Buscar

8 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DO ALUNO COM BAIXA VISÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Brasil. Ministério da Educação. Inclusão do aluno com baixa visão no Ensino Regular. Secretaria de Educação Especial Brasília MEC; SEESS, 2006.
 8 . NECESSIDADAS ESPECÍFICAS DO ALUNO COM BAIXA VISÃO
NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
Ao receber um aluno com baixa visão, a escola deve se preparar integralmente, pois o atendimento às suas necessidades específicas, relativas à baixa visão, deve acontecer em todo o ambiente escolar. Os professores e colegas devem conhecer como enxerga uma pessoa com baixa visão, quais as possibilidades e necessidades de adaptações das brincadeiras, jogos e atividades. Também é importante que o aluno com baixa visão tenha oportunidade e tempo suficiente para demonstrar suas competências e habilidades.
No início do ano letivo, a atitude do professor é fundamental para a boa receptividade e acolhida da classe ao novo colega, com direito às mesmas oportunidades de participação no trabalho em equipe, na convivência e aprendizado com o outro. O ensino deve ser cooperativo, o arranjo da sala de aula em grupo ou dupla, o que favorece a ajuda e o apoio mútuo. A colaboração, os laços de amizade e solidariedade são importantes para todos os alunos.
As adaptações relativas às necessidades educacionais especiais referentes à baixa visão, como condições de iluminação e adequação à luz, posicionamento em sala de aula, indicação e adequação de auxílios ópticos, prescritos pelo oftalmologista, dos recursos não ópticos e tecnológicos, deverão ser atendidas da melhor forma possível.
Colaboração, laços de amizade, solidariedade e adaptações relativas às necessidades educacionais especiais fatores indissociáveis na inclusão
Observação de greice: Tem duas imagens, a primeira uma pessoa acompanhado por dois pré-adolescentes e na outra uma menina lendo um texto.
27
 
A participação da família na vida escolar do aluno e o diálogo constante com os educadores são indispensáveis. As reuniões para tomada de decisões, as familiarizações e adaptações, enfim, todo o processo de inclusão do aluno deve ter a participação da família, que tem muita informação sobre as necessidades de seus filhos e pode ser o principal elo de ligação entre a escola e o serviço ou instituição especializada. Os familiares podem ajudar a escola na adaptação dos materiais pedagógicos e agir como agentes multiplicadores de um saber construído na convivência diária.
A diversidade das necessidades específicas demandam diferentes adaptações, particulares a cada caso e que não podem ser generalizadas. A escola e os professores devem conhecer as principais causas da baixa visão, fator importante na organização do trabalho docente
Toda a comunidade escolar deve conhecer as dificuldades dos alunos para poder ajudá-los melhor. Por exemplo, a merendeira pode perguntar ao aluno a forma como ele prefere que os alimentos sejam colocados no prato, informá-lo sobre o cardápio e ajudá-lo, caso necessite.
O aluno deverá usar a visão em todas as oportunidades, com atividades interessantes e motivadoras, sendo essencial ainda que desenvolva os seus sentidos pela oportunidade diversificada de experiências, observação e pesquisa sobre o meio em que vive. Deverá ser introduzido o Sistema Braille quando a perda visual for acentuada ou progressiva, não permitindo o uso da visão residual como principal meio de leitura e escrita. Se possível, nessa situação, ele assinará e anotará recados usando tipos ampliados e auxílios ópticos.
Observação de greice: Tem duas crianças com deficiência fazendo uma atividade escolar no chão.
28
Orientações e sugestões práticas para o professor na sala de aula
O professor encontrará no manual sugestões de atividades ou vivências para trabalhar com a comunidade escolar e promover reflexões acerca das necessidades e possibilidades da pessoa com deficiência visual.
No capítulo 13 existem orientações e sugestões práticas de como confeccionar um "Plano Inclinado" para uso na sala de aula.
Consta também do manual uma relação das patologias mais comuns que causam a deficiência visual e um glossário de termos relativos a esta área.
Se o aluno apresentar algum dos sinais a seguir, fique atento e encaminhe-o para avaliação oftalmológica.
Sinais e sintomas que podem indicar baixa visão: 
 1. Tonturas, náuseas e dor de cabeça;
 2. Visão dupla e embaçada;
 3. Excessiva sensibilidade à luz;
 4. Postura inadequada para leitura;
 5. Movimentos constantes dos olhos (nistagmo);
 6. Dor de cabeça e/ou lacrimejamento, olhos vermelhos durante ou após esforço visual;
 7. Aproximar-se muito da televisão;
8. Aproximar demais os olhos para ver figuras ou ler e escrever texto
 9. Semicerrar ou arregalar os olhos ao observar um objeto/figura, franzir a testa ou piscar continuamente para fixar objetos; 
10. Mostrar dificuldade para seguir objetos; 
11. Evitar brincadeiras ao ar livre - jogos com bola, pega-pega;
12. Tropeçar ou esbarrar em objetos e pessoas;
13. Ter cautela excessiva ao andar, segurando no braço do acompanhante;
14. Não gostar de leitura;
15. Dispersar a atenção com facilidade e perder o interesse visual pelas atividades.
 Observação de greice: Ao lado aparece quatro imagens, ver com o professor, pois estão em preto e branco, não consigo visualizar direito 
29
9. A familiarização com o ambiente escolar
A familiarização do aluno deve ter início com o percurso que ele faz de sua casa até a escola, a forma de adentrar o portão da escola, o caminho a ser percorrido até a sala de aula e a localização da carteira.
