Buscar

1. Psicologia e Saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIAS E MODELOS EXPLICATIVOS EM PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE
Nas últimas décadas, pesquisas têm sido desenvolvidas no âmbito da Psicologia na tentativa de elucidar os motivos pelos quais as pessoas não adotam hábitos de vida saudáveis. Ocorre uma necessidade de modificar um padrão de crença ou comportamento prejudicial à saúde. 
Há alguns modelos e teorias que podem ser agrupados de acordo com o foco predominante orientado:
Indivíduo e Comunidade
1.TEORIAS E MODELOS VOLTADOS PARA O INDIVÍDUO 
O Padrão de comportamentos, de crenças e de relações interpessoais do indivíduo influencia seus processos de saúde e doença. Condutas de risco específicas relacionadas ao estilo de vida que se caracterizam como fluxos rotineiros, estáveis e resistentes à mudança. Utilização de álcool, tabaco, alimentação não saudável. A identificação dos múltiplos fatores que influenciam padrões de comportamentos não saudáveis são importantes, pois possibilitam: Proposição de estratégias psicoeducativas capazes de produzir mudanças. 
Por que as pessoas não aderem a programas de prevenção de saúde?
A saúde está banalizada, as condutas de risco como uso de bebida, cigarro, comer descontroladamente estão banalizados e estão em nosso cotidiano e são resistentes a mudanças. O que se espera com profissional da saúde é que as pessoas possam adotar comportamentos promotores de saúde e redução de riscos, como atividade física, exames periódicos, alimentação saudável e higiene bucal e práticas sexuais seguras. A ideia da psicologia na prevenção à saúde é identificar os múltiplos fatores que influenciam esses padrões de comportamentos e apresentar modelos do porquê as pessoas se engajam em comportamentos de risco.
Várias teorias voltadas para processos cognitivos e comportamentais DO INDIVÍDUO tem fornecido a fundamentação para a prevenção e promoção de saúde. Abordagens teóricas em saúde voltadas para o indivíduo:
Modelo de Crenças em Saúde (Health Belief Model)
Modelo	Transteórico	de	Mudança	comportamental (Transtheoretical Model of Cahange)
Teoria da Cognição Social (Social Cognitive Theory)
Modelo Transacional de Estresse e Coping (Transational Model)
MODELO DE CRENÇAS EM SAÚDE (MCS)
Foi constituído por psicólogos sociais de orientação cognitiva para explicar e predizer cuidados preventivos mediante a avaliação focando em:
•Atitudes
•Intenções
•Crenças
•Percepção de risco
Foco recai sobre os processos cognitivos da pessoa na busca por compreender os fatores que, em conjunto, determinam suas decisões e ações em relação à própria saúde. Quais crenças estão subsidiando o comportamento das pessoas em relação a própria saúde. Modelo proposto na década de 1950 com o propósito de esclarecer a pequena adesão observada em programas de prevenção e detecção precoce de doenças como tuberculose, câncer de colo uterino, poliomielite.
Modelo propõe 4 variáveis psicológicas que atuam na aquisição ou modificação de padrões comportamentais, a ideia é entender quais são as variáveis cognitivas que levam as pessoas a comportamentos de promoção de saúde:
Suscetibiidade Percebida
Severidade Percebida
Benefícios percebidos
Barreiras Percebidas
Dicas ou pistas para a ação
Fatores de modificação comportamento
Autoeficácia
Suscetibilidade Percebida
Se refere à forma como o sujeito considera a sua vulnerabilidade frente a uma ameaça à saúde. Como ele avalia o risco pessoal de contrair uma doença em decorrência da própria atitude ou comportamento. Um dos objetivos das intervenções baseadas neste modelo é aumentar a percepção de riscos reais à saúde e, ao mesmo tempo, ajudar a pessoa a avalia-se como capaz de efetivar a mudança.
Severidade (grau da doença) Percebida
Refere-se à avaliação da gravidade das consequências que uma doença ou lesão poderá acarretar.
Essa noção é enfatizada pela perturbação emocional desencadeada na pessoa ao cogitar as possíveis complicações de uma doença:
• Físico: dor, deficiência, incapacidade ou morte
• Psicossocial: gastos, afastamento trabalho, conflitos familiares, discriminação ou interrupção de atividades.
