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Co-culpabilidade

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1 
 
CO-CULPABILIDADE DENTRO DA ESFERA CRIMINAL 
Danubia da Silva Rocha 
RESUMO 
Ao decorrer desse trabalho vamos mostrar a culpabilidade, um breve histórico 
indicando evoluções e também apresentaremos a teoria adotada nos dias de 
hoje. Culpabilidade onde se integra a pena do agente mas também podemos 
excluí-las em alguns casos preenchendo os requisitos. Abordaremos sobre a 
co-culpabilidade, mostrando seu princípio e no que consiste, sendo este uma 
integração do Estado com o agente. 
PALAVRAS CHAVES: Culpabilidade, Requisitos, Excludentes, Co-
culpabilidade. 
1. INTRODUÇÃO 
Neste presente trabalho vamos nos deparar com teorias sobre 
culpabilidade, mostrando desde o conceito até a teoria adotada nos dias de 
hoje, sendo esta a teoria normativa pura, onde é culpabilidade mostra quem é 
sujeito culpável que vai aderir pena pelo seu comportamento típico, ilícito e 
culpável, integrando o conceito de crime. Mas, como toda regra existe exceção 
nem todos são culpados, ou seja, existem excludentes de culpabilidade, por 
exemplo, quando o agente pratica um ato sendo incapaz de se entender e 
determinar-se diante um fato ilícito ou também quando age por erro, nessas 
duas hipóteses o excluí a culpabilidade ficando isento de pena. 
Mais adiante abordaremos sobre o princípio da co-culpabilidade, 
onde mostra o compartilhamento do delito entre o Estado e o sujeito que 
praticou a conduta. 
2.CONCEITO DE CULPABILIDADE 
A culpabilidade consiste na reprovabilidade pela formação da 
vontade (Jeschek, Tratado, vol. I, p. 559), em outras palavras a culpa carrega 
uma carga negativa que é a reprovação pessoal do agente sobre a conduta 
típica e ilícita praticada. Segundo Celso Delmanto, culpabilidade é a 
reprovação ao agente pela contradição entre sua vontade e a vontade da lei. 
2 
 
Para existir culpabilidade, tem que existir a prática do ato típico e 
ilícito, sendo este o conceito analítico de crime. O Código Penal Brasileiro, não 
traz o conceito de Culpabilidade que nada mais é a imputabilidade, ou seja a 
aplicação da pena, mas nos mostra os casos que o sujeito pode ser 
inimputável. 
Para a culpabilidade chegar no conceito atual existiu uma 
evolução histórica, em cada “época” uma teoria foi defendida, começando pela 
Teoria Psicológica, passando pela Teoria Normativa e finalmente chegando no 
conceito atual sendo esta Teoria Normativa Pura. Adiante entenderemos cada 
uma dessas teorias. 
2.1 EVOLUÇÕES HISTÓRICA DA CULPABILIDADE 
O conceito de culpabilidade que conhecemos atualmente foi 
objeto de uma evolução histórica, começou do século XIX com o conceito 
psicológico de culpabilidade, no início século XX esse conceito evoluiu para o 
psicológico-normativo, durante o século XX e na passagem para o século XXI 
esse conceito passou a ser totalmente e exclusivamente normativo, chamada 
normativa pura. 
2.1.1 TEORIA PSICOLÓGICA OU CAUSAL NATURALISTA DA 
CULPABILIDADE 
Nas palavras de Von Liszt culpabilidade, para essa teoria, é a 
ligação subjetiva entre o ato e o autor. Para essa corrente a culpabilidade 
consiste em uma relação psicológica entre o sujeito que praticou o ato ilícito e a 
conduta. 
Em uma visão analítica de crime Von Liszt e Beling dividem em 
dois aspectos, um externo e o outro interno. O aspecto externo consiste em 
compreender a ação típica e antijurídica. Já o interno falava sobre a 
culpabilidade, sendo está o conceito dado acima, a relação psicológica. 
Assim o crime era definido como ação típica, antijurídica e 
culpável. 
3 
 