A familiarização do ambiente físico, a vivência do corpo no espaço, os trajetos e caminhos devem ser atividades priorizadas no processo de inclusão escolar do aluno com baixa visão. Seus deslocamentos dentro do espaço escolar devem propiciar segurança para o brincar, para a locomoção independente, para o ir e vir com os demais.
Os familiares, os professores e profissionais especializados podem participar desta familiarização, que deve ser feita fora do horário de aulas, para que outros fatores, próprios do ambiente escolar, não interfiram no trabalho, A familiarização inicia-se no portão de entrada e abrange corredores, pátio, quadras esportivas, sanitários, cantina, bebedouros, escadas, biblioteca e todas as outras salas de aula da escola, terminando na sala que o aluno irá frequentar.
Na sala de aula, ele deverá conhecer a localização da porta, janelas, carteiras, lousa, interruptores de luz, cesto de lixo, estantes ou armários e mesa da professora.
A comunidade escolar precisa ser orientada a manter os materiais e mobiliário sempre no mesmo lugar e, se houver mudanças ou alterações, elas deverão ser comunicadas ao aluno, havendo nova familiarização, se necessário.
Observação de greice: Tem uma imagem de uma sala de aula, com alunos sentado e uma professora em pé.
Legenda da imagem: O ambiente deve ser organizado adequadamente e o aluno bem orientado sobre ele.
 31
Deverão ser adotadas alguns critérios básicos para que a familiariazação seja Eficiente :
- Iniciar sempre por um ponto de referência significativo, como o portão de entrada da escola, e contornar o ambiente optando por um dos lados.
Observação de greice: tem uma imagem fazendo jus ao tópico citado.
- Durante o percurso, observar se existem obstáculos no solo, como extintores de incêndio, latas de lixo, pilares e bebedouros.
Observação de greice: tem uma imagem fazendo jus ao tópico citado.
- Junto aos obstáculos que oferecem perigo, devem ser colocados no solo pistas táteis e visuais como faixas adesivas em cor contrastante.
Observação de greice: tem uma imagem fazendo jus ao tópico citado.
- As portas e janelas das dependências da escola devem conter placas indicativas como: sala do diretor, secretaria, sanitários.
Observação de greice: tem uma imagem fazendo jus ao tópico citado.
- Ao completar esta familiarização, o aluno deveretornar ao portão de entrada
Observação de greice: tem uma imagem fazendo jus ao tópico citado.
32
A porta de entrada da sala de aula serve de referência para a familiarização com o seu interior: a sala será contornada, as fileiras de carteiras devem ser percorridas, localizando-se os pontos que favorecem a organização espacial do aluno no novo ambiente.
Algumas pessoas com baixa visão severa precisam usar bengala longa para se locomover.
Alunos com baixa visão e dificuldades de equilíbrio ou disfunção neuromotora podem necessitar de algum tipo de apoio lateral, muletas ou cadeira de rodas. Nesse caso, é preciso apresentar-lhes o espaço físico, a fim de que se organizem e possam ter livre acesso ao ambiente. É importante lembrar que não devem ser deixados objetos espalhados pelo ambiente, formando passagens estreitas que poderão provocar acidentes ou impedir a passagem dos cadeirantes. Se a sala de aula estiver localizada nos andares superiores, será necessário desenvolver estratégias para conduzir o aluno em cadeira de rodas por meio de rampas ou elevadores. Na ausência desses recursos é necessário transferir a sala de aula para o andar térreo.
Os alunos com baixa visão precisam receber orientação dos professores da sala de recursos ou dos profissionais pertencentes a serviços ou instituições especializadas na área de deficiência visual, em relação às atividades que complementem e suplementem as ações da escola regular. Essas atividades não são contempladas no currículo da escola e são necessárias a estes alunos, como as orientações específicas para alcançar independência e autonomia nas atividades de vida diária e de vida prática e na orientação e mobilidade.
O profissional especializado vai trabalhar com o aluno as técnicas de autoproteção e rastreamento, bem como a familiarização nos ambientes internos e externos.
O conhecimento dessas técnicas, adquirido pelos familiares, poderá ser aplicado a todos os outros espaços: casa, escola, igreja, clubes, parques, entre outros, e compartilhado com professores e todas as pessoas com as quais o aluno interage.
