Buscar

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (45)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS - DCEA 
CAMPUS DE CAICÓ 
 
 
 
 
 
 
EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO 
 
 
 
 
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caicó/RN 
2015 
 
EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO 
 
 
 
 
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento 
de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro 
de Ensino Superior do Seridó, Campus de 
Caicó, da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, para obtenção do título 
de Bacharel em Ciências Contábeis. 
Orientador: Prof. Esp. Ney Fernandes de 
Araújo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caicó/RN 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO 
 
 
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do 
Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó, da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_______________________________________________________ 
Prof. Esp. Ney Fernandes de Araújo – UFRN – CERES 
Orientador 
 
 
 
________________________________________________________ 
Prof. Esp. Clara Monise Silva – UFRN – CERES 
Examinadora 
 
 
 
________________________________________________________ 
Prof. Esp. Sócrates Dantas Lopes – UFRN - CERES 
Examinador 
 
 
 
 
 
 
 
Caicó – RN 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Epitácio 
Monteiro de Faria Filho e Marlene 
Quinino de Medeiros Faria, pais 
queridos. 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço a Deus pela minha vida e por ter me guiado até onde cheguei. 
 Aos meus pais, Epitácio Monteiro de Faria Filho e Marlene Quinino de 
Medeiros Faria pelo amor, cuidado, educação, apoio a mim dedicados. 
 Agradeço a minha namorada, Maria Eugênia Álvares de Faria, por todo amor 
e grandioso incentivo. 
 Aos meus familiares, em especial as minhas tias Maria de Fátima 
(agradecimento póstumo), Alice e “Melada”, pelo estímulo e generosidade. 
Aos meus professores, em especial ao meu orientador Prof. Ney Fernandes de 
Araújo, pela dedicação, contribuição e ensinamentos. 
 Aos colegas do trabalho, em especial a Cláudia Maria, e aos de sala, pelo 
companheirismo ao longo desses cinco anos. 
 Enfim, agradeço a todos que me fizeram crescer! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“É graça divina começar bem. Graça 
maior é persistir na caminhada certa. Mas 
graças das graças é não desistir nunca”. 
 Dom Hélder Câmara. 
RESUMO 
 
 A análise das demonstrações contábeis é uma importante ferramenta da 
contabilidade, onde através de dados coletados nas demonstrações de uma 
entidade, obtêm-se informações relevantes sobre sua situação econômico-
financeira. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise econômico-
financeira das demonstrações contábeis, no período de 2012 a 2014, a fim de 
verificar situação patrimonial, liquidez, endividamento; e como essas perdas, 
ocasionadas por ações fraudulentas, afetaram a Petrobras. A empresa foi escolhida 
pela sua importância no cenário econômico brasileiro e porque vem sendo alvo de 
investigações criminais pelas autoridades brasileiras (Operação Lava Jato). O 
estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa básica, qualitativa e quantitativa, 
de forma explicativa, onde realizou-se um estudo de caso na entidade, através dos 
cálculos dos indicadores, onde constatou-se que a situação patrimonial apresenta 
um grande fator de risco, com predominância de capital de terceiros financiando 
seus investimentos. Com relação à situação de liquidez, os recursos monetários se 
mostram insuficiente para liquidação de suas obrigações de curto prazo, porém, a 
companhia apresenta capacidade de solvência. Os indicadores econômicos 
demonstram que a rentabilidade vem caindo, com um impacto negativo no retorno 
sobre o capital investido. 
Palavras-chave: Indicadores – Perdas – Análises. 
ABSTRACT 
 
 Analysis of the financial statements is an important accounting tool, which 
through data collected in the statements of an entity, we obtain relevant information 
on their economic and financial situation. This study aims to carry out an economic-
financial analysis of the financial statements in the period 2012-2014 in order to verify 
financial position, liquidity, indebtedness; and how those losses, caused by 
fraudulent actions, affected Petrobras. The company was chosen for its importance 
in the Brazilian economic scenario and why has been the target criminal 
investigations by Brazilian authorities (Operation Lava Jet). The study was developed 
through a basic, qualitative and quantitative research, an explanatory way, where we 
carried out a case study on the entity, through the calculation of indicators, where it 
was found that the equity situation presents a major risk factor, with a predominance 
of debt financing their investments. Regarding the liquidity situation, the monetary 
resources are shown insufficient to settle its short-term obligations, however, the 
company has creditworthiness. Economic indicators show that profitability has been 
falling, with a negative impact on the return on capital invested. 
Keywords: Indicators - Losses - Analyses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
BMFBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo. 
CFC - Conselho Federal de Contabilidade. 
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
IAS - International Accounting Standard. 
IASB - International Accounting Standards Board. 
IFRS - International Financial Reporting Standard. 
NBC TG - Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais. 
DRE – Demonstração de Resultados do Exercício. 
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa. 
ROI - Return On Investment. 
ROE - Return On Equity. 
CNP – Conselho Nacional do Petróleo. 
ANP – Agência Nacional do Petróleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 
 1.1 Contextualização e Problemática do Tema ....................................................... 11 
 1.2 Justificativa ........................................................................................................ 12 
 1.3 Objetivos da Pesquisa ....................................................................................... 13 
 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 13 
 1.3.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 13 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 14 
2.1 Aspectos da Análise Econômico-Financeira ................................................. 14 
2.2. Demonstrações Financeiras Úteis para Análise ........................................... 16 
 2.2.1. Balanço Patrimonial ....................................................................................... 18 
 2.2.2. Demonstração de Resultado do Exercício ....................................................21 
 2.2.3. Demonstração do Fluxo de Caixa ................................................................. 24 
 2.2.4. Demonstração do Valor Adicionado .............................................................. 27 
2.3. Indicadores Econômico-Financeiros ............................................................. 30 
 2.3.1. Instrumentos preliminares de análise ............................................................ 30 
 2.3.2. Estrutura Patrimonial ..................................................................................... 32 
 2.3.2.1. Endividamento Geral ................................................................................ 32 
 2.3.2.2. Composição do Endividamento ................................................................ 33 
 2.3.2.3. Imobilização do Capital Próprio ................................................................ 34 
 2.3.2.4. Imobilização de Recursos Permanentes .................................................. 34 
 2.3.2.5. Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros ................................ 35 
 2.3.3. Liquidez ......................................................................................................... 35 
 2.3.3.1. Liquidez Imediata ..................................................................................... 36 
 2.3.3.2. Liquidez Corrente ..................................................................................... 36 
 2.3.3.3. Liquidez Seca ........................................................................................... 37 
 2.3.3.4. Liquidez Geral .......................................................................................... 37 
 2.3.4. Situação Econômica ...................................................................................... 38 
 2.3.4.1. Return On Investment (ROI) ..................................................................... 38 
 2.3.4.2. Return On Equity (ROE) ........................................................................... 39 
 2.3.4.3. Giro dos Ativos ......................................................................................... 39 
 2.3.4.4. Margem Bruta ........................................................................................... 40 
 2.3.4.5. Margem Operacional ................................................................................ 40 
 2.3.4.6. Margem Líquida ........................................................................................ 41 
 2.3.4.7. Potencial do Ativo em Gerar Riqueza ....................................................... 41 
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 43 
 3.1 Abordagem Teórico-Metodológica da Pesquisa ................................................ 43 
 3.2 O Contexto da Pesquisa: Espaço e Sujeitos da Investigação ........................... 45 
 3.3 Instrumentos de Coleta e Seleção dos Dados .................................................. 45 
 3.4 Procedimentos de Análise e Interpretação dos Dados ...................................... 45 
4. ESTUDO DE CASO: Análise Econômico-Financeira da PETROBRAS .......... 46 
4.1. A empresa Petrobras ...................................................................................... 46 
4.2. Análises preliminares ..................................................................................... 49 
 4.2.1. Análise Horizontal .......................................................................................... 49 
 4.2.2. Análise Vertical .............................................................................................. 53 
4.3. Índices de Estrutura Patrimonial .................................................................... 56 
4.4. Índices de Liquidez ......................................................................................... 57 
4.5. Índices de Rentabilidade ................................................................................ 58 
4.6 PARECER FINAL .............................................................................................. 60 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 63 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 65 
7. ANEXOS .............................................................................................................. 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA 
 
