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Unidade 1 iStock Planejamento, Controle e Gerenciamento dePlanejamento, Controle e Gerenciamento de MateriaisMateriais 1 Webaula 1 Apresentação A disciplina de Planejamento, Controle de Gerenciamento de materiais tem a finalidade de proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer os conceitos, importância, objetivos e benefício verificados a partir da eficiente gestão dos materiais necessários para atender a demanda produtiva, sejam eles matérias-primas, materiais secundários, maquinário, equipamentos ou mão de obra. É importante, aqui, destacar que negligenciar essa gestão pode comprometer substancialmente não só as operações produtivas e logísticas de uma organização, mas também prejudicar o nível de serviço que é oferecido ao seu mercado consumidor e, consequentemente, sua lucratividade e continuidade no mercado. 2 Objetivos da Disciplina: • Possibilitar o entendimento da disciplina, para que o aluno esteja apto a conhecer a importância das embalagens, suas funções e objetivos. • Proporcionar fontes de estudo que possam contribuir para o conhecimento no que se refere às ferramentas de qualidade mais comumente utilizadas nos processos operacionais, produtivos e logísticos. • Colaborar para que o aluno possa compreender corretamente os conceitos e a aplicabilidade do plano de produção, bem como seu correto dimensionamento e estruturação no contexto organizacional. • Possibilitar aos alunos o conhecimento sobre a eficaz gestão de estoques, bem como os entendimentos necessários em relação ao sistema produtivo adotado pela empresa. •Contribuir para que o aluno desenvolva habilidades específicas trabalhadas de acordo com o conteúdo ministrado. 3 Conteúdo Programático: Unidade 1 Embalagem: tipo, função e normalização Armazém logístico Equipamentos de movimentação e armazenagem de carga Layout e fluxo de materiais Unidade 2 Gestão de estoques: conceitos e objetivos Tipos, tipologias e elementos que influenciam a gestão de estoques Curva ABC na prática Sistemas produtivos e a gestão de estoques Unidade 3 MRP, MRP II e JIT: ferramentas da qualidade O sistema Kanban na prática ISO 9000 Sistemas de gestão da qualidade Unidade 4 Plano de produção Planejamento agregado de produção Teoria das restrições Teoria das filas 4 Metodologia – PADRÃO Os conteúdos programáticos ofertados nesta disciplina serão desenvolvidos por meio das Teleaulas, de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat, para aprofundamento e reflexão, e Webaulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo), além do Material didático da disciplina. 5 Habilidades e Competência Espera-se que, ao final da unidade, o aluno possa compreender os conceitos pertinentes ao eficiente planejamento da manufatura e das operações produtivas, bem como estar preparado para aplicar os instrumentos de planejamento disponíveis. Avaliação O sistema de avaliação da disciplina compreende assistir à teleaula, participar no fórum, realizar produções textuais interdisciplinares (Portfólio) e as avaliações virtuais, além de avaliação presencial embasada no material didático, teleaulas, webaula e material complementar. 6 1. INTRODUÇÃO Olá, pessoal! Sejam todos bem-vindos ao nosso ambiente de aprendizagem virtual. Sou o Prof. Edmarcos Carrara de Souza, graduado em Administração, Especialista em Logística Empresarial e Mestre em Ensino de Linguagens e suas Novas Tecnologias pela UNOPAR. Sou docente do Ensino Superior nas áreas de Logística e Gestão da Produção, duas áreas de fundamental importância para qualquer organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Portanto, essas áreas devem ser constantemente gerenciadas e controladas para que possam contribuir com a empresa no sentido de se conquistar lucratividade e competitividade. Você sabia que o gerenciamento dos procedimentos referentes ao gerenciamento dos níveis de estoques, aos sistemas produtivos adotados por uma empresa, seus processos de embalagem e o fluxo que os materiais percorrem são de fundamental importância para a competitividade, a lucratividade e o aumento do nível de serviço de uma empresa? Esses elementos, quando mal gerenciados, aumentam, e muito, o custo operacional. Estoques com níveis muito altos, por exemplo, significam dinheiro parado. Movimentar os insumos necessários para atender a demanda produtiva sem que haja necessidade contribui para o desperdício da mão de obra e expõe esses produtos a uma possibilidade maior de danos, perdas e extravios, além disso, produtos com embalagens inapropriadas podem ser danificados durante a carga, o transporte ou a descarga. Portanto, com o objetivo de prepará-los para o mercado de trabalho e aproximá-los da prática e das ocorrências mais comuns no cenário do planejamento, controle e gerenciamento de materiais é que elaboramos esta aula. Estão prontos? Vamos conhecer juntos o ambiente de gestão de estoques, como são classificados os modos produtivos de uma empresa, seus conceitos, funções, objetivos e, ainda, algumas ferramentas que tornam esse gerenciamento mais facilitado e eficiente? 