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Resumo Direito do Consumidor imprimir 1 bim

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Resumo Direito do Consumidor – 1º bimestre 
- Fundamento Legal e Contexto Histórico: CF art. 5º inc. XXXII e art. 170 inc. V 
O direito do consumidor está ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana, visando a proteção do consumidor, visto que por ser parte vulnerável na relação consumerista não pode ser enganado. 
Criação da Lei 8.078/90: em 1990 foi criado o Código de Defesa do Consumidor (CDC) com o intuito de maior às relações de consumo, sendo tal matéria de caráter cogente (ordem pública) o que trás maior segurança ao consumidor e veda o retrocesso. 
- Competência: da União (normas gerais). Estados (normas complementares) e DF. 
- Relação de Consumo: 
Para que se forme uma relação de consumo é necessário que exista uma relação entre: 
	Relação de Consumo = Consumidor + Fornecedor + Produto/Serviço
Consumidor: 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Para a definição de consumidor há 03 teorias: 
Teoria Minimalista, Finalística, Restrita ou Subjetiva: trata-se da teoria adotada de forma majoritária, a qual é considerado consumidor todo aquele que adquire um produto ou serviço para seu próprio consumo ou de sua família, assim, colocando fim a cadeia de produção pois utilizará o produto para consumo e não para revenda ou uso profissional. Ex: vou ao supermercado comprar sabão em pó para utilizar na limpeza da minha casa. 
Teoria Maximalista, Objetiva ou Ampliativa: por esta teoria é considerado consumidor todos aqueles que efetuam a compra de um produto ou serviço, não importando se será para sí a utilidade final deste. Ex: fui ao supermercado, comprei sabão em pó para doar à uma instituição de caridade. Neste caso, não foi para meu consumo, mas pelo simples fato de efetuar a compra, sou considerado consumidor. 
Teoria Finalística Temperada ou Mitigada: somente será considerado consumidor aquele que além de ser o destinatário final, também comprovar vulnerabilidade. 
*Consumidor por equiparação: art. 2º parágrafo único
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
 Ocorre quando uma ou mais pessoas, ainda que o número seja indeterminável seja atingida por evento danoso decorrente de uma relação de consumo. Ex: vou à casa de uma amiga usar o secador de cabelo dela, esse secador explode e me causa uma lesão. Não fui eu que comprei o secador, porém serei consumidora equiparada pois fui vítima de um dano causado de uma relação de consumo entre a proprietária do secador e o fornecedor do produto. 
Fornecedor 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Esse rol é exemplificativo, devendo ressaltar que para caracterizar-se fornecedor é necessário que este possua caráter habituai e profissional, com remuneração direta ou indireta. 
Assim, podemos concluir que aquele sujeito que vende seu carro para um terceiro pelo simples fato de não mais querer o veículo ou outros motivos pessoais, não é considerado fornecedor. Diferentemente, aquele que exerce habitualmente e profissionalmente a função de revendedor de carros em uma garagem, fazendo desta atividade sua profissão e obtendo lucros. 
Produtos e Serviços 
*Conceito de produto: 
 § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
*Conceito de serviços: 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
- Aplicação do CDC aos Serviços Públicos: serão aplicadas as normas do CDC àqueles serviços públicos de remuneração específica e de modo individual, como àgua, luz, telefonia, transporte público, rodovias com pedágios, etc. 
- Política Nacional das Relações de Consumo – arts. 4º e 5° CDC (ler) 
*Finalidade: auxiliar na aplicação prática do CDC, visando a saúde e segurança do consumidor. 
- Princípios 
1) Princípio do reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor: significa reconhecer que em uma relação de consumo o consumidor torna-se vulnerável em relação ao fornecedor, podendo essa vulnerabilidade ser: 
 Técnica: falta de expertise em relação ao produto ou serviço;
Ex: vício em um programa de celular o qual comprei e desconheço sobre o assunto. 
 Jurídica: Imposição de contrato de adesão, de modo a impedir ao consumidor discutir as cláusulas contratuais; 
 Fática: Inferioridade financeira ou social na relação contratual, proveniente do poder econômico ou em razão de exclusividade do produto ou do serviço disponibilizado pelo fornecedor;
 Informacional: oriunda da falta de informação que deveria ser prestada sobre o produto ou o serviço.
2) Princípio do estudo constante das modificações do mercado de consumo: considerando que o mercado consumerista está em constante evolução, o fornecedor deve estar sempre estudando – o de forma que possa atender às necessidades dos consumidores de acordo com as modificações ao longo do tempo. 
