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DIREITO ADMINISTRATIVO – AULA 01 – 08/08/2011 
Professora: Flávia 
 
Legislação básica (principais leis – que aparecem com mais freqüência nas provas) 
 
1. Constituição Federal (art. 37 a 41 da CF) 
2. Lei 9.784/99 (Processo Administrativo Federal) – Art. 13, 53, 54 e 55 
3. Lei 8.666/93 (Licitações e contratos) – Art. 3º, 17, 24, 25 e 58 
4. Lei 8.112/90 (Estatuto jurídico dos servidores públicos civis da União) 
5. Lei 8.987/95 (Concessões e permissões de serviços públicos) – Art. 2º, 6º, 35 e 
seguintes (tratam de formas de extinção do contrato de concessão) 
6. Lei 8.429/92 (Improbidade administrativa) 
7. Lei. 12.232/10 (Licitações e contratação de agências de publicidade) 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
INTRODUÇÃO 
 
I. CONCEITO 
 
 Está diretamente ligado a função administrativa. 
 
 Critério da administração pública (usado para conceituar o direito administrativo) 
 
 É o conjunto de princípios que regem a administração pública (Hely Lopes 
Meireles) 
 
 O direito administrativo estuda os atos do poder executivo. Essa afirmação está 
correta? Não, esta afirmação está errada, lembrando das funções típicas e funções 
atípicas. Eu não posso dizer que o poder executivo existe apenas para o poder 
executivo. Para o poder executivo tal função é mais importante, mas não impede que 
os outros poderes atuem na ceara administrativa. Por exemplo: Quando o poder 
legislativo e judiciário fazem licitação para compra de papel ou qualquer outra coisa. 
 
II. Funções típicas e atípicas 
 
 Poderes 
 Legislativo – função legislativa 
 Executivo – função administrativa 
 Judiciário –função jurisdicional 
 
 Esses poderes exercem funções, que também são conhecidas como atividades. 
 
 Função típica (própria ou principal) 
 
 Legislativo – Legislar 
 Judiciário – Jurisdicionar 
 Executivo – Administrar 
 
 Função atípica (imprópria ou secundária) 
 
 Legislativo – quando exercer função diversa da típica. Ex: o julgamento do 
impeachment do Collor feito pelo poder legislativo. Ele estava naquele momento 
exercendo uma função que não era típica. 
 Judiciário – Ex: quando o juiz vai conceder férias para um 
 Executivo – Ex: edição de medida provisória 
 
III. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
 Regime jurídico - É o conjunto de leis e princípios que regem determinado ramo 
ou instituto do direito, no caso de direito administrativo, ou que regem tal ramo. 
Ex: regime jurídico de direito penal, são as leis e princípios que regem o direito 
penal, etc. 
 
 É caracterizado por prerrogativas e sujeições – as leis e os princípios do DA estão o 
tempo todo baseados em prerrogativas e sujeições. Ex: A administração pública tem 
prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (prerrogativa); A 
administração tem que licitar (sujeições). Essas prerrogativas existem pois, a 
administração defende o interesse da coletividade, porém devem existir a sujeições já 
que existem as prerrogativas, ressaltando que sempre que houver prerrogativa, haverá 
sujeição. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 São as bases, os fundamentos, os vetores interpretativos do direito administrativo. 
 
 O DA não é codificado e por isso os princípios guardam uma especial relevância para o 
DA. Ou seja, não existe nenhum diploma legal codificando o direito administrativo. 
Pode haver uma coletânea de leis, mas não há um diploma legal uno. Eu preciso dos 
princípios para poder alinhavar as leis espaças. 
 
1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular 
 
 É conhecido como um dos princípios basilares do DA. 
 
 Se eu tenho um conflito de interesses, de um lado eu tenho o interesse público e 
do outro lado eu tenho um interesse particular, há de prevalecer o interesse 
público. 
 
CONFLITO DE INTERESSES = PÚBLICO (prevalece o público primário) X 
PARTICULAR 
 
 O interesse público que vai prevalecer, é o interesse público primário ou 
secundário? 
 
o Há de prevalecer o interesse público primário, que é o interesse público da 
coletividade. Não o interesse público secundário, que é o interesse público 
da administração ou do administrador. 
o A administração pública poderá ter um interesse diferente do da 
coletividade. Ex: procuradores interpõem recursos protelatórios (apenas 
para adiar). Isso é defesa de interesse público secundário.a administração 
está tentando através dos procuradores adiarem uma decisão, e isso não é 
o interesse da coletividade, que não quer processos se arrastando por um 
longo tempo. 
 
 Não está previsto expressamente na Constituição 
 
 Lei 9.784/99 – art. 2º, caput (prevê tal princípio). 
 
 Alguns autores acreditam que existem exceções a esse princípio. Mas se deve ter 
uma determinada cautela. São exceções: o princípio da legalidade (se para 
defender o interesse público eu preciso passar por cima da lei, não há que se falar 
em prevalência do interesse público) e direitos e garantias fundamentais 
constitucionais (ou seja, se por exemplo para defender o interesse público eu tenha 
que passar por cima da ampla defesa, ou do devido processo legal, tal princípio 
não valeria para tal). 
 
2. Princípio da indisponibilidade do interesse público 
 
 Significa que o interesse público é indisponível e irrenunciável. É mais do que bem, 
é mais do que dinheiro, é o interesse público que é indisponível. O administrador 
público não tem a sua disposição o interesse público, pois tal interesse não é dele, 
o interesse é da coletividade (é público). 
 O administrador público nada mais é que um administrador. 
 Mesmo quando não envolve dinheiro o administrador não pode acreditar que o 
interesse público está a sua disposição. Ex: meu subordinado comete uma falta 
grave, eu terei que puni-lo, e mesmo ele sendo meu amigo, colega de concurso, eu 
tenho que puni-lo, pois, o interesse público é indisponível, e se ele cometeu tal 
falta, terei que puni-lo. 
 
 Art. 37, caput da CF – prevê 5 princípios do Direito administrativo (princípios 
constitucionais): 
 
1. Legalidade 
2. Impessoalidade 
3. Moralidade 
4. Publicidade 
5. Eficiência – acrescentado pela emenda 19 da CF. 
 
3. Princípio da legalidade 
 
 Determina que a administração pública só pode fazer o que a lei permite ou 
determina. Ou seja, a administração pública só pode fazer o que está na lei. 
Essa é a chamada legalidade pública. A administração está submetida a lei. 
 A legalidade privada – é princípio da legalidade ligada ao particular. Dispõe 
que o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe. (art. 5º, II da CF – 
dispõe acerca do princípio da legalidade privada) 
 
 A falta da lei para a administração pública, significa uma proibição, posto que 
se não há lei é proibido. Para os particulares é diferente, em havendo 
ausência da lei, existe a permissão, posto que os particulares não podem 
fazer o que a lei proíbe. 
 
 A atividade administrativa é infralegal (sub-legal) – deve obedecer a lei. 
 
4. Princípio da Impessoalidade 
 
 Alguns doutrinadores o chamam também de princípio da finalidade 
 
 Há duas formas de aplicação. Com relação ao: 
 
a) Administrador – exige que o administrador público tenha uma atuação 
neutra. Ou seja, o administrador não pode utilizar os seus programas, 
suas obras e seus contratos para se promover. Art. 37 §1º da CF. 
 
b) Administrados – significa que a administração pública deve atuar de 
forma imparcial, e impessoal, com relação ao comportamento para com 
os administrados, pois são todos iguais. Não podendo favorecer 
parentes, ou perseguir inimigos se utilizando da administração. 
 
o Toda discriminação em matéria de concurso público é ilegal? 
Errado, pois nem toda discriminação em concurso público é ilegal. 
Ex: eu vou fazer um concurso para promotor dejustiça, no edital digo 
só aceitamos inscrições de homens de olhos azuis, 1,80m, peitoral 
definido, eu não posso fazer um concurso com essas exigências. 
Porém, eu vou fazer concurso para dragões da independência, nesse 
caso eu posso exigir altura mínima, posto que para o cargo exercido 
pelos dragões da independência existe pertinência lógica entre o 
fator da discriminação e a função do cargo, no caso do promotor a 
altura não irá interferir na função do cargo. 
 
o Súmula 683 do STF. 
 
o Súmula Vinculante nº 13 
 
5. Princípio da Moralidade 
 Além de uma atuação pautada pela lei, a administração pública também tem 
que estar pautada na moral. 
 
 Moralidade, deriva de ética. Essa noção de moralidade não é decorrente do 
que o administrador acha, essa moralidade é a chamada moralidade 
pública. 
 
 Moralidade pública – objetivar o interesse público. eu respeito a moralidade 
pública, quando eu respeito o interesse público, é atuar como um bom 
administrador. 
 
 É bom lembrar que nem sempre haverá necessidade de prejuízo 
financeiro para violar o princípio da moralidade. Ex: a câmara municipal e 
o prefeito não conseguem ser reeleitos, e pouco antes de deixar o mandato 
reduzem a alíquota de IPTU, o que eles estão fazendo está dentro da lei, 
porém é imoral, posto que vai prejudicar os próximos administradores. 
 
 Lei e moral são coisas que não se confundem 
 
6. Princípio Publicidade 
 
 Administração pública deve dá ampla divulgação dos atos, contratos, obras. 
 Efeitos da aplicação desse princípio: 
a) Dar cumprimento – eu só vou conseguir cumprir o que a administração 
determina, se eu tiver conhecimento. 
b) Impugnar – caso não concordem com os atos da administração, poderão 
questioná-los. 
c) Fiscalizar – como é que eu vou fiscalizar a atuação da administração, se 
eu não tenho conhecimento do que ocorre. 
d) Início da contagem de prazos – ex: para impetrar mandado de segurança. 
 
PUBLICIDADE PUBLICAÇÃO 
É gênero da qual publicação pode ser 
espécie. 
É uma das formas de se dá publicidade, mas 
não é a mesma coisa. Talvez a modalidade 
mais conhecida 
 
 Exceções ao princípio da publicidade: Art. 5º X, XXXIII, LX da CF. 
 
7. Princípio da eficiência 
 
 A administração deve atingir os melhores resultados com os recursos 
disponíveis. 
 
 A eficiência está muito ligada com a relação custo/benefício – fazer o melhor 
com aquilo que eu tenho. 
 
