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Apelacao Peca5

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AO DOUTO JUÍZO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA/PR, 
 
Autos do Processo nº: 
LEONARDO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe move GUSTAVO, também já qualificado nos aludidos autos, por meio de sua advogada que esta subscreve, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 513 do Código de Processo Civil, apresentar:
 RECURSO DE APELAÇÃO
Preliminarmente, insta salientar a respeito da tempestividade do presente recurso: a sentença fora publicada em 12 de janeiro de 2009, ademais, o apelante constituiu esta advogada como procuradora uma semana após o ocorrido. Desta forma, é tempestivo. 
Nos termos do art. 520 do Código de Processo Civil, requer-se que o presente recurso seja conhecido e recebido conforme seus efeitos devolutivos e suspensivos. 
Outrossim, como alude o art. 511 do Código de Processo Civil, foram devidamente recolhidas as custas, como comprova e guia que ora se anexa aos presentes autos. 
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
Local, data.
_________________________
Advogado/OAB
RAZÕES DA APELAÇÃO
Autos do Processo nº:
Apelante: Leonardo
Apelado: Gustavo
I – SÍNTESE DA DEMANDA
Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo, ação com pedido de indenização por dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor alemão de propriedade do vizinho. Segundo relato do autor, o animal, que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gasto R$3 mil em atendimento hospitalar e R$2 mil em medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais emitidas pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia.
Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor gasto com medicamentos.
Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento lesivo.
O juiz da 40ª Vara Cível de Curitiba proferiu sentença condenando Leonardo a indenizar Gustavo pelos danos materiais, no valor de R$5 mil, sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar indenização no valor de R$6 mil.
Não merece prosperar a sentença exposta, devendo esta ser anulada, ou se diante entendimento contrário, reformada, em conformidade com o que se expõe. 
II – DA IRRESIGNAÇÃO 
a) Da nulidade da decisão por violação aos limites do pedido
Considerando R.Senteça proferida, como se nota, esta carece de devida reforma. 
Ocorre que em momento algum o apelado pleiteou acerca de danos morais, sendo assim, é vedado ao magistrado conceder decisão extra petita, ou seja, outorgar pedido distinto ou além dos que formulados em peça exordial, o que viola diretrizes constitucionais, desrespeitando princípios como o da inércia e devido processo legal.
No plano infraconstitucional também há desconformidade com o que a lei prevê, bem como são uníssonas doutrinas e jurisprudências quanto ao discutido, em razão disso, é fundamental transpor, os arts. 141 e 492 do Código de Processo Civil:
“Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.”
“Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.”
Destarte, faz-se de rigor o reconhecimento da nulidade da sentença, realizando em seguida a remessa dos autos à primeira instância, a fim de que uma nova decisão seja decretada, segundo os ditames legais e constitucionais. 
b) Do mérito
Caso a decisão seja declarada em ordem, inclusive quanto sua formalidade, cabe, aliás, argumentar da mesma forma em relação a aplicação do direito material no caso em tela, no que tange ao reconhecimento de responsabilidade do apelante.
Como se observa o disposto no art. 936 do Código Civil, em sentido oposto ao fundamentado na sentença proferida, o dono do animal não deveria ser responsabilizado se comprovada culpa da vítima.
Em audiência de instrução e julgamento, ficou claro através de prova testemunhal, que o apelado provocava o animal, o atirando pedras antes do evento lesivo.
Com efeito, há de se observar outro ponto de equívoco na sentença: o apelado não provou os custos despendidos com medicamentos, o que torna impossível o recebimento da quantia requerida. 
A propósito, caso se decida de forma contrária, portanto, esta deverá ser parcial, equiparando-se exclusivamente ao valor provado nos autos, referentes ao atendimento hospitalar.
II – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer que o presente recurso seja conhecido e provido, de forma que ao final a sentença venha a ser novamente julgada, ou reformada pelo magistrado, julgando totalmente improcedente o pedido de indenização por danos materiais, porquanto não comprovados, bem como anulando a condenação ao apelante de indenização de danos materiais.
Requer, do mesmo modo, a inversão do ônus da sucumbência e fixação de honorários em favor do apelante.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
Local, data.
_________________________
Advogado
OAB

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