O autocuidado e as atividades de vida diária fazem parte das competências essenciais que todo aluno deve aprender durante o seu período de desenvolvimento: tomar banho, usar o banheiro, vestir-se, alimentar-se, movimentar-se e comunicar-se, tomar medicamentos, fazer exercícios, cuidar de objetos pessoais e muitos outros hábitos que fazem parte da vida do aluno. Com um mínimo de apoio e colaboração e pequenas modificações no ambiente, os alunos com baixa visão poderão realizar essas atividades de forma independente, no espaço escolar.
33
 10. Modificações e Adaptações Necessárias Na Sala de Aula E No Ambiente Escolar
1 .Posicionamento em sala de aula
O ambiente da escola deve estar organizado de forma a encorajar as crianças a explorá-lo. Na Educação Infantil, podemos dispor os brinquedos na sala de maneira acessível, em altura tal que as crianças possam observar, fazer escolhas e brincar livremente.
A organização desses espaços é fundamental. Se as prateleiras com os brinquedos estiverem sinalizadas com etiquetas, podemos utilizar, além de uma letra grande e com contraste, pistas táteis ou sonoras para também facilitar o acesso de crianças com baixa visão e outros comprometimentos.
O espaço para as brincadeiras pode ser feito como um cantinho organizado para essa atividade. Esse tipo de disposição facilita a organização das crianças e evita espaços muito poluídos e de difícil circulação, facilitando o processo de familiarização com a sala.
Os outros espaços da sala também podem ser organizados dessa maneira, com o cantinho para colocar mochilas, a bengala, a cadeira de rodas e assim por diante. Assim fica mais interessante para todas as crianças da sala, facilita a participação da criança com baixa visão e daquela que tem outros comprometimentos em todas as atividades da escola.
Para que o aluno com baixa visão, desde o Ensino Fundamental, possa participar integralmente das atividades junto com a classe, ele precisa estar bem posicionado em sala de aula, sentar de preferência na primeira carteira e ter liberdade de levantar-se e chegar perto da lousa ou mudar de lugar para copiar a lição. Mesmo assim, poderá levar muito mais tempo que seu colega para finalizar uma tarefa e seu ritmo deverá ser respeitado. Geralmente copiar da lousa é difícil para ele, pois, a todo momento, deve localizar o ponto em que parou; pode não entender a letra da professora e seu modo de escrever; precisa organizar a escrita em seu caderno - pauta, ordem e seqüência da tarefa, assim como utilizar as cores corretas dos lápis ou das canetas. Neste processo, que se repete até o término da lição, ele corre o risco de não completar a atividade, se a professora não lhe der o tempo suficiente.
As cópias longas e exaustivas da lousa , entre outras práticas tradicionais não são motivadoras para a classe e vão exigir do aluno com baixa visão muito maior que o de seus colegas. Mais interes-
35
sante será criar estratégias e atividades significativas das quais todos os alunos possam participar. A aula poderá ser mais prazerosa e divertida se for proposto aos alunos que se ajudem mutuamente, ditando a atividade uns aos outros, trabalhando em grupos para resolver problemas, descrevendo situações ou preparando previamente materiais escritos (em alto contraste e outras adaptações).
 
 Assim, sugerimos:
1. Investigar com o aluno a que distância enxerga melhor a letra da lousa; 
2. Permitir que ele se sente na primeira carteira, preferencialmente no centro da sala, podendo deslocar-se para a carteira da direita ou da esquerda, a fim de observar todo o material exposto na lousa. Isso pode ser importante para alunos que enxergam com um só olho, ou para aqueles que têm alterações grandes de campo visual; 
3. Permitir que ele se levante para aproximar-se da lousa; (observação de greice: tem uma imagem fazendo relação a essa informação.)
4. Se o aluno tiver auxílios ópticos para distância (sistemas telescópicos: telelupas, telessistemas), poderá necessitar maior distância da lousa na realização das atividades, pois este auxílio melhora sua resposta visual, por meio da magnificação (ampliação) da imagem;
5 Se a dificuldade visual não permitir a cópia da lousa, o professor poderá dar as tarefas escritas em folha avulsa para que o aluno use a visão de perto;
6 A lição poderá ser ditada por um colega, ficando o professor atento —- à correção de erros ortográficos;
7 Se o aluno necessitar, conceder-lhe um tempo maior para a realização da tarefa. 
 36
2. Condições de Iluminação
Para que o aluno tenha conforto e boa resolução visual nas atividades que dependem muito da visão, como recorte, colagem, pintura, mode¬lagem, desenho, leitura, escrita, brincadeiras e jogos, são necessárias boas condicões de iluminação, em casa e na escola.
As dificuldades visuais surgem com maior intensidade nos momentos em que a exigência visual aumenta, tornando as adaptações fundamen¬tais, pois elas permitem que o aluno desenvolva as tarefas propostas, con¬fortavelmente, evitando que o cansaço produzido pelo esforço comprometa sua atenção e motivação.