 Ex: prestação de concurso público para a ocupação de cargo efetivo, nesse 
caso eu estou exigindo o melhor, com base na aplicação do princípio da 
eficiência. 
 
 Hoje o DA busca mais uma atuação gerencial do que uma atuação 
burocrática. 
 
 Ex: Prefeito resolve asfaltar uma rua que liga o nada a lugar nenhum, nesse 
caso não há ilegalidade, não há imoralidade, mas não foi eficiente a atuação 
do mesmo. 
 
 Não posso burlar a lei com base no princípio da eficiência, não posso passar 
por cima do princípio da legalidade para ser eficiente. 
 
OUTROS PRINCÍPIOS 
 
8. Autotutela 
 
 A própria administração deve anular seus atos ilegais e revogar seus atos 
inconvenientes. 
 
 A administração vai revogar atos inconvenientes e inoportunos. Tem efeito 
“ex nunc” (não retroage) – Ex: o prefeito dá autorização a dono de um circo 
para funcionar no terreno público. O prefeito revoga por está tendo um 
outro grande evento nas proximidades. A revogação pressupõe o 
acontecimento de um fato novo (superveniente). 
 
 A administração pública vai anular/invalidar os atos ilegais – efeito “ex 
tunc” (retroage) – Ex: o cara depois de um ano recebendo a aposentadoria 
e a previdência descobre que naquele processo tem uma certidão falsa, 
que reduz o benefício, essa certidão falsa constitui o ato ilegal, e vai haver 
anulação da concessão de tal aposentadoria, e nesse caso a anulação irá 
retroagir ao tempo em que foi concedida a aposentadoria, ou seja, um ano. 
 
o Art. 54 da Lei 9.784/99 (prazo para a administração anular atos 
administrativos) – Prazo decadencial de 5 anos. 
 
 Controle externo – quem exerce esse controle somos nós (particulares, 
ex: mandado de segurança), o legislativo (art. 71 – que fala do Tribunal de 
Contas), o judiciário (o judiciário nesse controle externo só vai 
anular/invalidar os atos ilegais, o judiciário no controle externo não vai 
apreciar o chamado mérito administrativo, portanto ele não vai revogar). 
 
o O judiciário no controle externo vai anular atos vinculados (o 
agente não tem margem de liberdade para fazer um juízo de 
conveniência e oportunidade) ou atos discricionários (o agente 
tem margem de liberdade para fazer o juízo de conveniência e 
oportunidade – ressaltando que essa liberdade tem limites, posto 
que não existe discricionariedade ilimitada – o limite da 
discricionariedade é a lei. Ex: autorização para uso de bem 
público)? Ele poderá anular os dois, apreciando os aspectos 
legais, não podendo entrar no mérito, mas aprecia a 
legalidade. 
 
 A administração 
o Revoga – atos discricionários. 
o Anula – é possível anular atos vinculados e discricionários. 
 
 O judiciário 
o Anula – atos discricionários e vinculados. 
 
9. Princípio da Razoabilidade/proporcionalidade 
 
 A atuação da administração pública tem que ser razoável (atuar sem 
excesso / proporcional (atuar respeitando os meios e fins compatíveis). 
 
 “Não se abatem pardais com tiro de canhão” – frase que condiz com o 
princípio da proporcionalidade. 
 
 O judiciário pode anular um ato com base no princípio da 
razoabilidade/proporcionalidade. Ex: O servidor foi punido, mas a sanção 
não foi proporcional. No caso do servidor ter chegado atrasado e ter sido 
demitido por isso. 
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 São prerrogativas 
 
 São conhecidos como poderes instrumentais – porque além de serem prerrogativas 
também são conhecidos como instrumentos colocados a disposição da administração 
para que ela possa agir e dessa forma atingir a sua grande finalidade, que é o 
interesse o público. 
 
 Esses poderes são poderes-deveres – Ao mesmo tempo que a administração 
pública tem o poder de executá-lo, ela tem o dever de fazê-lo. 
 
1. PODER VINCULADO - uso para a produção de atos vinculados, para aquelas 
situações que não cabe o juízo de conveniência e oportunidade. 
 
2. PODER DISCRICIONÁRIO – usado quando a administração está diante de uma 
situação em que é possível o uso do juízo de conveniência e oportunidade. 
 
- Alguns doutrinadores acreditam que o 1 e o 2 não seriam nem poderes. 
 
3. PODER HIERÁRQUICO – Será utilizado pela administração para que ela possa se 
organizar, se estruturar, estabelecer relações de coordenação e subordinação (quem 
manda em quem, quem obedece a quem). Desse exercício decorrem algumas 
prerrogativas do superior para o seu subordinado, em decorrência do exercício do 
poder hierárquico. São as prerrogativas: 
a) O superior dá ordens para o seu subordinado. E o subordinado deve obedecer, 
salvo as ordens manifestamente ilegais (art. 116 da Lei 8.112/90). 
b) O superior vai fiscalizar a atuação do seu subordinado, e se for o caso ele vai 
até rever. 
c) Rever os atos do seu subordinado 
d) O superior pode delegar atribuições para o seu subordinado. Passar para o 
subordinado as suas atribuições. Tem atribuições que não podem ser delegadas 
(art. 13 da Lei 9.784/99) 
e) Avocação – o superior pode chamar para si as atribuições de seu subordinado. 
 
4. PODER DISCIPLINAR – a Administração vai utilizá-lo para punir, sancionar e 
disciplinar, os agentes e as pessoas submetidas ao regime da administração 
(particulares submetidos a disciplina da administração. Ex: concessionários, estudante 
de escola pública etc.) 
 
5. PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR 
 
Para alguns doutrinadores regulamentar e normativos não são sinônimos, 
sendo: 
 Regulamentar - seria utilizado para expedir decretos (art. 84 da CF) 
 Normativo – seria utilizado para expedir os demais atos normativos (que 
não são decretos). Ex: Resolução, portaria, ordem de serviço, etc. 
 Para outros doutrinadores normativo e regulamentar seriam sinônimos, 
sendo aplicáveis para todos os atos normativos, inclusive os decretos. 
 
6. PODER DE POLÍCIA – será utilizado para que a administração pública possa limitar, 
condicionar, restringir ou frenar, direitos de liberdade, de propriedade e o exercício de 
atividade dos particulares, adequando-os ao interesse coletivo. 
 
 Tem três atributos (características) 
a) Discricionariedade – exceto licença para construir, que é fruto do exercício do 
poder de polícia, mas é um ato vinculado. 
b) Coercibilidade – as medidas do poder de polícia são impostas. 
c) Auto executoriedade – A administração vai executar as suas decisões sem 
pedir anuência do poder judiciário. Art. 1º da Lei 9.873/99 prescreve em cinco 
anos. 
 
ABUSO DE PODER (ABUSO DE AUTORIDADE) 
 
 Autoridade e agentes públicos devem agir sem abusos, respeitando a lei, a moral e a 
finalidade para qual cada ato foi criado. 
 
 Espécies: 
 
a) Excesso de poder – A autoridade é competente, mas ela vai além da sua 
competência, ou seja, se excede. Ex: o agente é fiscal das construções, mas multa 
o estabelecimento por falta de higiene. Nesse caso o agente praticou o abuso de 
poder, por excesso de poder. 
 
b) Desvio de poder (desvio de finalidade) – A autoridade é competente e atua nos 
limites dessa competência, mas pratica o ato com finalidade diferente da prevista 
para aquele ato. Ex: delegado de polícia que recebe mandado de prisão para 
cumprir, e fica feliz porque vai prender um inimigo dele, e ele espera para prender 
o sujeito em uma festa, para que possa causar um vexame em tal sujeito. Ele é 
competente, agiu nos limites, mas não a finalidade para qual o ato foi criado. 
 
 São considerados ato nulos, portanto passíveis de anulação pelo judiciário. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – AULA 02 – 22/08/2011 
Professora: Flávia Cristina 
www.professoraflavia.com.br (em construção) 
www.atualidadesdodireito.com.br/flaviacristina 
 
OGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA – entes políticos 
 
a) União 
b) Estados 
c) Distrito Federal 
d) Municípios 
 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
a) Autarquia 
b) Fundação pública 
c) Empresa pública 
d) Sociedade de economia mista 
e) Agência reguladora 
f) Agência executiva 
Decreto Lei 200/67 
g) Consócio público com personalidade jurídica de direito público – também conhecido 
como Associação Pública (Lei 11.107/05) 
 
3. ENTIDADES PARAESTATAIS – Também conhecidos como Entes de Cooperação 
 
a) Serviços Sociais Autônomos 
b) Organizações Sociais 
c) OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
 
 As entidades paraestatais não fazem parte da administração pública direta, nem da 
administração pública indireta. 
 
 As Entidades paraestatais são pessoas privadas, criadas por particulares, sem 
fins lucrativos. São criadas para auxiliar o Estado. E em razão deste auxílio 
recebem (do Estado) uma especial atenção. 
 
a) Serviços sociais autônomos 
 Estão relacionados com serviços sociais. É o famoso “Sistema S”. Ex: SESC; 
SENAI etc. 
 
b) Organizações Sociais 
 Estão na Lei 9.637/98 
 
c) OSCIPS 
 Estão na Lei 9.790/99 
 A principal diferença entre organização Social e OSCIP, é que para se tornar 
Organização Social tem que fazer contrato de gestão, e para se tornar OSCIP tem 
que fazer termo de parceria. Tem outras diferenças. 
 A concessão do título do OSCIP é ato vinculado. 
 
4. ORGÃO 
 
 Não tem personalidade jurídica (personalidade jurídica – é ser sujeito de direitos e 
obrigações) 
 Órgãos são centros de competências 
 Ex: Ministérios, Delegacias, Secretarias, Superintendências etc. 
 
5. DESCENTRALIZAÇÃO é diferente de DESCONCENTRAÇÃO 
 
 Formas de atuação na distribuição de competência (atribuições) 
 
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO 
Vou distribuir as atribuições (as 
competências) envolvendo mais de uma 
pessoa. 
A distribuição das atividades (das 
competências) acontece dentro de uma 
pessoa. 
Quando a União cria o INSS (p/ cuidar 
dos benefícios previdenciários); a FUNAI 
(p/ cuidar dos Índios); IBAMA (p/ cuidar do 
Meio Ambiente) – Quando a União cria a 
Administração Pública Indireta – A União 
está distribuindo o serviço para outras 
pessoas. 
Quando a União cria os Ministérios 
(órgão) – Tudo está acontecendo dentro 
de uma só pessoa que é a União – Ex: 
Ministério da Cultura está dentro da União 
(não tem personalidade) – A União é da 
administração pública direta – portanto o 
Ministério da cultura pertence a 
administração pública direta. 
 