Definimos a ação com as palavras de Von Liszt: 
Ação é o fato que repousa sobre a vontade humana, mudança no 
mundo exterior referível à vontade do homem. Sem ato de vontade 
não há ação, não há injusto, não há crime: cogiton poenam nemo 
patitur. Mas também não há ação, não há injusto, não há crime 
sem uma mudança operada no mundo exterior, sem um resultado. 
Destarte são os dados os dois elementos, de que se compõem a 
ideia de ação e portanto a de crime: ato de vontade e resultado. 
Definimos o tipo como a descrição objetiva das condutas. A 
antijuricidade é ligada à ação típica. 
E finalmente a culpabilidade podemos definir imediatamente 
falando que nela está o dolo e a culpa que são espécies. Era analisado se o 
sujeito era inimputável antes mesmo de analisar o dolo e a culpa, era preciso 
saber se o agente tinha que responder pelo ato ilícito, Ronaldo Tanus Madeira 
diz: 
É que um doente mental jamais poderá agir com o dolo ou culpa, 
porque, sem capacidade psíquica para a compreensão do ilícito, 
não há nenhuma relação psíquica relevante para o Direito Penal, 
entre o agente e o fato. Sem a imputabilidade, não se perfaz a 
relação subjetiva entre a conduta e o resultado. Não se pode falar 
em dolo ou culpa de um doente mental. O dolo e a culpa como 
formas de exteriorização da culpabilidade em direção à causação 
do resultado, pressupõem a imputabilidade do agente. 
 O dolo por sua vez é normativo. 
A culpabilidade nesse conceito denominado sistema clássico, e 
como citado antes a teoria é conhecida como psicológica pelo fato de ter 
vínculo psicológico do agente com o ato ilícito por ele praticado. 
2.1.2 CRÍTICAS À TEORIA PSICOLÓGICA 
Essa doutrina começou a sofrer algumas críticas. 
A primeira delas, por exemplo, é que o conceito de ação não 
consegue explicar a omissão e em outro momento essa teoria não tem 
previsão em explicar a culpa inconsciente. Por fim, era impossível resolver 
4 
 
questões práticas que envolvam coação moral irresistível e obediência 
hierárquica à ordem manifestante ilegal, nos casos o agente age com dolo mas 
o crime não pode ser imputado, entretanto é punido o autor da coação ou da 
ordem. 
2.2 TEORIAS NORMATIVA DA CULPABILIDADE- SISTEMA NEOCLÁSSICO 
Em 1907, por meio de Frank, foram realizadas modificações na 
teoria clássica de culpabilidade, essas alterações foram feitas no tipo penal, foi 
adicionado elementos subjetivos e normativos no tipo. A culpabilidade passou 
de um caráter psicológico a um caráter de elementos psiconormativos, ou seja, 
passou de um vínculo do autor e o ato que foi praticado para um juízo de 
reprovação de censura segundo Bitencourt. 
Para ser imputável, não bastava analisar o dolo e a culpa 
(elementos subjetivos), mas teria que exigir uma conduta conforme o direito. 
Com esses elementos conseguiam solucionar alguns problemas que o sistema 
clássico não solucionava como a coação irresistível, a obediência hierárquica e 
o estado de necessidade exculpante. Com a modificação era nítida a 
compreensão tanto da ação e omissão. 
Foi abandonado um conceito psicológico da teoria clássica e foi 
introduzido um conceito normativo, ou seja a culpabilidade passou a ser a 
reprovabilidade como juízo de desaprovação jurídica do ato que recai sobre o 
autor se converte na base do sistema. 
Para essa teoria a estrutura da culpabilidade será 
 Imputabilidade: que nada mais é que a responsabilização do sujeito que 
praticou o ato ilícito que teve capacidade para se determinar e entender 
durante a prática. 
 Dolo: é quando o sujeito pretende e tem consciência de obter o 
resultado, sabendo que o fato é contra o ordenamento jurídico, e a culpa 
seria uma vontade defeituosa. 
 A não exigibilidade de conduta diversa passou a ser causa de exclusão 
da culpabilidade. 
5 
 
