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Aula 03 - Estatuto

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RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Legislação Específica para o TJ-PR 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
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AULA 03 ± Estatuto dos Servidores do Poder 
Judiciário do Estado do Paraná 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Sumário 
1. Lei Estadual 16.024/2008 ± Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário 2 
1.16 Regime Disciplinar ............................................................................... 2 
1.16.1 Cumulação .................................................................................... 3 
1.16.2 Deveres ± Grifos Referentes ao 1º Grau de Jurisdição ................. 6 
1.16.3 Proibições ± Grifos Referentes ao 1º Grau de Jurisdição ............. 8 
1.16.4 Responsabilidade .......................................................................... 9 
1.16.5 Sistema Disciplinar dos Funcionários do 1º Grau de Jurisdição.. 15 
1.16.6 Deveres ± Grifos Referentes ao Quadro da Secretaria ............... 49 
1.16.7 Proibições ± Grifos Referentes ao Quadro da Secretaria ............ 50 
1.16.8 Sistema Disciplinar dos Funcionários do Quadro da Secretaria do 
Tribunal de Justiça ............................................................................................ 52 
1.16.9 Revisão do Processo Administrativo ......................................... 111 
1.16.10 Disposições Finais e Transitórias ............................................ 118 
Questões Comentadas ................................................................................ 119 
Questões Propostas .................................................................................... 136 
Gabarito ....................................................................................................... 143 
 
Aqui estamos nós. 
 
RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
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Se você não percebeu, este será nosso último encontro falando sobre o 
estatuto /. Mas ao invés de lamentarmos, vamos tirar o máximo possível de 
proveito dessa oportunidade. 
Hoje falaremos dos sistemas disciplinares a que estão sujeitos os servidores 
do Poder Judiciário do Paraná. A grande curiosidade é que não temos um, mas 
dois sistemas diferentes, a depender se o funcionário trabalha junto ao 1º ou 2º grau 
de jurisdição. 
Começaremos a aula pela parte do estatuto que é comum a ambos os 
servidores. 
1. Lei Estadual 16.024/2008 ± Estatuto dos 
Funcionários do Poder Judiciário 
1.16 Regime Disciplinar 
Até aqui, tudo era festa. Relacionei todos os seus direitos, disse tudo que 
você vai poder fazer enquanto for funcionário público do glorioso Estado do Paraná. 
Mas nem tudo é festa! Você será um servidor público, e deve se comportar a 
altura do cargo que exerce. Desta forma, este título é inteiramente dedicado a expor 
o que você não pode fazer enquanto quiser continuar a ser um funcionário público. 
Temos dois sistemas disciplinares no âmbito do Poder Judiciário do Estado 
do Paraná: 
- O primeiro deles é aplicável aos servidores do 1º grau de jurisdição, assim 
entendidos como aqueles que trabalham junto aos órgãos de 1ª Instância do Poder 
Judiciário. 
- O segundo desses sistemas é aplicável aos servidores que trabalham junto 
ao 2º grau de jurisdição, assim entendidos como aqueles que trabalham junto aos 
órgãos de 2ª Instância do Poder Judiciário. 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
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Você verá quando estudar o Código de Organização Judiciária do Estado, 
que o Poder Judiciário está estruturado da seguinte forma: 
Art. 2º. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: 
I- o Tribunal de Justiça; 
II - Revogado; (redação dada pela Lei nº 14.925 de 24/11/2005 ± DOE nº 
7109 de 25/11/2005). 
III - os Tribunais do Júri; 
IV - os Juízes de Direito; 
V - os Juízes de Direito Substitutos de entrância final; 
VI - os Juízes Substitutos; 
VII - os Juizados Especiais; 
VIII - os Juízes de Paz. 
Parágrafo único. Para executar decisões ou diligências que 
ordenarem, poderão os tribunais e Juízes requisitar o auxílio da força 
pública. 
Dos órgãos mencionados, apenas o Tribunal de Justiça é considerado órgão 
do 2º Grau de Jurisdição. Assim, os servidores que trabalharem junto a este órgão 
serão servidores do 2º Grau de Jurisdição, ao passo que aqueles que trabalharem 
junto aos demais órgãos ali mencionados serão servidores do 1º Grau de Jurisdição. 
Em todo caso, a primeira parte deste capítulo é aplicável aos servidores de 
ambos os graus. 
1.16.1 Cumulação 
Relembrar é viver. Desta vez, vamos revisitar a Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer 
caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, 
com profissões regulamentadas; 
Pois bem, agora veja o artigo 152: 
 