6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS 
 
 Pessoas Jurídicas de direito público 
 Art. 37 VIX da CF – Só podem ser criadas por Lei Específica. 
 Servem para desenvolver atividades típicas da administração 
 Ex: INSS; IBAMA; INCRA 
 Existem autarquias Estaduais e Municipais também. 
 Os bens das autarquias são chamados de bens públicos – ou seja, são 
imprescritíveis, inalienáveis e impenhoráveis. 
 Em regra, a responsabilidade das autarquias é na modalidade objetiva – não 
precisa comprovar culpa ou dolo. 
 As autarquias têm imunidade tributária recíproca (não é extensiva a todos os 
tributos – apenas ao impostos referentes ao patrimônio, renda ou serviço) – Art. 
150 § 2º da CF – A imunidade atinge apenas no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
 As autarquias têm prerrogativas processuais – Ex: prazo em quádruplo pra 
contestar e em dobro pra recorrer. 
 As autarquias precisam de Licitação para contratar com terceiros. 
 A OAB não é mais conhecida como autarquia especial 
 A ADIN 3026 do DF – O STF disse que a OAB não é autarquia especial, não 
pertence a administração pública, diz que a OAB é uma entidade sui generis 
(diferente – é ímpar). 
 
7. FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 Alguns dizem que é Pessoa Jurídica de direito público. Ex: FUNAI; Fundação 
Casa; IBGE. 
 Mas, existem outros que dizem que a fundação pública pode pessoa jurídica ser 
direito público ou de direito privado. E essa fundação pública de direito privado é 
denominada de Fundação Governamental. Ex: Fundação Padre Anchieta que 
cuida da TV Cultura. 
 É autorizada por Lei específica – Art. 37 XIX da CF 
 A Fundação normalmente desenvolve atividade social 
 Os bens das fundações públicas são chamados de bens públicos – ou seja, são 
imprescritíveis, inalienáveis e impenhoráveis. 
 Em regra, a responsabilidade das fundações públicas é na modalidade objetiva – 
não precisa comprovar culpa ou dolo. 
 As Fundações Públicas têm imunidade tributária recíproca (não é extensiva a todos 
os tributos – apenas ao impostos referentes ao patrimônio, renda ou serviço) – Art. 
150 § 2º da CF – A imunidade atinge apenas no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
 As fundações públicas têm prerrogativas processuais – Ex: prazo em quádruplo 
pra contestar e em dobro pra recorrer. 
 As autarquias precisam de Licitação para contratar com terceiros. 
 Autarquia fundacional – É sinônimo de Fundação pública de direito público. 
 
8. EMPRESAS PÚBLICAS 
 
9. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 
 
EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Também são chamadas de Empresas Estatais ou Empresas Governamentais. 
Empresas Estatais ou Empresas Governamentais– São gêneros dos quais as 
Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista são espécies. 
São Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 
São autorizadas por Lei Específica 
As Empresas Estatais podem atuar em duas áreas distintas: 
a) Elas podem prestar serviço público 
b) Explorar atividade econômica (Art. 173 da CF) 
Ex: 
a) Correio 
b) Caixa Econômica Federal 
Ex: 
a) SABESP 
b) Banco do Brasil; Petrobrás 
Empresas Estatais só podem explorar atividade econômica por: segurança nacional 
ou relevante interesse coletivo. 
Capital: Público Capital: Privado 
Pode ser em qualquer modalidade de 
constituição. 
Só pode ser constituída como S.A. 
(Sociedade Anônima) 
Foro: Se ela Empresa pública for Estadual 
ou Municipal – Justiça Estadual. Se ela 
for empresa pública Federal – Justiça 
Federal 
Foro: Toda sociedade de economia 
mista será demandada na Justiça 
Estadual. 
 
POSICIONAMENTO MAJORITÁRIO SOBRE AS ESTATAIS QUE PRESTAM SERVIÇO 
PÚBLICO E EXPLORAM ATIVIDADE ECONOMICA 
 
 Prestam serviço público Exploram atividade 
econômica 
Bens Só são públicos, os bens afetados (destinados) a prestação 
de serviço público 
Responsabilidade Objetiva Subjetiva 
Imunidade tributária 
recíproca 
Não possui. Exceção: 
Correios – de acordo com o 
STF tem imunidade tributária 
recíproca 
Não Possui 
Prerrogativas Não possui. Os Correios 
estão próximos de 
conseguir essas 
prerrogativas processuais 
Não Possui 
Licitação Tem que licitar para contratar 
terceiros. 
Há dois posicionamentos: 
a) Sim, tem que licitar (a 
regra é: faz licitação onde 
se tem dinheiro público) 
b) Depende – Se o objeto 
da licitação estiver 
relacionado com a 
atividade meio deve-se 
licitar. Porém se o objeto 
da licitação estiver 
relacionado com a 
atividade fim, não precisa 
(mas pode fazer). Ex: 
Empresa que fabrica 
remédios para 
dependentes químicos 
precisam comprar uma 
caneta (atividade meio) – 
precisa licitar/ Se essa 
mesma empresa for 
comprar um composto 
química para fabricação 
do remédio (atividade fim) 
– não precisa licitar. 
 
10. AGÊNCIAS REGULADORAS 
 
 ANAC; ANATEL; ANEL; ANS etc. 
 Existem agências reguladoras Federais, Estaduais e Municipais 
 É uma autarquia especial 
 Portanto as características das autarquias valem para as agências reguladoras. 
 São criadas para fiscalizar, regular e fomentar (incentivar) determinados setores 
(os setores, que o poder público acha que precisam ser fiscalizados, regularizados 
e fomentados). 
 Tem autonomia 
 Os dirigentes de agências fiscalizadoras – Têm mandato fixo – o prazo depende da 
agência reguladora. 
 “quarentena” (de 4 a 12 meses) – depois que cumprem os dirigentes cumprem o 
mandato – vão ficar sem poder trabalhar no poder público – e sem poder trabalhar 
nas empresas que eles ajudaram a fiscalizar. 
 
11. AGÊNCIA EXECUTIVA 
 
 É uma qualificação que se dá para uma autarquia ou uma fundação pública. 
 Uma autarquia ou fundação pública se quiserem vão poder se transformar em 
agência executiva. Para isso elas vão apresentar um planejamento e vão celebrar 
um contrato de gestão. 
 Elas terão mais autonomia – em contrapartida terão que cumprir metas – As metas 
que estiverem no contrato de gestão. Ex: redução de despesas; aumento de 
receitas etc. 
 Ex: IMETRO 
 
12. CONSÓRCIO PÚBLICO COM PERSSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO 
PÚBLICO 
 
 Novo – Surgiu com a Lei 11.107/05 
 É um contrato cuja as partes só podem ser entes da federação (U, E, DF e M) 
 O contrato de consórcio público adquire personalidade jurídica (art. 6º da Lei 
11.107/05): 
a) De direito público – passa a fazer parte da administração pública indireta dos 
consorciados. 
b) De direito privado 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – AULA 03 – 25/08/2011 
Professora: José Soares Ferreira Aras Neto 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. Conceito 
 
 O Ato – é uma conduta humana 
 O Fato – É um acontecimento natural 
 A conduta humana praticada em nome da administração pública 
 Ato administrativo (tem uma noção conceitual específica) é diferente do ato da 
administração (ato geral, praticado pelo Estado) 
 Para que seja ato administrativo, é preciso que ele tenha quatro itens de conceituação: 
a) Tem que ser praticado em nome da administração pública - O particular pode 
praticar ato administrativo em nome da administração pública por exemplo. 
b) É praticado sob o Regime Jurídico de Direito Público 
c) Deve corresponder a uma declaração jurídica – Algo que exprima uma 
determinação do Estado – Atos matérias, as realizações não são atos 
administrativos, e sim atos da administração pública. Ex: Uma cirurgia realizada 
por um médico em um hospital público – é ato material (que é precedido de ato 
administrativo) 
d) É preciso que esteja o ato sujeito a Controle, inclusive Controle judicial – Os 
atos enunciativos não são atos administrativos, eles exprimem vontade, mas sem 
ter caráter de decisão. Ex: O parecer não é ato administrativo – é ato da 
administração (não tem cunho decisório – é mero enunciado). 
 
 Existem atos da administração, dos quais são espécies: 
 Atos materiais 
 Atos de direito privado 
 Atos enunciativos 
 Atos políticos/do governo 
 Atos administrativos 
 
2. Atributos 
 
 Atributo é tudo aquilo que melhora a coisa – É sempre algo positivo – É a marca do 
Direito administrativo 
 São Atributos do Ato administrativo: 
 Presunção de Legalidade, Legitimidade e Veracidade 
 A imperatividade 
 A auto executoriedade 
 Exigibilidade 
 
 Presunção de Legalidade, Legitimidade e Veracidade – Todos os atos que partem 
da administração são legais, legítimos e verdadeiros. 
 Consequência – É o dever de obediência as ordens que partem da administração 
pública. Esse dever de obediência não alcança as ordens manifestamente ilegais – 
Essa presunção é relativa, ou seja, admite prova em contrário (juris tantum) – 
não existe inversão do ônus da prova – o ônus da prova é de quem alega. 
 
 A imperatividade – É feito em nome da coletividade 
 Consequência – A Administração Pública não precisa do consentimento do 
particular para exercer a sua atividade. A relação que liga a administração pública 
ao particular é uma relação de comando jurídico, ou seja, a administração manda e 
o particular deve obedecer (toda atividade pública é feita sem o nosso 
consentimento). Ex: A administração muda o sentido da sua rua, sem nem ao 
menos consultar as pessoas que residem na mesma. 
 
 Auto executoriedade ou executoriedade – A própria administração executa os seus 
próprios atos. Independentemente do consentimento do poder judiciário. 
 