 O Brasil atualmente passa por um processo de “limpeza”, onde instituições de 
investigação e combate a fraudes, com destaque para a Polícia Federal do Brasil, 
têm empreendido esforços para encontrar, combater e eliminar atividades 
fraudulentas, e dentre essas operações está a Operação Lava Jato, que visa apurar 
práticas de lavagem de dinheiro por organizações criminosas em diversos estados 
brasileiros. Ao longo de 2014, o Ministério Público Federal concentrou parte de suas 
investigações em irregularidades envolvendo empreiteiras e fornecedores da 
Petrobras e descobriu um amplo esquema de pagamentos indevidos, que envolvia 
um grande número de participantes, incluindo ex-empregados da Petrobras. Este 
referido esquema, envolvia um conjunto de 27 empresas que, entre 2004 e abril de 
2012, se organizaram em cartel para obter contratos com a Petrobras, impondo 
gastos adicionais nestes contratos e utilizando estes valores adicionais para 
financiar pagamentos indevidos a partidos políticos, políticos eleitos ou outros 
agentes políticos, empregados de empreiteiras e fornecedores, ex-empregados da 
Petrobras e outros envolvidos no esquema de pagamentos indevidos. Este 
esquema, sistematicamente impôs gastos adicionais nas compras de ativos 
imobilizados pela companhia. Diante dessa realidade, realizou-se um estudo de 
caso na Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras), analisando o econômico-financeiro, com 
base nas demonstrações contábeis dos anos de 2012, 2013 e 2014. No ano de 2014 
foram reconhecidas as perdas decorrentes das ações fraudulentas na companhia 
(conforme consta nas notas explicativas do balanço patrimonial, 2014). 
 Assim, o presente trabalho sobre a análise econômico-financeira desta 
empresa, através dos indicadores de estrutura de capital, indicadores de liquidez e 
rentabilidade, procura verificar: qual a situação da empresa (situação patrimonial, 
liquidez, endividamento) frente a todos esses gastos adicionais impostos a 
companhia por ações fraudulentas? Ou seja, demonstrar o impacto dessas ações 
nas demonstrações contábeis publicadas, e por consequência, mostrar o 
desempenho apresentado nos indicadores. 
12 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
 As análises desenvolvidas no presente trabalho foram motivadas devido à 
importância da Petrobras no cenário econômico nacional, visto que é a maior 
distribuidora de combustíveis no Brasil, e uma empresa estatal de economia mista, 
cujo acionista majoritário é o Governo brasileiro (União) e as recentes citações da 
empresa nas investigações promovidas pela Policia Federal do Brasil no âmbito da 
Operação Lava Jato. Mesmo não possuindo mais o monopólio da exploração do 
petróleo e distribuição de seus derivados no Brasil, a empresa é a maior de todas 
que atuam no segmento nacional, desta forma, é inevitável que qualquer ação que a 
empresa execute com relação a preços de combustíveis ou gás, venha afetar 
economicamente a vida de milhões de brasileiros. Por ser uma empresa estatal, é 
relevante que se visualize a que rumo às decisões tomadasestão direcionando a 
companhia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
1.3.1 Geral 
 
Analisar a situação econômico-financeira da Petrobras, com base nas 
informações das demonstrações contábeis, compreendidos no período de 2012 a 
2014, através dos indicadores: patrimonial, liquidez e endividamento. 
 
1.3.2 Específicos 
 
 Realizar um estudo bibliográfico, na busca de adquirir o maior conhecimento 
sobre o assunto; 
 Calcular os indicadores, comparando os diversos índices e cruzando as 
informações ao longo dos três anos; 
 Analisar e interpretar todos resultados obtidos, para responder a problemática 
da pesquisa. 
 
 
 
14 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Sendo as demonstrações contábeis a base da análise econômico-financeira, 
pode-se afirmar que tal atividade é tão antiga quanto à própria Contabilidade. Se nos 
reportarmos para o início da Contabilidade (4000 a.C.), em sua forma primitiva, 
encontraremos os primeiros inventários de rebanhos (o homem que voltava sua 
atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da 
variação de sua riqueza, a variação do rebanho (MARION, 2010). Como no início 
exigia-se apenas o Balanço Patrimonial para a análise, introduziu-se a expressão 
Análise de Balanços para a atividade que visa observar as variações e índices das 
demonstrações contábeis, visando um parecer quanto às características econômicas 
e financeiras de uma empresa. A análise de forma mais sólida e consistente remonta 
ao final do século XIX, onde os banqueiros americanos solicitavam as 
demonstrações contábeis das empresas que desejavam contrair empréstimos. 
A medida ganhou aceitação ampla quando, em 9 de fevereiro de 1895, o 
Conselho Executivo da Associação dos Bancos no Estado de New York resolveu 
recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimos 
declarações escritas de seus ativos e passivos, mas foi Alexander Wall que 
apresentou em 1919, um modelo de análise de balanço através de índices, e 
demonstrou a necessidade de considerar outras relações, além de Ativo Circulante 
contra o Passivo Circulante. No Brasil, até 1968, a Análise de Balanços era ainda 
um instrumento pouco utilizado na prática, e nesse mesmo ano foi criado a 
SERASA, empresa que passou a operar como central de Análise de Balanços de 
bancos comerciais (MATARAZZO, 2010). 
 
2.1 Aspectos da Análise Econômico-Financeira 
 
 O processo de análise econômico-financeiro é direcionado conforme o 
interesse do usuário na informação contábil e financeira, ou seja, sob a ótica da 
empresa, os usuários das demonstrações contábeis são divididos em dois grupos: 
usuários internos e externos. O usuário interno é a administração da empresa, ou 
15 
 
seja, os gestores responsáveis pelo processo decisório da organização, já os 
usuários externos, podem ser os credores, fornecedores de mercadorias, instituições 
financeiras, concorrentes, consumidores, empregados, entre outros. A abertura do 
capital por parte das empresas (Corporation-S.A), possibilitando a participação de 
pequenos ou grandes investidores como acionistas, leva-os à escolha de empresas 
mais bem sucedidas (MARION, 2010), desta forma a Análise Econômico-Financeira 
apresenta-se como um direcionador na tomada de decisão. 
A análise econômico-financeira objetiva extrair informações das 
demonstrações contábeis dos últimos anos de uma empresa, a fim de interpretar o 
efeito das decisões tomadas na mesma. Quando se analisa uma empresa em seus 
atributos econômicos e financeiros, é possível verificar através de índices (resultado 
entre comparação de grandezas) seu desempenho quanto à competitividade no 
segmento em que atua, bem como sua capacidade de pagar suas obrigações. 
Quanto a performance de uma empresa, deve-se sempre compará-la com as demais 
participantes de seu setor econômico. Não se pode analisar uma empresa 
observando somente um único índice, pois tal atitude pode proporcionar uma 
conclusão oposta da realidade da organização. O relatório de análise não deve se 
basear em um ou outro índice, mas sim num conjunto deles, relacionados entre si, 
para que se possa entender o que vem ocorrendo com a empresa (CARVALHO, 
COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
Através das demonstrações contábeis, pode-se constatar a posição 
econômico-financeira da empresa, as causas que determinaram a evolução 
apresentada e as tendências futuras. A análise das demonstrações contábeis é uma 
arte, pois, apesar das técnicas desenvolvidas, não há nenhum critério ou 
metodologia formal de análise válido para diferentes situações e aceitos 
unanimemente pelos analistas, dessa maneira é impossível sugerir-se uma 
sequencia metodológica ou um instrumento científico capazes de fornecer 
diagnósticos sempre precisos das empresas (ASSAF NETO, 2010), assim é preciso 
que se delimite o objetivo da análise, para definir quais indicadores e índices utilizar. 
A partir dos índices pode-se desenvolver a análise da empresa, destacando o 
desempenho econômico-financeiro dos últimos anos, desempenho que pode ser 
afetado pelas tendências das vendas nos últimos anos, investimentos em expansão 
e modernização, financiamentos de planos de expansão (recursos próprios e 
recursos pleiteados), compatibilidade das fontes de recursos e investimentos. 
16 
 
Conforme conceitua Matarazzo (2010), a análise das demonstrações 
contábeis, deve entre outras informações, demonstrar a situação financeira, 
econômica e desempenho da empresa, onde se aplica o raciocínio científico de 
forma a extrair os índices das demonstrações financeiras, comparar os índices com 
os padrões, ponderar as diferentes informações e chegar a um diagnóstico ou 
conclusão, e por fim tomar a decisão. 
Escolha de 
Indicadores
Comparação com 
padrões
Diagnóstico ou 
conclusões
Decisões
ANÁLISE
 
Figura 1 – Processo de tomada de decisão. Fonte: MATARAZZO, 2010. 
 