7 Assista este vídeo sobre “PCP – Introdução ao Planejamento e Controle da Produção”. Você poderá compreender a importância desse planejamento de materiais e como o PCP se relaciona com os demais setores de uma indústria. 8 LINKVocê pode ler mais sobre a importância do planejamento e controle de materiais para o sucesso de uma organização. Disponível em: https://bit.ly/2MxUDEO . Acesso em: 15 mar. 2018. Link 9 2. EMBALAGEM E LAYOUT DE FLUXO DE MATERIAIS Você já reparou que quase todos os produtos que consumimos chegam até nós em algum tipo de embalagem? Já imaginou chegar em um sacolão, escolher diversas frutas e verduras e ter que transportá-las nas mãos até a sua casa? Impossível, não é? Deste modo, para nós, consumidores, a principal função de uma embalagem é nos proporcionar comodidade, tanto no que se refere a viabilizar o transporte dos produtos quanto no momento de acondicioná-los. Quer um exemplo? Como poderíamos acomodar pacotes de arroz e feijão em casa, de maneira adequada, se não tivéssemos uma embalagem que contribuísse para isso? Não seria nada prático, não é mesmo?Porém, mesmo sendo essa a função básica, não é a única. Devemos ainda analisar as embalagens de outros pontos de vista. Além de proteger e facilitar a organização dos produtos, elas ainda são bastante eficientes em fazer propagandas, em prover informações ao consumidor, como, por exemplo, prazo de validade e a relação dos ingredientes que compõem o produto, alertar o consumidor sobre componentes que eventualmente podem causar algum dano à saúde, como, por exemplo, embalagens que alertam sobre a presença de glúten ou o alto teor de sódio. 10 Entretanto, é importante destacar que, em diversas ocasiões, as embalagens podem significar um alto custo para as organizações e tais valores serão, impreterivelmente, repassados ao preço final de venda que será oferecido ao consumidor final. Algumas embalagens chegam a ter seu custo equiparado ou até mesmo maior que o custo do bem que elas acondicionam, como, por exemplo, as latas de cerveja, devido ao fato de serem feitas de alumínio (Figura 1). Portanto, as embalagens devem ser gerenciadas como qualquer outro custo organizacional, para que os gastos incorridos em função delas não reduzam a margem de lucro e a representatividade de um produto no mercado onde está ou será introduzido. Figura 1 – Exemplo de embalagem de alto custo Fonte: Pixabay 11 Dessa forma, Banzato (1997), a fim de esclarecer de maneira clara o conceitode embalagem, afirma que as embalagens não devem ser definidas somente como um simples contenedor e sim como um sistema de atividades inter-relacionadas. Tal fato se justifica ao considerarmos que tais embalagens são resultado do processo de beneficiamento dos insumos que as compõem, como, por exemplo, madeira, alumínio, vidro, além das operações de preenchimento quantificação e inspeções de qualidade e quantidade, operações de movimentação e, ainda, o processo de esvaziamento dessas embalagens por conta do consumo do produto que nela consta. Além disso, se considerarmos que as embalagens estão presentes em todos os momentos que compõem a cadeia de suprimentos, desde a matéria-prima até o momento em que os produtos são dispostos no ponto de venda para serem adquiridos, podemos entender de maneira clara que realmente não se trata somente de um simples invólucro ou algo com a função de proteger o produto. Deste modo, a fim de viabilizar a especificação das embalagens, Bertaglia (2009) as classifica de duas maneiras: as embalagens de consumo, que são aquelas que se destinam a viabilizar o uso do produto, como é o caso das embalagens de produtos alimentícios e de uso pessoal, por exemplo, e as embalagens de transporte, também chamadas de embalagens secundárias, terciárias e quaternárias. Um exemplo desse tipo de embalagem é a caixa de medicamentos. 