 Exemplos: 
 Demolição 
 Interdição 
 Lacre 
 Apreensão 
 
 Exigibilidade – O poder público estabelece uma sanção correspondente a uma falta 
 
 Exemplo: A multa – A multa é exigível, mas não é executória. Se você não pagar a 
multa o DETRAN não pode bloquear a sua conta corrente, o que prova que ele 
exige que você cumpra o dever, mas ele não executa. A multa é exigível, e não 
executória. 
 Exceção – Nos contratos administrativos a multa é executória – No contrato se 
exige garantia – É a única situação em que a multa tem a natureza executória ou 
auto executória. 
 
3. Elementos/ Requisitos 
 
 Elemento é tudo aquilo que faz parte da coisa. 
 São as partes essenciais ao próprio ato. Sendo elas: 
 O sujeito – também chamado de competência – É aquele a quem a Lei atribui a 
competência para prática do ato. 
 O objeto – também chamado de conteúdo – É aquilo que emana do ato 
administrativo. 
 Forma – A forma pode ser vista numa vertente livre e também numa vertente 
formal (solene) 
 Motivo – É sempre a causa – Aquilo que leva a prática do ato administrativo – É o 
pressupostode fato e de direito que leva a prática do ato. 
 Finalidade – É o sentido teleológico – A finalidade de todo o ato administrativo é 
atender o interesse público (o interesse da coletividade) 
 
 Para ser ato administrativo tem que ter os cinco elementos 
 
 O ato administrativo pode ser: 
 
 Válido – em conformidade com a lei e com os princípios. 
 Inválido – está em desconformidade com a lei e com os princípios – É inválido 
porque algum de seus elementos também foi ilegal. 
 
 O sujeito vai ter duas condições de validade: 
a) Tem que ser um sujeito capaz – pode ser tanto de direito civil (maioridade e 
faculdades mentais válidas) – No direito administrativo o sujeito não pode 
está em situação de impedimento ou suspeição. Art. 18 a 21 da Lei 
9.784/99 
b) Tem que ser um sujeito competente 
 
 O Objeto ou conteúdo tem que ser: 
a) Legal 
b) Moral 
c) Certo 
d) Possível 
 
 A Forma pode ser: 
a) Livre – pressupõe apenas o ato existir – ser externado – Ex: placa de trânsito; 
apito do guarda etc. 
b) Solene – Não basta existir. Há duas condições de validade: 
 O ato tem que ser publicado 
 O ato tem que ser motivado – A motivação é obrigatória em várias 
decisões – Quando o ato for decisório, ele tem que ser motivado – Art. 
50 da Lei 9.784/99 
 
Obs.: Motivação Aliunde – Motivação de outro lugar. Ex: 
 
João  pleiteia algo  emite-se parecer  nega-se o pedido 
 
Posteriormente Maria e Marcelo pleiteiam o mesmo direito de João e tem o pedido rejeitado, 
pelos mesmos motivos que ensejaram a negação do pedido a João. 
 
 
 Finalidade – Ela apresenta uma única condição de validade, que é alcançar o 
interesse coletivo – Sempre que a administração pratica um ato sem atentar para a 
finalidade pública, acontece o que se chama de desvio de finalidade. 
 
3.1. Convalidação 
 
 A convalidação do ato administrativo corresponde ao aproveitamento do ato 
viciado, e se efetiva com a presença de três elementos: 
 
a) Não atentar contra o interesse público 
b) Não violar interesses de terceiros 
c) O vício tem que ser sanável. São vícios sanáveis os que atingem: a forma livre, a 
incapacidade civil, suspeição, e a incompetência relativa. 
 
4. Extinção 
 
 Quatro espécies de extinção do ato administrativo: 
 
a) Renúncia do titular – quando o particular não mais interesse na prática do 
ato. Ex: uma pessoa tem autorização para explorar uma barraca de praia. 
Ganha na loteria e desiste da barraca, manda pra prefeitura a desistência. 
b) Perecimento do: 
 Sujeito – Ex: Pessoa aposentada – que morre – extingue-se o ato 
administrativo 
 Objeto – Ex: uma pessoa que tem licença para explorar a madeira 
Jacarandá, se a Madeira se extingue, o ato também será extinto por 
falta do objeto. 
c) Exaurimento dos efeitos jurídicos 
d) Retirada – É uma extinção provocada – Se subdivide em: 
1. Caducidade – extinção por força de Lei – A Lei é editada e incompatível 
com o ato – O ato não está em conformidade da Lei. 
2. Contraposição – Quando o ato é de efeito contrário ao que vai ser extinto. 
Ex: a demissão é um ato contraposto a nomeação – isso é contraposição. 
3. Cassação – Se dá por ilegalidade – nela a ilegalidade é praticada após a 
concessão do direito 
4. Anulação – Se dá por ilegalidade – A ilegalidade é praticada antes da 
concessão do direito. 
5. Revogação – Acontece em razão de inconveniência e inoportunidade, 
envolvendo questão de mérito do ato administrativo – Opera efeito ex nunc 
(apenas para o futuro – não retroage) 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – AULA 04 – 29/08/2011 
Professor: Mazza 
 
LICITAÇÃO 
 
 É o procedimento administrativo para escolha de fornecedores para o Estado. 
 
 Procedimento: Externo (envolve particulares) e Concorrencial (concorrência) 
 
 Procedimento – é uma sequência de atos administrativos. 
 
 Dever de licitar – É a parte dentro de licitação que estuda quem é obrigado a fazer 
licitação. 
 
 Lei 8.666 
 
1. Órgãos e entidades que têm o dever de licitar: 
 
a) Poder Executivo (administração pública direta e indireta**) 
b) Poder Legislativo e Judiciário 
c) MP, Tribunais de Contas e Defensorias (são órgãos e entidades do Estado) 
d) Os serviços sociais – São aqueles que pertencem ao chamado “Sistema S” (SESC; 
SEBRAE; SESI; SENAI) – tem que licitar apesar de não pertencerem ao Estado. O 
TCU diz que os serviços sociais têm que fazer licitação, pois eles vivem de tributos 
públicos. 
e) Organizações sociais e Oscips na aplicação de recursos repassados diretamente pela 
União – São entidades privadas – Conhecidas como filantrópicas – Como são de 
iniciativa privada, como regra não precisam fazer licitação – mas começaram a ser 
usadas como um mecanismo de fraude – A união repassava dinheiro para uma Oscip 
(sem licitação) – dizia que a Oscip teria que repassar o dinheiro para a família do 
amigo – Para evitar esse tipo de fraude é que as Organizações sociais e Oscips devem 
licitar. 
f) Concessionários de Serviço Público na escolha de subconcessionários – imagine uma 
empresa de ônibus – A legislação de concessões permite que a empresa 
concessionária contrate uma outra empresa para ser subconcessionária para lhe 
auxiliar no serviço – Na escolha dessa subconcessionária a empresa concessionária 
tem que licitar. 
 
 Portanto a regra geral é que, a licitação seja obrigatória para órgão e entidades 
estatais, mas não obrigatória para empresas privadas. 
 
 ** Atenção: Como regra todas as entidades da administração indireta (autarquias, 
empresas públicas etc.) devem fazer licitação, com uma única exceção: Empresas 
públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não 
precisam licitar para aquisição de objeto vinculados a suas atividades finalísticas. 
 
 Lei 8.666 – art. 1º fala do dever de licitar 
 
 Devem ser licitados os seguintes objetos: Obras, serviços (inclusive de 
publicidade), compras, alienações e locações. 
 
2. OBJETIVOS DA LICITAÇÃO (novidade)* 
 
 A licitação é realizada visando atender três finalidades (art. 3º da Lei 8.666): 
a) Garantir o princípio constitucional da Isonomia 
b) Busca da proposta mais vantajosa para a administração (competitividade) 
c) *Promover o desenvolvimento nacional sustentável (Lei 12.349/10) 
 
OS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA LICITAÇÃO 
 
 A Licitação se sujeita a todos os princípios gerais do direito administrativo. 
 A Licitação se sujeita também a princípios específicos – São regras gerais que valem 
somente para o procedimento licitatório – Nós estudaremos três desses princípios 
específicos: 
 Julgamento objetivo 
 Vinculação ao instrumento convocatório 
 Aproveitamento da licitação 
 
1. Princípio do julgamento objetivo 
 
 A licitação deve ser decidida segundo os critérios do edital, e não de acordo com 
as preferências do administrador público. 
 O critério do edital varia conforme os tipos de licitação. São tipos de licitação: 
a) Menor preço – Para objetos de baixa complexidade. Ex: Água Mineral; 
detergente; acetona; 
b) Melhor técnica – Para objetos de grande complexidade. Ex: Asfaltamento de 
autódromo – quando vai ser feito o asfaltamento de autódromo eu preciso de 
um serviço de altíssima qualidade. 
c) Técnica e preço – Para objetos de complexidade intermediária. Ex: produtos 
de informática (são dadas duas notas diferentes (uma para técnica e outra para 
preço) – as duas notas são somadas e dividas por dois. 
d) Maior lance ou oferta – Critério de julgamento do Leilão 
e) Menor lance ou oferta – Critério de julgamento do Pregão 
 
2. Princípio da vinculação ao instrumento convocatório 
 
 Todas as regras da licitação estão previstas no Edital (Lei da Licitação) 
 
3. Princípio do Aproveitamento da Licitação 
 
 Sempre que possível a administraçãodeve manter os atos já praticados (extinguir 
a licitação e começar outra só em último caso). 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
 São seis modalidades: 
 
a) Concorrência 
b) Tomada de preços 
c) Convite Lei 8.666/93 
d) Concurso 
e) Leilão 
f) Pregão 
 
a) Concorrência 
 
 É a modalidade aberta a todos os interessados e para objetos de grande vulto (acima 
de R$ 1.500.000,00 para obras e serviços de engenharia) 
 Art. 22 §1º da Lei 8.666 
 Atenção: independe de valor a concorrência é sempre obrigatória para: 
 Concessão de serviço público 
 Venda de bens imóveis 
 Licitação internacional 
 Contratação de obra em regime de empreitada integral 
 
b) Tomada de preços 
 
 É a modalidade entre interessados devidamente cadastrados e objetos de vulto 
intermediário (entre R$ 150.000,00 e R$ 1.500.000,00). 
 
c) Convite 
 
 É a modalidade entre interessados convidados em número mínimo de três, para 
objetos de pequeno vulto (entre R$ 15.000,00 e R$ 150.000,00). 
 
