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VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 1 AUTO-HIPNOSE Auto-Hipnose Vencendo as Próprias Barreiras VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 2 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 3 AUTO-HIPNOSE Índice ÍNDICE ...................................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5 O QUE É AUTO-HIPNOSE ......................................................................................... 7 UMA CURIOSIDADE ............................................................................................................. 9 A SUGESTÃO HIPNÓTICA ....................................................................................... 11 A TÉCNICA DA AUTO-HIPNOSE ............................................................................. 15 FAÇA DE ACORDO COM ESTE ROTEIRO ............................................................................... 15 A ORDEM PÓS-HIPNÓTICA E A CONVERSÃO EM ENERGIA .................................................... 17 VENCENDO A TIMIDEZ! ..................................................................................................... 20 A CADA DIA MAIS CRIATIVO! ............................................................................................ 21 BRANCO EM DIA DE PROVA NUNCA MAIS! ......................................................................... 22 VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 4 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 5 AUTO-HIPNOSE Introdução Hoje em dia, ninguém mais duvida que o estudo do hipnotismo au- mente em muito nossa capacidade de viver plenamente sob diversos aspectos; este estudo nos torna capazes de solucionar muitos enigmas que nos têm intrigado. Quando descobrimos que até mesmo alterações orgânicas podem ser causadas por sugestões, passamos a atribuir, ime- diatamente, maior valor às influências mentais na nossa vida e passa- mos também a entender como as moléstias chamadas imaginárias (mas que realmente não o são) podem ser curadas através dessas mesmas influências mentais. Poucas são as pessoas que não se impressionam quando um vizinho ou amigo (às vezes até de brincadeira) diz que parecem doentes, não é mesmo? E se impressionam mais ainda quando estas considerações são cumulativas; o vizinho diz, o colega de trabalho diz, o cunhado diz, o dono do boteco diz… Pois bem, assim como a sugestão pode afastar a dor (nos seus múltiplos significados), pode também criá-la e fortalecê- la. É por isso que pouco ajudamos a estas pessoas impressionadas di- zendo que tais doenças são imaginárias, pois mesmo que sejam real- mente imaginárias, perturbam-nas tanto como se fossem reais. A expressão “dor imaginária”, ou “doença imaginária”, que é usada por muitos médicos e até por leigos, é cientificamente falsa. Breuer comparou muito bem “dores imaginárias” com alucinações. Ora, podemos dizer que o objeto da alucinação seja imaginário, mas é falso dizer que a percepção seja imaginária. Esta será a mesma, quer seja o objeto imaginário ou não. O mesmo se passa quando a dor é sentida, seja o médico capaz ou não de descobrir sua causa física. Podemos dar a uma dor, sem sinto- mas objetivos, o nome que quisermos dar, porém, devemos estar certos que ela é uma consequência necessária de algum distúrbio real. Certas ideias subjetivas causam tanta dor quanto um espinho penetrante na nossa pele. Eliminá-las é tão dever de um médico quanto é seu dever tirar o espinho que o atormenta. VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 6 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS Também podemos estender esta ideia de “dor” ao campo compor- tamental, e, no nosso caso, particularmente ao campo educacional. Quantos estudantes fazem refletir nas suas notas a dor do medo, da insegurança, da “consciência de incapacidade”? Soubessem eles que tudo isso pode ser resolvido sem remédios ou aulas particulares, e que ter ou não ter talento é uma decisão própria de cada um, as coisas