3) Princípio da ação governamental para a proteção do consumidor: trata-se da intervenção estatal de forma que venha proteger o consumidor, podendo ocorrer das seguintes formas: 
. Por iniciativa direta do Estado: Legislação e órgãos de defesa do consumidor.
. Por incentivo à organização dos consumidores em entidades associativas
. Pela regulamentação do mercado de consumo, exigindo padrões mínimos de
qualidade, segurança, durabilidade, desempenho e etc
4) Princípio da educação e informação dos consumidores: o fornecedor deve trazer de modo claro e preciso todas as informações referentes ao produto/serviço, respeitando o direito de escolha do consumidor, não deve ocultar nada. 
5) Princípio da harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo: tanto o desenvolvimento econômico quanto o tecnológico deve servir para suprir as necessidades dos consumidores e jamais prejudica-las. 
6) Princípio do controle de qualidade e segurança de produtos ou serviços: todo produto ou serviço deve passar por um controle de qualidade visando o máximo de segurança ao consumidor de forma a evitar riscos. 
7) Princípio da coibição e repressão das práticas abusivas: qualquer norma criada afim de diminuir o direito do consumidor não terá validade, visto que as normas do CDC tem natureza cogente. 
8) Princípio da racionalização e melhoria dos serviços públicos: seguindo os dispostos nos arts. 6º e 22 do CDC os serviços públicos devem ser adequados, permitir acesso a todos, ser eficaz, seguro e contínuo. 
9) Princípio da garantia de adequação: os produtos e serviços oferecidos devem ser adequados às necessidades do consumidor. 
10) Princípio do equilíbrio nas relações de consumo: deve-se prezar pela equidade contratual, com prestações proporcionais e justas. 
11) Princípio da boa fé objetiva: o fornecedor deve ter um comportamento leal em todos os momentos da relação de consumo, cumprindo com as obrigações em tudo que lhe é de responsabilidade. Lembrando que ônus de provar a má fé é de quem a alega. 
 - Inversão do Ônus da Prova: 
a) Hipossuficiência: se restringe a aspectos econômicos, ou seja, dificuldade do consumidor em adquirir bem ou serviço, e ainda processuais, ou seja, dificuldade do consumidor provar o fato em juízo em virtude de sua “condição” em relação do fornecedor. 
b) Vulnerabilidade: neste caso o desequilíbrio pode se dar nos aspectos técnico, jurídico,
econômico ou informacional.
 - Responsabilidade Civil no CDC 
Lesão ==== Dano
{Nexo causal}
*No Código Civil a responsabilidade pela reparação de danos é tratada nos arts. 186 e 927. 
*CDC: adota a Teoria do Risco da Atividade. Por essa teoria, todo fornecedorque colocar um produto/serviço no mercado está assumindo um risco, estando a partir dali responsável pela reparação de eventual dano que seja causado por esse produto ou serviço. 
Assim, a reponsabilidade do fornecedor em regra, será sempre OBJETIVA, pois independe de culpa em razão a teoria do risco da atividade. 
*Exceção: Responsabilidade do Profissional Liberal art. 14 §4º => será subjetiva pois depende de comprovação de culpa. Em regra, os serviços prestados por esses profissionais (determinado médico, advogado, engenheiro) são personalíssimos. Exclui-se quando tratar-se de hospitais, grupos de saúde, empresas de consultoria e engenharia. 
Antes de entender a responsabilidade é necessário a seguinte distinção: 
* Vício X Defeito: 
a) Vício: tem-se por configurado o vício do produto quando desrespeitadas as características que se esperam atinente à qualidade e indicativas de sua quantidade, sendo que a extensão e profundidade do vício se fazem sentir tão somente no próprio produto. (arts. 18 e 19) 
b) Defeito (ou Fato): o defeito este só se perfaz quando em decorrência do vício do produto ou serviço o consumidor vem a sofrer danos de ordem material e/ou moral. (art. 12§1°)
Responsabilidade pelo FATO (DEFEITO) DO PRODUTO (arts. 12§1º e inc. + =2º): configurado o defeito e a ocorrência do dano, o fabricante, o produtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem SOLIDARIAMENTE pela reparação de dano ao consumidor, independente de comprovação de culpa (responsabilidade objetiva pelo risco da teoria da atividade). 
*Excludente de responsabilidade do Fabricante, Construtor, Produtor ou Importador (art. 12 =3º I, II e III): 
a) o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
b) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
c) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Obs: em casos de CULPA CONCORRENTE do consumidor, a responsabilidade será ATENUADA mas NÃO excluída. 