 Atenção: Se o objeto estiver abaixo da faixa do convite (menos de R$ 15.000,00) é 
caso de dispensa de licitação. 
 
 Atenção: Sempre será possível trocar uma modalidade licitatória por outra mais 
rigorosa. Ex: No lugar do convite, pode se fazer tomada de preços ou concorrência 
(degraus de cima). 
 
d) Concurso 
 
 Modalidade para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico. 
 
e) Leilão 
 
 Modalidade para venda de bens móveis inservíveis. 
 
f) Pregão 
 
 É a modalidade prevista na Lei 10.520 
 É uma modalidade aplicável a todas as esferas federativas 
 Modalidade para a contratação de objetos comuns 
 Inversão das fases naturais da licitação 
 O julgamento das propostas é realizado antes da habilitação 
 No pregão são abertas as proposta apurando-se a mais baixa. Vão para a fase 
seguinte o autor da proposta mais baixa junto com todas as propostas até 10% acima 
da menor. Na fase final são ofertados lances verbais sucessivamente mais baixos. 
Ganha a licitação quem oferece o menor valor. 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA 
 
 No direito brasileiro a regra é que a celebração de um contrato administrativo seja 
precedida de licitação. E como exceção nós temos os casos de contratação direta. 
 Exceção: Contratação direta – Contratação sem licitação – Prevista na dprópria lei 
8.666/93. 
 São divididos em duas categorias: 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISPENSA INEXIGIBILIDADE 
Art. 24 da Lei 8.666/93 Art. 25 da Lei 8.666/93 
Rol taxativo Rol exemplificativo 
É possível e não obrigatória Impossível por inviabilidade de competição 
Exemplos: objetos muito baratos (abaixo da 
faixa do convite); Licitação deserta (não 
acode nenhum interessado – não aparece 
nenhum interessado) 
Exemplos: Notória especialização; 
Contratação de artista consagrado pela crítica 
ou opinião pública. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – AULA 05 – 02/09/2011 
Professor: Flávia 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 É um contrato com características diferentes dos contratos de direito civil. 
 
1. Características 
 
I. Cláusulas exorbitantes 
 
 São prerrogativas 
 Art. 58 da Lei de Licitações – Cláusulas exorbitantes: 
Fiscalizar 
Alterar unilateralmente 
Rescindir unilateralmente 
Aplicar sanções 
Ocupar bens 
 
II. Necessidade da manutenção do equilíbrio econômico e financeiro do 
contrato 
 
III. Aos contratos administrativos não se aplica a cláusula da exceção do 
contrato não cumprido “exceptio non adimpleti contratus” 
 
 Alguns autores dizem que se aplica de forma mitigada 
 Eu não sou obrigada a fazer a minha parte no contrato, se você não fez a sua – 
isso não se aplica aos contratos administrativos. Ex: se você tem um restaurante 
e eu faço um contrato para pagar semanalmente – não pago por duas semanas – 
na terceira semana você não permite que ela coma no restaurante. Ex: 
fornecimento de merenda escolar para escola – mesmo se não houver o 
pagamento – não posso suspender o fornecimento de imediato – eu só posso 
suspender o fornecimento após 90 dias sem o pagamento. 
 
 Teoria da imprevisão – está relacionada com eventos imprevisíveis – que caso 
aconteçam vão levar a um desequilíbrio contratual – como o contrato não pode se 
desequilibra (manutenção do equilíbrio financeiro) o particular vai pedir a revisão 
contratual – para voltar a haver o equilíbrio no contrato. São eventos: 
 
Contratação 
direta 
Dispensa 
Inexigibilidade 
 O fato do príncipe – É um fato geral não dirigido ao contrato, mas que atrapalha 
o contrato, desequilibra. Ex: a administração Pública me contratou para construir 
um hospital, no contrato está previsto que eu tenho com usar um cimento 
importado, na época do contrato o câmbio era um, e no momento de executar a 
obra houve a desvalorização da moeda nacional – encarecendo a compra do 
cimento – é o fato geral – terei que pedir revisão do contrato 
 
 Fato da administração – Eu terei uma ação ou omissão da administração. 
 
 Sujeições ou interferências imprevistas – Descoberta de um óbice (de um 
obstáculo) natural que prejudica a execução do contrato. Ex: Estou construindo o 
hospital e de repente encontro um lençol freático, ou uma rocha enorme – algum 
obstáculo natural que vá atrapalhar a execução da obra. 
 
 Caso fortuito e de força maior 
 
CONTRATOS EM ESPÉCIE 
 
1. Consórcio público 
 
 Previsto na Lei 11.107/05 
 É um contrato cujas partes só podem ser entes da federação. 
 Só podem fazer parte desse contrato: União, Estados, DF e Municípios. 
 Um consócio entre o Município e a União é possível apenas com a presença do Estado 
do qual o Município faz parte 
 O consórcio público tem personalidade jurídica, que pode ser: de direito público e de 
direito privado. 
 Consórcio público com personalidade jurídica de direito público passa a fazer parte da 
administração pública indireta. 
 
2. Contrato de concessão de serviços públicos 
 
 Previsto na Lei 8.987/95 
 
 Formas de extinção do contrato de concessão (art. 35 da Lei 8.987/95): 
 Por advento do termo – acabou o prazo 
 Encampação 
 Caducidade 
 Rescisão – pode acontecer de forma unilateral – a administração pode rescindir o 
contrato unilateralmente – mas também pode acontecer a rescisão amigável – 
assim como também poderá haver a rescisão judicial – normalmente usada pelo 
particular 
 Anulação – quando eu falo em anulação é porque há ilegalidade – tem alguma 
legalidade ou essa ilegalidade ocorreu na licitação que precedeu o contrato 
 Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade 
do titular, no caso de empresa individual. 
 
3. P. P. P. – Parceria Público Privada 
 Está prevista na Lei 11.079/04 
 Alguns autores chamam a P. P. P. de concessão especial – É uma concessão que 
tem características que não encontro nas concessões comuns (Lei 8.987/85) 
 Características: 
a) Existe uma contraprestação do parceiro público para o parceiro privado. 
b) O risco é compartilhado – na concessão simples o risco é do concessionário (ele 
presta o serviço por sua conta e risco), nela o Estado só entra de forma 
subsidiária – Porém, na concessão especial o risco é compartilhado – o risco 
é dividido entre o parceiro público e o parceiro privado – A P. P. P. é mais 
onerosa para a administração pública – e por isso não é uma prática comum – é 
um contrato que eu vou fazer em ocasiões especiais – A própria Lei diz que é 
vedada a P. P. P.: 
 Quando o valor do contrato for inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) 
 Prazo do contrato inferior a 5 anos 
 Se o objeto único do contrato for: só para o fornecimento de mão-de-obra; ou 
se for para o fornecimento ou instalação de bens; ou se for para execução de 
obra. 
c) Existem doistipos de P. P. P. (art. 2º da Lei 11.079/04): 
 
a) P. P. P. administrativa (§ 1º) 
b) P. P. P. patrocinada (§ 2º) – Ex: construção exploração do presídio ou 
hospitais. 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
1. CONCEITO 
 
 Aqui no Brasil adotamos a corrente formalista para conceituar serviço público – Por 
essa corrente, serviço público é o que a Lei denomina como tal. 
 
2. PRINCÍPIOS 
 
 Estão elencados no art. 6º da Lei 8.987/95 – A concessão ou permissão 
pressupõe a prestação de serviço adequado, sendo este: 
 
a) Regularidade 
b) Continuidade – prestação de serviço público não pode parar – o serviço tem que 
continuar – em algumas situações o serviço para, e isso não significa que houve 
desrespeito ao princípio da continuidade (art. 3º da Lei 8.789/95). Exceções: 
 Situação de emergência. Ex: Pane no Metrô 
 Após prévio aviso por razões de segurança, ou por razões técnicas. Ex: limpeza 
de caixa d’água. 
 Após prévio aviso, em razão do inadimplemento do usuário. Ex: não pagamento 
da conta de luz 
c) Eficiência – a prestação tem que ser feita de forma eficiente, ou seja, prestar um 
serviço quantitativa e qualitativamente adequado. Ex: não basta ter ônibus, eles tem 
que está funcionando de forma regular. 
d) Segurança 
e) Atualidade 
f) Generalidade – alguns autores chamam de universalidade – A prestação de serviço 
público deve está a disposição de todos. 
g) Mobilidade – Serviço público não precisa ser gratuito – mas deve haver uma 
razoabilidade no valor – o valor tem que ser módico. 
h) Cortesia – tem que haver cordialidade no serviço público 
 
3. CLASSIFICAÇÃO 
 
3.1. Quanto a obrigatoriedade na utilização do serviço 
 
a) Serviços compulsórios – de utilização compulsória. Ex: coleta de lixo 
b) Serviços facultativos – de utilização facultativa. Ex: telefone 
 
3.2. Quanto aos destinatários 
 
a) Serviço público uti siguli – Os usuários são identificáveis e identificados – 
destinatários certo – serviços divisíveis – ou seja, eu sei quem usa e quanto usa. 
Ex: serviço de água (eu sei quem usa e o quanto usa) 
 
b) Serviço público uti universi – Destinatários indeterminados. Ex: Iluminação 
pública 
 
3.3. Quanto a forma 
 
a) Centralizada ou direta – A própria administração pública presta o serviço 
b) Descentralizada ou indireta – Quem presta o serviço é um particular, um terceiro. 
 
4. AUTORIZAÇÃO OU PERMISSÃO OU CONCESSÃO OU P. P. P. 
 
AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO 
Art. 21, XI e XII da CF Prevista na Lei 8.987/95 Prevista na Lei 8.987/95 
É ato administrativo. Ex: 
serviço de despachante. 
É um contrato de adesão (art. 
40 da Lei). Ex: transporte 
público 
É um contrato. Ex: exploração 
de uma rodovia. 
Não precisa de licitação Tem que haver licitação Tem que haver licitação na 
modalidade concorrência 
Autorização pode ser por 
prazo determinado ou 
indeterminado. 
Autorização pode ser por 
prazo determinado ou 
indeterminado. 
Só pode ser por prazo 
determinado 
Precária Precária Não precária 
 Só pode ser concedida para 
uma pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas – não 
pode ser dada a pessoa física 
 
 A autorização e a permissão são institutos precários – O particular não tem direito a 
manutenção daquela situação, ou seja, se a administração pública resolve revogar a 
autorização ou a permissão – o particular não terá direito a indenização – alguns 
autores entendem que no caso da permissão por prazo determinado daria ensejo 
a indenização no caso de revogação 
 
 A concessão é não precária – se a administração rescindir antes do prazo, terá que 
indenizar o particular – O particular tem direito a manutenção daquela situação. 
 
