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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM Instituto de Ciências Exatas - ICE Departamento de Química - DQ 9º RELATÓRIO DE QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL MANAUS - AM 05 DE FEVEREIRO DE 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM Instituto de Ciências Exatas - ICE Departamento de Química - DQ ELEMENTOS DO GRUPO VII A MANAUS - AM 05 DE FEVEREIRO DE 2015 1. INTRODUÇÃO Os elementos da família 17 ou VII A da Tabela Periódica recebem o no- me de Halogênios, representados pelos cinco elementos listados a seguir: Flú- or (F), Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At). Esse nome “halogênio” significa “formador de sais”. Todos eles possuem 7 elétrons na camada de valência (camada eletrô- nica mais externa ao núcleo e mais energética). Genericamente: ns2 np5. Em razão disso, eles têm a tendência de receber um elétron e formar íons monova- lentes negativos (X-1), reagindo principalmente com os metais alcalinos (metais da família 1), que têm a tendência de doar um elétron. Desse modo, eles origi- nam compostos com fórmulas do tipo MX. Os halogênios (Grupo 17 ou família VII) são formados pelos elementos flúor, cloro, bromo e iodo. Eles são encontrados na natureza na forma combi- nada por sua alta reatividade. Apesar das semelhanças químicas, suas seme- lhanças variam de forma gradual ao longo da família. O flúor possui apenas o número de oxidação -1 e é o mais eletronegativo. O cloro, o bromo e o iodo também são eletronegativos, porém podem formar compostos com outros ele- mentos com número de oxidação negativa ou positiva. Todos os halogênios são agentes oxidantes, porém esta propriedade decresce com o aumento do número atômico. Enquanto o flúor, o cloro e o bromo são encontrados na natureza com NOX de “-1”, por isso que são oxidados para obter a sua forma elementar, o iodo é obtido a partir da redução de iodatos. O quinto elemento dos halogênios, o ástato não é encontrado na natureza, seus isótopos são radioativos, possui um tempo de meia-vida de 8,3h, por esses motivos o ástato é estudado apenas qualitativamente, possuindo poucos dados quantitativos existentes. Os halogênios formam variações lentas das propriedades químicas de cima para baixo no grupo. O flúor tem algumas propriedades anômalas, como sua força como agente oxidante e as baixas solubilidades da maior parte dos fluoretos. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Estudar as propriedades químicas dos halogênios bem como as caracte- rísticas dos elementos que compõem o grupo. 2.2. Objetivos Específicos Obter cloro e iodo; Analisar a solubilidade do iodo em solventes; Comparar as propriedades oxidantes e redutoras dos halogênios; Analisar as propriedades químicas dos halogênios. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1. Materiais - Bécher; - Garra metálica; - Espátula; - Balão de fundo redondo; - Papel tornassol; - Tela de amianto; - Tubos de ensaio; - Bico de Bunsen. 3.2. Reagentes - KMnO4; - CCl4; - H2SO4; - KBr; - MnO2; - Água de bromo; - HCl; - Água de cloro; - KI; - Na2S. 3.3. Procedimentos 3.3.1. Obtenção do Cloro Foi colocado em um tubo de ensaio 0,1g de dióxido de manganês (MnO2), onde foi adicionado 5 gotas de HCl. Em seguida foi adicionado mais HCl até completar 1mL do ácido. O papel tornassol umedecido foi colocado sobre a boca do tubo de ensaio onde o gás foi produzido. 3.3.2. Obtenção do Iodo No sistema abaixo (figura 1), colocou-se no bécher 1g de KI, 1,5g de MnO2 e 7,5 mL de H2SO4 concentrado. O balão de vidro redondo contendo água fria foi colocado sobre o bécher, esse sistema foi aquecido para sublimar o iodo formado. Os cristais foram retirados com uma espátula e posteriormente secos. Figura 1: Sistema montado para obtenção de iodo 3.3.3. Solubilidade do Iodo em solvestes a) Solvente polar Colocou-se em um tubo de ensaio um pequeno cristal de iodo e 3 mL de água destilada foi agitado o tubo. Em seguida, foi adicionado cristais de KI e observado o aumento da solubilidade. b) Solvente apolar Foi adicionado em outro tubo de ensaio cristais de iodo, 3 mL de água destilada e foi agitado. Posteriormente foi colocado 1 mL de CCl4 e agitado. 3.3.4. Propriedades químicas dos halogênios a) Propriedade redutora Foi colocado em um tubo de ensaio 2 gotas de solução 1N de KMnO4, 2 mL de água, 1 mL de solução 6N de H2SO4 e 1 mL de solução 1N de KI e, então o tubo foi agitado. b) Propriedade oxidante Colocou-se em um tubo contendo solução de iodo, gotas de Na2S até o descoramento da solução. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Obtenção do cloro Obteve-se o gás cloro (Cl2) através da reação do mineral pirolusita (dió- xido de manganês - MnO2) com apenas 5 gotas de ácido clorídrico (HCl). Ob- serva-se a partir da seguinte reação: MnO2 + 4HCl → MnCl2 + Cl2 + 2H2O A solução apresentou-se uma coloração escura, e após o acréscimo de 1 mL de HCl, observou-se a viscosidade da solução, além do aumento da libe- ração de gás. Aproximou-se o papel tornassol umedecido da entrada do tubo de ensaio e percebeu-se a tonalidade rosa, indicando o caráter ácido. Obtenção do iodo Primeiramente, ao misturar-se, em um tubo de ensaio, 0,1 g de KI mais 1,5 g de MnO2, e adicionar-se 7,5 mL de H2SO4, concentrado, observou-se re- ação, caracterizando a liberação de gás. O gás liberado foi o I2. A reação é re- presentada pela equação seguinte: 2KI(s) + MnO2(s) + 3H2SO4(c) → I2(g) + 2KHSO4(aq) + MnSO4(aq) + 2H2O(l) Após liberação de muito gás, observou-se a formação de cristais, que fo- ram separados para a próxima prática. Obtenção do iodo a) Solvente polar Quando adicionou-se água no tubo de ensaio contendo cristais, notou-se a insolubilidade do iodo em água. A água ficou com cristais de iodo insolúveis até que foi adicionado o KI(s) e formou-se uma solução de cor castanha. Esta observação era esperada, pois houve a indução de um dipolo no iodo (que é apolar) pelo ion I- do iodeto de potássio o que permitiu que houvesse a interação entre o I2 e a água (substância polar). b) Solvente apolar No tubo de ensaio, percebe-se a formação de duas fases. Uma fase contém CCl4 e a outra, parte do I2 que estava presente na solução. Esta também deve-se à grande solubilidade do iodo neste solvente, pois ambos são apolares.Como o iodo é solúvel em CCl4, parte da solução se tornou violeta e outra parte se tornou castanho, pois continha água e iodeto. Seu vapor é violeta-escuro, cor que é reforçado nas soluções em solven- tes apolares como CCl4 e CS2. Em solventes polares como a água, iodeto de potássio e etanol, a cor das soluções é castanha. Propriedades químicas dos halogênios a) Propriedade redutora Adicionou-se KMnO4 em 2 mL de H2O e verificou-se que a solução apresentou uma coloração roxa, quando adicionou-se posteriormente KI apre- sentou duas fases, uma com coloração amarelada e outra incolor. Com o agi- tamento, houve a mudança de coloração, apresentando agora um tom marrom, além da liberação de calor envolvida na reação. A reação é representada pela equação seguinte: 2 KMnO4 + 10 KI + 8 H2SO4 → 6 K2SO4 + 2 MnSO4 + 5 I2 + 8 H2O Agente oxidante: KMnO4 No resultado finalnotou-se a mudança de cor de amarelo pra marrom e houve a formação de precipitado. b) Propriedade oxidante No tubo de ensaio, adicionou-se uma solução de iodo e após algumas gotas de Na2S. Conforme o aumento da quantidade de Na2S, observou-se o descoramento da solução, apresentando uma solução incolor, além da forma- ção do enxofre coloidal. Pode-se representar a reação ocorrida, através da se- guinte equação: I2 + Na2S → 2 NaI + S↓ 5. CONCLUSÃO Ao término deste relatório concluiu-se que nas reações químicas, os ha- logênios apresentam propriedades oxidantes, recebendo um elétron. A atividade oxidante dos halogênios aumenta com a diminuição do raio atômico, sendo o flúor o oxidante mais forte. Suas propriedades redutoras apresentam-se muito fracas, sendo o iodo, em comparação com os outros ha- logênios, um redutor mais forte. Nas condições normais, o flúor (F2) é um gás amarelo; o cloro (Cl2) é um gás amarelo-esverdeado; o bromo (Br2) é um líquido castanho que passa fa- cilmente a vapor; o iodo (I2) é uma substância sólida cor vileta-escuro e com brilho metálico. As soluções aquosas de iodo apresentam uma coloração parda. O iodo é bastante solúvel em álcool, apresentando coloração semelhante a da solução aquosa. Em solventes não polares ou pouco polar, o iodo dissolve-se conser- vando a cor violeta própria das moléculas de I2. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Química, a ciência central/ Theodore L. Brown, H. Eugene LeMay, Jr., Bruce E. Bursten; tradutor Robson Matos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente/ Pe- ter Atkins, Loretta Jones; tradução Ricardo Bicca de Alencastro. – 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2006. Química Geral/ John B. Russell; tradução e revisão técnica Márcia Gueke- zian...| et. al. | - 2. ed. – São Paulo: Pearson Makron Books, 1994. Volume I. LEE. J. D. Química inorgânica não tão concisa. Trad. Henrique E. Toma, Koiti Araki e Reginaldo C. Rocha. 5ª ed. São Paulo: Blucher, 1999.
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