Observe bem:
1.	 A luz natural é eficiente, mas nem sempre suficiente e, por vezes, pode comprometer a tarefa. Durante a cópia das lições, é possível que a luz natural, ao incidir sobre a lousa, provoque reflexos, que levam à fadiga visual. Neste caso, feche as cortinas ou, na ausência delas, cole painéis de papel pardo, feitos pelos alunos; 
2.	A luz artificial também pode provocar ofuscamento, se houver reflexos.
 Acenda as luzes da sala de modo a evitar o brilho na lousa; 
3.	 A escola deve garantir boas condições de iluminação em todo o ambiente, incluindo os corredores, escadas e salas, principalmente no período noturno, quando os alunos do ensino médio poderãoter maior dificuldade; 
4.	 Se o aluno precisa aproximar muito a cabeça do material de leitura e escrita, deve haver iluminação suficiente e adequada, evitando sombras no caderno, que dificultam a realização da tarefa. Deve-se usar luminária portátil, ajustando sua haste para que a luz incida sobre o caderno ou livro;
5.	 Se a criança apresenta forte reação à luz, utilizando óculos com lentes escuras (filtrantes) ou se troca os óculos ao entrar na sala, evite que o foco de luz incida diretamente sobre seus olhos. Se for preciso iluminar o caderno ou o livro, prefira luminária portátil e regulável, posicionando-a por trás do aluno para que a luz seja dirigida sobre o material.
É fundamental que a família esteja disponível e compreenda as necessidades e solicitações da escola, colaborando com ela na providência de alguns materiais ou ajudando na ampliação de textos e apoiando a criança na realização das tarefas escolares.
37
 
3. Ajudas técnicas
São consideradas ajudas técnicas aquelas que, de alguma forma, dão ao aluno autonomia na realização de suas atividades, como a ampliação de textos, softwares, cadernos com pautas ampliadas, lápis e canetas com grafites mais escuros, pranchas de plano inclinado, guias para leitura, lentes especiais, sistemas de ampliação de imagens, enfim, adaptações em materiais e recursos especiais.
Prancha de plano inclinado
É uma prancha ou porta-texto, composto de uma base sólida, que fica apoiada sobre a mesa; possui um suporte regulável, que serve para ajustar seu ângulo de inclinação, de acordo com a necessidade do aluno, o que per¬mite melhor posicionamento do tronco e da cabeça. O livro ou caderno é colocado sobre a prancha, facilitando ao aluno aproximar os olhos do material de leitura, para evitar que incline demasiadamente a cabeça sobre a carteira.
No caso de disfunção neuromotora, com uso funcional das mãos ou não, a prancha é útil para localização visual de objetos, figuras e demais atividades, o que favorece boa postura do tronco e cabeça, principalmente se a criança apresenta dificuldades para manter controle cervical.
Para o aluno com dificuldades na comunicação, podemos colocar na prancha desenhos e fotografias representando objetos ou situações, o que favorece o processo de escolha e comunicação de sentimentos, necessidades e desejos.
Observação de greice: ( tem uma foto com um garoto escrevendo em cima de uma prancha inclinada.
Legenda da foto: Para o cadeirante, a prancha pode ser adaptada e encaixada na própria cadeira.
As ajudas técnicas - recursos especiais e adaptações em materiais – possibilitam ao aluno autonomia na realização das atividades
38
Cadernos com pautas ampliadas
Estes cadernos são geralmente maiores que os habituais, com linhas mais escuras e espessas, que facilitam a discriminação, devido ao contraste, e permitem melhor organização espacial. Devem ser escolhidos de acordo com o usuário, pois sua forma varia, podendo ser horizontais ou verticais, semelhantes ao caderno universitário. As crianças pequenas que precisam aproximar-se muito do caderno, preferem os horizontais para não ter que virá-los ao escrever. Se houver dificuldade para sua aquisição, podem ser confeccionados pela escola ou pela família, usando caderno de desenho. Nele são traçadas as linhas com caneta preta ou azul marinho com ponta porosa, com intervalo mínimo de um centímetro. Cadernos comuns podem ter as pautas reforçadas, intercalando-as, duas a duas, com caneta de cor contrastante. É importante ressaltar que o verso das páginas não deve ser usado, evitando sombras que prejudiquem a leitura, consultas posteriores ou escrita.
Aos alunos com comprometimentos motores e que não se adaptam aos cadernos com pautas ampliadas, podem ser oferecidas folhas avulsas, com linhas espaçadas. O uso de letras móveis e mesmo do computador pode ser introduzido. Nem sempre é possível dispor de materiais com tecnologia avançada, mas o Projeto Político Pedagógico da escola deve planejar sua aquisição de acordo com a necessidade dos alunos.