12 Já imaginou se tivéssemos que transportar os comprimidos soltos? Portanto, é importante destacar que a função de unitizar os produtos é de fundamental importância não só para nós, consumidores, mas para todas as operações logísticas. Na Figura 2, mostramos um exemplo dos tipos de embalagem para medicamentos. Figura 2 – Representação de embalagens de consumo e embalagens de transporte de medicamentos Fonte: https://bit.ly/2N9x7iO 13 As embalagens de transporte ainda desempenham outras funções, como exposição, distribuição física, transporte e exportação, industrial ou de movimentação interna ou, ainda, de armazenagem.As embalagens expositoras são aquelas, como o próprio nome diz, que têm como objetivo expor o produto para o consumidor. É o caso das embalagens de barras de chocolate em uma loja de conveniência, por exemplo. Ou da embalagem apresentada na Figura 3, que coloca os saches de fermento biológico em exposição para os consumidores. Figura 3 – Embalagem expositora para a marca Fleischmann Fonte: https://bit.ly/2tBIqIm 14 Já as embalagens de distribuição física são utilizadas para acondicionar as embalagens expositoras e, consequentemente, as embalagens de consumo, até o momento em que são entregues no ponto de venda.Por sua vez, as embalagens de transporte e exportação consistem em invólucros, na generalidade dos casos feitas de metal, com a finalidade de acondicionar, unitizar e assegurar a integridade dos produtos em viagens de longa distância. Um bom exemplo dessas embalagens são os contêineres.As embalagens industriais ou de movimentação interna normalmente são utilizadas para a movimentação de matérias-primas ou de produtos acabados dentro da própria empresa, como, por exemplo, caixotes ou cestos, a fim de movimentar esses bens entre os armazéns e a linha de produção ou vice-versa.Por fim, as embalagens destinadas à armazenagem são utilizadas com o objetivo de acondicionar produtos que ficarão armazenados por longos períodos na empresa, portanto, precisam ser resistentes a fatores que podem danificar seu conteúdo, como calor excessivo, umidade ou baixas temperaturas. 15 Confira a importância das embalagens utilizadas no café. Você irá entender melhor a importância das embalagens como ferramenta para agregar valor a um produto. 16 Você pode conhecer mais sobre a história e a importância das embalagens. Disponível em: https://bit.ly/2KvZ2HK . Acesso em: 16 mar. 2018. Link 17 2.1 – Classificação das Embalagens Para gerenciar de maneira estratégica e assertiva as operações logísticas, é de fundamental importância considerarmos as classificações das embalagens de acordo com suas funções no fluxo de materiais. Dessa forma, no que se refere às suas funções, as embalagens podem ser classificadas como primárias, secundárias, terciárias e quaternárias. 18 a) Embalagem primária ou de venda: é o tipo de embalagem que mantém contato direto com o produto. Também é denominada embalagem de venda por ser aquela constantemente vista pelo consumidor no momento da compra. Pozo (2016) explica que, para ser eficiente, a embalagem primária deve possuir algumas particularidades, como ter forte apelo de venda, induzir o consumidor à compra, facilitar o manuseio, poder ser utilizada após vazia ou ser reciclada, facilitar o reconhecimento do produto, ser resistente e não poluente, ter custos baixos e, ainda, destacar os benefícios primordiais do produto. Figura 4 – Embalagens primárias, secundárias e terciárias Fonte: Mestriner (2007). Para saber mais Todos sabem da importância da embalagem para as empresas que atuam no segmento de consumo e reconhecem sua contribuição decisiva para a competitividade dos produtos no ponto de venda. Graças aos estudos e pesquisas realizados pelas empresas e instituições, sabemos que hoje o consumidor não separa nem faz distinção entre a embalagem e seu conteúdo. Para ele, os dois constituem uma única entidade indivisível. Esse mesmo consumidor considera a embalagem um item de referência e avaliação cada vez mais relevante no processo de escolha dos produtos. No Brasil, 83% das decisões de compra são tomadas no ponto de venda e a embalagem é a principal mediadora desse processo. 