Por fim, na teoria psicológico-normativa, foram introduzidos 
elementos de natureza normativa, tendo em vista que é uma evolução histórica 
no sistema causal. 
2.3TEORIA NORMATIVA PURA- TEORIA FINALISTA DA AÇÃO 
Foi na Alemanha, em 1931, que Hans Kelsen desenvolveu essa 
teoria publicando “Causalidade e ação”. 
Essa teoriapode ser chamada de estrita ou estremada, de modo 
que ela foi adotada para definir a Culpabilidade. Para essa corrente o homem 
certamente pode prever as consequências do seu ato,sabendo fins para 
executar suas atividades. 
Nas palavras de Welzel a ação é: 
Ação humana é exercício da atividade final. A ação é, por isso, 
acontecer “final”, não somente “causal”. A finalidade ou o caráter 
final da ação se baseia em que o homem, graças a seu saber 
causal, pode prever, dentro de certos limites, as consequências 
possíveis de sua atividade, estabelecendo, portanto, fins diversos 
e dirigir sua atividade, conforme o seu plano, a consecução 
desses fins. Em virtude de seu saber causal prévio, pode dirigir os 
distintos atos de suas atividades de tal modo que oriente o 
acontecer causal exterior a um fim e assim o determine finalmente. 
Atividade final é um agir orientado conscientemente ao sim, 
enquanto que o acontecer causal não está dirigido ao fim, senão 
que é a resultante dos componentes causais existentes em cada 
caso. Por isso a finalidade é – dito em fora gráfica – vidente, a 
causalidade, cega. 
Essa teoria transformou o sistema causal. Assim uma dessas 
mudanças é que o dolo e a culpa não integrariam mais a culpabilidade, e 
integram a conduta, ou seja, fazem parte do fato típico. A consciência de 
ilicitude foi excluída do dolo e foi transportada para culpabilidade. E a 
culpabilidade passou a ter os seguintes elementos: 
a) Imputabilidade; 
b) Potencial consciência de ilicitude; 
c) Exigibilidade de conduta diversa. 
6 
 
 
Segundo Moura Teles: 
Culpável, portanto, é o fato praticado por um sujeito imputável que 
tinha possibilidade de saber que seu comportamento era proibido 
pelo ordenamento jurídico, e que, nas circunstâncias em que agiu, 
poderia ter agido de modo diferente, conforme o direito. 
 
2.3.1 IMPUTABILIDADES 
A imputabilidade é o primeiro elemento da culpabilidade, sendo essa a 
condição para o sujeito receber a pena coercitiva, ou seja é a capacidade de 
culpa. Para o sujeito ser imputável, ele tem que ao tempo da ação ou omissão 
entender o caráter ilícito do fato e determinar-se frente ao fato. 
Mas o sujeito pode ser inimputável, em razão de algumas causas de 
excludentes de imputabilidade. 
2.3.1.1 INIMPUTABILIDADES POR DOENÇA MENTAL 
O Código Penal no seu artigo 26 determina a inimputabilidade por doença 
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, trazendo a 
seguinte redação: 
Art.26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
O caput desse artigo nos mostra nitidamente que o Código Penal 
adotou dois critérios para entendermos a inimputabilidade do agente: 
1. Existência de uma doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto; 
2. Absoluta capacidade de, ao tempo da ação ou da omissão, entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
7 
 