Observação de greice: Tem duas imagens, uma aparece com alguns livros para baixa visão e na outra imagem tem um garoto escrevendo.
Legenda da imagem: Os recursos especiais devem ser providos pela escola e pela família para oferecer as condições necessárias ao bom desempenho do aluno com baixa visão.
39
Livros, textos e outras representações gráficas
Os livros didáticos devem ser adaptados de acordo com a necessidade do aluno: no tipo e tamanho das letras, na espessura do papel, qualidade do contraste, disposição das representações gráficas (mapas, tabelas, ilus¬trações, exercícios para associação, relação etc.) e diagramação das páginas. Em muitos casos é necessário ampliar o texto, alterando a fonte (tipo e tamanho das letras), modificando as cores e aumentando o contraste.
É possível empregar fontes com melhores definições de letra, quanto ao formato e espaçamento, como arial, verdana ou tahoma, tamanho 24.
Se o número de alunos for pequeno, é possível adequar a fonte às suas condições visuais. Havendo necessidade de alto contraste, a opção negrito pode ser adotada. Alguns alunos têm maior facilidade para ler textos escritos à mão, em letras maiúsculas ou bastão.
O material deve ser preparado com antecedência para que o aluno possa participar da aula. Qualquer que seja o método adotado, é impor¬tante que o aluno possa acompanhar a aula com seus colegas.
As adaptações do material podem ser manuais ou mecânicas, por meio de copiadoras ou digitalização. Algumas ilustrações, quando feitas em branco e preto, com muitos detalhes, são difíceis de adaptar ou substituir e assim uma descrição detalhada deve acompanhar a figura.
Textos avulsos são incluídos com muita freqüência na dinâmica da sala de aula e, geralmente, são mimeografados, devido ao baixo custo e rapidez da reprodução; mas, apesar de práticos, sua leitura é difícil para o aluno que enxerga pouco, por causa do baixo contraste e da qualidade de impressão. São recomendados então os textos impressos na cor preta ou escritos à mão.
Observação de greice: tem uma imagem de uma garota utilizando uma lupa /ou lente ampliadora.
Legenda da imagem: O aluno com baixa visão poderá necessitar de um auxilio óptico além da adaptação do material.
40
Os Centros de Apoio Pedagógico para o atendimento ao deficiente visual, encontrados em todos os estados brasileiros, trabalham na adap¬tação do livro didático e podem ser contatados. Os professores das salas de recursos também podem colaborar na adaptação dos materiais. É importante que a família também seja envolvida neste processo, pois sabe-se que boas parcerias têm sido feitas entre a família e a escola.
Lápis, canetas, réguas, esquadros, transferidores
Os alunos com baixa visão devem usar lápis preto com grafite espesso (por exemplo 3B, 4B ou 6B), lápis de cor e canetas de cores fortes e contrastantes. Dessa forma podem fazer a leitura de sua própria escrita, acompanhar a leitura coletiva, corrigir possíveis erros, sem sofrer cansaço visual.
Os desenhos devem ser bem simples e sem muitos detalhes, contornados com caneta hidrográfica.
As réguas, esquadros e transferidores também devem estar ao alcance do aluno, para que participe das atividades com seus colegas de classe. Se ele não conseguir discriminar o sistema de medidas das réguas e esquadros, não perceber a diferença entre milímetros, pode ser feita a adaptação em relevo, da mesma forma que se faz para os alunos cegos. Deve-se optar por réguas, esquadros e transferidores em madeira ou plástico, de tons opacos, para que possam ser discriminados com maior facilidade ao serem colocados sobre a folha de papel. Com o auxílio do tato o aluno pode certificar-se de que usou a medida correta para a construção da figura geométrica.
Observação de greice: Tem uma imagem que aparece só uma mão escrevendo.
Legenda da imagem: Um recurso simples e fácil, como o lápis com grafite espesso, fazer uma grande diferença
41 
Os alunos com outros comprometimentos, principalmente deordem motora, precisam de adaptadores ou engrossadores que os auxiliem a segurar o lápis e outros objetos. Se houver necessidade dessas adaptações, a escola deve recorrer a profissionais especializados, ampliando assim a rede de apoio que envolve os setores da saúde e educação. 
Tiposcópio
É um recurso que serve como guia para leitura e é útil aos alunos que têm dificuldade para ler um texto, por não conseguirem seguir a linha. Esta dificuldade ocorre com alunos que possuem escotomas ou manchas na retina. O tiposcópio é um cartão retangular, vazado, que corresponde à largura de uma linha do texto. É colocado sobre a linha, favorecendo seu seguimento e organização espacial. 
 	As adaptações citadas são importantes, mas somente serão úteis quando usadas em condições adequadas.
A carteira do aluno deve ser composta por mesa e cadeira, devendo-se evitar carteiras universitárias (com braço para apoio do caderno); o aluno com baixa visão precisa de espaço para colocar seus materiais sobre a carteira, inclusive os auxílios ópticos. A organização espacial é de fundamental importância para o ritmo de execução das tarefas.