se tornariam bem mais fáceis. Qualquer pessoa, seja ela quem for, pode obter uma supermemória, tornar-se mais criativo, melhorar a concentração, vencer a timidez, acabar com a gagueira, emagrecer ou até mesmo parar de roer as unhas, apenas incutindo no seu subconsciente uma “outra associação”. E é isto que nós vamos ver agora. * Índice * VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 7 AUTO-HIPNOSE O Que é Auto-Hipnose Auto-hipnose é uma técnica hipnótica levada a efeito pelo próprio indivíduo, sem a necessidade da presença de um hipnotizador (ou ope- rador). Esta técnica — e isto é uma afirmação cientificamente compro- vada — pode trazer grandes benefícios à sua vida, como melhorar a saúde, melhorar a aprendizagem, manter estável o nível do estresse cotidiano, elevar a autoestima, enfim, permitir que a pessoa alcance uma paz de espírito duradoura que se refletirá, sem dúvida alguma, em êxito e felicidade no seu dia a dia. De uma forma bastante didática podemos dizer que toda hipnose, em síntese, é uma auto-hipnose e que qualquer pessoa pode aprender esta técnica para aumentar sua confiança e entusiasmo pela vida sem correr qualquer risco de efeito colateral. Na auto-hipnose, o indivíduo influencia a si próprio por pensamentos e sugestões que lhes são inte- ressantes e que ele mesmo formula. “Num processo hipnótico, é você quem hipnotiza a si mesmo pelo poder emanado de sua própria inteligência e concentração”, afirma Merlin Powers, uma das maiores autoridades sobre o assunto no mun- do. “O hipnotizador é meramente um instrumento através do qual o indivíduo é capaz de atingir um estado de hipnose. Ele tão somente orienta e conduz o paciente para o estado hipnótico, mas, na realidade, é o próprio paciente, por seus esforços, que consegue atingir o estado hipnótico. Se o paciente não quiser ser hipnotizado — já dissemos isto antes — é impossível induzi-lo ao transe”. Muitas pessoas recorrem, cada vez mais, a medicamentos (princi- palmente tranquilizantes) para aliviarem suas tensões e angústias, co- mo se um simples comprimido pudesse restaurar sua paz de espírito, não é verdade? Sem querer subestimar o valor destes remédios (nem poderíamos fazê-lo), podemos afirmar seguramente que é muito mais eficaz conseguir o autorrelaxamento — que é uma forma natural de relaxamento através da auto-hipnose — para obter a tranquilidade de- VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 8 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS sejada do que tentar obtê-la através de remédios. E com a vantagem de não ter qualquer contraindicação. Da mesma forma, através da auto-hipnose qualquer pessoa pode melhorar a sua autoestima, acreditar mais em si mesmo e adquirir uma confiança que jamais havia experimentado antes. A “chave mágica” é o pensamento, dirigido de forma positiva ao seu subconsciente. Assim como você conseguiu decorar a tabuada, e consegue recuperá-la na memória imediatamente quando precisa dela, você pode induzir tam- bém o seu subconsciente a reproduzir determinadas reações diante de situações específicas definidas por você mesmo. Por exemplo, você po- de sugerir que seu organismo responda com calma e tranquilidade sempre que você tiver que fazer uma prova ou concurso. E ele respon- derá assim, com calma e tranquilidade. O Dr. Shindler, autor do livro “Como viver 365 dias por ano”, afir- mou que de 60 a 75% dos males que as pessoas se queixam são psicos- somáticos. Isto quer dizer que o fator emocional desempenha papel muito importante na doença. Diz ele:“Já que a doença ocasionada pela emoção é tão frequente as- sim, parece lógico que o controle das emoções ou o aprimora- mento das atitudes conseguido por meio da auto-hipnose muito pode fazer no sentido de impedir o desencadeamento de distúr- bios psicossomáticos. A auto-hipnose pode também beneficiar o doente que sofre de males físicos ou orgânicos, tornando-o me- nos apreensivo e mais tolerante com seu próprio padecimento, ao ponto de lhe fazer aumentar o desejo de viver”. Há também que se considerar a