19 Você pode conhecer mais sobre os tipos embalagem no site da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Disponível em: https://bit.ly/Zohhr0. Acesso em: 04 mai 2018. Link 20 3 – FLUXO DE MATERIAIS A correta administração do fluxo de materiais é, sem dúvida, uma das premissas fundamentais para a saúde financeira de uma organização. Dentre os custos organizacionais, o de se manter estoques se destaca como um dos mais relevantes e, de acordo com Pozo (2016), pode representar até 40% das despesas logísticas de uma empresa. Dessa forma, os processos de armazenagem devem ser constantemente gerenciados.Franscischini e Gurgel (2013) explicam que os armazéns são locais destinados à guarda temporária dos insumos necessários para atender a demanda produtiva, como, por exemplo, as matérias-primas, e também para a o armazenamento dos produtos acabados até que sejam solicitados pelos consumidores, sejam eles diretos, como os varejos, ou indiretos, como, por exemplo, os atacados e distribuidores.A Figura 5 demonstra um modelo de armazém logístico estruturado por meio de porta paletes. Figura 5 – Modelo de armazém logístico Fonte: https://bit.ly/2tMr0Yz 21 QUESTÃO PARA REFLEXÃO: Sabemos que as embalagens possuem diversas classificações, funções e aplicabilidades. Nesse contexto, como um armazém estrategicamente organizado e as embalagem podem gerar valor para o consumidor final? 22 O fluxo de materiais em um sistema de armazenagem ocorre por meio de quatro subprocessos distintos: recebimento, estocagem, separação e expedição. 23 a) Recebimento: tem como objetivo principal assegurar que os produtos entregues estejam em conformidade com as especificações constantes no pedido de compra. Essas verificações ocorrem tanto no sentido quantitativo quanto no qualitativo. QUESTÃO PARA REFLEXÃO: É possível que qualquer colaborador possa gerir um depósito (armazém)? Pode-se utilizar qualquer estrutura, adquirir qualquer ferramenta de trabalho? A mão de obra precisa ser especializada? O local do depósito pode ser em qualquer região de um município, área urbana, por exemplo? 24 3.1 – Importância da Armazenagem Sabemos que é de fundamental importância que as empresas dediquem um local específico para a armazenagem de suas matérias-primas, demais insumose produtos acabados. Porém, a importância dos processos de armazenagem é bem mais ampla.De acordo com Russo (2013), a impossibilidade de se prever demandas futuras com exatidão é um dos fatores que mais contribuem para a existência dos armazéns. Neste contexto, a armazenagem está intimamente relacionada com o nível de serviço que a empresa pretende oferecer aos seus consumidores. Dessa forma, Russo (2013) destaca as principais importâncias da armazenagem: • Manter o fluxo produtivo: insumos estocados evitam interrupções no processo de fabricação, uma vez que a armazenagem contribui para compensar a insegurança ou a demora no fornecimento de determinados produtos. • Controle da sazonalidade: produtos ou insumos podem estar sujeitos a variações em relação ao seu fornecimento, como é o caso de alimentos fora da época de colheita. • Manter o nível de serviço: produtos acabados em estoque permitem à organização atender de maneira imediata flutuações na demanda de seus clientes, isto é, caso um consumidor necessite uma quantidade atípica de um determinado produto ou insumo, a empresa estará apta a atendê-lo. 25 Para Saber Mais As organizações que prezam o atendimento ao cliente como fator estratégico são obrigadas a tornar o sistema logístico como forma de agregar valor a seus produtos e serviços e somente através dessa conscientização entender que os investimentos em armazenagem e movimentação de materiais significam redução dos custos totais logísticos e a única forma de atendimento ao cliente com valor agregado. Para saber mais sobre a importância da armazenagem, acesse o link disponível em: <https://bit.ly/2Hhtvfa>. Acesso em: 15 mar. 2018 26 4 – LAYOUT E FLUXO DE MATERIAIS No que se refere ao fluxo de materiais, a definição de um layout ou arranjo físico eficiente é uma das decisões fundamentais para o seu sucesso. Conforme Martins e Laugeni (2015), um layout ou arranjo físico consiste na distribuição de todas as máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento, áreas de armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios, bebedouros e divisórias a fim de minimizar o custo de processamento, transporte, armazenamento de materiais e de tempo dentro de uma organização. De maneira mais simplificada, definir o layout é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e o corpo de colaboradores da empresa. No que se refere às empresas industriais, Slack et al. (2012) afirmam que o layout ou arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva, porque determina sua “forma” e sua aparência. Também determina a maneira como os recursos transformados – matérias, informações e clientes – fluem através da operação. 