 Quando a sequencia apresentada não é seguida, a análise das 
demonstrações contábeis pode ficar prejudicada devido à falta de padrões, ou por 
falta de conhecimento, deixa-se de fazer as comparações (MATARAZZO, 2010). 
 
2.2 Demonstrações Financeiras Úteis para Análise 
 
 A contabilidade brasileira vem passando pelo processo de convergência aos 
padrões Internacionais de Contabilidade (IFRS), começado a partir de 1º de janeiro 
de 2008, com a edição da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que alterou a 
lei 6.404/76 (lei das sociedades por ações), tais mudanças, visam dar maior 
credibilidade as demonstrações contábeis frente ao mundo cada vez mais 
globalizado, onde a confiabilidade das informações é de suma importância, e sobre 
esse assunto Marion conceitua: 
Com a chegada da Lei nº 11.638/07 observamos a ênfase num modelo 
internacional de lei societária. As perspectivas para a profissão contábil, no 
contexto desta lei, num, mundo globalizado, levam a um reposicionamento 
das práticas e comportamentos tradicionais dos profissionais de 
Contabilidade. Uma nova estrutura de balanço foi apresentada com 
modificações introduzidas pela lei (2010, p. 49). 
17 
 
 Acompanhando a evolução do sistema contábil brasileiro em direção aos 
padrões IFRS, o Conselho Federal de Contabilidade editou a Resolução CFC nº 
1.185/09, que aprovou a NBC TG 26 – Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, onde descrimina a relação das demonstrações obrigatórias. Segundo a 
NBC TG 26, Item 9, as demonstrações contábeis são uma representação 
estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O 
objetivo das demonstrações contábeisé o de proporcionar informação acerca da 
posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade 
que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de 
decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar 
os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e 
responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. 
 Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam 
informação da entidade acerca dos ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e 
despesas, incluindo ganhos e perdas, alterações no capital próprio mediante 
integralizações dos proprietários e distribuições a eles, e fluxos de caixa. Essas 
informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, 
ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de 
caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. O 
conjunto completo das Demonstrações Contábeis inclui: 
(a) Balanço patrimonial ao final do período; 
(b) Demonstração do resultado do período; 
(c) Demonstração do resultado abrangente do período; 
(d) Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(e) Demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(f) Demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – 
Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum 
órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; 
(g) Notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e 
outras informações elucidativas; 
(h) Informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos 
itens 38 e 38A; 
18 
 
 Conforme a normatização redigida na NBC TG 26, observa-se uma tendência 
forte de convergência com os padrões Internacionais de Contabilidade, chamado de 
International Financial Reporting Standards (IFRS) e dos International Accounting 
Standards (IAS) (MARION, 2010). Conforme conceitua Matarazzo (2010), é preciso 
que se proceda à escolha dos índices que se pretende utilizar na análise econômico-
financeira, e seguindo os objetivos do presente trabalho, será apresentada a 
conceituação das Demonstrações Contábeis uteis para a análise econômico-
financeira que será apresentada. 
 
2.2.1 Balanço Patrimonial 
 
 Geralmente é a primeira demonstração a ser analisada, e reflete a posição 
monetária de todos os bens e direitos da empresa em determinada data. O balanço 
patrimonial compõe-se de três partes essências: ativos, passivos e patrimônio 
líquido. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas partes, onde o ativo é 
igual à soma do passivo com o patrimônio líquido (MATARAZZO, 2010). Anthony 
(1981), afirma que o balanço mostra as fontes de onde provieram os recursos 
utilizados para a empresa operar, ou seja, Passivo e Patrimônio Líquido, e também 
os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos. Tal definição 
segundo Matarazzo (2010), põe em evidência os termos fontes e investimentos de 
recursos, o que é altamente desejável do ângulo da Análise de Balanço, visto que tal 
atividade é em grande parte, avaliar a adequação entre as diversas fontes e os 
investimentos efetuados. Segundo a NBC TG 26, o balanço patrimonial deve 
apresentar respeitada a legislação, as seguintes contas: 
(a) Caixa e equivalentes de caixa; 
(b) Clientes e outros recebíveis; 
(c) Estoques; 
(d) Ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”); 
(e) Total de ativos classificados como disponíveis para venda (NBC TG 38) e 
ativos à disposição para venda de acordo com a NBC TG 31 – Ativo Não 
Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; 
(f) Ativos biológicos dentro do alcance da NBC TG 29; 
19 
 
(g) Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; 
(h) Propriedades para investimento; 
(i) Imobilizado; 
(j) Intangível; 
(k) Contas a pagar comerciais e outras; 
(l) Provisões; 
(m)Obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”); 
(n) Obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido na NBC 
TG 32 – Tributos sobre o Lucro; 
(o) Impostos diferidos ativos e passivos, como definido na NBC TG 32; 
(p) Obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com a 
NBC TG 31; 
(q) Participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do 
patrimônio líquido; e capital integralizado e reservas e outras contas 
atribuíveis aos proprietários da entidade. 
 A entidade deve apresentar os ativos em circulantes e não circulantes, e da 
mesma forma os passivos, ambos como grupos de contas separados no balanço 
patrimonial, exceto quando uma apresentação baseada na liquidez proporcionar 
informação confiável e mais relevante. Quando essa exceção for aplicável, todos os 
ativos e passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez, e sobre esse 
assunto Neto conceitua: 
Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em 
grupos, os quais por sua vez, são dispostos em ordem decrescente de grau 
de liquidez para o ativo, e em ordem decrescente de exigibilidade para o 
passivo (2010, p. 48). 
 Conforme a NBC TG 26, o ativo deve ser classificado como circulante quando 
satisfizer qualquer dos seguintes critérios: 
(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido 
no decurso normal do ciclo operacional da entidade; 
(b) Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; 
(c) Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou 
(d) É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos 
que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante 
20 
 
pelo menos doze meses após a data do balanço. 
 Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante, e o 
mesmo deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado 
e intangível. Com relação aos passivos, devem ser classificados como circulante 
quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: 
(a) Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; 
(b) Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; 
(c) Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou 
(d) A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos doze meses após a data do balanço. 
(e) A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os 
termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua 
liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem 
afetar a sua classificação. 
 Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Com 
relação ao patrimônio líquido, o mesmo representa a diferença entre o total do ativo 
e o passivo, ou seja, são os volumes de recursos próprios da empresa pertencentes 
aos acionistas. De acordo com a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC 
nº 1.121/08, a nova estrutura do Balanço Patrimonial passa a ser a seguinte: 
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Investimento PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado Capital Social
Intangível (-) Gastos com Emissão de Ações
Reservas de Capital
Opções Outorgadas Reconhecidas
Reservas de Lucros
(-) Ações em Tesouraria
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Ajustes Acumulados de Conversão
Prejuízos Acumulados
 
Figura 2 – Nova estrutura do balanço patrimonialFonte: portalcfc.org.br, 2015. 
 