tese, hoje largamente admitida nos meios médicos, que nenhuma doença é exclusivamente somática ou exclusivamente psicológica. Desta forma, a auto-hipnose passa a ser recomendada para um espectro ainda maior de males, já que o desequi- líbrio emocional pode estar na raiz de doenças até então tidas como de absoluto cunho somático. Já sabemos, por exemplo, que capacidade imunológica da pessoa é diretamente afetada pela qualidade das suas emoções. A imunoglobuli- na A, encontrada na saliva e que impede a proliferação de micro- organismos nas vias aéreas, reduz sua concentração quando a pessoa se sente diminuída em sua autoestima, é humilhada ou repreendida pu- blicamente. É comum o aparecimento de males — por exemplo, a gripe — imediatamente após um evento desta natureza. VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 9 AUTO-HIPNOSE A auto-hipnose tem se mostrado também eficaz na melhoria da co- municação interpessoal. A autodisciplina e o autocontrole possíveis de serem obtidos pela auto-hipnose funcionam como verdadeira proteção, tanto do seu casamento quanto do seu emprego e das suas relações pessoais com amigos e vizinhos. Nada tão difícil que não possa ser ten- tado. Afinal de contas, você vai “perder” somente alguns minutos diá- rios que, quando menos, servirão para reduzir a tensão muscular e es- friar a cuca. Já seria um bom lucro, não é mesmo? Uma Curiosidade Pela auto-hipnose, o homem aguentaria viver, até mesmo, com pou- co oxigênio, você sabia disso? Os faquires na Índia deixam-se enterrar naturalmente depois se submeterem a uma rápida sessão; cinco ou seis respirações por minuto passam a ser suficientes para eles, invés das 15 ou 20 normais nos homens adultos. No seu leito de pregos pontiagu- dos, os faquires não sentem as espetadas, da mesma forma como o pa- ciente hipnotizado não percebe a agulhada da injeção. * Índice * VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 10 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 11 AUTO-HIPNOSE A Sugestão Hipnótica Sugestão é a imposição temporária da vontade de uma pessoa no cé- rebro de outra (ou no seu próprio) por um processo puramente mental. Um professor que todos os dias repete os mesmos preceitos e ensina- mentos a seus alunos está, em verdade, impondo-lhes suas opiniões. O pai que censura o filho por algum erro está, de algum modo, incul- cando novos padrões de conduta na mente do garoto. A mãe que acari- cia seu filho tenta por meio desse carinho, acalmar, motivar e equilibrar o emocional da criança. Na verdade, se observarmos direitinho, tudo isso é sugestão. Tudo nesse mundo é sugestão; nossas próprias ideias não são nossas, são “sugestões” que admitimos e incorporamos à nossa memória como sendo nossas e passam a ser as “nossas verdades”. E nenhuma “hipnose” é necessária para aceitarmos estas sugestões, não é verdade? Elas chegam até nós e tomam a nossa mente com a maior naturalidade. Outros agentes externos também produzem efeitos sugestivos sobre nós; um livro, um acidente, um filme, os acordes de uma música ou até mesmo um gesto de uma pessoa podem encher nosso espírito das mais diversas impressões, que vão da felicidade à dor. E isso tudo é “suges- tão”. Ninguém contesta também o fato de que o ser humano é, natural- mente, inclinado a obedecer. Afinal de contas, somos eternos aprendi- zes e, aprendizagem, de certa forma é uma espécie de obediência, de acatamento, de concordância, mesmo nas circunstâncias contestató- rias. Porém, isso não quer dizer que estamos todos condenados a obe- decer sistematicamente e que sempre seguiremos as sugestões que nos forem enviadas. Mesmo no estado hipnótico a sugestão não é toda po- derosa; ela tem suas limitações positivas. Assim sendo, podemos dizer que a sugestão hipnótica é uma ordem obedecida por uma pessoa em estado de sono induzido, por alguns se- gundos; no máximo por alguns minutos. Não pode ser comparada, a não ser vagamente, às sugestões em estado de vigília, comunicadas a VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 12 