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Art. 152. Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, é 
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. 
§ 1°. A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções 
e abrange autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades 
de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas direta ou 
indiretamente pelo poder público. 
 
Vou simplificar a história para você: se você é técnico de determinado órgão 
do Estado do Paraná, você não pode ser, ao mesmo tempo: Analista do Tribunal de 
Justiça (cargo público) ou mesmo Técnico de Informática do SERPRO (emprego 
público). Também nem adianta dizer que a entidade para onde vai é uma autarquia, 
ou mesmo uma sociedade de economia mista (então esqueça aquele sonho de ser 
gerente de perfuração da Petrobrás enquanto estiver exercendo suas atribuições 
em outro órgão público). 
O conceito de acumulação é extremamente amplo, de tal forma que se a 
Constituição não o autorizar a acumular cargos, você não pode e pronto! 
Existem outras previsões de acumulação espalhadas pela Constituição, mas 
estas são as que caem em concursos públicos (e são as que nos interessam). 
Mas mesmo que a acumulação seja possível, ainda assim existem outras 
regras limitadoras: 
§ 2º - A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários 
Mesmo que você possa exercer dois cargos públicos, deve ser capaz de 
demonstrar que os horários são compatíveis. Assim, dois cargos, empregos ou 
funções que demandem sua presença das 08:00 as 18:00 são cargos que, 
evidentemente, você não conseguiráexercer ao mesmo tempo. 
§ 3°. Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento 
de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade ou 
pensão paga a partir de valores de órgão ou entidade previdenciária 
pública, salvo quando os cargos ou empregos de que decorram essas 
remunerações forem acumuláveis na atividade. 
 
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Pois bem, não é lícito ao servidor acumular os proventos pagos em 
decorrência de sua aposentadoria com a remuneração de um cargo que exerça 
atualmente. 
Tome por exemplo a situação de um Juiz aposentado que resolveu prestar 
concurso para Fiscal, com vistas a receber tanto a aposentadoria no cargo de 
Magistrado como também a remuneração do cargo efetivo. Pode isso? NÃO PODE! 
Existe apenas uma exceção expressa à proibição de acumulação de 
proventos com remuneração de outro cargo, emprego ou função pública: 
- Ambos os cargos eram acumuláveis quando o servidor encontrava-se 
em atividade. 
Assim, se determinado professor acumula dois cargos de magistério, um na 
rede pública estadual e outro na rede pública municipal, e resolve se aposentar no 
segundo cargo, nada obstará o pagamento da aposentadoria juntamente com a 
remuneração do cargo público estadual. 
Art. 153. O funcionário não poderá exercer mais de um cargo em 
comissão ou mais de uma função gratificada prevista no caput do art. 79 
deste Estatuto. 
A referência a que fez menção o artigo 153 já foi revogada, mas a regra 
continua valendo: nenhum servidor pode ser investido em dois cargos em comissão 
ou em duas funções gratificadas concomitantemente. 
Art. 154. O funcionário vinculado ao regime deste Estatuto, que acumular 
licitamente 02 (dois) cargos efetivos, quando investido em cargo de 
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos 
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário 
e de local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades 
máximas dos órgãos ou das entidades envolvidas. 
 