A cor da mesa também influencia o desempenho do aluno; se a mesa for branca, haverá dificuldade para a localização das extremidades do papel, que geralmente é branco. A mesa pode ser recoberta com plástico fosco, colorido, para que haja facilidade na localização do papel e de outros materiais: borracha, lápis, canetas etc.
Além de funcional, o material adaptado deve ser atrativo e motivador para os alunos.
Observação de greice: tem uma imagem que aparece um papel com um texto escrito só que aparece machas pretas em cima do texto.
Legenda da imagem: Algumas crianças apresentam escotomas ou falhas no campo visual e enxergam desta forma, o que dificulta a leitura
42
11. AUXILIOS ÓPTICOS E RECURSOS TECNOLÓGICOS
Os auxílios ópticos são muito importantes para que os alunos com baixa visão tenham melhor desempenho visual. Devem ser indicados e prescritos pelo médico oftalmologista, após avaliação clinica e, para usá-los, os alunos recebem orientação do ortoptista ou do professor.
Existem recursos especiais para visão de perto e para longe. Muitos fatores podem influir no uso dos auxílios ópticos e contribuir para sua eficácia: a patologia que causou a baixa visão, o grau da deficiência visual, a coordenação motora e a maturidade do aluno.
Os auxílios para perto são as lupas manuais, fixas, horizontais e iluminadas e os óculos para a magnificação da imagem. São úteis para a leitura, escrita, trabalhos manuais, algumas atividades de vida prática e para trabalhos no computador.
Os telessistemas, indicados para visão à distância, são os sistemas telescópicos e telelupas.
Os recursos tecnológicos são muito importantes para as pessoas com deficiência visual, pois facilitam sua vida, trazendo-lhes independência e autonomia no meio familiar, social, educacional e profissional.
O uso de computadores é excelente para os alunos com baixa visão. Os softwares garantem a acessibilidade, permitindo a escrita, leitura, navegação na Internet, confecção de tabelas e outras operações que o usuário desejar (o Windows já vem configurado com acessibilidade). Existem softwares que ampliam a imagem exibida no monitor, permitindo independência e velocidade no desempenho das atividades escolares, profissionais e de lazer. Para evitar o cansaço visual pelo uso prolongado do computador, o aluno pode optar pelos leitores de tela {softwares de retorno audível), intercalando os dois recursos.
Indicamos os seguintes softwares para pessoas com deficiência visual, obtidos gratuitamente na internet:
1.	 Dosvox: leitor de tela que pode ser usado pelas pessoas com baixa visão, quando não for possível o uso dos sistemas de ampliação. 
Download: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/programas/dv31b-setup.exe 
2.	Jaws: leitor de tela em vários idiomas, inclusive português. Possui demonstrativo gratuito para download na internet. 
 Download: http://www.freedomscientific.com
45 
12. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
0 atendimento educacional especializado decorre de uma nova visão da educação especial e se apresenta como uma das condições para o suces¬so da inclusão escolar dos alunos com deficiência, é uma ação de complementação e suplementação destinada a facilitar o acesso ao conhecimento dos alunos com necessidades educacionais especiais. Segundo Alves (2006), o atendimento educacional especializado se define como:
"...Ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento "
(Alves, 2006, p. 15)
Este tipo de atendimento não substitui as atividades ou recursos que devem ser disponibilizados dentro da classe comum. Neste manual foram apresentados recursos e atividades que favorecem a inclusão e o avanço do conhecimento dos alunos com baixa visão. Foi ainda ressaltada a importân¬cia do envolvimento de toda a comunidade escolar e da família no propósito de garantir as condições adequadas e igualdade de oportunidades para todos os alunos.
O atendimento educacional especializado na Sala de Recursos da escola ou nos Centros Especializados constitui parte diversificada do currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais e deve ser realizado em horário diferente daquele em que freqüenta a classe comum. A autora ressalta que "o atendimento educacional especializado não pode ser confundido com atividades de mera repetição de conteúdos programáticos da sala de aula" e que "esse serviço se realiza em espaço dotado com equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais especiais dos alunos".
O atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência visual inclui uma variedade de experiências, como a formação de conceitos, orientação e mobilidade, a interação com o ambiente e, no caso específico da baixa visão, acesso a informações em caracteres ampliados. 
 A interface entre os professores que realizam o atendimento educacional especializado e os que atuam na escola regular, deve acontecer conforme a necessidade de cada caso, para que esses professores se empenhem em atender às necessidades educacionais especiais dos alunos com defi-
47
 
ciência visual. Esse entendimento em conjunto tem o objetivo de buscar soluções que possam beneficiar os alunos de todas as maneiras possíveis e não apenas para avançar nos conteúdos escolares.