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS indivíduos que nunca estiveram sob influência hipnótica. A sugestão hipnótica pode ser repetida, mas é absolutamente impotente para transformar — como já se afirmou — um criminoso em um homem honesto ou vice-versa. Napoleão costumava dizer que “a imaginação controla o mundo”. Realmente, se você estiver numa rodinha de amigos e surpreendê-los informando que há uma epidemia de piolhos no bairro, poderá reparar que em poucos minutos todos estarão coçando a cabeça, expressando preocupação. Assim como um eletrocardiograma acusa os mais finos impulsos elé- tricos de seu coração, o eletroencefalograma também demonstra os menores impulsos elétricos do seu cérebro. Se alguém se sente real- mente ameaçado por um inimigo, surgem então no eletroencefalogra- ma registros que são exatamente iguais aos que se originam quando alguém apenas imagina que está sendo ameaçado. Se alguém tem a certeza que está passando por um grande vexame, as curvas do seu ele- troencefalograma se assemelham por completo às que teria apenas com a imaginação viva de estar se tornando alvo do vexame. Podemos desta forma, estabelecer alguns princípios fundamentais sobre a ação/reação da imaginação sobre a realidade. 1. O que determina o nosso modo de agir não é a realidade exis- tente, mas aquilo em que cremos e que, para nós, é a verda- de. A pessoa que se sente ameaçada ou perseguida, mesmo que não haja nenhum perigo em torno dela e que nada lhe ameace, vive com medo da sua realidade que, mesmo sem ter relação com a realidade externa, é muito poderosa para ela. 2. A imaginação é capaz de provocar alterações de toda sorte no organismo de uma pessoa. E, comprovadamente, estas alte- rações têm correlação qualitativa: pensamentos positivos — fé, amor, esperança, alegria etc. — provocam reações saudá- veis na pessoa. Sentimentos negativos — ódio, ressentimento, medo etc. — provocam reações desagradáveis, como por exemplo, dores assintomáticas, prisão de ventre, indisposição estomacal, insônia e, segundo comprovam as pesquisas, tam- bém fazem baixar o nível imunológico tornando a pessoa pre- disposta às infecções de diversos tipos. 3. Tudo o que pensamos, com clareza e firmeza, transplanta-se, dentro dos limites do bom senso, para a faixa somática. Ao imaginarmos que estamos comendo uma fatia gostosa de VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 13 AUTO-HIPNOSE abacaxi, não raro as glândulas salivares começam a segregar saliva, já repararam nisso? Se imaginarmos, com firmeza, que não podemos fazer uma coisa, por exemplo, soltar as mãos fortemente encaixadas uma na outra, então não poderemos mesmo. 4. Nosso consciente é constantemente influenciado pelo sub- consciente. Desta forma, podemos programar nosso subcons- ciente para o sucesso da mesma forma como podemos pro- gramá-lo para o fracasso. 5. Quando o intelecto e a imaginação têm pontos de vistas dife- rentes, vence sempre a imaginação (como definiu Coué). Ela é mais forte que a inteligência. Mesmo sabendo (intelecto) dos riscos estéticos de ficar comendo doces a toda hora, poucos resistem à ideia (imaginação) de provar uma fatia daquele pu- dim de laranja gostoso queestá na geladeira. Assim sendo, nenhuma pessoa inteligente deve fazer tentativas a partir, ex- clusivamente, da “força de vontade”. Antes disso, ela precisa, necessariamente, reprogramar sua imaginação. 6. O acesso mais fácil para o subconsciente é o estado de total relaxamento. Quando as ondas cerebrais caem para em torno de oito ciclos por segundo — nível alfa — abrem-se os poros do nosso subconsciente. Vamos ver, então, como atingir este estado de total relaxamento, que é o ponto de partida para modificarmos — de acordo com as nossas necessidades e interesses — os padrões existentes no nosso subconsci- ente. * Índice * VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 14 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 15 AUTO-HIPNOSE A Técnica da Auto-Hipnose A hora mais indicada para aprender e exercitar o relaxamento pro- fundo, isto