A combinação entre as percepções de suscetibilidade e severidade é denominada:
AMEAÇA PERCEBIDA
Indica o nível de motivação do indivíduo para evitar certo resultado, embora não determine como ele agirá.
A ideia é propor a pessoa fazer um balanço entre os benefícios e empecilhos que possivelmente encontrará se colocar a ação recomendada em prática.
Benefícios Percebidos (em relação a comportamentos engajados)
Correspondem às crenças da pessoa em relação à efetividade de uma ação que reduza as ameaças a sua saúde
Parte-se do princípio que o indivíduo não estará apto a aceitar e seguir uma recomendação a menos que ele perceba sua viabilidade e eficácia. 
Barreiras Percebidas
Envolve a identificação de obstáculos a serem superados no processo de mudança comportamental.
A pessoa empreende uma análise custo-benefício, ponderando a efetividade da ação em comparação aos custos estimados (tempo, gastos financeiros, esforços envolvidos, conflitos interpessoais).
Reduzir barreiras à adoção do comportamento devem ser priorizadas, considerando as vantagens (incentivos, apoio, estratégias de resolução de problemas e revisão de crenças) 
Síntese do MCS - Presume a adoção de um padrão de comportamentos com vistas a reduzir uma ameaça à saúde e a ocorrência relacionada de 3 situações:
1. A pessoa se preocupa acerca da necessidade de mudança e reconhece que essa mudança é do seu
interesse
2. A pessoa percebe-se vulnerável à condição e avalia que o possível agravo poderá acarretar consequências sérias à saúde
1. A pessoa reconhece que o comportamento poderá reduzir sua suscetibilidade , ou a gravidade da condição.
Síntese do MCS
Modelo, portanto, defende que a probabilidade da pessoa emitir a ação preventiva:
(ex: usar preservativo nas relações sexuais)
1. É influenciada pela própria percepção de vulnerabilidade e pelas consequências nocivas associadas à doença:
(“Se fizer sexo desprotegido(a), posso ser infectado pelo HIV e sofrer discriminação por isso”
2. Pelo balanço entre prós e contras de praticar a ação preventiva:
(“Meu parceiro não vai gostar de usar camisinha, mas se eu convencê-lo, posso evitar a AIDS”.
Acréscimos à Teoria original do MCS
Novas variáveis foram acrescentadas ao esquema do MCS, auxiliando a expandir a compreensão das influencias psicológicas sobre a decisão de organizar e efetivar um plano de mudança:
Dicas ou Pistas para a ação
• Internas: identificação sintomas
• Externas: informações por meios de comunicação, familiares, educadores e profissionais de saúde
Fatores de Modificação do Comportamento
Estão relacionados à variáveis sociodemográficas, psicosssociais e estruturais com potencial para alterar a percepção do sujeito sobre os riscos à saúde: Idade; Sexo; Classe socioeconômica; Nível escolaridade; Traços de personalidade; Experiências prévias com a situação
Autoeficácia
Auto-eficácia: julgamento que a pessoa faz de quão bem (ou quão mal) ela enfrentará uma situação desafiadora, dadas as suas habilidades e as circunstâncias com que se depara. Não é sinônimo de “capacidade”. O funcionamento competente requer não só a posse de habilidades (ou seja, capacidade), mas também a habilidade de traduzir essas habilidades em desempenho eficaz. Foi introduzida no sistema conceitual do MCS com a finalidade de favorecer a compreensão da mudança de comportamentos de riscos mais complexos, que demandam mais tempo para sua efetivação. O MCS reconhece também a influência das crenças do indivíduo acerca da aprovação ou desaprovação de seu comportamento (ex: ingestão de bebidas alcoólicas) por pessoas significativas – Crenças Normativas
O Controle Percebido – Lócus de controle do sujeito também é levado em consideração no MCS já que influencia a possibilidade do sujeito aderir/manter novos comportamentos.
