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Placenta Universidade São Francisco Curso de graduação em Medicina - 3º semestre Attilio Brisighelli Neto Refere-se a camada de células que separa o sangue materno no espaço interviloso do sangue fetal. É constituída pelo sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo e o endotélio que circunda os capilares do feto. Aproximadamente na 20ª semana, a camada de citotrofoblasto fica muito fina e desaparece. Nesse momento, a membrana placentária fica com 3 camadas e, em algumas regiões o sinciciotrofoblasto fica em contato direto com o endotélio capilare fetal. Dessa forma, nessas regiões o sangue materno e o fetal ficam muitos próximos. MEMBRANA PLACENTÁRIA Formação da placenta liso decídua basal decídua capsular decídua parietal A nutrição é obtida a partir de tecido materno degradado. O produto da degeneração das células deciduais provoca hiperemia e aumento na permeabilidade vascular. O sangue extravasado pela lesão capilar forma pequenos acúmulos que fica em contato com o trofoblasto e nutre o embrião até a formação da placenta. O sangue materno move para dentro e fora das lacunas ao redor do sinciciotrofoblasto. NUTRIÇÃO DO EMBRIÃO Função do trofoblasto (placenta) • Ancorar a placenta na parede • Transportar os nutrientes e oxigênio ao feto • Remoção de produtos de degradação metabólica • Secreção de hormônios e outras proteínas da placenta. • Barreira física entre a circulações materno e a fetal. • Local de contato entre o sistema imune materno e o fetal. • Transferência de imunoglobulinas materna ao feto • Fagocitose de células vermelhas para a aquisição do ferro. Primeira onda de invasão (porção decidual das artérias espiraladas): 10ª a 16ª semana Segunda onda de invasão (porções miometriais das artérias espiraladas): 16ª a 22ª semana. Invasão das artérias espiraladas pelo trofoblasto Moffett et al. Nature Reviews Immunology 6, 584–594 (August 2006) | doi:10.1038/nri1897 PLACENTA Primeira onda de invasão (porção decidual das artérias espiraladas): 10ª a 16ª semana Segunda onda de invasão (porções miometriais das artérias espiraladas): 16ª a 22ª semana. Estes vasos tornam-se dilatados, incapazes de sofrer contração e apresentam tecido trofoblástico em contato direto com o sangue materno. Placenta humana • Discoidal: os vilos se agrupam na forma de disco • Deciduada: pela invasão do cório na decídua • Alantocorial: junção dos vasos do embrião com os do cório • Hemocorial: o cório ovular entra em contato com o sangue materno vaso materno artérias espaço interviloso vilo corial artéria uteroplacentária veia Vilo terciário vilosidade imatura vilosidade madura A placenta é constituída de tecido fetal originado do corion e de tecido materno derivado do endométrio - decídua. Na placenta madura, a face fetal é chamada de placa corial. Essa região comporta os vasos sanguíneos fetal, que tem a sua origem dos vasos umbilicais. A face materna da placenta é chamado placa basal. O espaço entre as duas regiões é o espaço interviloso - nessa região ocorrem as trocas materno-fetal. O sangue materno entra no espaço interviloso através das artérias endometriais espiraladas. O sangue banha os vilos e volta para a mãe através das veias endometriais. Sangue fetal pobre em oxigênio chega até os vilos através das artérias umbilicais – 2 artérias. O sangue oxigenado fetal nos capilares do vilo retorna ao feto através da veia umbilical – 1 veia. ESTRUTURA DA PLACENTA MADURA Anatomia vascular Artérias arqueadas: circundam o útero Artérias radiais: originam-se das arqueadas e penetram em ângulo reto no terço externo do miométrio Artérias basais e espiraladas: nutrem miométrio, decídua e espaço interviloso (durante a gestação) Em torno de 100 aberturas no espaço interviloso Responsável por um aumento de 10 vezes no fluxo Componente materno A placenta hemocorial permite uma maior oferta de oxigênio e nutrientes através das artérias uterinas. O trofoblasto invade profundamente a parede uterina e modifica as sua estrutura de modo a converter em vasos de alta condutância e baixa resistência. Órgão discóide, diâmetro de 15-20cm, peso 400-600g (1/6 peso do RN), espessura de 10 a 40 mm. Inserção usual na metade superior da cavidade uterina Cordão umbilical geralmente inserido próximo do centro da face fetal As membranas destacam-se da margem Na gravidez gemelar pode haver 1 ou mais placentas (depende do nº de ovos implantados e do tipo de segmentação A placenta tem três funções principais: 1) Metabólica 2) Endócrina 3) De trocas Placenta humana Face fetal da placenta: PLACA CORIAL Coberta por âmnios, membrana transparente e brilhante, através dos quais se vêm os vasos fetais ramificando-se antes de penetrarem no tecido placentário COTILÉDONES (10 a 40) – PLACA BASAL Espaço interviloso Gasometria Arterial Materno Espaço Interviloso Veia Umbilical Artéria Umbilical pH 7,45 7,41 7,41 7,37 pO2 (mmHg) 96 50 43 28 pCO2 (mmHg) 28 33 35 42 SpO2 (%) 97 - 83 46 Hb (g%) 12,5 - 16 16 Conteúdo O2 (vol%) 15,9 - 17,1 13,6 Bonica 1995 Placa basal – face materna Placa corial – face fetal Grau 0 - 1° e 2° trimestre Grau I - 18 a 29 semanas Grau II - > 29 semanas Grau III - > 34 semanas Classificação da Maturidade Placentária Conforme Grannum (1979) ► A placenta sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos ► Funciona como reservatório de nutrientes e de energia Placenta - Metabólica Principalmente no início da gestação - embrião Placenta - de trocas ► principal função da placenta consiste em propiciar a difusão de nutrientes e oxigênio do sangue materno para o sangue fetal ►difusão de produtos de excreção do feto para a mãe ►primeiros meses a membrana placentária é espessa, tendo a permeabilidade baixa ►no final da gravidez a permeabilidade aumenta pelo adelgaçamento das camadas de difusão da membrana e devido à expansão acentuada da área da superfície pelo crescimento, produzindo um aumento da difusão placentária Transporte placentário • Difusão – simples: gradiente – sem gasto energético (oxigênio e dióxido de carbono) – facilitada: moléculas carreadoras – sem gasto energético (glicose) • Transporte ativo – consome ATP – contragradiente (aminoácidos) • Processos especiais – filtração: difusão por poros (lípides solúveis) – pinocitose: estruturas são englobadas (proteínas, imunoglobulina) – Fissuras: erupções do sinciciotrofoblasto (células sanguíneas) Placenta – Oxigênio e Dióxido de Carbono ↔ O O2 dissolvido no sangue materno passa por difusão simples para o sangue fetal. ↔ O sangue fetal transporta grande quantidade de O2 mesmo com PO2 baixa: • a hemoglobina fetal transporta 20 a 50% a mais de O2 do que a hemoglobina materna; • a concentração de hemoglobina no sangue fetal ser de 50% maior que a do sangue materno; • pelo duplo efeito de Bohr O Efeito Bohr A afinidade da hemoglobina pelo oxigênio depende do pH, a acidez estimula a liberação de oxigênio assim diminuindo sua afinidade. O aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) também reduz a afinidade por oxigênio. A presença de níveis mais altos de CO2 e prótons (H+) nos capilares de tecidos em metabolismo ativo promove a liberação de O2 da hemoglobina, alta concentraçãode O2 libera CO2 e H+ da hemoglobina. ↓ PH ↑acidez ↓ afinidade de Hb com O2, resultando liberação de O2 Placenta – Oxigênio e Dióxido de Carbono → O sangue venoso fetal que entra na placenta transporta ↑ CO2 (ácido), este