21 
 
 O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital, 
os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em 
tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente admitidos os lucros acumulados 
e as demais contas exigidas pelas normas emitidas pelo CFC. 
 
 
2.2.2 Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
 
 A demonstração de resultado do exercício, comumente é a segunda 
demonstração a ser analisada, e os indicadores obtidos através dela, refletem a 
posição econômica da empresa. O objetivo da DRE é a organização das 
informações sobre o lucro e prejuízo de uma empresa, de forma que o usuário da 
informação seja capaz de avaliar a atuação da empresa e visualizar a sua operação 
futura. A NBC TG 26, em seu item 82, lista as rubricas que devem ser apresentadas 
na DRE, obedecidas também as determinações legais, são elas: 
(a) Receitas; 
(b) Ganhos e perdas decorrentes de baixa de ativos financeiros mensurados pelo 
custo amortizado; 
(c) Custos de financiamento; 
(d) Parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do 
método da equivalência patrimonial; 
(e) Tributos sobre o lucro; 
(f) Um único valor para o total de operações descontinuadas; 
(g) Em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão 
desta Norma, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes 
rubricas: 
a. Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos; 
b. Lucro bruto; 
c. Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e 
receitas operacionais; 
d. Resultado antes das receitas e despesas financeiras; 
e. Resultado antes dos tributos sobre o lucro; 
22 
 
f. Resultado líquido do período. 
 Ainda como alocação da DRE, a empresa precisa apresentar o resultado do 
período atribuível à participação dos não controladores, e sócios da controladora. De 
forma esquematizada, a demonstração do resultado do exercício apresenta as 
vendas brutas, impostos sobre as vendas, custos das vendas, despesas comerciais, 
despesas administrativas, despesas financeiras, receitas financeiras, resultado de 
equivalência patrimonial, outras receitas e despesas operacionais, provisão de 
impostos de renda e contribuição social, definindo claramente no seu final o 
resultado líquido obtido pela empresa em determinado exercício social (CARVALHO, 
COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). Por apresentar as características 
econômicas da empresa, e não necessariamente as entradas e saídas monetárias 
na organização, a DRE é muitas vezes incorretamente interpretada, e sobre isso 
Matarazzo explica: 
A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o 
fluxo monetário (fluxo de dinheiro). Para a Demonstração do Resultado não 
importa (em princípio) se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, 
basta apenas que afete o patrimônio líquido. Por exemplo, a depreciação é 
uma despesa não desembolsada; a receita de equivalência patrimonial (em 
controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento dos 
investimentos (e do Patrimônio Líquido), sem necessariamente, entrada de 
recursos em caixa (2010, p. 30). 
 Seguindo a sequência de apresentação dos vários elementos da 
Demonstração do Resultado do Exercício para efeitos de publicação, apresenta-se a 
estrutura da DRE baseada nas Normas Brasileiras de Contabilidade, normalmente 
adotada pelas empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
JCS Materiais para Construção S.A 
 Demonstração do Resultado do Exercício 
 31 de Dezembro de 2014 
 (Valores expressos em reais - R$) 
 
 
 
31/12/2014 
 
Receita operacional 
 
 Receita líquida de vendas 
 
 213.627.412 
 Custos das vendas 
 
 (139.072.928) 
 Lucro Bruto 
 
 74.554.483 
 
Despesas / Receitas Operacionais 
Com pessoal 
 
 (30.953.022) 
 
Com vendas 
 
 (13.554.888) 
 
Gerais e administrativas 
 
 (18.360.581) 
 
Depreciação e amortização 
 
 (1.934.213) 
 
Tributárias 
 
 (1.100.316) 
 
Outros ganhos e perdas 
 
 1.667.086 
 
Lucro operacional antes do resultado financeiro 
 
 10.318.550 
 
Resultado Financeiro 
Receitas financeiras 
 
 3.097.508 
 
Despesas financeiras 
 
 (9.975.588) 
 
Lucro (prejuízo) antes dos impostos 
 
 3.440.469 
 
Impostos 
 
Imposto de renda 
 
 (505.778) 
 
Contribuição Social 
 
 (186.400) 
 
Lucro líquido (Prejuízo) do exercício 
 
 2.748.292 
 Lucro atribuível a: 
 
 Proprietários da Companhia 
 
 2.198.634 
 Participações não Controladoras 
 
 549.658 
 Lucro por ação 
 
Básico 
 
 1,83 
 
Diluído 
 
 1,30 
 
Figura 3 – Estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício Fonte: NBC TG 30 (2012). 
 De acordo com a NBC TG 30 (2012), em seu item 8, para fins de divulgação 
na demonstração do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de 
benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade, quando originários de 
suas próprias atividades. As quantias cobradas por conta de terceiros – tais como 
tributos sobre vendas, tributos sobre bens e serviços, e tributos sobre valor 
adicionado, não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não 
resultam em aumento do patrimônio líquido, portanto, são excluídos da receita. É 
devido a essa normatização, que a Demonstração do Resultado do Exercício 
começa com os valores de Receitas Líquidas, conforme demonstrado na figura 3, e 
24 
 
os valores de receitas brutas e suas deduções são apresentadas em notas 
explicativas, conforme figura abaixo. 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 31/12/2014 
Receita Bruta 
 
 
Receita com vendas de mercadorias 
 
 
 262.732.693 
( - ) Impostos sobre vendas 
 
 
 (29.511.787) 
( - ) Devoluções e abatimentos 
 
 
 (19.593.494) 
Receita líquida de vendas 213.627.412 
Figura 4 – Receita Operacional Líquida Fonte: NBC TG 30 (2012). 
 
2.2.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
 
 A Demonstração dos Fluxos de Caixa é uma demonstração de caráter 
financeiro que evidencia as modificações ocorridas no saldo de caixa e equivalente 
de caixa das empresas em um determinado período, através de fluxos de 
recebimentos e pagamentos. A DFC substituiu a Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos (DOAR) a partir do advento da Lei nº 11.638/07. Segundo 
Marion (2010), embora a DOAR seja mais rica em termos de informação, os 
conceitos nela contidos, como por exemplo, a variação do capital circulante líquido 
não são facilmente apreendidos. A DFC, ao contrário, por ser de uma linguagem e 
conceitos mais simples, possui melhor comunicação com a maioria dos usuários das 
Demonstrações Contábeis. 
 A Demonstração dos Fluxos de Caixa permite que se analise principalmente, 
a capacidade da empresa em honrar seus compromissos financeiros, gerar 
resultados de caixa futuros, sua liquidez e solvência financeira (ASSAF NETO, 
2010). Com relação à Demonstração de Fluxo de Caixa Matarazzo conceitua, 
fazendo a relação da mesma com o Balanço Patrimonial: 
O Balanço Patrimonial apresenta, em determinado momento 
(esteticamente), de um lado (PASSIVO), a origem dos recursos utilizados 
pela empresa e, de outro as aplicações. A peça contábil-financeira que vai 
mostrar o que isso representa em termos de dinheiro movimentado no 
exercícioé a Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) que monstra as 
fontes e aplicações que resultam afinal na variação do saldo de caixa (2010, 
p.33). 
25 
 