Apartir do MCS, costuma-se sugerir, no ambito dos programas psicoeducativos , o emprego de estratégias como:
• Investigar o quanto o indivíduo ou a população-alvo sentese vulnerável à possibilidade de agravo à saúde
• Avaliar se a pessoa acredita que a ação recomendada poderá reduzir a ameaça a sua saúde a um custo pessoal
aceitável
• Ampliar as informações sobre os riscos e a gravidade de certas doenças
• Ressaltar os prováveis benefícios da ação almejada
1.2 MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL
Proposto por Prochaska e DiClemente na década de 1980 teve por objetivo inicial: Identificar elementos envolvidos na mudança intencional do comportamento. Inicialmente foram realizadas pesquisas com fumantes, ampliando-se as mesmas para outros comportamentos de risco como abuso de álcool, drogas e compulsão alimentar.
O Modelo integra elementos de várias teorias da Psicologia como a teoria cognitivo-comportamental, psicanálise, gestalt, teorias humanistas
Propõe que a mudança de comportamentos de risco para comportamentos saudáveis e promotores de saúde aconteça de forma gradual e intencional, passando por 5 estágios: 
Pré-contemplação
Contemplação
Preparação
Ação
Manutenção 
Pré-contemplação - Não há intenção de mudança. A percepção de risco é baixa. Pode ser marcada por algumas tentativas, sem sucesso, de mudança, o que pode diminuir seu senso de autoeficácia. À medida que a pessoa tem maior clareza dos custosbenefícios da mudança, ela começa a identificar e admitiros problemas, porém, ainda não se considera apta a mudar.
Contemplação - Em alguns casos a pessoa fica "paralisada” na ambivalência entre a escolha de mudar e continuar com o comportamento de risco, o que gera procrastinação comportamental. Quando a pessoa já tem a intenção de mudar em um futuro próximo, considera-se que ela passa para o estágio da preparação.
Preparação - Nesta etapa a pessoa começa a elaborar um plano de ação para a mudança e se considera pronta para mudar.
AÇÃ0 - Uma vez que ela coloca em prática a mudança, altera seu estilo de vida e seus comportamentos de risco, pode-se afirmar que ela passou para o estágio da ação. Porém consolidar ganhos, assim como prevenir recaídas é considerado o estágio mais difícil.
Manutenção - Manter a mudança, manter-se confiante e estar menos propenso à recaídas é o objetivo do estágio da manutenção. Importante: O Modelo foi originalmente proposto em espiral para reforçar a ideia de que a pessoa transita entre os estágios podendo progredir para o próximo passo ou retornar para etapas anteriores. 
Recaída - A recaída é uma das formas mais conhecidas de retorno a fases anteriores no modelo, sendo mais provável ocorrer nos estágios de ação e manutenção. A recaída tem sido considerada como um elemento pertencente ao processo de mudança, um estado transitório que pode ser utilizado para aumentar o autoaprendizado. Situações que envolvem afeto negativo, sofrimento emocional, reforço social positivo e fissura têm maior probabilidade de aumentar a probabilidade de recaída.
1.3 TEORIA DA COGNIÇÃO SOCIAL - TCS
A TCS enfatiza o papel das cognições na regulação do comportamento. Albert Bandura destaca-se como principal expoente deste modelo, originalmente proposto por ele na década de 1970 com o nome de Teoria da Aprendizagem Social. Inicialmente, a teoria teve seu foco orientado para o comportamento do indivíduo e para a imitação de modelos. Posteriormente, ganhou força a compreensão de que fatores cognitivos intermedeiam a relação entre comportamento e consequência. Propõe-se que os processos cognitivos são fundamentais no processo de aquisição e manutenção de padrões de conduta. Um dos conceitos fundamentais da TCS é o da autoeficácia, que pode ser definida como a crença do sujeito acerca de sua capacidade para planejar e executar, com sucesso, cursos de ação ou tarefas específicas. Assim, quando a pessoa acredita que é capaz de realizar uma ação em prol da resolução de um problema, ela provavelmente o fará, pois se sente confiante e comprometida com a decisão. São as percepções que influenciam o comportamento e não necessariamente a capacidade e os resultados: Assim, a pessoa pode não persistir em um determinado comportamento porque lhe falta senso de efetividade pessoal, ou pode estar segura das suas capacidades e desistir porque acredita que seu comportamento não terá efeito no ambiente (ou acarretará punição).