 
 
DIREITO CIVIL – AULA 01 – 12/08/2011 
Professor: João Aguirre 
 
PARTE GERAL 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 A Parte geral é dividida em 3 livros (internamente) 
 
LIVRO I – Livro de pessoas 
LIVRO II - Trata dos Bens 
LIVRO III – Trata dos fatos jurídicos (é o livro que mais cai – art. 104 ao 232) 
 
LIVRO I - PESSOAS (INTRODUÇÃO) 
 
1. PERSONALIDADE 
 
 Personalidade: é o atributo da pessoa para ser titular de direitos e de deveres na 
ordem civil. 
 
 As pessoas representam a principal espécie dos sujeitos de direito. 
 
 Sujeito = portanto, é todo o indivíduo ou entidade que participa de uma relação 
jurídica. 
 
Pessoa – está relacionada com o conceito de sujeito – sujeito é um gênero – pessoas é 
uma espécie do gênero 
 
Sujeitos que não pessoas – são entes despersonalizados 
 
Atenção: Ao lado das pessoas os entes despersonalizados representam uma outra espécie de 
sujeitos de direito. Ex: O espólio, A massa falida, O condomínio. 
 
A condição de pessoa decorre de atributo – chamado personalidade. 
 
SUJEITOS 
 Entes despersonalizados 
 Pessoas – Personalidade Jurídica 
 
SITUAÇÃO: Um condomínio será tratado como um sujeito de direito? Sim, como um ente 
despersonalizado – o condomínio é um sujeito – cobra um crédito que não é dele – é dos 
condôminos – pois é autorizado pela lei para tanto – a personalidade dá ao sujeito o direto 
 
A personalidade jurídica - é um atributo que garante às pessoas a titularidade de direitos no 
ordenamento jurídico. 
 
A titularidade – momento em que começa e termina 
 
2. INÍCIO DA PERSONALIDADE 
 
 Pessoas naturais – a personalidade se inicia a partir do nascimento com vida (de 
acordo com o CC) – nascimento + vida – o CC adotou a teoria natalista (porém 
esta teoria não é isenta de críticas – exclui uma parte da nossa vida, posto que 
não é considerado pessoa o sujeito que ainda não foi concebido, ou seja o 
nascituro) 
 
3. DIREITOS DO NASCITURO 
 
 Nascituro é o ente concebido, mas ainda não nascido, dotado de vida intra-
uterina. 
 
 Os embriões concebidos e congelados não são nascituros, posto que não tem 
vida intra uterina. 
 
 Obs.: O que é concepturo? O concepturo, que com o nascituro não se confunde, 
é aquele que nem concebido ainda foi (prole eventual). Ex: eu posso deixar uma 
herança para os futuros filhos do meu amigo Márcio, os futuros filho de Márcio são 
concepturos. 
 
 Fundamentalmente, temos três teorias explicativas do nascituro: 
 
a) Teoria natalista – Os direitos do nascituro estão condicionados ao seu 
nascimento com vida. Expectativa de direitos, ou seja, o nascituro não deve ser 
considerado pessoa (eis que a personalidade só é adquirida com o nascimento 
com vida), gozando de mera expectativa de direito. (posicionamento mais 
conservador) 
 
b) Teoria concepcionista – Para esta segunda teoria o nascituro é dotado de 
personalidade jurídica, desde a concepção, inclusive para efeitos patrimoniais. 
 
c) Teoria da personalidade condicional/ mista/ eclética – Para esta terceira 
Teoria, o nascituro somente passaria a ter PLENA PERSONALIDADE sob a 
condição de nascer com vida, ou seja, o nascituro teria uma personalidade formal 
quanto a direitos personalíssimos, mas somente consolidaria personalidade 
material, quanto a direitos patrimoniais, sob a condição de nascer com vida. 
 
 Em verdade – O problema dessa teoria é o não reconhecimento da personalidade 
do nascituro. Posto que, existem direitos de cunho patrimonial que o nascituro tem. 
 
 Toda pessoa que nasce com vida já adquire personalidade. Sendo titular de direito. 
Ex: Maria Fernanda filha do João Aguirre, que tem 3 anos de idade não pode 
casar, posto que ao nascer adquiriu direitos, porém não pode exercer todos os 
seus direitos. 
 
 Toda pessoa que nasce com vida tem personalidade 
 
 O nascituro tem direito a alimentos, além de outros direitos de cunho patrimonial. 
 
ATENÇÃO: o nascituro pela teoria natalista não é tratado como pessoa, muito embora já 
ostente a condição de sujeito de direito. Como sabemos ao nascituro é resguardadoalguns 
direitos, como o de alimentos. 
 
Art. 2º do CC – resguarda o direito do nascituro (excepcionalmente) – entra no hall dos entes 
despersonalizados. Vejamos: 
 
Observação doutrinária: Existe uma corrente que entende que a personalidade começa na 
concepção – teoria concepcionista. Contudo, não é uma posição dominante. (o problema 
existente em tal entendimento é determinar o momento exato da concepção – que é um 
problema já originário da própria medicina, por isso o código adotou uma posição mais estável, 
adotando a teoria natalista). 
 
4. CAPACIDADE 
 
 Conceito – É a medida da personalidade 
 
 Tem pessoas que podem exercer todos os seus direitos, e outras que não podem. 
 
 Classificação: 
 
4.1. Capacidade de direito 
 É a capacidade para ser titular de direitos. Todos têm (possuímos) essa 
capacidade. Ela não pode sofrer limitação. Ex: Maria Fernanda de 3 anos tem 
capacidade de direito, mas não possui capacidade de fato. 
 
4.2. Capacidade de fato 
 É a capacidade para o exercício dos direitos. Ela pode sofrer limitações. 
 
4.2.1. Capaz – Aquele que possui a capacidade plena, ou seja, ele tem 
capacidade de direito e de fato. 
 
4.2.2. Incapaz – Aquele que sofre limitações à capacidade de fato. Existem duas 
possibilidades para incapacidade: 
 
a) Absolutamente Incapaz (art. 3º do CC) – Limitação absoluta – Não 
pode exercer direitos sem estar representado. 
 
 Se ele praticar esses atos, estes serão nulos. 
 
 Ex: Sr. Manuel que vendeu um pirulito para Maria Fernanda 
(absolutamente incapaz). Eu não irei em Sr. Manuel alegando que 
o fato de ter pactuado contrato de compra e venda com um 
incapaz é ato nulo e dizê-lo para devolver o dinheiro. Tem que 
haver uma ponderação. 
 
 Exceções: Pode praticar atos de pequeno valor o absolutamente 
incapaz, desde que tenha um determinado discernimento. Ex: para 
comprar um bombom. 
 
b) Relativamente Incapaz (art. 4º do CC) – Limitação relativa – Pode 
praticar alguns atos da vida civil, mas para outros deve estar assistido. 
 
 Exceção - Ex: Menino de 17 anos que quer se casar – Precisa de 
autorização dos pais, mas não de assistência. 
 Exceções (não precisa de o relativamente incapaz está assistido): 
 Testemunho 
 Casamento 
 Testamento 
 
5. QUANDO CESSA A INCAPACIDADE 
 
 Cessa a incapacidade quando cessarem os motivos que lhe deram origem. Ex: 
Incapacidade do menor – que ao completar 18 anos cessa, por ele a partir de agora ser 
plenamente capaz. 
 
 Ex: O ébrio habitual – o motivo da incapacidade é a dependência do álcool. Cessando 
o motivo, ou seja, livrando-se da dependência, também cessará a incapacidade. 
 
 Emancipação de menores – também é um meio para cessar a incapacidade na ceara 
civil, e ela se dá de três formas: 
 
a) Voluntária – Os pais emancipam os filhos. 
 Ocorre por intermédio de escritura pública 
 Não necessita de homologação judicial 
 
b) Judicial – O juiz emancipará o menor. 
 O juiz emancipa por uma sentença judicial, ouvido o tutor do menor. 
 O tutor não emancipa – Ele (o tutor) pede para o juiz emancipar. 
 
c) Legal – Quem emancipa é a Lei 
 Basta provar alguma situação prevista em Lei para conceder tal emancipação. São 
quatro situações: 
 
c.1. Casamento 
c.2. Colação de grau em curso superior 
c.3. Exercício de função pública em caráter efetivo. 
 
 Não basta passar no concurso 
 Não pode ser ocupante de cargo temporário (tem que ser efetivo) 
 Tem que ser cargo efetivo – ter tomado posse do cargo 
 
c.4. Exercício de atividade civil ou empresarial, ou relação de emprego, que dê ao 
menor economia própria. 
 
6. FIM DA PERSONALIDADE 
 
 Consolida-se com a morte. 
 
 A morte pode ser: 
 
 
a) Real – Tem-se a certeza da morte. Tem-se o corpo. É a morte cerebral, ou seja, 
mesmo que o coração, pulmões e outros órgãos ainda estejam funcionando, se a 
atividade cerebral cessou, configura-se a morte real. 
 
b) Presumida – Não existe certeza. Há duas hipóteses de morte presumida: 
 
b.1) Sem a decretação de ausência (art. 7º do CC) – Podendo se dá de duas 
formas: 
 
 Morte presumida por justificação - Toda vez que a morte tenha sido 
extremamente provada. Ex: pessoas que morreram na queda do avião da 
air France. 
 Pessoa desaparecida ou feita prisioneira – Se alguém desaparecido em 
campanha ou feito prisioneiro , não for encontrado até 2 anos após o 
término da guerra. 
 
b.2) Com decretação de ausência – O ausente é o desaparecido declarado como 
tal. 
 
 O processo de ausência tem duas sentenças: 
 Uma que decreta a ausência 
 Outra que decreta a morte presumida 
 
 São três fases: 
 Ausência presumida – Ele ainda não é ausente declarado. É o 
período da curadoria provisória. Nomeia o curador para administrar 
os bens do ausente. 
 Ausência declarada – Sucessão provisória – 10 anos depois, ela 
transforma-se em sucessão definitiva. 
 Morte presumida – Sucessão definitiva – Morte presumida. 
 