O critério exposto nesse artigo é o biopsicológico para demonstrar 
a inimputabilidade do agente, precisa estar previsto os três requisitos que 
compõe o art.26, caput CP, são eles: 
1. Causal: existência de doença mental ou de desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado; 
2. Cronológico: ao tempo da conduta 
3. Consequencial: perda de total capacidade de entender ou de 
autodeterminar. 
Uma vez que foi excluída a culpabilidade, nesse caso o 
agente é absolvido não respondendo pelo crime praticado, assim é imposta a 
medida de segurança. Também descreve o art. 98 do CP que o juiz pode 
mudar a substituir a pena por internação ou tratamento ambulatorial, mas não 
pode combinar pena com medida de segurança. 
Também temos a semi-imputabilidade, descrita no Código 
Penal, art.26, parágrafo único, nesse caso não é excluído a culpabilidade e o 
agente é considerado semi-imputável significa que mesmo que o agente 
possuir doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
ele tenha a capacidade parcial de compreender o caráter ilícito ou determinar-
se de acordo com esse ele não ficara isento de pena, o agente é condenado 
mas terá uma redução de pena. 
2.3.1.2 INIMPUTABILIDADE PELA MENORIDADE 
A inimputabilidade por menoridade é pelo fato que os 
doutrinadores entenderam que menores de 18 anos não são capazes de 
entender e determinar-se diante de um fato ilícito. E assim foi adotado 
puramente o critério biológico. 
E para esses menores que cometer ato ilícito, eles serão sujeitos 
a medida socioeducativa, nos termos redigido no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) lei n⁰8069/90. Na nossa Lei Maior (CF), o legislador, 
preocupado com a maioridade penal redigiu um artigo para esse tema: 
 
Art. 228 São penalmente inimputáveis os menores de dezoito 
anos, sujeitos às normas de legislação especial. 
8 
 
 
A redação do Código Penal no seu art. 27 assemelha com a 
redação do artigo mencionado acima da Constituição Federal, que nos diz o 
seguinte: 
 
Art. 27 Os menores de 18(dezoito) anos são penalmente 
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. 
O agente quando chega à maioridade, torna-se imputável assim 
podendo receber uma sanção do Estado pelo ato ilícito praticado, o agente 
torna-se capaz de ser culpado a partir do primeiro minuto do dia do seu 
aniversário não importando a hora que este nasceu. 
2.3.1.3 EMOÇÃO E PAIXÃO 
Elas estão descritas no art.28, I CP, assim não excluindo a 
imputabilidade. O código permite a punição para aqueles crimes que são 
motivados uma grande emoção ou paixão. Mesmo com o descontrole 
emocional do réu, não afasta a imputabilidade e em algumas passagens no 
Código Penal esses fatores atenuam ou agravam a pena do agente. 
2.3.1.4 EMBRIAGUEZ 
Na redação do art.28, II do CP, mostra que não exclui a 
embriaguez que seja voluntária ou culposa, causada pelo álcool ou substância 
análoga. Assim só se exclui a culpabilidade a embriaguez completa 
proveniente de caso fortuito ou força maior, e ao tempo da ação ou omissão o 
agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito ou determinar-se 
diante dele. 
Existe a embriaguez voluntária e a involuntária. 
Sendo a voluntária descrita no art.28, II CP., mesmo sendo uma 
embriaguez completa não exclui a imputabilidade, pelo fato da teoria adotada 
chamada actio libera in causa que consiste em que o agente quis produzir o 
efeito, tendo conhecimento ou podendo prever o resultado. A embriaguez 
voluntária culposa é aquela que o agente agiu com vontade de se embriagar, e 
a embriaguez culposa é ainda voluntária mas o agente não bebe com intenção 
9 
 
de se embriagar, mas acaba se descuidando e bebe até ficar bêbado. Nessas 
duas hipóteses o agente deverá responder pelos seus atos. 
 Já a embriaguez involuntária produzida por caso fortuito ou força 
maior. Caso fortuito é o caso produzido pela natureza, exemplo: uma pessoa 
visita um alambique e escorrega e cai dentro de um barril de cachaça, fazendo 
a ingestão de cachaça e ficando embriagado. E força maior casos produzidos 
por homem, quando uma pessoa é obrigada a beber. 
Para afastar a imputabilidade a embriaguez tem que se encaixar 
no que está descrito no art.28, II, §1º CP., que seria a embriaguez involuntária 
e completa do agente proveniente de caso fortuito ou força maior, onde o 
agente era ao tempo da omissão totalmente incapaz de se entender e auto 
determinar em frente ao fato de caráter ilícito. Já no §2º do mesmo artigo e 
inciso citado acimacausa uma diminuição de pena de um a dois terços quando 
o agente pelas mesmas causas de embriaguez seria ao tempo da ação ou 
omissão parcialmente capaz de entender seus atos. 
 