No que diz respeito aos comportamentos preventivos e de melhoria da saúde, a TCS busca criar e fortalecer expectativas de eficácia pessoal em relação:
Cessação tabagismo
Perda de peso
Alimentação saudável
Prática de atividade física
Diminuição consumo álcool
Promoção saúde oral
Prevenção doenças em geral
Nos casos de adoecimento crônico, Bandura (2004) ressaltou a forte influência das crenças da pessoa em sua capacidade pessoal para aderir aos tratamentos prescritos e manejar limitações funcionais decorrentes da doença. Deste modo, para o autor, o aumento da eficácia percebida pode ativar processos adaptativos de enfrentamento diante da gravidade e cronicidade dessas condições, reduzindo o nível de estresse e as reações emocionais associadas.
AUTOEFICÁCIA E LÓCUS DE CONTROLE - Intervenções designadas para a promoção de práticas saudáveis podem ter seus resultados fortalecidos com medidas para aumento da crença da capacidade de exercer controle por meio da ação pessoal (lócus de controle). O “ser capaz de fazer” reflete uma sensação de controle sobre o ambiente e a crença na capacidade de desafiar situações desafiadoras. 
1.4 MODELO TRANSACIONAL DE ESTRESSE E COPING (MT)
Modelo que propõe a produção de conhecimentos sobre as reações das pessoas frente a estressores típicos de situações de risco à saúde e de manejo de doenças. Proporcionar formas mais eficazes para as pessoas lidarem com estressores. Desenvolvimento de intervenções que visem auxiliar as pessoas a reduzirem seus níveis de estresse e a enfrentarem eventos percebidos como ameaça à saúde de modo mais adaptado.
Hans Selye (1970) - “Estresse ou Stress” Conceito “emprestado” da física - Grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a uma intensidade de força. “Sindrome Geral Adaptação” – 1 – Alerta / 2 – Resistência / 3- Exaustão
Folkman e Lazarus – (1984) - Modelo Transacional – Homem X Ambiente - Estresse resultaria de um estado onde as as demandas excedem os recursos ou habilidades de enfrentamento. A Interpretação do evento estressor é mais importante do que o evento em si. Neste modelo estresse e coping são fenômenos explicados com base na interação transitória que a pessoa mantém com seu ambiente. Papel crucial da mediação cognitiva (interpretação) sob a forma como uma pessoa reage a eventos adversos na tentativa de minimizar os efeitos do estresse. O Componente primordial do modelo (MT) não consiste, portanto, nas propriedades do evento estressor, mas na avaliação subjetiva da pessoa acerca da situação. • Estresse é definido como um processo dinâmico entre pessoa e ambiente. • Quando o evento que é interpretado como ameaça é avaliado como superior aos recursos de cada um, gera-se estresse.
Há uma incompatibilidade entre as demandas presentes (conforme percebidas) e a avaliação que o indivíduo faz de seus recursos pessoais e sociais para lidar com elas. (Lazarus e Folkman, 1984)
2. TEORIAS E MODELOS VOLTADOS PARA A COMUNIDADE
A partir dos anos de 1980, a perspectiva socioambiental foi incorporada à promoção de saúde com o objetivo de fortalecer organizações comunitárias. Aumentar o poder de identificação, controle e transformação dos determinantes em saúde de comunidades. O Objetivo final é a mudança comportamental de várias pessoas. Nesse sentido, acredita-se que é por intermédio dos membros da comunidade, da sua organização e dos contextos sociais que a mudança pode ser alcançada.
2.1 TEORIA DO EMPODERAMENTO
A Teoria do empoderamento (empowerment) baseia-se no processode capacitação dos membros de uma comunidade para que possam envolver-se ativamente na busca por melhorias nas condições de vida. Resulta no aumento da autonomia e da emancipação. O significado do termo empoderamento é de uma ação social que maximiza o domínio sobre a própria vida e sobre a vida em comunidade, processo de aquisição de controle sobre os determinantes sociais e de aumento da consciência crítica sobre questões da própria comunidade. (Bartholomew et al, 2011; Kasmel, 2011, Teixeira, 2002). 
