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Aval, fiança, endosso

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Garantias Pessoais: O aval, a fiança e o garante solidário
1. DA DIFERENTE ENTRE GARANTIAS REAIS E GARANTIAS PESSOAIS
Por garantia, entende-se, genericamente, algo destinado a gerar segurança física, emocional, financeira ou jurídica. No âmbito jurídico elas são divididas em garantias reais e garantias pessoais.
As garantias reais são aquelas que são baseadas em uma “coisa” (do latim, “res”). Nela, o devedor destaca um bem específico que garantirá o ressarcimento do credor na hipótese de seu inadimplemento. Neste caso, o credor poderá vender o bem onerado, pagando-se assim a dívida com o preço obtido e, caso haja diferença, devolvendo-se ao devedor. Para a validade da garantia real é necessário que seu contrato estabeleça claramente o valor da dívida e os encargos incidentes sobre ela, o prazo e a forma de pagamento, bem como a identificação do bem garantidor da operação. É necessário, ainda, que tal contrato seja registrado em um Cartório de Registro de Imóveis (se envolver bem imóvel) ou um Cartório de Títulos e Documentos (é o caso de envolver bens móveis). São exemplos: o penhor, a anticrese, a hipoteca, a alienação fiduciária em garantia.
Já as garantias pessoais, também conhecidas como “fidejussórias” são aquelas baseadas na honradez e na boa fama do garantidor. É baseada na fidelidade do garantidor em cumprir as obrigações caso o devedor não o faça. Nessa garantia, os bens pessoais do garantidor são tomados para o cumprimento da dívida do devedor. No Direito Pátrio, dois tipos são expressamente admitidos: o aval e a fiança, que serão destrinchados a seguir.
Ademais, conveniente salientar que toda garantia é acessória a uma obrigação principal e que, portanto, com a extinção da obrigação principal a garantia deixa de existir. Por outro lado, a garantia se prende somente à obrigação garantia, não podendo, por ato unilateral do credor, se estender a outra obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas.
2. O AVAL
É o aval uma garantia pessoal de natureza cambial prestada pelo avalista, sendo um terceiro, pessoa capaz (física ou jurídica, sendo certo que para a pessoa jurídica deverá ser analisado quem tem os efetivos poderes para fazê-lo, nos termos de seu estatuto/contrato social), que se obriga pelo avalizado (devedor), assumindo, total ou parcialmente, em caráter solidário, obrigação pecuniária contraída por este com base em título de crédito, conforme o disposto no art. 32 da Lei Uniforme de Genébra e nos arts. 897 a 900 do Código Civil vigente.
É prestado sempre no próprio título, na frente, em seu lado esquerdo, onde estará mencionada a frase “por aval” e a assinatura do avalista, podendo ser prestado:
(i) Antecipado: caracteriza-se pela aposição do aval, pelo avalista, anteriormente ao preenchimento total do título, conforme previsto no art. 14 da Lei Saraiva;
(ii) Limitado: caracteriza-se por garantir de forma limitada ou parcial a obrigação assumida pelo avalizado com base em um título de crédito;
(iii) Simultâneo: caracteriza-se pela existência de vários avalistas em um único título que simultaneamente o avalizam de forma limitada ou não; e
(iv) Aval “em preto” e “em branco”: o aval pode ser lançado com a identificação do avalizado, nesse caso, tem-se o aval “em preto”. Pode, ainda, nos termos no art. 31 da Lei Uniforme, não o fazer, sendo lançado sem a identificação do avalizado, nesse caso, efetuando em benefício do sacador da letra de câmbio.
O art. 899 do Código Civil, em seu início, menciona que o avalista se equipara àquele cujo nome indicar, ou seja, o avalista se obriga no mesmo nível do seu avalizado. O dispositivo em apreço quis realçar a mesma natureza cambiária da obrigação de ambos, avalista e avalizado. Isso não significa que o avalista pode vir a ser obrigado, perante o credor do título, por montante superior àquele que, em regresso, poderá recuperar junto ao avalizado.
A Lei Uniforme de Genébra consagrou dois princípios fundamentais, salientado que o avalista assume, perante o credor do título, uma obrigação autônoma, mas não equivalente à do avalizado: (a) o da autonomia substancial do aval, que, nos termos do parágrafo 2º, art. 899 do Código Civil, determina que a responsabilidade do avalista subsiste “ainda que nula a obrigação” por ele avalizada; e (b) o da acessoriedade formal do aval.
3. A FIANÇA
A fiança é o contrato pelo qual uma pessoa, física ou jurídica, se obriga a pagar ao credor o que a este deve um terceiro, ou seja, alguém estranho à relação obrigacional originária, denominado fiador, obriga-se perante o credor, garantindo com o seu próprio patrimônio a satisfação do crédito deste, caso não o solva o devedor. Ela está prevista nos arts. 818 a 839 do Código Civil vigente.
Trata-se de modalidade contratual de natureza acessória, pois só existe como garantia da obrigação de outrem, sendo muito frequente no mundo dos negócios, particularmente como adjeto à locação e a contratos bancários, juntamente com o aval.
Tem caráter acessório e subsidiário por depender da existência do contrato principal e tem sua execução subordinada ao não cumprimento deste pelo devedor. Sendo nula a obrigação principal, a fiança desaparece, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. A exceção não abrange, contudo, o caso de mútuo feito a menor.
O fiador, assegurando o cumprimento da obrigação, torna-se devedor direto e único, se o obrigado se escusa sob o fundamento de sua incapacidade. 
Por ter caráter acessório, a fiança pode ter valor inferior ao da obrigação principal, não podendo, entretanto, ser de valor superior ou mais onerosa do que esta, uma vez que o acessório não pode exceder o principal. Caso isso aconteça, não se anula toda a fiança, mas sim o que for excesso, reduzindo-a ao montante da obrigação afiançada.
A fiança é contrato unilateral, pois gera obrigações, depois de ultimado, unicamente para o fiador. Parte da doutrina, entretanto, o considera bilateral imperfeito: se o fiador vier a pagar o valor da fiança, fica sub-rogado nos direitos do credor primitivo, tendo ação contra o devedor para ser reembolsado daquilo que por sua causa despendeu. Esse direito do fiador não resulta de alguma obrigação do credor e sim do dispositivo da lei.
A efetivação da fiança depende de forma escrita ad solemnitatem, imposta pela lei nos termos do art. 819 do Código Civil, por instrumento público ou particular, no próprio corpo do contrato principal ou em separado. A forma determinada é que seja em escrito. Fiança jamais se presume.
Trata-se de contrato personalíssimo, pois é celebrado em função da confiança que o fiador merece.
A fiança pode ser convencional (resulta de acordo de vontades, que deve necessariamente ser escrito), legal (imposta pela lei) e judicial (determinada pelo juiz de ofício ou a partir de requerimento das partes).

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