 A DFC é normatizada pelo Conselho Federal de Contabilidade através da 
NBC TG 03 (2013), e segundo esta norma, informações sobre o fluxo de caixa de 
uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações 
contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade em gerar caixa e 
equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses 
fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem 
avaliação da capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como 
da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração. 
 Os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão 
interessados em saber como a entidade gera e utiliza caixa e equivalentes de caixa. 
Esse é o ponto, independentemente da natureza das atividades da entidade, e ainda 
que o caixa seja considerado como produto da entidade, como pode ser o caso de 
instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas 
mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades 
geradoras de receita. Elas precisam de caixa para levar a efeito suas operações, 
pagar suas obrigações e proporcionar um retorno para seus investidores. Assim 
sendo, a NBC TG 03 (2010) requer que todas as entidades apresentem 
demonstração dos fluxos de caixa. 
 Com relação à apresentação da DFC, a NBC TG 03 (2010) determina que 
deve-se apresentar os fluxos de caixa do período classificados por atividades 
operacionais, de investimento, e de financiamento. 
 Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. 
 Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita 
da entidade e outras atividades que não são de investimento e tão pouco de 
financiamento. 
 Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de 
ativos de longo prazo, e de outros investimentos não incluídos nos 
equivalentes de caixa. 
 Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no 
tamanho e na composição do capital próprio, e no capital de terceiros da 
entidade. 
 Conforme conceituado na norma contábil e explicado por Assaf Neto (2010), a 
DFC pode ser elaborada tanto pelo Método Direto como pelo Método Indireto. As 
26 
 
companhias brasileiras são incentivadas a adotarem o método indireto. O método 
indireto parte do lucro líquido do exercício para se conciliar com o caixa gerado 
pelas operações. O Método Direto destaca as movimentações financeiras 
explicando as entradas e saídas de recursos de cada componente da atividade 
operacional, como recebimento de vendas, pagamentos de juros, impostos, entre 
outros. A estrutura da DFC pelo Método Direto e Indireto é apresentada a seguir: 
 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO 
 Fluxos de caixa das atividades operacionais 
20X2 
 Recebimentos de clientes 30.150 
 Pagamentos a fornecedores e empregados -27.600 
 Caixa gerado pelas operações 2.550 
 Juros pagos -270 
 Imposto de renda e contribuição social pagos -800 
 Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos -100 
 Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais $ 1.380 
 Fluxos de caixa das atividades de investimento 
 Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A) -550 
 Compra de ativo imobilizado (Nota B) -350 
 Recebimento pela venda de equipamento 20 
 Juros recebidos 200 
 Dividendos recebidos 200 
 Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento $ (480) 
 Fluxos de caixa das atividades de financiamento 
 Recebimento pela emissão de ações 250 
 Recebimento por empréstimo a longo prazo 250 
 Pagamento de passivo por arrendamento -90 
 Dividendos pagos (a) -1.200 
 Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento $ (790) 
 Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa $ 110 
 Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C) $ 120 
 Caixa e equivalentes de caixa no fim do período (Nota C) $ 230 
 
(a)
 Esse valor também poderia ser apresentado no fluxo de caixa das atividades operacionais. 
Figura 5 – DFC Método Direto Fonte: NBC TG 03 (2010). 
 
 
 
 
27 
 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO 
 
 
20X2 
 Fluxos de caixa das atividades operacionais 
 
 
 Lucro líquido antes do IR e CSLL 3.350 
 
 
 Ajustes por: 
 
 
 Depreciação 450 
 
 
 Perda cambial 40 
 
 
 Resultado de equivalência patrimonial -500 
 
 
 Despesas de juros 400 
 
 
 3.740 
 
 
 Aumento nas contas a receber de clientes e outros -500 
 
 
 Diminuição nos estoques 1.050 
 
 
 Diminuição nas contas a pagar – fornecedores -1.740 
 
 
 Caixa gerado pelas operações 2.550 
 
 
 Juros pagos -270 
 
 
 Imposto de renda e contribuição social pagos -800 
 
 
 Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos -100 
 
 
 Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais $ 1.380 
 Fluxos de caixa das atividades de investimento 
 
 
 Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A) -550 
 
 
 Compra de ativo imobilizado (Nota B) -350 
 
 
 Recebimento pela venda de equipamento 20 
 
 
 Juros recebidos 200 
 
 
 Dividendos recebidos 200 
 
 
 Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento $ (480) 
 Fluxos de caixa das atividades de financiamento 
 
 
 Recebimento pela emissão de ações 250 
 
 
 Recebimento por empréstimos a longo prazo 250 
 
 
 Pagamento de passivo por arrendamento -90 
 
 
 Dividendos pagos (a) -1.200 
 
 Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento $ (790) 
 Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa $ 110 
 Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C) $ 120 
 Caixa e equivalentes de caixa no fim do período (Nota C) $ 230 
 
(a)
 Esse valor também poderia ser apresentado no fluxo de caixa das atividades operacionais. 
Figura 6 – DFC Método Indireto Fonte: NBC TG 03 (2010). 
 
2.2.4 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 
 A Demonstração do Valor Adicionado evidencia quanto de valor a empresa 
agrega no seu processo produtivo. A Lei 11.638/07 introduziu a obrigatoriedade de 
28 
 
elaboração da DVA para todas as companhias de capital aberto, e sobre isso a NBC 
TG 09 (2011) conceitua: 
A entidade, sob a forma jurídica de sociedade por ações, com capital 
aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a 
DVA e apresentá-la como parte das demonstrações contábeis divulgadas 
ao final de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a sua 
elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis 
(Item 3, 2011). 
 A Demonstração do Valor Adicionado surgiu na Europa, principalmente por 
influência da Inglaterra, da França e da Alemanha, e tem tido cada vez mais 
demanda no âmbito internacional, inclusive de expressa recomendação da ONU 
(MARION, 2010). A DVA é construída a partir dos dados da DRE, na qual se 
destaca o valor adicionado pela empresa e a distribuição desse valor, indicando 
quanto à empresa contribui para o governo, por meio de impostos, taxas e 
contribuições; para os empregados, por meio dos salários e contribuições; para os 
financiamentos, por meio dos juros; para os proprietários de imóveis, pormeio dos 
aluguéis; para os acionistas, por meio dos dividendos e juros sobre o capital próprio. 
 Segundo Marion (2010), a DVA é uma demonstração bastante útil, inclusive 
do ponto de vista macroeconômico, uma vez que, conceitualmente, o somatório dos 
valores adicionados (ou valores agregados) de um país representa, na verdade, seu 
Produto Interno Bruto (PIB). Essa informação é tão importante que, além de sua 
utilização pelos países europeus, alguns países emergentes só aceitam a instalação 
e a manutenção de uma empresa transnacional, se ela demonstrar qual será o valor 
adicionado que irá produzir. 
 Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o 
conhecimento de informações de natureza econômica e social, e oferece a 
possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade 
na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, 
Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um 
instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a 
demonstração de resultado, por si só, não é capaz de oferecer. 
 
 
 
 
 
29 
 
 A seguir apresenta-se um exemplo da Demonstração do Valor Adicionado, 
segundo a NBC TG 09: 
 Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL 
 
DESCRIÇÃO 
Em Milhões 
20X1 
1 – RECEITAS 
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
1.2) Outras receitas 
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição) 
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 
 
 (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 
2.4) Outras (especificar) 
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
6.2) Receitas financeiras 
6.3) Outras 
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 
8.1) Pessoal 
8.1.1 – Remuneração direta 
8.1.2 – Benefícios 
8.1.3 – F.G.T.S 
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
8.2.1 – Federais 
8.2.2 – Estaduais 
8.2.3 – Municipais 
8.3) Remuneração de capitais de terceiros 
8.3.1 – Juros 
8.3.2 – Aluguéis 
8.3.3 – Outras 
8.4) Remuneração de capitais próprios 
8.4.1 – Juros sobre o capital próprio 
8.4.2 – Dividendos 
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) 
Figura 7 – Demonstração do Valor Adicionado Fonte: NBC TG 09 (2011). 
30 
 
 Segundo a NBC TG 09 (2011), em seu item 10, a DVA está fundamentada em 
conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que 
representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na 
formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a 
entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou 
consumidos durante determinado período. Existem, todavia, diferenças temporais 
entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor adicionado. A ciência 
econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade 
utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime 
contábil de competência. Como os momentos de realização da produção e das 
vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos 
conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes 
em cada período. Essas diferenças serão menores, quanto menor forem as 
diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras 
palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores 
encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão. 
 