Caso particularmente interessante ocorre com o servidor que já acumulava 
cargos licitamente e que, por conta de seu desempenho em um dos órgãos, foi 
convidado a assumir um cargo em comissão. 
A maior parte dos estatutos costuma oferecer duas opções: 
 
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1 - O servidor seria afastado de ambos os cargos, e passaria a 
desempenhar exclusivamente o cargo em comissão; 
2 - O servidor seria afastado de apenas um dos cargos, e passaria a 
desempenhar o cargo em comissão juntamente com o outro cargo, se 
houvesse compatibilidade de horários. 
Seu estatuto franqueou as duas opções, desde que as autoridades máximas 
de cada órgão concordem que o exercício concomitante dos cargos é possível. 
E para encerrar, via de regra, ninguém trabalha de graça no serviço público, 
e isto vale para o Poder Judiciário: 
Art. 155. É vedado o exercício gratuito de função ou cargo remunerado. 
Parágrafo único. A vedação contida no caput deste artigo não abrange os 
funcionários aposentados no desempenho de serviço voluntário como 
conciliador ou para cumprir tarefas especiais, desde que devidamente 
autorizados pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou por quem ele 
designar para tal atribuição. 
1.16.2 Deveres Ȃ Grifos Referentes ao 1º Grau de Jurisdição 
Nós trabalharemos com os deveres e as proibições de forma um pouco 
diferente. Os deveres e proibições abaixo servem para servidores da Secretaria do 
Tribunal e do 1º Grau de Jurisdição, entretanto, sua inobservância está sujeita a 
penalidades diferentes, a depender do quadro ao qual pertence o servidor. 
Vou colorir os artigos 156 e 157 agora transcritos com base na legenda para 
penalidades do 1º Grau de Jurisdição. 
Nossa legenda agora será a seguinte: 
Art. 167. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná ficarão sujeitos às seguintes penas 
disciplinares pelas faltas cometidas no exercício de suas funções: 
I - de advertência, aplicada por escrito em caso de mera negligência; 
II - de censura, aplicada por escrito em caso de falta de cumprimento 
dos deveres revistos nesta lei, e também de reincidência de que tenha 
resultado aplicação de pena de advertência; 
III - de devolução de custas em dobro, aplicada em casos de cobrança 
de custas que excedam os valores fixados na respectiva tabela, a qual 
ainda poderá ser cumulada com outra pena disciplinar; 
 
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IV - de suspensão, aplicada em caso de reincidência em falta de que 
tenha resultado na aplicação de pena de censura, ou em caso de 
infringência às seguintes proibições: [...] 
V - de demissão, aplicada nos casos de [...]: 
Repare que, salvo disposição em contrário do estatuto, a falta de observância 
aos deveres (não fazer algo que deveria ter sido feito) é passível de penalidade de 
censura. 
Assim, está tudo grifado de azul: 
Art. 156. São deveres do funcionário: 
I - assiduidade; 
II - pontualidade; 
III - urbanidade; 
IV - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
VI - lealdade e respeito às instituições a que servir; 
VII - observar as normas legais e regulamentares; 
VIII - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
IX - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas às protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; 
X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades 
de que tiver ciência em razão do cargo; 
XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio 
público; 
XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; 
XIV - atender prontamente às convocações para serviços 
extraordinários; 
XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais 
perante a administração pública; 
XVI - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com 
uniforme determinado; 
XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar 
o cargo ou a função que exerce; 
XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são 
afetos ou que forem determinados pela autoridade administrativa ou 
judiciária a que estiver vinculado; 
 
