. Geralmente não ultrapassa 5 mm. Tem forma esférica, com periferia ecogênica bem definida e anecogênica. Sua visibilização confirma a gravidez intraútero. principais órgãos e sistemas do embrião ↔ o embrião adquire forma humana Na 6ª SEMANA embrião mede de 4 a 9 mm a boca começa a se formar e seu coração rudimentar pode visto batendo seu coração e coluna são visíveis brotos que formarão os braços e as pernas 5ª e 6ª SEMANAS de gestação O embrião com 7 a 8 semanas podem ser observados movimentos o embrião tem 2,2 cm fechamento do tubo neural O embrião mede aproximadamente 3 cm e pesa cerca de 10g 8 a 9 SEMANAS de gestação os dedos estão formados e separados podem ser reconhecidos braço e antebraço O FETO Ao final da 10ª SEMANA já se encontra praticamente todo formado coração, pulmões, rins, fígado e intestinos tem-se início ↔ o período fetal haverá basicamente a maturação e crescimento dos órgãos e sistemas O feto vive dentro do saco amniótico contendo líquido que o envolve e o protege Nesse ambiente se move ativamente Com 11 SEMANAS mede cerca de 5 cm Período para ultra-som morfológico do primeiro trimestre O feto já apresenta movimentos espontâneos, embora a mãe ainda não os perceba A genitália externa adquire as características peculiares ao sexo genético do bebê e pode ser possível identificar o sexo do bebê ao ultra-som Crescem os olhos e as orelhas Começa a formação dos principais ossos do corpo, dedos dos pés e das mãos 12 SEMANAS ↔ o feto mede cerca de 7 cm e pesa 14 g O feto deglute, urina, suga e treina os movimentos respiratórios para o desenvolvimento e crescimento dos pulmões Ele mede 8 a 9 cm e pesa cerca de 28 g Com 15 SEMANAS o feto apresenta todos os movimentos presentes em fetos com 9 meses e mede em torno de 10 cm 14 SEMANAS formação embriológica Estados comportamentais comportamentos associados Desenvolvimento pulmonar fetal broto pulmonar: 26º ao 28º dia segmentos broncopulmonares: 6ª semana quatro estágios do desenvolvimento pulmonar: 1. Período pseudoglandular – 5ª a 17ª semana Pneumócito tipo I – sem troca gasosa (sobrevida inviável) 2. Período canalicular – 16ª a 25ª semana (500g a 1Kg) LÍQUIDO AMNIÓTICO Pneumócito tipo II (substância surfactante) pequena área alveolar – membrana alveolocapilar espessa – possível viabilidade 3. Período de saco terminal – após 24 semanas aumento da superfície alveolar – afilamento da membrana – aumento vascularização sobrevida dos recém-nascidos pré-termo 4. Período alveolar – pós natal até 8º ano de vida alvéolos maduros – após o nascimento (5% estarão formados no recém-nascido) Surfactante Pneumócitos tipo II 90% lipídica – 78% fosfatidilcolina (lecitina) – 4% fosfatidilinusitol (esfingomielina) Lecitina – 30ª semana ↔ relação Lecitina/Esfingomielina Produção do Surfactante CORTISOL ↑ biossíntese dos lipídeos do surfactante ↓ espessura alveolar ↑ pneumócitoII CROWLEY et al (1990) submeteram à metanálise as doze principais publicações conduzidas com metodologia adequada (estudos prospectivos, duplo-cegos e aleatórios com rígidos critérios de inclusão) que totalizaram cerca de 1800 gestações estudadas. Os resultados demonstraram redução clínica e estatisticamente significante da morbidade e da mortalidade neonatal. A ocorrência de SDR foi reduzida em 40 a 60% em relação ao grupo controle. Além disso, os benefícios perinatais atingiram todas as idades gestacionais em que a SDR pode ocorrer, independente de outros fatores, como em casos de amniorrexe prematura (DOYLE et al., 1994). Aparecem os primeiros fios de cabelo. Inicia-se a formação do "vernix caseoso" que é uma camada de gordura que reveste externamente o feto. Esta "capa de gordura" tem a função de proteger sua pele num ambiente aquático. Nesta fase o feto já pesa cerca de 300g. 19 A 20 SEMANAS Os movimentos ficam mais bruscos e são percebidos pela mãe Na 24ª SEMANA o feto tem cerca