*Direito de regresso (art. 13): consiste no direito de cobrar através de demanda judicial o valor pago por X que era da responsabilidade de Y. Ex: o fornecedor (X) indenizou o consumidor, quando na verdade o responsável pelo defeito era o fabricante (Y). 
Lembrando: em relação ao consumidor não importa quem seja o verdadeiro responsável pelo dano causado, pois este deve por direito ser reparado ou ressarcido o mais rápido possível, podendo posteriormente os responsáveis solidários pelo produto/serviço discutirem entre sí a “culpa” e pleitear seu prejuízo via ação de regresso. 
Responsabilidade pelo FATO (DEFEITO) DO SERVIÇO (art. 14): o fornecedor de serviços terá de reparar o dano quando este não oferecer a segurança que se esperava ou não trazer informações suficientes, considerando para isso circunstâncias relevantes como o seu modo de fornecimento, os resultados, o risco que razoavelmente se esperava à época em que foi fornecido. 
Obs: o serviço não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas (art. 14§2º). 
*Solidariedade: assim como na responsabilidade por defeito do produto, aqui também há responsabilidade entre os fornecedores, em regra. 
*Excludentes de responsabilidade pelos fornecedores de serviços: 
a) que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
b) a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro; 
c) caso fortuito ou força maior. 
Responsabilidade pelo VÍCIO DO PRODUTO (art. 19 inc. I e II): a responsabilidade seja pela qualidade ou pela quantidade será solidária entre os fornecedores deste produto, podendo o consumidor pedir a substituição da parte viciada. 
*Prazo para sanar o vício: o prazo máximo para sanar o vício do produto é de 30 dias, não ocorrendo neste prazo, o consumidor poderá quanto aos vícios: 
a) de qualidade (art. 18 inc. I, II e III): 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 III - o abatimento proporcional do preço.
b) de quantidade (art. 19 inc. I, II, III e IV): 
I - o abatimento proporcional do preço;
 II - complementação do peso ou medida;
 III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
 IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
Importante: 
Se tratar de produto essencial ao consumidor, não cabe a regra do prazo de 30 dias;
Se o mesmo vício surgir após o conserto, não se aplica mais a regra dos 30 dias, cabendo ao consumidor escolher umas das hipóteses previstas nos inc. I, II ou III do art. 18 §1°. 
O fornecedor tem o dever de indenizar os prejuízos sofridos pelo consumidor se houver privação do uso do bem durante o prazo de conserto. Ex: se utilizo meu carro para trabalhar e fico sem ele devido ao vício, devo ser indenizado como consumidor. 
Responsabilidade por VICIO DO SERVIÇO (art. 20 §2º): São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade, sendo o fornecedor responsável pela reparação. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha (art. 20):
 I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; nesta hipótese a reexecução deve ser realizada por terceiros capacitados e por conta e risco do fornecedor (art. 20 §1º). 
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 III - o abatimento proporcional do preço.
Responsabilidade quanto á publicidade e ofertas (art. 35): Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
 II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
- Princípio da reparação integral dos danos (art. 6º VI): tanto o dano material, moral ou estético pode ser pleiteados pelo consumidor. 
*Súmula 37 STJ: dano material + moral 
*Súmula 387 STJ: dano estético e moral 
- Prescrição e Decadência: 
Vale lembrar: 
*Prescrição: perda da pretensão para ingressa em juízo sobre seu direito. 
*Decadência: perda do direito em si. 
VÍCIO ========== DECAI
DEFEITO (FATO) ========= PRESCREVE
Prazo decadencial (refere-se ao vício) art. 26: 
Produtos ou serviços NÃO duráveis: prazo de 30 dias. 
Produtos ou serviços DURÁVEIS: prazo de 90 dias. 
*Início da contagem do prazo: 
Vício aparente: conta-se da entrega efetiva do produto; 
Vício oculto: conta-se do momento de constatação do vício. 
*Causas de suspensão (para de contar e volta contar de onde parou) do prazo decadencial (art. 26 §2º I e III CDC): 
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; 
 III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento (quando tratar-se de lesão à coletividade). 
***Importante***
De acordo com a Súmula 477 não se aplica o prazo decadencial no conhecimento às cobranças de taxas, tarifas e encargos bancários. 
Prazo Prescricional (refere-se aos defeitos) art. 27: 
*Será de 05 anos para que o consumidor possa pleitear a reparação do dano sofrido pelo DEFEITO do produto ou serviço. 
*Início da contagem do prazo: da data do conhecimento do dano e autoria. 
***Observação***Não há suspensão ou interrupção do prazo prescricional previsto no CDC, portanto se necessário utiliza-se de forma subsidiária o Código Civil.

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