 
Linha do tempo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Passado 1 ano da arrecadação dos bens do desaparecido, ou 3 anos se ele deixou 
procurador ou representante, é possível se declarar a sua ausência por sentença. 
 
 A sentença declaratória de ausência só passa a vigorar 6 meses após a sua publicação. 
 
 Nesse período do processo, caso o ausente apareça, ele terá direito a todos os seus bens. 
Sujeito desapareceu 
no carnaval. Foi 
comprar cigarro e 
não voltou. 
Petição inicial – O 
juiz vai nomear 
curador provisório. 
Período da 
Curadoria 
provisória. 
Alguém trouxe para 
o juiz a notícia do 
desaparecimento. 
Averbação 
Mandar promover 
arrecadação dos bens 
do desaparecido. 
Sentença 
declaratória 
de ausência 
 
1 ano 6 meses 10 anos 
A sentença 
começa a 
produzir 
efeitos 
Começa a 
sucessão 
provisória 
Passados 10 anos da sucessão 
provisória, o juiz pode declarar a 
morte presumida do ausente. 
Morte 
presumida 
Sucessão 
definitiva 
 
 Após a morte presumida haverá a sucessão definitiva. 
 
SUCESSÃO DEFINITIVA SUCESSÃO PROVISÓRIA 
Se o ausente volta em até 10 anos contados 
da morte presumida – Terá direito ao 
remanescente dos bens (apenas o que 
sobrou dos bens) 
Provisoriamente para os herdeiros – Se o 
ausente regressar nesse período – Tem 
direito a todos os seus bens. 
 
 Esse instituto visa a proteção do ausente 
 
7. DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
 São todos os direitos decorrentes da essência da pessoa. Ex: Direito a vida, a 
integridade física, a honra, a imagem, ao nome etc. 
 
 Tem proteção constitucional – Tendo como base o princípio da dignidade da pessoa 
humana 
 
 No CC a partir do art. 11 
 
 Características: 
 São intransmissíveis 
 Irrenunciáveis 
 E o seu exercício não pode sofrer limitação voluntária 
 Imprescritível – Não perco o direito pelo decurso do prazo 
 
 Exceção – Ex: Direito a imagem: 
 
a) Imagem retrato – aquela que está na foto 
 
b) Imagem atributo – diz respeito a meus atributos 
Ex: A Giselle Bundchen pede para não mostrar fotos do casamento – A Giselle vive da 
imagem retrato – imagem que vai aparecer no filme de publicidade, por exemplo. 
 
 É possível a proteção do direito da personalidade a pessoa jurídica – Exceto os 
inerentes a pessoa humana. Ex: direito a vida 
 
 Ex: Jornal que está sendo censurado – tento cerceada a sua liberdade de 
expressão. 
 
 Art. 12 do CC – Ex: O jornal está expedindo reportagens caluniosas a meu respeito. 
 
 Posso exigir que cesse a ameaça 
 
 Ex: publicação da biografia não autorizada de Roberto Carlos 
 
 Posso pleitear perdas e danos 
 
 Em se tratando de morto – Terá legitimação para requerer: 
 
 Cônjuge sobrevivente Qualquer parente em linha reta 
 Colateral até o 4º grau 
 Companheiro 
 
 
 
 
 
FATO JURÍDICO 
 
1. CONCEITO 
 
 São os acontecimentos que produzem efeitos de ordem jurídica. 
 
 Fato = acontecimento (ocorrência) 
 
 Não é todo acontecimento que interessa para o direito 
 
 Os acontecimentos importantes para o direito, são aqueles que produzem efeitos 
jurídicos. Ex: Tem uma chuva no meio do Oceano Atlântico – É um simples fato. 
Ex: Tem uma chuva em São Paulo, que causou sérios transtornos a população – 
Nessa situação passa ter um fato jurídico – já que gerou danos ao patrimônio de 
pessoas e isso produzirá efeitos jurídicos, sendo um fato jurídico. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS 
 
a) Fatos Jurídicos Naturais – Fatos Jurídicos stricto sensu 
 
 Conceito: É a natureza produzindo efeitos jurídicos. 
 
a.1. Fato Jurídico Estrito Senso Ordinário – Ex: Nascimento e morte 
 
a.2. Fato Jurídico Estrito Senso Extraordinário – Sai fora do cotidiano – Foge do 
convencional. Ex: Caso fortuito e força maior. 
 
b) Atos Jurídicos 
 
3. ATOS JURÍDICOS 
 
 Conceito – Ações ou omissões humanas que produzem efeitos na ordem jurídica. 
 
 Só vão interessar os atos que produzem efeitos jurídicos. Ex: Jogar a caneta para cima 
– é um simples ato. Ex: Jogar a caneta no Bruno – Deixa de ser um simples ato e 
passa a ser um ato jurídico. 
 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS JURÍDICOS 
 
a) Ato Jurídico stricto sensu – É um ato em que importa a manifestação da vontade, 
mas cujos efeitos estão prévia e expressamente delimitados pelo legislador. Ex: 
Reconhecimento de paternidade – Tenho que manifestar a vontade – mas os efeitos já 
estão expressamente delimitados pelo legislador. 
 
b) Negócio Jurídico – Importa a manifestação da vontade e os seus efeitos podem ser 
determinados por aquele que a manifestou. Ex: Contrato 
 
c) Ato Ilícito – É uma ação ou omissão contra a Lei. É o ato praticado em 
desconformidade com a ordem jurídica. Ex: Dirigir embriagado e causar dano a outrem 
– (art. 186 e 187 (abuso de direito) do CC) – Base da Responsabilidade Civil. 
 
5. NEGÓCIO JURÍDICO 
 
1. Classificação 
 
a) Unilateral – Uma só vontade. Ex: Testamento – vale ressaltar que é nulo em contrato 
de pessoa viva (art. 426 do CC) – Testamento não pode ser contrato. 
 
 
 
 
 
b) Bilateral – Duas vontades 
 
c) Plurilateral – Mais de duas vontades 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO CONTRATO 
É gênero É espécie do gênero negócio jurídico 
Pode ser: 
a) Unilateral – uma só vontade. Ex: 
testamento 
b) Bilateral ou plurilateral – duas ou mais 
vontades. Ex: Contrato 
 
- Levam em consideração as vontades. 
O contrato nunca será negócio jurídico 
unilateral, pois faz-se necessário duas ou 
mais vontades para existir. 
 
- Levam-se em conta as suas obrigações 
 
- O contrato pode ser: 
 
a) Contrato bilateral – Têm obrigação para 
ambas as partes. Ex: compra e venda. O 
comprador tem que pagar o preço; O 
vendedor tem que entregar a coisa. 
b) Contrato unilateral – Tem obrigação para 
apenas uma das partes. Ex: doação pura. 
O doador tem que entregar a coisa. O 
donatário não tem obrigação. Vale ressaltar 
que a doação precisa de duas vontades e 
por isso trata de negócio jurídico bilateral – 
Eu vou oferecer e a outra pessoa dirá se 
aceita ou não. 
Observação: Quando se fala de negócio 
jurídico – A que pergunta que se faz é: 
Quantas vontades existem? 
Observação: Quando se fala em contrato – A 
que pergunta que se faz é: Quantas 
obrigações existem? 
 
2. INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
NULIDADE ANULABILIDADE 
 Atinge majoritariamente interesse do 
Estado. 
 Pode ser alegada: pelas partes, pelo 
MP ou até mesmo pelo juiz 
 Sem prazo. 
 Efeito ex tunc (retroage a data do 
ato). 
 O ato nulo não confirma e não 
convalida. 
 Autoriza a conversão – ex: compra e 
venda de um imóvel por instrumento 
particular é um ato nulo – faz uma 
conversão, transforma numa 
promessa de compra e venda. São 
negócios que possuem a mesma 
finalidade, mas são diferentes. 
 Atinge majoritariamente interesse das 
partes. 
 Só pode ser alegada pelas partes. 
 Tem o prazo de 4 anos para a 
hipótese de incapacidade e vício, e 2 
anos na hipótese de omissão da lei. 
Esse prazo é decadencial (perdeu o 
prazo, não pode mais anular). 
 Efeito ex nunc (não retroage a data 
do ato). 
 Autoriza confirmação e convalidação. 
Ex: o casamento feito por coação, ele 
passa a ser anulável, com a 
convalidação o casamento continua. 
 
Observação: A conversão não se confunde com a convalidação. Na conversão ocorre uma 
transformação de um ato nulo em um ato válido. Na convalidação, o ato anulável passa a ser 
tratado como um ato válido. 
 
 
 
 
Ex: Contratos – É o acordo de 
vontades – Para ser contrato, 
preciso de no mínimo duas vontades 
DIREITO CIVIL – AULA 02 – 12/08/2011 
Professor: André Barros 
@profandrebarros 
 
 
VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 Defeito que está afetando o negócio. 
 Os vícios podem ser: 
 
a) Vícios da vontade/ do consentimento – são os cinco primeiros do CC – O defeito 
não está na manifestação da vontade, o defeito está presente na formação da 
vontade (naquilo que a pessoa acredita, naquilo que a pessoa deseja) 
 Erro 
 Dolo 
 Coação 
 Estado de Perigo 
 Lesão 
 
 O defeito está na manifestação da vontade 
 
 O prejudicado é um dos contratantes. Ex: do erro, você compra um relógio 
de prata, acreditando ser de ouro, e por isso ofereceu R$20.000,00 pelo 
relógio achando se tratar de um relógio de ouro. 
 
b) Vícios sociais – São apenas dois: 
 Fraude contra credores 
 Simulação 
 
 O defeito não está na formação, mas sim, na manifestação da vontade. 
 O prejudicado é sempre um terceiro (pessoa que não participa do negócio 
jurídico) 
 
1. ERRO 
 
 Conceito: É a falsa percepção da realidade 
 No CC na parte geral, o erro recebeu o mesmo tratamento da ignorância – que é o 
completo desconhecimento da realidade 
 O erro e a ignorância devem ser tratados como sinônimos, posto que a ignorância é um 
erro mais grave. 
 Negócio jurídico Anulável 
 Ação: Anulatória 
 Prazo: Decadencial de 4 anos a contar da celebração do negócio jurídico 
 
1.1. Classificação do erro 
 
 Erro substancial – É aquele que incide sobre aspecto determinante do 
negócio jurídico. Uma característica que me levaria a celebrar ou não celebrar 
o negócio. É anulável o negócio jurídico. Ex: O relógio que eu acreditava ser 
de ouro. Ex: O erro pode incidir sobre a pessoa, eu casei com uma pessoa 
achando que era outra, eu casei. Como é o caso da pessoa que casou com 
uma mulher, que fez a cirurgia de mudança de sexo. Pode incidir sobre vários 
aspectos, dentre eles: material, sobre a pessoa, sobre a natureza do objeto, 
sobre o direito etc. 
 