2.3.2 POTENCIAL DE CONSCIÊNCIA SOBRE ILICITUDE DO FATO 
Após a reforma do Código Penal que ocorreu em 1984, o erro 
ficou conhecido como erro de tipo e erro de proibição. 
O erro de tipo é analisado no tipo, e o erro de proibição é 
analisado é analisado na aferição da culpabilidade do agente, neste procura-se 
em qual condição encontrava-se o agente para entender o fato, que este 
descrito no Código Penal no art.21. 
2.3.2.1 ERRO DE PROIBIÇÃO 
A ignorância ou o desconhecimento da lei não se confundem com 
o erro, pois apenas este acarreta consequências. O erro de proibição leva que 
o agente que por uma compreensão errada de determinada regra, faz com que 
o agente pratique um ato que seja injusto para o Direito Penal, ou seja, o 
agente pela falta de entendimento pratica uma conduta achando que era 
permitida, mas é proibida, e é daí que vem o nome erro de proibição. 
10 
 
A consciência real é que o agente deve saber que a conduta que 
pratica é ilícita e na consciência potencial basta a possibilidade que o agente 
tinha de ter conhecimento. 
Temos espécies de erro e são três: 
a) Direto: é um erro inevitável, quando se realiza uma 
conduta proibitiva, pelo fato de desconhecer a norma ou conhecê-la mal; 
b) Indireto: para entendermos temos que voltar em 
duas teorias que estão expostas no art.21 que prevê as descriminantes 
putativas. A teoria limitada é se o erro recair sobre um fato tornaria a 
ação legitima e seria considerado erro de tipo, mas se houvesse limites 
de causa de justificação será erro de proibição. A teoria extremada ou 
estrita não faz distinção entre erro que cai sobre o fato e o erro que cai 
sobre os limites da causa de justificação, pois os dois são erros de 
proibição; 
c) Mandamental: ocorrem nos crimes omissivos, crimes 
comissivos por omissão. 
 
2.3.2.2 CONSEQUÊNCIAS DO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O erro de proibição pode ser evitável e inevitável e suas 
consequências são totalmente diferentes. Sendo ele inevitável o sujeito é 
isento de pena, e se for evitável a pena é diminuída de um sexto a um terço. 
 
2.3.3 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
A culpabilidade se completa com este último elemento, que é uma 
conduta positiva ou negativa para preservar bens. Que é fundado no princípio 
de que só pode punir as condutas que poderiam ser evitadas, e quando no 
caso concreto for inexigível conduta diversa o agente ficará isento de pena. 
O Código Penal, no seu art. 22 traz duas hipóteses de 
inexigibilidade de conduta diversa que são elas: coação irresistível e 
obediência hierárquica. 
 
2.3.3.1 COAÇÃO IRRESISTÍVEL 
11 
 
Acontece quando o coator quer alcançar o objetivo do caráter 
ilícito ameaça uma pessoa (coagido) a agir no conforme do tipo penal. Para 
esse tipo de coação deve-se que a ameaça do coator de mal grave e iminente 
onde não pode suportar, onde o perigo seja inevitável para o coagido e o 
caráter da ameaça irresistível. 
Desse modo afasta a culpabilidade do coagido, sendo este por 
consequência isento de pena. 
 
2.3.3.2 OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
Essa obediência ao superior afasta a culpabilidade pelo fato do 
obediente por dever não agir conforme o direito e para isso precisa que a 
ordem seja dita por um superior hierárquico, que essa ordem não seja ilegal e 
que o cumpridor da ordem limita-se apenas no que foi mandado. 
Assim afasta a culpabilidade se o agente não puder ter outro 
comportamento diante de certa conduta. 
 