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XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir 
imediatamente os valores que perceber indevidamente como 
remuneração; 
XX - freqüentar os cursos instituídos pela administração do Tribunalde Justiça para aperfeiçoamento ou especialização; 
XXI - submeter-se à inspeção médica quando determinada pela 
autoridade competente. 
§ 1°. A representação de que trata o inciso XIII será encaminhada pela 
via hierárquica e apreciada por autoridade superior àquela contra a qual 
é formulada. 
§ 2°. Será dispensado da freqüência a cursos de aperfeiçoamento ou 
especialização o funcionário que comprovar relevante motivo que o 
impeça. 
§ 3°. A freqüência e o aproveitamento a cursos de aperfeiçoamento ou 
especialização será considerada para a progressão e a promoção 
funcional. 
1.16.3 Proibições Ȃ Grifos Referentes ao 1º Grau de Jurisdição 
As proibições são um pouco mais complicadas. Existem proibições que estão 
expressamente previstas no estatuto como passíveis de ter sua previsão infringida 
punida com a demissão. As demais provavelmente dependerão do caso concreto 
para que uma penalidade seja especificada. 
Fora isto, vamos ver que o próprio estatuto entra em contradição em algumas 
passagens, ao fixar concomitantemente as penalidades de suspensão e demissão 
para a mesma infringência. 
Por enquanto, apenas contemple o artigo: 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
II - retirar qualquer documento ou objeto da repartição sem prévia 
anuência da autoridade competente; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao encaminhamento de documento, 
ao andamento de processo ou à execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha ao Quadro da repartição, fora dos 
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de se filiarem à 
associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
 
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VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou para outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, salvo a participação em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista ou 
cotista; 
XI - atuar como procurador ou intermediário junto a repartições 
públicas; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
para o desempenho de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais do Poder Público em 
serviços ou atividades particulares; 
XVII - cometer a outro funcionário atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou da função e com o horário de trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; 
XX - referir-se de modo depreciativo em qualquer escrito ou por 
palavras às autoridades constituídas e aos atos administrativos por 
ela praticados, ressalvada a análise técnica e doutrinária em trabalho 
de natureza acadêmica; 
XXI - deixar de comparecer ao serviço sem justificativa aceita pela 
administração; 
XXII - tratar de assuntos particulares na repartição durante o horário 
de expediente; 
XXIII - empregar materiais e bens do Poder Judiciário ou à disposição 
deste em serviço ou atividade estranha às funções públicas; 
XXIV - manter domicílio ou residência fora da localidade de sua 
lotação; 
XXV - acumular cargos ou funções, observados os permissivos 
constitucionais e legais. 
1.16.4 Responsabilidade 
Art. 158. O funcionário responde civil, penal e administrativamente pelo 
exercício irregular de suas atribuições. 
 
O próprio estatuto cuidará de explicar no que consiste cada uma dessas 
esferas de responsabilização. 
Vamos alterar um pouco a ordem proposta pelo estatuto. 
 
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A primeira forma de responsabilização é a civil. O Direito Civil trata das 
relações jurídicas que pessoas podem manter com outras pessoas ou coisas. 
Dentro da esfera cível, falaremos ilicitude sempre que a ação ou omissão de alguém 
causar dano de origem material ou moral a terceiro: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Resumindo a história: quem comete ato ilícito civil causou prejuízo a outrem, 
prejuízo este que demanda reparação. Para o servidor não será diferente: 
Art. 160. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou 
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário 
público ou a terceiros. 
Esqueceu-se de trancar a porta da repartição e alguém roubou alguns 
equipamentos? Pois bem, "não trancar a porta" (ato omissivo), omissão esta que 
não era pretendida por você, mas que somente ocorreu por sua negligência (ato 
omissivo culposo) causou prejuízo ao erário (que não dispõe mais dos 
equipamentos em seu patrimônio). Se estivéssemos diante de uma ação sua (você, 
em um acesso de raiva, destruiu os computadores da repartição), falaríamos de ato 
³FRPLVVLYR´� H�� QR� QRVVR� H[HPSOR�� GRORVR� �SRLV� KRXYH� YRQWDGH� RULHQWDGD� DR�
cometimento do ilícito). 
Adivinha só: responsabilidade civil, sendo seu dever indenizar o prejuízo 
causado. Esta é a primeira esfera de responsabilização a que o servidor está 
sujeito. 
Aliás, você deve estar se lembrando do artigo 69: 
Art. 69. As reposições e indenizações ao Erário Estadual serão 
descontadas em parcelas mensais, não excedentes a 10% (dez por 
cento) da remuneração. 
§ 1º. As reposições e indenizações serão previamente comunicadas ao 
funcionário e corrigidas pela média do INPC (IBGE) e IGP-DI 
(Fundação Getúlio Vargas) ou pela média dos índices que vierem a 
substituí-los e acrescidas de juros nos termos da lei civil. 
§ 2º. A reposição será integral e em parcela única quando o pagamento 
indevido tiver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha. 
§ 3º. Quando o funcionário for exonerado, dispensado ou demitido terá 
o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da perda do vínculo com a 
 