27 4.1 Tipos de Layout Em um primeiro momento, é preciso destacar que o tipo de layout adotado por uma empresa deve se dar em função de diversos fatores relacionados aos insumos produtivos ou ao produto acabado, como, por exemplo, o peso, as dimensões e a intensidade do fluxo de movimentação desses materiais. Produtos com peso ou dimensões maiores e com alta demanda devem estar próximos às saídas, a fim de que sejam reduzidas as operações de movimentação, por exemplo. Dentre os tipos de layout, podemos destacar os seguintes: 28 a) Layout por Processo: também denominado layout funcional, esse tipo de layout tem como objetivo alocar equipamentos e colaboradores em um único local, de acordo com as funções que exercem. A Figura 6 demonstra um exemplo de layout por processo ou funcional. Figura 6 – Exemplo de Layout por Processo Fonte: scielo Vídeo No vídeo 3, você poderá compreender melhor os principais tipos de layout de uma fábrica. 29 Você pode entender a importância do planejamento do layout na gestão de materiais acessando o link: Disponível em: https://bit.ly/2dlCGvp. Acesso em: 15 mar. 2018. Link 30 É fato que um dos mais importantes objetivos de um layout é a melhor disposição de maquinários e equipamentos em uma planta fabril, porém, isso não deve ocorrer de maneira arbitrária ou aleatória. A Norma Regulamentadora nº 12 do Ministério do Trabalho é responsável por regulamentar todos os procedimentos referentes a esse planejamento. Essa NR aborda fatores como a distância mínima entre os maquinários, condições ideais do piso onde serão dispostos, áreas de circulação em seus arredores, condições para instalações elétricas e até mesmo como deve ocorrer o sistema de partida e parada desses equipamentos. A não observância dos quesitos dessa norma pode resultar em interdição imediata do equipamento. Para saber mais sobre a NR 12, acesse o link: <https://bit.ly/2tbk06x>. Acesso em: 30 maio 2018. Fonte: Ministério do Trabalho (2017) Para saber mais 31 5 – GESTÃO DE ESTOQUES Planejar, dimensionar e controlar corretamente os níveis de estoques são funções de importância fundamental para que a gestão de uma empresa se mostre eficiente. Conforme Russo (2013), o estoque tem como finalidade prover os insumos ou produtos acabados quando necessários. Porém, há de se considerar que os custos relacionados a esse ativo são bastante elevados e seu gerenciamento ineficaz e a falta de controle pode comprometer as receitas e a lucratividade de uma organização. Bowersox et al. (2014) explicam que, assim como a escassez pode atrapalhar os planos de marketing e produção, o excesso de estoques pode resultar em problemas operacionais, como o aumento dos custos devido ao armazenamento adicional, capital de giro parado, seguros, impostos e obsolescência. 32 5.1 – Razões para a Existência dos Estoques Os motivos que justificam a existência de estoques devem ser analisados sob três vertentes: do ponto de vista da produção, do ponto de vista dos atacadistas e do ponto de vista dos varejistas.No que se refere à produção, os estoques contribuem para a continuidade das operações produtivas, evitando interrupções, ociosidade de equipamentos e mão de obra. Por sua vez, em relação aos atacadistas, estes se utilizam dos estoques a fim de possuir capacidade para oferecer aos seus clientes, na generalidade dos casos os varejistas, uma variedade de produtos de diferentes fabricantes em quantidades específicas.Por fim, os varejistas adquirem uma ampla variedade de produtos com o intuito de disponibilizá-los ao consumidor final, ou seja, aquele que adquire bens para consumo próprio ou familiar, em quantidades suficientes para atender somente suas necessidades. 