3 COCULPABILIDADE 
A co-culpabilidade consiste na divisão de responsabilidade de um 
indivíduo delinquente excluído na esfera social com o Estado pelo delito, em 
razão da omissão desses oferecer oportunidades sociais para os cidadãos. 
A co-culpabilidade é como uma justiça social para que quando 
reconheçam os fatores socioeconômicos entendam que influenciam na prática 
do ato. 
O conceito ora apresentado, Grégore Moura (2006, 
p. 41) esclarece o que entende por princípio da co-culpabilidade: 
O princípio da co-culpabilidade é um princípio constitucional implícito 
que reconhece a corresponsabilidade do Estado no cometimento de 
determinados delitos, praticados por cidadãos que possuem menor 
âmbito de autodeterminação diante das circunstâncias do caso 
concreto, principalmente no que se refere às condições sociais e 
econômicas do agente, o que enseja menor reprovação social, 
gerando consequências práticas não só na aplicação e execução da 
pena, mas também no processo penal. 
 
 
12 
 
Não podemos pensar que a conduta recai sobre o Estado, mas 
devemos pensar que a conduta do agente que praticou o crime compartilha 
com o Estado, ou seja, quando o juiz aplicar a pena para o réu essa pena seja 
diminuída pela análise da marginalização do praticante do ilícito. 
Simone Matos Rios Pinto (2012, online) expõe: 
Outro fundamento do princípio da co-culpabilidade é reconhecer a 
desigualdade entre os homens. Essa desigualdade deve ser 
descontada, na conta, na hora da reprovação. Se o cidadão que 
comete um delito é devedor do Estado, enquanto detentor do poder 
de punir é também credor, ao mesmo tempo, deste mesmo Estado, 
enquanto responsável pela criação de condições necessárias para o 
bem-estar dos cidadãos, então, devemos entender que o Estado 
deve descontar aquilo que não realizou enquanto devedor, em face 
de não propiciar condições de vida digna a todos. Nesse sentido, a 
co-culpabilidade representa uma corresponsabilidade do Estado, no 
cometimento de delitos por parte desses cidadãos credores do 
Estado. 
 
3.1 JURISPRUDÊNCIA 
Essa jurisprudência mostra a adesão do princípio da co-
culpabilidade, onde foi levado em conta a vulnerabilidade da condição social do 
agente e a dosimetria de pena foi aplicada em favor do agente. 
Furto em residência. Concurso de agentes. Materialidade e autoria 
comprovadas. 
Fato típico. Inaplicabilidade do princípio da insignificância. […] Juízo 
condenatório mantido. Incidência da atenuante genérica prevista no 
art. 66 do CP. Réu semialfabetizado. Instituto da co-culpabilidade. 
(Apelação criminal nº 70013886742, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Des. Marco Antônio Bandeira 
Scapini, julgado em 20/4/2006). 
 
CONCLUSÃO 
Ao decorrer do nosso estudo vimos o conceito de crime e de 
culpabilidade onde está adere a teoria psicológica normativa, significando 
quando o agente é culpado e quando ele será punido e em que hipóteses ele 
ficara isento de pena. 
13 
 
 O princípio da co-culpabilidade nos chama mais atenção pelo fato 
de um novo pensamento no Direito Penal, assim por falta de dever do Estado 
deixar uma sociedade mais justa e equiparada cumprindo seus princípios 
constitucionais, dando uma manutenção necessária para aqueles que precisam 
de apoio da soberania. A adesão de medidas para projetos que melhore a 
qualidade de vida daqueles que necessitam ter uma qualidade de vida melhor. 
 Amparando-se na Constituição temos princípios que garante a 
Igualdade, a Dignidade da Pessoa Humana. Ao invés de adotar dosimetria da 
pena, mudar o pensamento e vivermos uma sociedade mais equiparada. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GRECO,Rogério.Curso de direito penal: parte geral. Niterói,RJ: 2014. 
Volume I 
DOTTI, René Ariel. Curso de direito penal: parte geral. São Paulo: 2010. 862 
p. 
GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito Penal: parte geral. São Paulo, 
2012. 
QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro, 2008. 
WENZEL, Hans. O novo sistema jurídico-penal:uma introduçãoà doutrina 
da ação finalista. São Paulo, 2001. 
 
MARÇAL,Fernanda Lira.O Princípio da co-cupabilidade e sua aplicação no 
Direito Penal Brasileiro: Disponível em: 
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=3cc578f087ea520a>

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