é, a auto-hipnose, são os minutos antes de você adormecer1. Nesse momento, a pessoa ainda tem pleno domínio sobre a consciência ao mesmo tempo em que, lentamente, suas ondas mentais baixam de nível, situando-se em torno de 8 a 10 ciclos por segundo. Mesmo sem esse relaxamento, em poucos minutos o consciente abre espaço à he- gemonia mental do subconsciente e a pessoa dorme. O “relaxamento programado”, entretanto, abre passagem para o subconsciente antes mesmo que a pessoa durma. Isso é importante porque, durante o sono, ninguém pode dar ordens a si mesmo. Faça de Acordo com Este Roteiro Recorte uma rodelinha de cartolina branca ou amarela, de dois cen- tímetros de diâmetro, e cole na parede onde se encosta a cabeceira da sua cama, a uns oitenta centímetros acima do colchão. Esta rodelinha deve ficar nesta posição para que você seja obrigado a olhar para trás durante o exercício. Isto vai forçar os músculos oculares e cansá-los em pouco tempo. 1 Quando você começa a ficar com sono — aquele período crepuscular entre estar totalmente acordado e totalmente dormindo que se chama MODORRA — suas ondas cerebrais mudam, para ficar na faixa de 4 a 7 ciclos por segundo, ou seja, nível teta. Antes, entretanto, de você atingir este estado, sua mente opera no nível alfa (baixo) por alguns minutos, e que segundo o Dr. Terry Wyler Webb, é a faixa apropriada para que sejam atingidos os níveis mais profundos da mente, ou seja, a mente subconsciente. É nos estados alfa e teta que as grandes proezas da supermemória — juntamente com os poderes de concentração e criatividade — são atingidas. VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 16 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS Você já está na cama, pronto para dormir. Nada mais tem a fazer; as portas já estão fechadas e as janelas isolam o excesso do barulho de fora, se bem que o barulho ininterrupto e sempre da mesma intensida- de, como o do trânsito que flui lá fora, perturba menos que um desper- tador, a campainha do telefone ou o latido de um cão no quintal do vi- zinho. Mas você está pronto, as luzes estão apagadas e você está deita- do, de costas; as pernas não se cruzam e os braços estão dispostos ao longo do corpo, sem tocá-lo. Fixe então os olhos na tal rodelinha de cartolina, respire fundo duas ou três vezes e, sem jamais tirar os olhos deste ponto, pense nos seus pés. Diga a si mesmo, mentalmente, que você usou estas pernas o dia todo e ponha na cabeça que está muito cansado de uma longa cami- nhada que acaba de fazer. Imagine que seus pés estão cansados, pesa- dos, parecendo de chumbo. Espere alguns instantes até sentir, real- mente, seus pés pesados. Depois faça com que esta sensação de peso vá subindo pelo corpo: barriga da perna, joelhos, coxas, costas, nuca. Pro- cure sentir que estão realmente pesados, muito pesados. Em geral, suas pálpebras se fecham naturalmente, por si mesmas, enquanto você se concentra no sentimento de peso nas canelas, joelhos, e por todo o corpo. Se isto ocorreu, você já atingiu a fase mais importante do relaxa- mento profundo. Nos primeiros dias, isso poderá levar até uns cinco minutos, porém, normalmente, isto ocorre mais depressa. Depois de algum treinamento, isto ocorrerá antes mesmo de você contar até três. Pessoas inteligentes, disciplinadas, de grande força de vontade, mental e espiritualmente sadias são as que atingem este ponto mais rapida- mente. Esta prática, contudo, não é recomendável para pessoas com arteriosclerose acentuada ou doentes mentais. As pessoas mais jovens aprendem o relaxamento profundo em pouco tempo. Assim que perceber os olhos fechados, diga mentalmente a si mes- mo: “Da próxima vez entrarei mais depressa e mais intensamente no estado de profundo relaxamento; a cada vez que pratico o relaxamen- to profundo chego mais depressa e mais intensamente a este estado”. Neste exato momento, os poros do seu subconsciente estão abertos e isso quer dizer que você pode ditar tarefas para si mesmo, tarefas estas que posteriormente se realizarão, supondo-se, naturalmente, que