33 Dois fatores que impactam substancialmente na gestão de estoques são a sazonalidade e o ciclo de vida de um produto. Como as organizações, sejam elas atacadistas ou varejistas, podem se precaver para reduzir ou eliminar os riscos gerados por esses fatores? Questão para Reflexão 34 6 – SISTEMAS PRODUTIVOS A gestão de estoques está intimamente relacionada com o sistema produtivo da empresa. Basicamente, temos dois tipos: Os Sistemas Puxados (Pull) e os Sistemas Empurrados (Push). A Figura 9 demonstra a diferença entre uma produção empurrada e a produção puxada. Figura 9 – Produção empurrada e produção puxada Fonte: https://bit.ly/2MyVy8f 35 6.1 – Sistemas Produtivos Empurrados (Push) Nesse sistema de produção, a produção ocorre por iniciativa do fabricante, ou seja, é o produtor quem “empurra” a produção para o mercado consumidor. Portanto, a demanda pelos itens fabricados não pode ser definida claramente, sendo necessário então que se adote técnicas de previsão a fim de verificar o comportamento de vendas desse produto em um determinado período. Outra característica desse tipo de produção diz respeito ao alto grau de padronização e continuidade dos bens produzidos. Um exemplo de produtos resultantes desse tipo de produção são os produtos alimentícios ou de limpeza. Diante da necessidade, vamos até um supermercado, escolhemos uma determinada marca e adquirimos os produtos. Exceto emocasiões específicas, ninguém “encomenda” um pacote de arroz ou um sabonete, por exemplo. A Figura 10 demonstra um exemplo de produtos que são resultantes do sistema de produção empurrada. Figura 10 – Exemplo de produtos resultantes da produção empurrada Fonte: https://bit.ly/2yO0pAl Isso significa dizer que os fornecedores desse produto, sem que os clientes os solicitem de maneira clara e formal, produzem esses itens antecipadamente e os disponibilizam para que possam ser consumidos. 36 6.2 – Sistemas de Produção Puxados (Pull) Neste modo de produção, amplamente utilizado em empresas que trabalham por encomenda, quem dá início ao processo produtivo é o próprio consumidor. Neste caso, a demanda do produto é plenamente conhecida, ou seja, se um cliente autorizou a fabricação de um armário de cozinha, a empresa consegue definir claramente que, naquele momento, sua demanda é de um armário de cozinha. Por se tratar de encomendas, uma característica comum a esse tipo de produção, é atender as especificidades e vontades dos clientes o que torna o produto final dessa operação algo personalizado ou customizado. A Figura 11 demonstra um tipo de produto resultante do processo de produção puxado. Figura 11 – Exemplo de produto resultante do sistema de produção puxado Fonte: https://bit.ly/2lHjR8g 37 Resumo Nesta webaula, pudemos conhecer a importância das embalagens no cenário logístico, quais são suas funções e classificações. Pudemos analisar também como o delineamento de um layout correto pode contribuir para o aumento do nível de serviço oferecido por uma empresa e, através disso, ainda contribuir para o aumento da sua lucratividade. Ainda neste contexto, abordamos a importância da gestão efetiva dos estoques, seus conceitos e os motivos principais que justificam a existência desse ativo. Por fim, ainda descrevemos os dois tipos principais de produção: o sistema puxado e o sistema empurrado. PARA DISCUTIR Uma gestão de estoques eficaz tem seu início no momento em que a empresa passa a conhecer os itens mais relevantes em termos de valor que constam em seu armazém.Neste contexto, um instrumento comumente utilizado a fim de mensurar e dispor essa informação é chamada de Curva ABC ou Gráfico de Pareto. Um sistema de armazenagem eficiente pode contribuir consideravelmente para que uma organização possa atingir seus objetivos organizacionais, tanto em termos de lucratividade quanto em nível de serviço e competitividade. Porém, a armazenagem também pode resultar em algumas desvantagens para a empresa. Quais seriam essas desvantagens? Quais decisões podem ser tomadas a fim de minimizar seus impactos para a empresa? 38 Caros alunos, chegamos ao fim desta webaula! Antes, porém, você deve ficar atento: acesse o Fórum da disciplina e participe do debate proposto pelo professor. Não deixe de contribuir com sua opinião e agregar informações aos estudos. Pois bem... Vamos à nossa segunda webaula? Encontro você lá. 39 Bibliografia utilizada BANZATO, Eduardo. Integrando layout com movimentação de materiais. Ago. 2001. Disponível em: <http://www.guialog.com.br/ARTIGO217.htm>. Acesso em: 20 jan. 2018. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547208295/cfi/4!/4/4@0.00:0.00>. Acesso em: 30 maio 2018. BOWERSOX, Donald. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGM, 2014. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553185/cfi/1!/4/2@100:0.00>. Acesso em: 30 maio 2018. CASTIGLIONI, José Antonio de Mattos. Logística operacional: guia prático. São Paulo: Érica, 2007. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536505770/cfi/0!/4/2@100:0.00>. 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