 Erro acidental – É aquele que recai sobre aspecto não determinante do 
negócio jurídico. Ex: O embrulho do relógio. Não é anulável o negócio 
jurídico. Mas a pessoa pode pedir a indenização por perdas e danos? Precisa 
provar fato, dano, nexo causal e culpa da outra parte. Quem erra, erra sozinho, 
por isso não há como atribuir culpa a outra parte. Portanto não pode pedir 
indenização por perdas e danos. 
 
2. DOLO 
 
 É o induzimento malicioso de outrem a erro. 
 No erro, quem erra, erra sozinho. No dolo a outra parte participou do erro, ou seja, no 
dolo a pessoa é induzida a errar. Ex: O sujeito diz que o relógio é de ouro. 
 Quando falamos de dolo, falamos da intenção de prejudicar – dolus malus – o 
negócio jurídico é anulável 
 O negócio jurídico é anulável 
 Ação: anulatória 
 Prazo: decadencial de 4 anos contados da celebração do negócio jurídico. 
 Se houver por outro lado, o objetivode ajudar – dolus bonus – Nesse caso o negócio 
jurídico não é anulável 
 Classificação: 
a) Dolo essencial (dolus causam) – Incide sobre aspecto determinante do negócio. 
Se a parte prejudicada soubesse a verdade o negócio não teria sido celebrado – 
torna o negócio jurídico anulável – Ex: Eu pergunto para o Júnior se o relógio é 
de ouro, e o mesmo confirma, sendo o objeto de prata. 
b) Dolo acidental (dolus incidens) - É aquele que recai sobre aspecto não 
determinante do negócio. O prejudicado teria celebrado o negócio jurídico mesmo 
que soubesse a verdade. O negócio jurídico não é anulável Ex: o embrulho do 
relógio que era de madeira e acabou vindo o embrulho de plástico. Nessa hipótese 
eu posso pedir indenização por perdas e danos? Sim, se provar prejuízo, ele 
prova que aquele fato embora não fosse determinante aquilo ali lhe daria um 
prejuízo. 
 
3. COAÇÃO 
 
 Art. 151 do CC 
 
 É a pressão ou ameaça para que uma pessoa realize determinado negócio jurídico. Ex: 
Homem que vende a casa sobre chantagem de pessoa que ameaça mostrar fotos da 
traição para mulher. 
 Consequências: 
 Torna o negócio jurídico anulável 
 Ação: Anulatória 
 Prazo: Decadencial de 4 anos a partir do dia que cessar a coação. 
 Não caracteriza coação – o negócio jurídico não é anulável: 
 Ameaça decorrente de exercício regular de direito. 
 Temor reverencial – É a mistura de medo e respeito. Ex: relação entre pais e 
filhos; relação patrão e empregado. 
 
4. ESTADO DE PERIGO - Art. 156 do CC 
5. LESÃO – Art. 157 do CC 
 
ESTADO DE PERIGO LESÃO 
Requisito Objetivo: Uma pessoa realiza 
negócio jurídico assumindo prestação 
excessivamente onerosa. Ex: vender um bem 
que vale muito com o preço baixo. 
Requisito Objetivo: Uma pessoa realiza 
negócio jurídico assumindo prestação 
excessivamente onerosa. Ex: Compro um 
carro que vale R$ 20.000,00 por R$ 
50.000,00 
Requisito Subjetivo (analisa o “porque” do 
prejuízo): A própria pessoa, um parente 
próximo, o cônjuge ou companheiro, ou 
até mesmo o amigo íntimo – uma dessas 
pessoas vai se encontrar em perigo de morte, 
ou grave dano moral – Sempre tenho 
situações envolvendo direitos da 
Requisito Subjetivo (analisa o “porque” do 
prejuízo): A pessoa se encontrava em uma 
situação de premente necessidade (grave 
problema financeiro) ou numa situação de 
inexperiência (pode ser técnica, negocial, 
financeira) – a preocupação aqui na lesão 
circunda apenas no direito patrimonial. 
personalidade. 
Consequências: Consequências: 
Negócio jurídico: Anulável Negócio jurídico: Anulável 
Ação: Anulatória Ação: Anulatória 
Prazo: Decadencial de 4 anos contados da 
celebração 
Prazo: Decadencial de 4 anos contados da 
celebração 
Princípio da Conservação dos contratos: 
O negócio não será anulado por Estado de 
perigo ou lesão se a parte beneficiada se 
oferecer para reduzir o proveito ou pagar a 
diferença. 
Princípio da Conservação dos contratos: 
O negócio não será anulado por Estado de 
perigo ou lesão se a parte beneficiada se 
oferecer para reduzir o proveito ou pagar a 
diferença. 
Observação: Para que o negócio seja 
anulado por Estado de Perigo deve ser 
provado o dolo de aproveitamento, isto é, 
deve ser provado que a outra parte tinha 
conhecimento da situação de perigo. Ex: o 
comprador sabia que o filho do vendedor 
estava doente. 
Observação: Na lesão não precisa ser 
provado dolo de aproveitamento para que 
o negócio seja anulado. Ex: a pessoa que 
está passando por necessidades financeiras 
e tenta vender o seu automóvel por um preço 
inferior ao que ele vale. 
6. FRAUDE CONTRA CREDORES 
 
 Consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou na iminência de assim se 
tornar, que se desfaz de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigações 
anteriormente assumidas. 
 
 Requisitos: 
 
a) Anterioridade do crédito/ do débito – você tem que provar que quando o sujeito 
foi lá e realizou o ato que você está alegando ser fraudulento, você tem que provar 
que já existia uma dívida antes a ser paga. Essa dívida pode ser tanto contratual, 
quanto extracontratual. 
b) Eventus Damni (Evento Danoso) – A venda do bem foi determinante para a 
fraude contra o credor. 
c) Consilium Fraudis / Scientia Fraudis – Eu tenho que provar o conluio fraudulento 
entre o credor e o adquirente do bem. Se a alienação do bem foi onerosa: o 
conluio fraudulento deve ser provado (Ex: venda do bem). Se a alienação foi 
gratuita: Nessa hipótese o conluio não precisa ser provado (Ex: doação do único 
bem que poderia responder pela dívida). 
 
 Consequências: 
 Negócio jurídico: Anulável – Para o STJ em vários julgados a divergência, 
evidenciando a ineficácia, mas para o CC o negócio jurídico é anulável. 
 Ação: Pauliana/ Revocatória 
 Prazo: decadencial de 4 anos contados da celebração do negócio jurídico. 
 
7. SIMULAÇÃO 
 
 É o desacordo entre a vontade interna (intenção) e a vontade externa (manifestação). 
Esse desacordo deve ser intencional (proposital). 
 
 Classificação: 
 
a) Absoluta – É aquela que tem a aparência de um negócio, mas na essência as 
partes não desejam realizar qualquer negócio. É aquela em que tudo é mentira. 
Tudo é nulo. Ex: O homem se separa da mulher, finge com o amigo um 
pagamento de um empréstimo para na partilha dos bens não lhe dá o que é 
devido. 
 
b) Relativa – É aquela que tem aparência de um negócio, mas na essência as partes 
desejam realizar um negócio diverso. Nem tudo é mentira, logo nem tudo é nula. 
Ex: compra e venda de um imóvel. De um lado temos o comprador e do outro lado 
o vendedor, estão fazendo a compra e venda de uma casa de R$ 1.000.000,00, 
eles vão e declaram no contrato que estão pagando apenas R$ 500.000,00 na 
casa para pagar menos ITPI (comprador) e IR (vendedor), o único elemento falso 
foi o valor. 
 
 Consequências: 
 Gera nulidade jurídica absoluta (Nulo) – pode ser totalmente nulo, ou 
parcialmente nulo. 
 Ação: Declaratória de nulidade 
 Prazo: Não tem prazo – é uma pretensão imprescritível. 
 
 
PARTE GERAL 
 
1. OBRIGAÇÕES 
 
 Conceito: É a relação jurídica pessoal e transitória que confere ao credor o direito de 
exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. 
 
 Elementos da obrigação: 
 
a) Elementos subjetivos: 
 Sujeito ativo: Credor 
 Sujeito passivo: Devedor 
 Qualquer pessoa natural ou jurídica pode ser credora ou devedora 
independentemente de qualquer requisito. Ex: o menor de idade pode ser 
credor ou devedor, afinal ele é pessoa natural. 
 Admite-se também que os entes despersonalizados sejam credores ou 
devedores. Ex: Sociedade de fato; Sociedade irregular; Condomínio 
edilício; Massa falida etc. 
 
b) Elemento objetivo: 
 É a prestação a ser cumprida. Poder ser uma obrigação de dar, fazer ou não 
fazer. 
 A prestação precisa ter conteúdo patrimonial. Isso não é pacífico na doutrina, 
mas é o posicionamento majoritário. 
 
c) Elemento imaterial/ virtual/ espiritual 
 
 É estudar o vínculo formado entre credor e devedor. 
 Prevalece a Teoria Binária ou Dualista, construída na Alemanha – Ela 
defende a existência de um duplo vínculo entre credor e devedor. 
 
 Quando estamos estudando a Obrigação civil, ela formada por dois 
elementos: 
 
a) Débito – É formado pelo dever jurídico de cumprir espontaneamente 
uma prestação, que pode ser de dar, fazer ou não fazer. 
b) Responsabilidade civil – É a conseqüência jurídica e patrimonial do 
descumprimento do débito. Nada mais é que ingressar em juízo para 
exigir o cumprimento forçado da obrigação ou reparação, perdas e 
danos. Prazo de prescrição dependendo de cada caso. 
 
 A prescrição fulmina a responsabilidade civil, nunca o débito.

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