estas tarefas ou ordens sejam racionais, executáveis e possíveis de serem realizadas por você. Veja um exemplo de uma ordem racional e execu- tável que pode ser dada por qualquer pessoa e realizada, posteriormen- te, com êxito: VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 17 AUTO-HIPNOSE “Daqui em diante, comerei vagarosamente, mastigando bem”, ou, “a partir de hoje, deixarei de comer os tipos de alimento en- gordam, como frituras e chocolate, e comerei com maior fre- quencia os alimentos saudáveis”. Você também pode melhorar sensivelmente a sua aparência, adqui- rindo até mesmo ares atraentes, dando esta ordem ao seu subconscien- te: “De hoje em diante, aparentarei uma expressão mais jovial, meus olhos estarão sempre brilhantes e manterei sempre uma postura atraente”. A Ordem Pós-Hipnótica e a Conversão em Energia Admite-se uma ordem pós-hipnótica como uma sugestão racional e executável que não vá de encontro aos princípios éticos, morais, religi- osos e de comportamento do hipnotizado. Quando é a própria pessoa que se hipnotiza, também pode dar or- dens pós-hipnóticas e certamente as cumprirá. Não fosse assim, nem a hipnotização de outro, nem a auto-hipnose teriam sentido de ser. A mesma coisa que um médico hipnotizador ordena a seu paciente hipnotizado, nós também podemos nos sugerir na auto-hipnose. Cha- mamos isso, na linguagem médica, de “formação da intenção”. A voz do povo diz que o caminho do inferno está ladrilhado de bons propósitos e, geralmente, a voz do povo não erra, principalmente nesta frase. Vejam este relato que tem muito a ver com pessoas que conhe- cemos bem de perto: Arthur Brington era um empresário de renome internacional e que fumava entre 60 e 70 cigarros, diariamente. Um dia, deci- dido, Arthur comentou com seus amigos mais íntimos que abandonaria o fumo, pois tinha entendido perfeitamente, que es- te vício era prejudicial a sua saúde. Não foram os médicos que VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 18 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS lhe disseram isso; foram suas próprias conclusões a partir da constatação do seu baixo desempenho nos esportes, da dificul- dade que estava enfrentando para subir escadas e etc. Desta forma, Arthur colocou até a sua honra em jogo; afirma- ra em alto e bom tom que, definitivamente, não colocaria mais nenhum cigarro sequer na boca e que deixaria de se chamar Ar- thur Brington se voltasse a fumar. E até desafiou alguns amigos para uma aposta. Só que Arthur esqueceu-se de avisar ao sub- consciente, que continuava com a velha imagem de “como o ci- garro é gostoso!!!” Com isso, a cada momento, a cada minuto, uma voz interna (o seu subconsciente) voltava e lhe repetia a mensagem gravada: “Comoo cigarro é gostoso!!!” Logo nas primeiras horas após a decisão anunciada, Arthur começou a se martirizar com a falta do cigarro, como é normal naqueles que querem abandonar o vício. Mas percebeu logo que a luta seria mais difícil do que imaginara. Começava aí um terrí- vel sofrimento: de um lado a sua honra, sua palavra, sua deci- são; de outro, seu subconsciente relembrando “como é gostoso fumar!!!” Quem venceria? Não precisou muito tempo. O relógio não tinha ainda marca- do o meio-dia quando veio então um grande choque pelo fax da empresa: um negócio de muitos milhões de dólares que estava praticamente fechado fora desfeito pelo cliente, trazendo um grande prejuízo para ele e seus acionistas. Arthur não se conte- ve: “Desgraça!!! E não tenho nem um cigarrinho aqui como conso- lo! Que se dane o mundo! Prefiro expor minha vida ao perigo!!!” O que Arthur Brington não sabia — e pouca gente sabe — é que não tem nenhum sentido o consciente propor alguma coisa contra a qual o subconsciente se revolta. Enquanto a pessoa não convencer seu incons- ciente de que o fumo lhe é inteiramente indiferente, enquanto tiver na cabeça que fumar é algo muito prazeroso, nada adiantará. Nenhuma decisão perdurará, por mais lógica e sensata que seja. É preciso antes, reprogramar a mente com uma sugestão