2.3 Indicadores Econômico-Financeiros 
 
 O principal instrumento utilizado para a análise econômico-financeira de uma 
empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas. Os índices 
estabelecem uma relação entre contas e grupos de contas dos Demonstrativos 
Financeiros, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-
financeira de uma empresa, servindo assim, como um termômetro na avaliação da 
saúde financeira dela. 
 
2.3.1 Instrumentos preliminares de análise 
 
 Para Assaf Neto (2010), o montante de uma conta ou de um grupo 
patrimonial, quando tratado isoladamente, não retrata adequadamente a importância 
do valor apresentado e muito menos, seu comportamento ao longo do tempo, desta 
31 
 
forma, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos, 
oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo a posição estática das 
demonstrações contábeis. Esse processo de comparação, indispensável ao 
conhecimento da situação de uma empresa, é representado pela Análise Horizontal 
e pela Análise Vertical. 
 A análise horizontal das demonstrações financeiras corresponde ao estudo 
comparativo, em períodos de tempo consecutivos, da evolução das contas que 
compõem as demonstrações financeiras em análise. As variações, ocorridas ao 
longo dos anos, permitem que o analista avalie as estratégias adotadas pela 
empresa no passado. É feita com base em números-índices, em que se considera o 
valor de 100 na data-base para a conta em análise e, por meio de uma simples regra 
de três, apura-se o valor da conta no período seguinte, conforme apresentado na 
figura a seguir: Ano 1 Ano 2
Duplicatas a Receber 74.493 55.678
Ajuste Horizontal (AH) 100 x = 55.678 x 100 = 74
75.493
ANÁLISE HORIZONTAL DA CONTA DUPLICATAS A RECEBER
 
Figura 8 – Análise Horizontal Fonte: FGV Management (2011). 
 Pode-se concluir pela análise horizontal que a conta de duplicatas a receber 
sofreu uma queda de 26% (74-100). A informação básica extraída da análise 
horizontal é a evolução individual de cada conta em relação à evolução de uma 
conta-padrão. 
 Com relação à Análise Vertical, a mesma trata-se da metodologia de análise 
que mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações 
financeiras em relação ao somatório do seu grupo. A análise vertical das 
demonstrações financeiras tem como objetivo verificar a evolução ao longo do 
tempo, da composição percentual das principais contas do balanço patrimonial e da 
demonstração de resultados do exercício. 
 O procedimento para fazer a análise vertical, consiste em colocar em sentido 
vertical as contas do ativo e do passivo (no caso do balanço patrimonial), nos 
exercícios em análise. Em seguida, fazendo igual a 100 o total do ativo e do passivo 
32 
 
em cada exercício, calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do 
ativo e do passivo. 
 As análises, horizontal e vertical, não são excludentes, ou seja, ao se 
processar um estudo comparativo das demonstrações contábeis de uma empresa, é 
importante que sejam utilizadas tanto a análise horizontal como a vertical, a fim de 
melhor identificar as várias mutações sofridas por seus elementos contábeis (ASSAF 
NETO, 2010). 
 
2.3.2 Estrutura Patrimonial 
 
 Os índices de estrutura patrimonial avaliam a segurança que uma empresa 
oferece aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos e de 
alocação dos mesmos nos diversos itens doativo. O ativo de uma empresa é 
financiado pelo capital próprio (patrimônio líquido) e por capitais de terceiros 
(obrigações). Quanto maior for à participação de capitais de terceiros nos negócios 
de uma empresa, maior será o risco. Os índices de estrutura patrimonial são 
extraídos do balanço patrimonial, por meio da comparação de itens do ativo com 
itens do passivo. O passivo representa a estrutura de financiamentos, isto é, são 
recursos que a empresa vem captando (próprios e de terceiros) para financiar sua 
atividade. A seleção dos fundos que financiam os investimentos deve ser realizada 
levando-se em conta os seus custos e a capacidade de geração de caixa da 
empresa. Os índices de estrutura patrimonial são os relacionados com a composição 
dos financiamentos, e aqueles que medem o grau de imobilização de recursos 
próprios e permanentes (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 
2.3.2.1 Endividamento Geral 
 
 É a percentagem de participação de recursos de terceiros (curto e longo 
prazo de vencimento) no financiamento das aplicações totais realizadas pela 
empresa, ou seja, o ativo total. 
33 
 
PC + PNC
Ativo Total
X 100Endividamento Geral
 
Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 Quanto maior o nível de endividamento da empresa, maior o risco, porém não 
se pode tirar essa conclusão observando somente esse índice, pois ele 
simplesmente compara as dívidas com o ativo total (CARVALHO, COSTA, 
GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 A empresa não liquidará seus ativos para pagamento das dívidas, a não ser 
em caso de falência, assim, é preciso considerar alguns pontos como: 
 Qual é a participação da dívida com bancos no passivo circulante. 
 Qual o cronograma de amortização da dívida de longo prazo. 
 Quais são as taxas de juros reais para cada um dos financiamentos de longo 
prazo. 
 Qual a capacidade de geração de caixa operacional da empresa, pois as 
dívidas serão pagas por meio de sua capacidade de gerar recursos. 
 
2.3.2.2 Composição do Endividamento 
 
 Corresponde à percentagem de participação de recursos de terceiros de curto 
prazo com o endividamento total. 
PC
PC + PNC
X 100Composição do Endividamento
 
Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 
 Esse índice é uma medida da qualidade do passivo em termos de prazo, ou 
seja, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco 
oferecido pela empresa. Endividamento concentrado no longo prazo, principalmente 
decorrente de investimento efetuado, oferece uma situação mais tranquila no curto 
prazo (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 
 
 
34 
 
2.3.2.3 Imobilização do Capital Próprio 
 
 O índice exprime o quanto do ativo permanente (investimento, imobilizado e 
intangível) da empresa, é financiado pelo seu patrimônio líquido, evidenciando 
assim, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para 
manutenção de seus negócios. Em princípio, os componentes do ativo permanente 
devem ser financiados por recursos próprios e, quando forem insuficientes, devem 
ser complementados por recursos de terceiros, desde que amortizáveis ao longo 
prazo (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
AP
PL
X 100Imobilização do Capital Próprio
 
Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 
 O aumento do ativo permanente pode ser considerado normal em uma fase 
de implantação, expansão da capacidade produtiva do empreendimento ou quando 
a empresa faz investimentos em modernização para reduzir custos, porém é 
importante que a parcela dos investimentos que não seja financiada por recursos 
próprios, seja por recursos de terceiros de longo prazo, evitando assim, os de curto 
prazo, pois a empresa precisa de tempo para elevar a geração de caixa, e desta 
forma, conseguir pagar os juros e amortizar o principal. Assim, o prazo de 
amortização tem que ser compatível com a capacidade de geração de caixa. 
 
2.3.2.4 Imobilização de Recursos Permanentes 
 
 Esse indicador demonstra qual o percentual de recursos não correntes 
(exigível em longo prazo e patrimônio líquido) que foram revertidos para aplicação 
no ativo permanente. Esse índice tem papel fundamental quando o capital próprio 
(patrimônio líquido) demonstra-se insuficiente para cobrir o investimento efetuado no 
ativo permanente, fazendo com que a empresa necessite captar recursos de 
terceiros ao longo prazo para financiar tal aplicação. Quanto maior for a imobilização 
de recursos permanentes, menor será a parcela dos recursos permanentes 
35 
 
destinados a financiar o giro dos negócios (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & 
LIMEIRA, 2010). 
AP
PL + PNC
X 100
Imobilização de Recursos 
Permanentes 
Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). 
 
 Empresas que giram rapidamente os seus estoques e contas a receber 
podem trabalhar com um índice maior de imobilização de recursos permanentes, por 
outro lado, empresas que levem mais tempo para renovar seus estoques e contas a 
receber, deveriam ter uma menor imobilização de recursos permanentes e, 
consequentemente, maiores parcelas de recursos permanentes destinados ao giro 
dos negócios. 
 