Trata-se de um processo de capacitação, de construção e desenvolvimento de habilidades, recursos e competências. Processo de aquisição de controle sobre os determinantes sociais e de aumento da consciência crítica sobre questões da própria comunidade. 
A ideia que passou a ser compartilhada foi a de que a participação da comunidade na tomada de decisão sobre os aspectos que influenciam seu bem-estar (nível micro e macro): Aumenta o poder de seus membros de optar pela adoção de estilos de vida saudáveis e de realizar as ações correspondentes. Ações baseadas no desenvolvimento de habilidades sociais, autocuidado e autonomia são consideradas intervenções de empoderamento. Um dos resultados do processo de empoderamento, em nível individual, é o aumento da autoeficácia e do lócus de controle interno. A conscientização sobre si e sobre o ambiente aumenta a probabilidade de inserção e participação na comunidade, a capacidade crítica e a motivação para ação.
2.1 MODELO BIOECOLÓGICO
Modelo de desenvolvimento humano proposto por Brofenbrenner (1966), que aponta a importância da relação entre homem e ambiente.
Esse entendimento define que a unidade de análise se constitui na díade - estrutura interpessoal mais simples – e não apenas no indivíduo.
Também é importante considerar como diversos contextos em que pessoas se inserem interagem entre si. 
Segundo o modelo, existem estruturas ou níveis que são diferenciados em quatro sistemas contextuais interligados:
Microssistema
Mesossistema
Exossistema
Macrossistema
Microssistema
Compreende as experiências diretas com a famíia, escola, grupo religioso, amizades, quanto maior a instabilidade ou a rigidez nesse nível, maior será o impacto negativo nas relações proximais. A estabilidade e flexibilidade nesse sistema potencializa elementos importantes para o desenvolvimento saudável como: reciprocidade, equilíbrio de poder, relações afetivas, comunicação bidirecional e confiança mútua. 
Mesossistema
Está ligado às inter-relações que ocorrem entre os contextos em que o indivíduo está inserido. Por ex: influencia mútua que família e grupo religioso exercem um sobre o outro. Outro conceito apreendido pelo modelo é o da transição ecológica (diferentes papéis e atividades desenvolvidas pelo indivíduo), o que potencializa a vivência de diferentes experiências à pessoa. 
Exossistema
Ambientes em que o indivíduo não tem participação ativa, mas que podem afetá-lo indiretamentea partir do impacto no microssistema. 
Ex: Pessoa que possui um problema no trabalho, o que afeta suas relações familiares. Considera-se que por mais que alguns membros da família não façam parte do ambiente de trabalho de uma pessoa, a problemática pode afetar o microssistema (lar).
Macrossistema
Compreende a cultura e as subculturas, questões ideológicas, crenças e valores mais amplos que afetam o exo, meso e microssistema.
No âmbito da proteção da saúde, acredita-se que a adoção desse modelo pode ser um preditor de bem-estar: Interação entre todos os sistemas e a recíproca influência entre eles fortalecem a ideia de que intervenções apropriadas no ambiente favorecem mudanças comportamentais.
ESTRESSE E SAÚDE
HISTÓRICO – 
• Claude Bernard – “Meio interno” - Mesmo sob forte variação do meio externo, um organismo vivo tende a manter a constância.
(1813 -1878). 
• Walter Cannon (1929) - “Homeostase” - Radicais gregos – homeo: o mesmo / stasis: ficar. Homeostasia: propriedade autorreguladora de um sistema ou organismo, que permite manter seu estado de equilíbrio. (1871 -1945). 