forte e definida, do tipo “o cigarro é totalmente indiferente para mim”. Quem já foi um dia fumante inveterado e para quem agora o cigarro nada mais representa, sabe como se pode mudar definitivamente o ponto de vista a respeito de uma coisa. Quando através da hipnose ou auto-hipnose, se inculca no subconsciente que isto ou aquilo é comple- tamente indiferente, seja o fumo, a bebida ou até mesmo alguma pes- soa, o subconsciente reponde naturalmente, no mesmo grau e intensi- dade. Arthur não teria se martirizado nem apelado para o cigarro na- VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 19 AUTO-HIPNOSE quele momento crítico se tivesse, previamente, “avisado” ao inconsci- ente que ele não tinha mais o menor interesse em fumar cigarros. As fórmulas, ou ordens ao subconsciente, devem ser sempre: curtas, sonoras, positivas, rítmicas e fáceis de se decorar. Vejam algumas des- tas ordens, comprovadamente eficazes: Alguém que se irrita muito no seu ambiente de trabalho, deve sugestionar-se assim: “No trabalho, tenho muita calma e paz!”. Alguém que se enrubesce por qualquer coisa: “Se eu enrubes- cer, o sangue vai para as pernas ao invés de ir para a cabe- ça!”. Alguém que em contato com clientes começa a suar nas mãos: “Na presença de alguém, mãos sempre calmas, secas e firmes!”. Outras dicas para você formular seus propósitos que se converterão em ordens ao subconsciente: 1. Examine bem o que você quer propor. 2. Formule este propósito (por escrito) SEMPRE positivamente. Não faça nunca formulações negativas, do tipo “não quero mais”, “não vou mais” e etc. 3. Feita a formulação, leia algumas vezes em voz alta, até sabê- la de cor. 4. Em estado de profundo relaxamento (auto-hipnose) pense in- tensamente nessa frase. Não precisa pronunciá-la em voz al- ta. Ela é para ser pensada. 5. Saiba que fórmulas curtas, repetidas com frequência (mesmo durante o dia) produzem mais efeito do que frases longas que você possa dizer de vez em quando ou mesmo relembrar. Um exemplo de formulação para quem tem o hábito de roer unhas: “Se a mão quiser ir para a boca, muda de direção”. Veja a seguir três exemplos de exercícios auto-hipnóticos que você pode começar a praticar agora mesmo, se for o seu caso. Leia muitas vezes até que as ideias propostas penetrem, definitivamente, no seu subconsciente. E assim, que se convertam em verdade! VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 20 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS Vencendo a Timidez! Leia o texto abaixo, calmamente, sem ânsia. Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro o seguinte: “timidez” não é doença, não é defeito e não faz de ninguém um ser inferior aos demais. Timidez é apenas uma maneira de reagir à insegurança. É, simplesmente, uma atitude. Muitas personalidades da História foram tremendamente tímidas e nem por isso deixaram de ser geniais e importantes para a humanida- de. Einstein era tímido. Gandhi era tímido. Pasteur era tímido. Por isso, o tímido é um ser humano igual a todos os demais. ABSO- LUTAMENTE IGUAL. Não há, neste mundo, nenhum ser humano superior a outro ser humano. As diferenças são meramente conceituais. Algu- mas pessoas podem até aparentar superioridade sobre as demais, mas tudo não passa de “aparência”, ou seja, da forma como nós interpreta- mos as suas imagens. Elas só parecem superiores porque nós deixamos isto acontecer. Se quisermos, podemos olhá-las de frente, fixamente nos seus olhos, e veremos que nada acontece. E nada acontece porque não há nada e ninguém que possa dominar alguém sem que este alguém admita este domínio. Qualquer pessoa vence a timidez no exato momento em que, diante de uma pessoa ou de várias pessoas, põe os ombros ligeiramente para trás, ergue a cabeça e olha fixamente nos olhos do(s) interlocutor(es). Parece difícil? Que nada! Veja: basta você olhar a primeira vez, deste jeito. Você vai perceber que NADA ACONTECERÁ com você. Pelo contrá- rio; você vai renascer nesta hora. Acredite: NADA VAI ACONTECER COM VOCÊ! Vou lhe dar uma pequena dica: se