Atendimento educacional especializado às necessidades do aluno com deficiência visual nas Salas de Recursos e nos Centros Especializados:
uma análise comparativa
Uma análise das atividades que devem ser desenvolvidas nas salas de recursos e nos centros especializados indica uma complementaridade nas funções, favorecendo o sucesso no avanço do aprendizado, do desenvolvimento e das relações sociais do aluno com deficiência visual. Apresentamos, a seguir, as características dos serviços:
Atribuições dos professores da sala de recursos (Alves, 2006, p. 27):
1. Promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo Sistema Braille; 
 2. Realizar a transcrição de materiais, braille/tinta, tinta/braille, e produzir
 gravação sonora de textos; 
3. Realizar adaptação de gráficos, mapas, tabelas e outros materiais
 didáticos para uso de alunos cegos; 
4. Promover a utilização de recursos ópticos (lupas manuais e eletrônicas) e 
 não ópticos (cadernos de pauta ampliada, iluminação, lápis e canetas
 adequadas);
5.Adaptar material em caracteres ampliados para uso de alunos com
baixa visão, além de disponibilizar outros materiais didáticos; 
6. Desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade e atividades Da vida diária para autonomia e independência; 7. Desenvolver o ensino para ouso do soroban; m Promover adequações necessárias para o uso de tecnologias de informação e comunicação.
Atribuições dos centros especializados (MEC, 2002. vol 7. p. 30):
8. Realizar avaliações educacionais específicas dos alunos com deficiência 
 visual e múltipla;
9. Avaliar as necessidades educacionais especiais em conjunto com a escola
 e a família, e criar estratégias de atendimento a essas necessidades; 
10. Promover sensibilização, discutir com a família, escola e comunidade a 
 contextualização da deficiência, direitos, meios de acessibilidade e inclusão;
48 
11.	Oferecer programas complementares essenciais de atendimento às necessidades específicas não contempladas no ensino regular - sistemas de comunicação alternativa, orientação e mobilidade, atividades de vida diária, orientação para utilização funcional da visão residual; 
12.	Oferecer o atendimento pedagógico especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, por meio de desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, favorecendo a construção do conhecimento pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar
13.	 Colaborar na formação continuada de professores e na capacitação de
funcionários das instituições de ensino; 
14.	Colaborar nas flexibilizações de acesso ao currículo, no Projeto Político Pedagógico e na elaboração do Plano de Inclusão da Pessoa com Deficiência Visual e Múltipla, com a participação efetiva da família no que se refere às necessidades educacionais especiais.
Complementação e suplementação educacional e das necessidades específicas: papel das instituições especializadas ou centros especializados
Os alunos com deficiência visual e deficiência visual com outros comprometimentos associados, matriculados no sistema regular de ensino, precisam de flexibilizações de acesso ao currículo e, em algumas ocasiões, também necessitam de flexibilizações nos elementos do currículo (objetivos, conteúdo, metodologia, avaliação ou temporalidade), fundamentais para seu avanço no conhecimento e desenvolvimento dos laços sociais e da autonomia. Essas flexibilizações são apontadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) de 1996. O trabalho conjunto entre os centros especializados, a escola e a família garante uma educação de qualidade para todos, além de garantir a permanência na escola comum aos alunos com necessidades educacionais especiais.
As instituições ou os centros especializados estão hoje bastante vinculados ao panorama geral da educação inclusiva. Esse trabalho visa complementar e suplementar o ensino regular e apoiar efetivamente a inclusão. As atividades de complementação procuram completar o currículo para viabilizar o acesso à base nacional comum, como por exemplo a intervenção precoce, a orientação e mobilidade, as atividades de vida diária e o ensino do Sistema Braille. Já as atividades de suplementação ampliam, aprofundam ou enriquecem os conteúdos da base nacional, como as oficinas de arte e cultura (Diretrizes Nacionais para a Educação Básica, MEC, 2001).
49
 14. PATOLOGIAS QUE PROVOCAM DEFICIÊNCIA VISUAL - BAIXA VISÃO
Albinismo:
Diminuição ou ausência de pigmentação na íris. A criança possui pele, cabelos, cílios e sobrancelhas muito claros. O aluno apresenta fotofobia variável (forte reação à luz) pisca ou fecha os olhos; ocorre nistagmo (movimento involuntário dos olhos), diminuição da acuidade visual e anomalias de refração (astigmatismo e miopia).
Recomendações educacionais: 
Devem ser usadas lentes escuras, iluminação indireta sobre o livro e caderno, podendo ser necessárias as ampliações de textos e aumento do contraste em representações gráficas (mapas, desenhos, tabelas, entre outros). Se a cópia da lousa for dificultada pela diminuição da acuidade visual,o professor poderá dar o texto a ser copiado da lousa em folha avulsa.
Catarata
Diminuição da transparência do cristalino, lente transparente, biconvexa,pelo foco e nitidez da imagem. O aluno apresenta acuidade visual variavéll,
diminuição da visão periférica, com diplopia (visão dupla) e perda da percepção de profundidade.