• Hans Selye (1970) - “Estresse ou Stress” - Conceito “emprestado” da física - Grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a uma intensidade de força. (1907 -1982) 
“Sindrome Geral Adaptação”
Alerta
Resistência
Exaustão
ESTRESSE
Conjunto de reações (físicas e psicológicas) que o organismo apresenta ao se deparar com uma nova situação. (Selye). Diante de situações que ameacem o equilíbrio do indivíduo, este é impelido a mudar (ação), a adaptar-se a uma nova realidade, mesmo que ela tenha sido almejada. Stress representa uma ruptura no equilíbrio (homeostase) do indivíduo. Selye (1970) pesquisou padrões de excitação fisiológica (ativação do sistema nervoso simpático e do eixo HPA) identificados em animais expostos a diversas fontes estressoras: calor, frio, choques leves e contenção. Constatou que as alterações fisiológicos apresentadas pelos animais eram muito parecidas, independente da fonte de stress a qual haviam sido submetidos. -> Síndrome Geral Adaptação
2.1 Sindrome Geral Adaptação - Conjunto de respostas que se desenvolvem em 3 fases:
1. ALARME
Na presença do estímulo estressor ocorre liberação de adrenalina na corrente sanguínea, que promove as respostas imediatas do estresse, tais como dilatação das pupilas, aumento da frequência cardíaca e respiratória, náuseas, frieza nas mãos e sudorese.
2. RESISTÊNCIA
Neste estágio o organismo adapta-se ao estressor de forma que a resistência do organismo é aumentada. Ocorre maior atividade do sistema nervoso parassimpático que se opõe ao sistema nervoso simpático e as manifestações agudas desaparecem. Porém, a resistência a qualquer outro estímulo subsequente é reduzida.
3. EXAUSTÃO
A resistência diminui, ocorre um desequilíbrio gerado pela incapacidade de adaptação do organismo frente à persistência do estímulo estressor.
Os sintomas da primeira fase podem reaparecer mais acentuadamente; ocorre queda na imunidade, o que pode agravar a maioria das doenças (hipertensão arterial, asma, bronquite, alergias, ansiedade e depressão). Lipp (2004) propôs a inclusão da fase de quase exaustão entre as fases de resistência e exaustão:
Alerta
Resistência
Quase-exaustão
Exaustão
Quase-exaustão - Inicia-se o processo de adoecimento e os órgãos ou sistemas que possuem maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração.
O MODELO QUADRIFÁSICO DO STRESS serviu de base para a elaboração do Inventário de Sintomas de Stress de Lipp
(ISSL). Identificar a presença de sintomas de stress: Tipo sintoma (somático ou cognitivo) e Fase em que se encontra
A contribuição de Selye ao nosso entendimento do estresse foi muito importante na medida em que tratou como eventos físicos, externos, acionam respostas estereotipadas do organismo com um todo. Estressores psicológicos e vivenciais são poderosos e potentes na ativação do sistema nervoso simpático e eixo HPA. (McEwen, 2010)
EMOÇÕES E CORPO 
Dessa forma, todas as emoções são somatizadas, ou seja, percebidas em nosso próprio corpo.
O ser humano expressa emoções com o corpo. Sem a retroalimentação (feedback) produzido pelo corpo, as emoções não podem ser distinguidas de meros pensamentos. As emoções também são úteis para produzir impressões/alterações comportamentais nas outras pessoas como Intimidação, manipulação. 
4. ESTRESSE, SNC E SISTEMA IMUNE
A regulação do SNC sobre o imune se estabelece, principalmente, pela resposta hormonal de liberação de glicocorticóides.
Hipotámo (CRH)
 I
Hipofise (ACTH)
 I
Adrenal (cortisol)
 
GLICOCORTICÓIDES E NEUROIMUNOMODULAÇÃO
Citocinas pró-inflamatórias promovem reação inflamatória que é benéfica para o início da resposta imune. A função principal dessas citocinas é atrair células imunológicas para o possível local da infecção ou trauma e ativá-las. Funçãomoduladora do glicocorticoides endógenos. Em concentrações fisiológicas, a função reguladora dos glicocorticoides é a de limitar a produção/ação de citocinas pró-inflamatórias. Nessas situações, glicocorticoides moderam a resposta imunológica.
Níveis de glicocorticoides em concentração inferior aos fisiológicos -> desencadeada uma exacerbação da resposta imunológica, pró-inflamatória.