2.3.2.5 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros 
 
 Segundo Matarazzo (2010), esse índice revela o quanto do capital próprio é 
dado como garantia a cada R$ 1,00 (um real) investido na empresa por terceiros, ou 
seja, é a divisão do patrimônio líquido com o exigível total (passivos circulantes e 
passivos não circulantes). 
PL
PC + PNC
Garantia do Capital Próprio ao 
Capital de Terceiros 
 Fonte: Matarazzo (2010). 
 
 
 
2.3.3 Liquidez 
 
 Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da 
empresa em honrar os compromissos com terceiros, pois evidenciam quanto a 
empresa dispõe de bens e direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo 
período. No contexto geral, presume-se que quanto maior a liquidez, melhor será a 
situação financeira da empresa, porém, nem sempre um alto índice de liquidez 
representa, necessariamente, boa saúde financeira. Assim, uma empresa que 
possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos 
elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis 
36 
 
na conta Clientes, poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldade 
para honrar seus compromissos nos vencimentos. 
 O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma 
adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento. Para Marion 
(2010), os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento 
da empresa, isto é, constituem uma apreciação para ver se a empresa tem 
capacidade para saldar seus compromissos, e essa capacidade de pagamento pode 
ser avaliada considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato. 
 
2.3.3.1 Liquidez Imediata 
 
 Esse índice mede a capacidade financeira da empresa em pagar 
imediatamente seus compromissos, avaliando o poder de pagar de uma só vez 
todas as suas obrigações com vencimentos ao longo do exercício seguinte. 
Disponível
PC
Liquidez Imediata
 
Fonte: Iudícibus (2009). 
 
 Segundo Assaf Neto (2010), o índice é normalmente baixo pelo pouco 
interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo 
operacionalmente de reduzida rentabilidade. 
 
2.3.3.2 Liquidez Corrente 
 
 O índice de liquidez corrente é um dos mais conhecidos e utilizados na 
análise econômica financeira. Conforme Assaf Neto (2010, p.164), “esse índice 
avaliao quanto existe de ativo circulante para cada R$ 1,00 (um real) de passivo 
circulante em um determinado momento”. Ou seja, empresas com índice maior que 
1,00 trabalham com capital de giro (ativo circulante menos passivo circulante) 
positivo, e empresas com índice de liquidez corrente menor do que 1,00 trabalham 
com capital de giro negativo. 
37 
 
AC
PC
Liquidez Corrente
 
Fonte: Silva (2005). 
 
Se: Denota:
Liquidez Corrente > 1,0 Capital Circulante Líquido positivo
Liquidez Corrente = 1,0 Capital Circulante Líquido nulo
Liquidez Corrente < 1,0 Capital Circulante Líquido negativo 
Figura 11 – Liquidez Corrente Fonte: Assaf Neto (2010). 
 
 Deve-se tomar cuidado ao analisar isoladamente o índice de liquidez corrente, 
pois este não compara os prazos de pagamento das dívidas operacionais com os 
prazos de renovação dos ativos operacionais. 
 
2.3.3.3 Liquidez Seca 
 
 O índice de liquidez seca é uma medida mais rigorosa para a avaliação da 
liquidez da empresa, e indica o quanto ela poderá dispor de recursos circulantes, 
sem vender seus estoques, para fazer frente a suas obrigações de curto prazo. 
(AC - Estoques)
PC
Liquidez Seca
 
Fonte: Marion (2012). 
 
 Este índice procura analisar a situação financeira a partir da premissa de que 
os estoques não se realizam, simplesmente se renovam, e por isso devem ser 
desconsiderados do numerador. Conforme Assaf Neto (2010), o índice de liquidez 
seca, determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa, mediante a 
utilização das contas do disponível e valores a receber. 
 
2.3.3.4 Liquidez Geral 
 
 O índice de liquidez geral é uma medida de capacidade de pagamento de 
todo o passivo exigível da empresa. Conforme Assaf Neto (2010), esse indicador 
38 
 
revela a liquidez tanto a curto, como a longo prazo. De cada R$ 1,00 que a empresa 
mantém de dívida, o quanto existe de direitos e haveres no ativo circulante e no 
realizável a longo prazo. 
 
AC + ANC
PC + PNC
Liquidez Geral
 
Fonte: Silva (2005). 
 
 A liquidez geral é utilizada também como uma medida de segurança 
financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos 
seus compromissos. 
 
2.3.4 Situação Econômica 
 
 A situação econômica da empresa é fundamentalmente apresentada na 
demonstração de resultados, e a partir dessa demonstração é possível calcular os 
índices de rentabilidade, que tem por objetivo avaliar o desempenho final da 
empresa, sendo a rentabilidade o reflexo das políticas e das decisões adotadas 
pelos seus administradores, expressando objetivamente o nível de eficiência e o 
grau do êxito econômico-financeiro atingido, desta forma, todos os índices de 
rentabilidade quanto maior melhor, e conforme Marion (2010), na análise econômica 
da empresa, a atenção se volta para a sua rentabilidade, para seu potencial de 
vendas, para sua habilidade de gerar resultados, para a evolução das suas 
despesas, e os demais fatores econômicos inerentes ao negócio de sua atuação. 
 
2.3.4.1 Return On Investment (ROI) 
 
 Em inglês, Return On Investment significa Retorno sobre o Investimento. Esse 
índice reflete o quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus 
investimentos totais, e através desse indicador, pode-se também prever qual o 
tempo necessário para se recuperar os investimentos efetuados na empresa. 
39 
 
Lucro Líquido
Ativo Total
Return on Investment - ROI
 
Fonte: Marion (2010). 
 
 
 Segundo Marion (2010), a rentabilidade é medida em função dos 
investimentos. As fontes de financiamento do ativo são Capital Próprio e Capital de 
Terceiros, assim, a administração adequada do ativo proporcionará maior retorno a 
empresa. 
 
2.3.4.2 Return On Equity (ROE) 
 
 O indicador Return On Equity, significa Retorno sobre o Capital Investido 
pelos proprietários/acionistas. Segundo Marion (2010), mede a remuneração do 
capital próprio investido na empresa, ou seja, o quanto foi acrescentado em 
determinado período ao patrimônio dos acionistas. Do ponto de vista dos capitais 
investidos, esse é o índice mais importante a ser analisado, pois além de avaliar a 
remuneração do capital próprio, permite analisar se esse rendimento é compatível 
com outras alternativas de aplicações, como caderneta de poupança, aluguéis e 
ações de outras empresas concorrentes. 
Lucro Líquido
PL
Return On Equity - ROE
 
Fonte: Marion (2010). 
 
 Esse tipo de análise resulta na avaliação do custo de oportunidade do 
investidor, ou seja, entende-se por custo de oportunidade a remuneração que se 
deixa de auferir em função de oportunidade de investimento descartada. 
 
2.3.4.3 Giro dos Ativos 
 
 Embora não seja um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da 
rotação dos ativos ou giro dos ativos, constitui-se um aspecto importante para o 
entendimento da rentabilidade do investimento. 
40 
 
Vendas Líquidas
Ativo Total
Giro do Ativo
 
Fonte: Silva (2013). 
 
 Este índice indica quantas vezes o ativo girou durante o período, ou seja, 
comparando o faturamento do período com o investimento total, indicando quantas 
vezes a empresa conseguiu vender o seu ativo, demonstrando o volume de vendas 
em relação ao investimento total. Mede o quanto o ativo contribui para o faturamento 
da empresa (SILVA, 2013). 
 
 
2.3.4.4 Margem Bruta 
 
 A margem bruta representa uma medida de lucratividade sobre o produto, 
mercadoria ou serviço comercializado pela empresa. Segundo Braga (2009, p. 178), 
a margem bruta “mede a rentabilidade das vendas, logo após a dedução do custo 
dos produtos vendidos (ou custo das mercadorias vendidas)”. Esse indicador revela 
o percentual remanescente da receita líquida, após dedução do custo das 
mercadorias vendidas. 
Lucro Bruto
Vendas Líquidas
Margem Bruta
 
Fonte: Bruni (2011). 
 