Recomendações educacionais: 
O oftalmologista pode indicar o uso de lentes; recomenda-se ainda boa iluminação e prancha de lano inclinado, para facilitar a aproximação do texto, que deve ser ampliado. Os desenhos devem ter cores mais fortes e contornos mais definidos, reforçados com canetas de ponta grossa, como as de ponta porosa. As pessoas que passaram por cirurgia podem ter dificuldade para ver de perto e as lentes bifocais podem ser indicadas.
55 
Coriorretinite
Inflamação da retina, camada interna do olho, provocada por várias causas, como, por exemplo, a toxoplasmose, de origem congênita ou adquirida. Pode ocorrer nistagmo, com presença de pontos cegos no campo visual (escotomas) e dificuldade para identificar objetos a distâncias variadas.
Recomendações educacionais: 
Os textos devem ser ampliados e em alto contraste, reforçando-se o contorno das figuras; recomenda-se prancha de leitura para facilitar a aproximação do aluno, boa iluminação sobre o livro ou caderno para evitar os reflexos sobre os olhos. Alguns alunos podem apresentar baixos níveis de atenção e ligeira agitação. Para reconhecer objetos ou figuras, o aluno pode fazer melhor uso do campo visual periférico, girando a cabeça para o lado direito ou esquerdo, para cima ou para baixo, procurando tornar a imagem mais nítida, como se estivesse olhando em outra direção. A visão central está prejudicada e olhar para a frente, neste caso, não significa ter melhor informação visual; não se deve, portanto, corrigir a posição do olhar.
Retinopatia da prematuridade
Deficiência decorrente da imaturidade da retina, provocada pela baixa idade gestacional ao nascimento. Ocorrem diferentes graus de comprometimento, desde baixa acuidade visual, alteração de campo visual até a cegueira.
Recomendações educacionais: 
A iluminação deve ser intensa, o material gráfico ampliado e o contorno das figuras reforçado. A prancha de leitura é recomendada para aproximar do material.
56 
Retiinose pigmentar
Caracteriza-se por degeneração progressiva da retina, com dificuldade para visão noturna, discriminação de cores e perda da visão periférica.
Recomendações educacionais: 
É necessária boa iluminação, indireta e focalizada sobre o material de leitura e escrita, que deve ser em alto contraste e pouco ampliado, devido à restrição de campo visual. A perda progressiva da visão deve ser acompanhada periodicamente pelo médico oftalmologista. Há indicação do aprendizado do Braille se a perda visual se tornar muito significativa e não houver mais resposta aos processos de ampliação ou correção óptica.
Atrofia de nervo óptico
O nervo óptico é responsável pela condução da informação visual do globo ocular ao cérebro, onde as imagens são interpretadas. A atrofia do nervo óptico leva à diminuição da acuidade visual, menor sensibilidade ao contraste e alteração do campo visual.
Recomendações educacionais: 
Deve-se oferecer intensa iluminação, figuras e formas de contornos simples, sem muitos detalhes, com ampliação de textos. Podem ser usadas figuras com nível crescente de dificuldade, de acordo com a evolução da eficiência no funcionamento visual.
57
 Glaucoma
 
 Aumento da pressão intra-ocular, provocando defeitos no campo visual, Pode ser congênito (presente ao nascimento), adquirido, associado/secundário a outros problemas oculares. As pessoas com glaucoma podem apresentar fotofobia (nãosuportam luz intensa), lacrimejamento, opacificidade da córnea, diminuição geral da capacidade visual, alteração de campo visual, com redução da visão periférica, dificuldades para leitura e discriminação de objetos em movimento, visão flutuante.
Recomendações educacionais: 
 Deve-se usar iluminação direcionada ao texto, prancha de plano inclinado para leitura, textos ampliados e em alto contraste (possivelmente em negrito ou caixa alta).
 
 
 Deficiência visual cortical (DVC)
 Esta deficiência ocorre quando há lesão nas vias óticas posteriores ou no córtex visual. É muito freqüente nos casos de paralisia cerebral, podendo ser decorrente de anóxia, hemorragias cerebrais e quadros infecciosos do sistema nervoso central. A criança pode apresentar: pouca expressão facial, pequena comunicação visual, giro da cabeça para o lado ao fixar um objeto, como se usasse campo visual periférico, uso do tato para identificar objetos. Pode apresentar oscilação frequente da resposta visual, fadiga visual, dificuldade para identificar objetos.
Recomendações educacionais: 
 Deve-se usar boa iluminação, indireta, não apresentar muitos estímulos visuais de uma só vez, dar tempo para que o aluno responda, talvez maior que o tempo dado aos outros. Incentivar o uso do tato, se necessário, para auxiliar na identificação de objetos e figuras, favorecendo boa organização espacial no papel, para execução das atividades.
58

Continue navegando