de 600g 20 a 24 semanas Período para realizar ultra-som morfológico Queratinização da pele O líquido amniótico, está em constante intercâmbio com a mãe e o feto ↔ A água desse líquido renova-se com rapidez (300 a 500 ml/h) Líquido amniótico a cada 2 ou 3 horas um volume de água ↔ equivalente ao amniótico é renovado Primeira metade da gravidez O líquido amniótico, no iníco da gravidez é isosmolar com o plasma fetal e o materno, representa o transudato do trofoblasto ou do feto. Água e eletrólitos transitam livremente através da pele antes da queratinização epitelial (entre 20 e 25 semanas) e esse caminho representa a maior rota de formação do líquido amniótico na primeira metade da gravidez. Os rins fetais começam a secretar urina em torno da 10a – 11a semana de vida fetal (12a – 13a semanas de amenorréia). Líquido amniótico Segunda metade da gravidez Os rins do feto são a maior fonte de líquido que entra no saco amniótico. O débito urinário na 20ª semana é de 5 ml/h (120 ml/dia), chegando a 51 ml/h (1.224 ml/dia) no termo. Os pulmões fetais contribuem significativamente para a formação do líquido amniótico. No final da gravidez cerca de 300 – 400 ml/dia de líquido deixam os pulmões fetais pela traquéia. O movimento do líquido no sentido pulmões – cavidade amniótica pode ser comprovado pela presença de fosfolipídios pulmonares (surfactante) no líquido amniótico. Líquido amniótico Idade Gestacional (semanas) Volume Médio (ml) 12 50 20 350 30 600 38 1.000 40 800 42 300 Líquido amniótico 27 a 28 SEMANAS A partir de então, caso haja um parto prematuro, É POSSÍVEL A SOBREVIVÊNCIA, dependendo do suporte que lhe for oferecido. O feto pisca os olhos. Fecha os olhos quando dorme e abre-os quando está acordado. Pesa em média de 1 a 1,2 kg e mede cerca de 30 cm Comportamento fetal Estágio 1F – inatividade interrompida por movimentos bruscos, sem movimentação ocular (REM), variação da FCF menor 10 bpm com acelerações isoladas – MF Estágio 2F – REM, movimentos freqüentes, variação da freqüência cardíaca 10 a 15 bpm e acelerações – MF Estágio 3F – movimentos corporais grosseiros, REM, variação da freqüência 10 a 15 bpm com aceleraçõesEstágio 4F – movimentos corporais grosseiros freqüentes, REM, variabilidade maior que 25 bpm com acelerações 30 a 34 SEMANAS O tecido adiposo vai se formando rapidamente e torneando o corpo do feto O feto pesa em média 2,2 kg e mede cerca de 40 cm Circulação fetal Canal arterial Ducto venoso Forame oval Mistura do sangue oxigenado e pouco oxigenado: placenta veia umbilical ducto venoso VCI Átrio esquerdo/VE átrio direito/VD/tronco pulmonar forame oval AORTA/artéria umbilical DV DUCTO VENOSO Após 34 SEMANAS de gestação, o pulmão fetal já tem capacidade de sintetizar SURFACTANTE necessário para a respiração do feto fora do útero Entre 35 e 37 SEMANAS de gestação, com o aumento do seu tamanho, o feto se encontra na apresentação CEFÁLICA (cabeça para baixo as nádegas ocupam a parte superior do útero Esta é a posição ideal para o nascimento Com 37 SEMANAS de gestação, o feto tem um peso médio de 3 kg e 49 cm de comprimento A partir de 37 SEMANAS completas, a gestação é considerada como gestação a termo ↔ o feto está pronto para nascer a partir desse momento Seu organismo está totalmente formado e maduro. Com um peso médio de 3,4 kg e comprimento de 50 cm Na 40ª SEMANA ↔ já não consegue se mexer muito, aguardando, na posição certa, O MOMENTO DO PARTO REFERÊNCIAS DELASCIO, Domingos; GUARIENTO, Antonio. Obstetricia normal Briquet. 3. ed. São Paulo:Sarvier, 1981. 473 p. NEME, Bussâmara. Obstetrícia básica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2006. 1379 p. ISBN 85-7378-160-2 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetricia fundamental. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 674 p. ISBN 85-277-0528-1
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