 A margem bruta é consequência tanto da margem de contribuição unitária 
(preço menos custo variável unitário), quando da quantidade vendida de cada 
produto. 
 
2.3.4.5 Margem Operacional 
 
 A margem operacional é uma medida de lucratividade das vendas, e avalia o 
ganho operacional da empresa (resultado antes das receitas e despesas não 
operacionais e financeiras), em relação ao seu faturamento. 
41 
 
Lucro Op.
Vendas Líquidas
Margem Operacional
 
Fonte: Bruni (2011). 
 
 Conforme Ferreira (2010, p. 14) “a margem operacional (ou taxa de retorno 
operacional) sobre as Vendas Líquidas (ou sobre a receita operacional líquida) 
indica o percentual de lucro operacional líquido embutido no valor das vendas 
líquidas do período”. A margem operacional representa a capacidade da empresa 
em gerar resultados com suas vendas, identificando, desta forma, o desempenho 
operacional da empresa, medido exclusivamente em função das suas operações 
normais. 
 
2.3.4.6 Margem Líquida 
 
 Esse índice representa a percentagem de cada real de venda que restou, 
após a empresa ter deduzido todas as suas despesas, inclusive financeiras, 
resultado de equivalência patrimonial, despesas e receitas não operacionais, e 
imposto de renda. 
Lucro Líquido
Vendas Líquidas
Margem Líquida
 
 Fonte: Bruni (2011). 
 
 Segundo Matarazzo (2010), quanto maior, melhor, pois indica quanto a 
empresa obtém de lucro para cada $ 1,00 vendido. 
 
 
2.3.4.7 Potencial do Ativo em Gerar Riqueza 
 
 Esse índice mede o quanto cada real investido no ativo gera de riqueza (valor 
adicionado), a ser transferido para vários setores que se relacionam com a empresa 
(MARION, 2010).42 
 
Valor Adicionado
Ativo
Potencial do Ativo em 
Gerar Riqueza 
 Fonte: Marion (2010). 
 
 O ativo financiado por capital próprio e por capital de terceiros é quem gera 
receita, a qual, por sua vez, gera riqueza para a empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
3. METODOLOGIA 
 
 A palavra metodologia tem diferentes sentidos, mas sempre está relacionada 
ao método e aos procedimentos (BEUREN, 2003, p.53). Sendo assim, este capítulo 
tem por objetivo descrever os métodos utilizados para a realização do presente 
trabalho. 
 
3.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA 
 
Quanto ao ponto de vista da sua natureza, ela é considerada básica, pois 
objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação 
prática prevista, onde é feita para aumentar o conhecimento sobre algum assunto, 
sem que se tenha na pesquisa uma aplicação imediata. Segundo a ANPEI (1993, 
p.8): 
A pesquisa compreende o trabalho criativo com a finalidade de aumentar o 
estoque de conhecimentos científicos e tecnológicos, a fim de solucionar os 
problemas práticos. Sendo a pesquisa básica o trabalho teórico ou 
experimental empreendido primordialmente para compreender fenômenos e 
fatos da natureza, sem nenhuma preocupação com possíveis aplicações 
práticas ou ganhos econômicos a curto prazo. 
 Quanto a sua abordagem, a pesquisa é quantitativa e qualitativa; pois além da 
sua representatividade numérica e seus diversos cálculos, ela analisa e interpreta 
dados, para que se possam ter informações sobre a situação econômico-financeiro 
da companhia estudada. Segundo Oliveira (2007, p. 59), “a pesquisa qualitativa 
pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se explicar em profundidade o 
significado e as características do resultado das informações obtidas [...]”. De acordo 
com Fonseca (2002, p. 20): 
 
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa 
quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são 
grandes e consideradas representativas da população, os resultados são 
tomados como se constituíssem um retrato real de toda a popula- ção alvo 
da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada 
pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com 
base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos 
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem 
matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre 
variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa 
44 
 
permite recolher mais informações do que se poderia conseguir 
isoladamente. 
Do ponto de vista dos meios e fins do estudo é uma pesquisa 
predominantemente explicativa, de acordo com Lakatos e Marconi (2011, p. 54): 
A pesquisa explicativa registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica 
suas causas. Essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais 
amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma 
visão mais unitária do universo ou âmbito produtivo em geral e gerar 
hipóteses ou ideias por força de dedução lógica. 
No que diz respeito ao procedimento utilizado, a pesquisa é documental, 
segundo Gil (2010, pag.30): 
A pesquisa documental é utilizada em praticamente todas as ciências 
sociais e constitui um dos delineamentos mais importante no campo da 
história e da economia. Como delineamento, apresenta muitos pontos de 
semelhança com a pesquisa bibliográfica, posto que nas duas modalidades 
utilizam-se dados já existentes. A diferença está na natureza das fontes. A 
pesquisa bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores 
com o propósito específico de ser lida por públicos específicos. Já a 
pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborado com 
finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação, 
etc [...]. 
 
Para a fundamentação das teorias defendidas, foi utilizado o estudo de caso, 
onde realizou-se a análise econômico-financeira da Petrobras com base em suas 
demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2014. Segundo 
FONSECA (2002, p. 33): 
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma 
entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema 
educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em 
profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se 
supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de 
mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o 
objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de 
caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que 
procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, 
ou uma perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma 
perspectiva global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de 
estudo do ponto de vista do investigador. 
 Assim, o estudo de caso da empresa estudada visa conhecer o porquê da sua 
atual situação. 
 
 
 
45 
 
3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO 
 
O contexto da pesquisa se deu na Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras), através 
de informações extraídas das Demonstrações Contábeis publicadas na 
BM&FBOVESPA no período de 2012 a 2014. 
 
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS 
 
Os dados foram coletados das demonstrações contábeis da Petrobras para 
serem analisados e interpretados no período de 2012 a 2014. 
 
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
 
 Vários procedimentos de análise dos dados coletados foram feitos, como: 
análise vertical, análise horizontal, índices de liquidez, de endividamento e de 
rentabilidade, entre outros. Os resultados obtidos com os cálculos foram 
comparados e confrontados, gerando informações para que fossem interpretadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
4. ESTUDO DE CASO: Análise Econômico-financeira da PETROBRAS. 
 
 Devido à importância da Petrobras no cenário econômico brasileiro, visto que 
é a maior distribuidora de combustíveis no Brasil. Realizou-se o presente estudo de 
caso, onde se buscou conhecer a situação econômico-financeira da companhia, 
através dos cálculos dos indicadores, a partir das informações publicadas nas 
demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2014. Os indicadores 
deram suporte para a elaboração do relatório de análise, onde se apresentam a 
estrutura patrimonial, a situação econômica e de liquidez da companhia, face os 
efeitos das decisões tomadas na empresa ao longo dos três últimos anos, e das 
ações fraudulentas descobertas nas investigações criminais pelas autoridades 
brasileiras (Operação Lava Jato), que se tornaram públicos a partir do ano de 2014, 
em que altos executivos da companhia entraram em conluio com empreiteiras, 
fornecedores e outros envolvidos, para estabelecer um cartel que impôs gastos 
adicionais à companhia. 
 
4.1 A empresa Petrobras 
 
 A Lei nº 2004, de 03 de outubro de 1953, instituiu a Petrobras e foi 
sancionada pelo então presidente da República Getúlio Vargas. Ela dispunha sobre 
a política nacional do petróleo, definindo as atribuições do Conselho Nacional do 
Petróleo (CNP), estabelecendo o monopólio estatal do petróleo e a criação da 
Petrobras. A história da criação da Petrobras esta ligada a Campanha do Petróleo, 
patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e promovida por

Outros materiais