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administração pública, para pagar o débito, sendo que o não pagamento 
implicará em inscrição em dívida ativa. 
§ 4º. As reposições derivadas de revogações de ordens judiciais que 
majoraram vencimentos ou remunerações deverão ser feitas em 30 
(trinta) dias, a contar da data da notificação administrativa, sob pena 
de inscrição em dívida ativa. 
§ 5º. No caso de recebimento de valores indevidos a título de 
remuneraçãoou vencimento o funcionário comunicará, no prazo de 10 
(dez) dias, à Secretaria do Tribunal de Justiça, sob pena de 
caracterização de comportamento desleal para com a administração 
pública. 
O estatuto também lembrou: 
§ 1°. A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário será 
liquidada na forma prevista no art. 69, sem prejuízo da execução do 
débito pela via judicial. 
Se o prejuízo foi causado dolosamente (leia-se: você pegou uma barra de 
ferro e se pôs a, espontaneamente, destruir computadores dentro do seu ambiente 
de trabalho, de forma deliberada e completamente intencional), o estatuto 
recomenda o desconto da sua remuneração na forma do artigo 69, e, ao mesmo 
tempo, a execução do débito pela via judicial. 
Não sendo o caso, estaremos diante da hipótese geral do parágrafo 1º do 
artigo 69. Em outras palavras, para a reparação de danos decorrentes de atos ou 
omissões culposas, a indenização se dá através de descontos que não excederão 
10% do seu salário. 
Mas, e se o dano for causado a terceiros? Tanto seu professor de Direito 
Administrativo quanto o de Constitucional lhe dirão a mesma coisa, ao analisar o 
artigo 37 da Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
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Você, no exercício de um cargo público, não tem rosto aos olhos do 
administrado. Você é parte de uma grande colmeia e seus atos não seus atos, mas 
sim, os da própria Administração. 
Desta forma, se você causar danos a um terceiro na qualidade de servidor, 
este terceiro não ingressará com uma ação contra você, e sim contra o próprio 
Estado. 
Exemplo: você pegou uma viatura do órgão onde trabalha para atender a um 
compromisso de interesse da Administração e, ao atravessar o sinal fechado, 
acabou batendo a viatura no carro de outra pessoa. Por sua conduta comissiva 
culposa, o particular sofreu danos em sua esfera patrimonial, danos estes que 
devem ser reparados. 
Note: a Administração não tem culpa de você ter batido no carro do 
particular. Entretanto, é contra a Administração que a ação de reparação de danos 
será ajuizada, pois o Estado responde objetivamente (independentemente de culpa) 
pela conduta de seus agentes. 
Todavia, se você não tem rosto para o particular, a Administração sabe muito 
bem quem você é. E se você agiu culposa ou dolosamente quando causou dano a 
outrem, a Administração tem o direito de ajuizar uma ação regressiva contra você, 
buscando ressarcir-se dos prejuízos que ela própria experimentou ao ressarcir o 
particular: 
§ 2°. Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o 
funcionário perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. 
A doutrina costuma apontar que, embora a responsabilidade do Estado seja 
objetiva, a responsabilidade do servidor na ação de regresso é subjetiva (o servidor 
só fica obrigado a ressarcir o erário se tiver agido com dolo ou culpa). 
Em todo caso, é uma prerrogativa do Estado ajuizar a ação de regresso. 
Por fim, se você vier a falecer sem ter indenizado a Administração pelos 
danos causados, serão seus herdeiros a responder pela dívida. Mas não fique 
assustado: essa é a regra geral da responsabilização por dívidas e ninguém está 
obrigado a responder por dívida de outrem além dos limites da herança recebida: 
 