ainda tiver algum receio de olhar nos olhos do seu interlocutor, olhe para um ponto situado entre os olhos dele, logo acima do nariz. Esta providência vai lhe acalmar en- quanto, por outro lado, vai deixar o interlocutor meio perdido, desori- entado, submisso. Ele olhará nos seus olhos e não captará o foco, mes- mo “achando” que você está olhando nos seus olhos. Experimente! É até divertido. VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 21 AUTO-HIPNOSE Leia a frase abaixo em voz alta, tantas vezes quantas forem necessá- rias para que ela tome conta do seu subconsciente. Decore-a e repita-a sempre, mentalmente, várias vezes por dia. À noite, antes de dormir, faça o exercício de relaxamento e pense firmemente nesta frase: “Diante de qualquer pessoa e em qualquer lugar, eu me sinto SEMPRE seguro, forte e consciente de que sou MUITO importante. Sou capaz de olhar fixamente nos olhos das pessoas porque sei que TAMBÉM sou um SER SUPERIOR.” A Cada Dia Mais Criativo! Todas as pessoas têm um potencial criativo imenso. Isto já foi com- provado pela Ciência. O que as pessoas precisam, tão somente, é admi- tir esta verdade científica e deixar que sua criatividade se expresse, a todo instante, nas suas vidas. Você também tem este imenso potencial criativo, é lógico! E você pode expressar sua criatividade simplesmente dizendo para você mes- mo “sou muito criativo, sempre!”. Simples, não é mesmo? Saiba que ser criativo é apenas uma questão de decisão pessoal. E você decidiu que é criativo! E está decidido! Tenha certeza disto: se você quer se tornar cada dia mais criativo, você pode. Você só precisa querer ser. É decisão sua. E você já decidiu! Se você repetir com insistência “eu sou muito criativo!”, realmente será. A sua inteligência reproduz fielmente as coisas que você apren- deu. E esta afirmação é uma aprendizagem. Leia esta frase em voz alta, tantas vezes quantas forem necessárias para que ela tome conta do seu subconsciente. Decore-a e repita-a sempre, mentalmente, várias vezes por dia. À noite, antes de dormir, faça o exercício de relaxamento e pense firmemente nesta frase: “Sou muito criativo. Tenho sempre ótimas ideias sobre todos os assuntos. Raciocino rapidamente porque raciocino sem pre- conceitos. Assim, sou capaz de aprender tudo, rapidamente, e de ter ideias maravilhosas sempre que forem necessárias. Eu, REAL- MENTE, sou muito inteligentee muito criativo”. VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS 22 AUTO-HIPNOSE — VENCENDO AS PRÓPRIAS BARREIRAS Branco em Dia de Prova Nunca Mais! Se você aprendeu, se você SABE, nada pode impedir que recupere es- tas informações na memória. Muito menos o medo. O medo é só uma ilusão, nada mais do que isso. E, como toda ilusão, ela terá sempre o tamanho e a importância que você quiser que ela te- nha. No entanto, você não pode admitir que uma ilusão tenha mais valor do que as coisas que você aprendeu e que compõem o seu “mundo ver- dadeiro”. Portanto, se você sabe, se você aprendeu, VAI LEMBRAR SEM- PRE QUE QUISER LEMBRAR. Leia esta frase em voz alta, tantas vezes quantas forem necessárias para que ela tome conta do seu subconsciente. Decore-a e repita-a sempre, mentalmente, várias vezes por dia. À noite, antes de dormir, faça o exercício de relaxamento e pense firmemente nesta frase: “Eu fico sempre MUITO calmo nos dias de prova. Consigo lem- brar de tudo o que estudei e, mais do que isso, sou tomado nes- tes dias por uma imensa capacidade criativa. Nada me perturba, pelo contrário, fico animado, feliz e cons- ciente de que vou obter um EXCELENTE RESULTADO. Afinal de con- tas, EU SOU MUITO INTELIGENTE E CRIATIVO. E medo é uma palavra que eu desconheço”. Fim. Formatação e Revisão por Samej Spenser. * Índice * Índice Introdução O Que é Auto-Hipnose Uma Curiosidade A Sugestão Hipnótica A Técnica da Auto-Hipnose Faça de Acordo com Este Roteiro A Ordem Pós-Hipnótica e a Conversão em Energia Vencendo a Timidez! A Cada Dia Mais Criativo! Branco em Dia de Prova Nunca Mais!
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