Desencadeada uma resposta imune celular exacerbada (mediada por anticorpos) -> doença autoimune
 
Citocinas pró-inflamatórias alcançam o cérebro e participam dos mecanismos fisiopatológicos da depressão, alterando o metabolismo de neurotransmissores, funções neuroendócrinas e plasticidade. Em pacientes com distúrbio bipolar foram encontrados níveis aumentados de citocinas pró-inflamatórias durante os episódios de oscilação do humor. Exposição precoce ao estresse (vida intrauterina) e logo após o nascimento está associado a uma maior vulnerabilidade para vários transtornos psiquiátricos (depressão, ansiedade). Essa vulnerabilidade se traduz em reprogramação neuroimunoendócrina que persiste durante a vida adulta.
MECANISMOS DE COPING
RESPOSTA DE STRESS - Respostas que surgem de forma espontânea (eliciadas) diante de um estímulo estressor, que não são intencionais e não possuem objetivos.
RESPOSTAS DE COPING - Ação intencional (esforços cognitivos e comportamentais) iniciada em resposta a um estressor.
Para Folkman e Lazarus (1984), qualquer empenho deliberado em lidar com o estressor é uma resposta de coping, independentemente do sucesso ou fracasso que se obtenha. As estratégias de coping são ações deliberadas que podem ser aprendidas. (Folkman e Lazarus, 1984)
Somatização ou sintoma é concebida como resultado de esforços de coping (tentativa enfrentamento) e não como a utilização em si de estratégias de coping. O modelo de Folkman e Lazarus (1980) envolve 4 conceitos principais:
Coping é um processo ou interação que se dá entre o indivíduo e o ambiente
Sua função é de administração da situação estressora, ao invés de domínio ou controle da mesma.
Os processos de coping pressupõem avaliação; ou seja como o fenômeno é percebido e interpretado
O processo de coping constitui-se na mobilização de esforços cognitivos e comportamentais para administrar (reduzir, minimizar ou tolerar) as demandas internas ou externas que surgem da interação com o ambiente.
Há dois tipos principais de estratégias, que equivalem às duas grandes funções do coping:
COPING CENTRADO NO PROBLEMA 
Estratégia que se dirige a situações mutáveis. O objetivo é alterar as relações entre indivíduo e ambiente, controlando ou modificando a situação geradora de tensão -> Lócus de controle
COPING CENTRADO NA EMOÇÃO 
Estratégia que se dirige a situações imutáveis ou que, a princípio, não podem ser modificadas. Esforços orientados para a modulação de respostas emocionais evocadas pelo estressor -> Lócus de controle externo
LÓCUS DE CONTROLE
Crença de que as consequências do comportamento podem estar sob controle pessoal (lócus controle interno) ou podem ser determinadas por forças externas ao indivíduo (lócus controle externo). Julian B. Rotter (1916 -2014). Escala I-E (Lócus de controle interno – externo)
LÓCUS DE CONTROLE INTERNO
Indivíduo interpreta que o seu próprio comportamento ou características pessoais são responsáveis pelas consequências do seu comportamento (reforçadoras ou punitivas).
LÓCUS DE CONTROLE EXTERNO
Individuo interpreta as consequências do seu comportamento controladas por forças externas (sorte, destino, outras pessoas) (Rotter, 1966)
É a totalidade de experiências de aprendizagem que cria no indivíduo uma expectativa generalizada sobre a possibilidade do reforço ser controlado internamente ou externamente. -> interpretação que influencia o comportamento em quase todas as situações.
Indivíduos elaboram descrições verbais acerca dos acontecimentos a que estão sujeitos:
Regras: Formulam auto-regras que governam seu comportamento com efetividade 
As regras podem expressar a discriminação dos indivíduos quanto ao seu grau de controle sobre os eventos do meio. 
Rotter (1966) propôs que indivíduos com lócus de controle interno possuem maior probabilidade de:
1. Obter informações sobre situações na vida de forma a melhorar seu comportamento futuro
2. Tomar iniciativas para mudar ou melhorar sua condição na vida
3. Dar mais valor à habilidade individual e à realização de objetivos
4. São mais resistentes à manipulação por outros
LÓCUS DE CONTROLE E SAÚDE - Pessoas com lócus de controle predominantemente externo podem estar mais propensas a desenvolverem doenças devido à falta de cuidados preventivos apropriados e por correrem mais riscos confiando na sorte ou em Deus.
Diabéticos têm predominância de lócus de controle externo. (Zanetti et al, 1993)

Outros materiais