se difunde para o sangue materno, com a perda de CO2 o sangue fetal fica alcalino (pobre em CO2) e o sangue materno fica mais ácido (rico em CO2). → Essas alterações determinam ↑ capacidade de combinação do sangue fetal com o O2 e ↓ da ligação de O2 com hemoglobina no sangue materno. Isso força uma quantidade maior de O2 pelo sangue fetal. O Efeito Bohr Efeito da afinidade da hemoglobina por oxigênio CO2 + H2O <―> HCO3- + H+ maior a acidez (H+) menor a saturação A transferência de imunoglobulina G da mãe para o feto antes do nascimento ocorre através de proteínas de ligação encontradas na membrana da placenta. Esse transporte ocorre, principalmente, no terceiro trimestre de gestação e é iniciado no sinciciotrofoblasto por mecanismo de endocitose, mediado pela fração Fc do receptor específico da membrana microvilositária. A fração se liga as imunoglobulinas e entra no sinciciotrofoblasto através de vesículas formadas por invaginação da membrana, as quais contendo imunoglobulinas, não digeridas, são levadas ao espaço intersticial por exocitose. Anticorpos Placenta - Excreção de produtos A excreção ocorre em conseqüência dos gradientes de difusão da membrana placentária → devido a níveis mais elevados dos produtos no sangue fetal que o materno. Nitrogênios não-protéicos, como uréia, o ácido úrico e a creatinina O nível de uréia é maior no sangue fetal que materno → se difunde com grande facilidade pela placenta A creatinina não se difunde facilmente → está em nível aumentado no sangue fetal que materno HCG É uma glicoproteína com peso molecular de 39000 Formada por duas subunidades: Alfa e Beta - Sinciciotrofoblasto, alfa é idêntica à do TSH, LH e FSH – Beta 80% de homologia com a subunidade ß do LH Detectada 8 a 9 dias após ovulação - depois da implantação do blastocisto Aumenta rapidamente com cerca de 9 a 12 semanas - diminui entre 16 e 20 semanas Estimula a manutenção funcional e morfológica do corpo lúteo Estimula dentro do próprio sinciciotrofoblasto a síntese de esteróides Tem atividade tireotrófica intrínseca Altíssimas concentrações de HCG podem induzir quadro de hipertireoidismo Receptores do HCG são encontrados no miométrio podendo inibir contrações HPL (Hormônio Lactogênio Placentário) Começa a ser secretada pela placenta em torno da 4º semana de gestação Aumenta na mesma proporção da massa placentária - níveis máximos após 24 semanas Facilita a preparação das glândulas mamárias para a lactação Promove a liberação de ácidos graxos Induz a diminuição da sensibilidade à insulina e da utilização de glicose na mãe - determinando maior disponibilidade de glicose para o feto Diabetes Mellitus Gestacional HCT (Hormônio Tireotrófico Coriônico) O soro da gestante tem efeito estimulante sobre a tireóide durante toda a gestação Alcança maior nível no fim do primeiro trimestre CRH (Hormônio Liberador de Corticotropina) São análogos aos neuro-hormônios sintetizado pelo hipotálamo - citotrofoblasto A secreção começa por volta da 12º semana e aumenta muito até o final da gravidez Aumenta a secreção de cortisol (necessário para o amadurecimento dos pulmões fetais e para a produção de surfactante Maturidade pulmonar – Pneumócito II Unidade feto-placentária Progesterona Cordão umbilical Líquido amniótico REFERÊNCIAS DELASCIO, Domingos; GUARIENTO, Antonio. Obstetricia normal Briquet. 3. ed. São Paulo:Sarvier, 1981. 473 p. NEME, Bussâmara. Obstetrícia básica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2006. 1379 p. ISBN 85-7378-160-2 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetricia fundamental. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 674 p. ISBN 85-277-0528-1
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