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§ 3°. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e 
contra eles será executada até o limite do valor da herança recebida. 
Saindo da responsabilização civil, ainda temos a responsabilização penal e a 
administrativa: 
Art. 161. A responsabilidade penal abrange os crimes e as 
contravenções imputadas ao funcionário, nessa qualidade. 
Seguindo a doutrina atualmente majoritária (que, pelo menos da última vez 
que eu olhei, adota a teoria tripartida), crime é um fato típico, antijurídico e culpável. 
Eu até gosto do assunto, mas não creio que você precise ir tão longe :P. A 
nós bastará uma aproximação bem superficial: Crime é aquilo que está previsto na 
legislação enquanto tal (o que, dentro daquela teoria, consistiria na tipicidade do 
fato). 
Mas o servidor não é responsabilizado penalmente por sua conduta em 
quaisquer crimes: apenas naqueles que foram cometidos enquanto o servidor, nesta 
qualidade, os praticava. 
Se você passar na padaria e furtar o caixa durante o horário de seu almoço, o 
estatuto não está se importando com isto (você responderá penalmente pelo ato, 
mas o estatuto não influirá neste caso). 
Porém, se receber um "agrado", "presentinho" ou o nome que prefira dar a 
um maço de aproximadamente um 1 kg de papel moeda impresso pela Casa da 
Moeda para proferir um despacho favorável a determinada pessoa, você responderá 
penalmente por este ato, e estará sujeito também às disposições do estatuto, já que 
a conduta em questão foi praticada por você na qualidade de funcionário. 
Por fim, temos ainda a responsabilidade administrativa, que o sujeita às 
sanções previstas no próprio estatuto dos servidores: 
Art. 162. A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou 
comissivo praticado no desempenho do cargo ou da função. 
E agora voltando ao artigo 159 que pulamos no começo do capítulo: 
Art. 159. As responsabilidades e sanções civis, penais e administrativas 
poderão cumular-se, sendo independentes entre si. 
 
 
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Esta é a regra de ouro no âmbito da responsabilidade do servidor: em regra, 
as esferas administrativa, penal e civil são completamente independentes entre si. 
Se você subtrai equipamentos da repartição onde trabalha, sua conduta é: 
- um ilícito cível, pois causa prejuízo ao erário, nos exatos termos do artigo 
186 do Código Civil; 
- um ilícito penal, pois se enquadra na definição de peculato, prevista no 
artigo 312 do Código Penal 
- um ilícito administrativo, pois previsto no artigo 138, inciso II do próprio 
Estatuto dos Servidores Públicos. 
Cada uma dessas esferas de responsabilidade será apurada por uma 
autoridade diferente. 
E também não vá achar que se o servidor ressarcir os prejuízos causados à 
Administração (ou seja, reparar um ilícito civil) isto irá eximi-lo da pena (reprimenda 
por um ilícito administrativo). Naquele nosso caso do servidor que deixou a porta da 
repartição destrancada, é possível que lhe seja aplicada também a penalidade de 
advertência. 
Pois bem, agora vem a parte interessante: se o Juiz da Vara Criminal 
entender que não há provas suficientes para condenar o servidor pela práticade 
peculato, esta decisão em nada influencia o julgamento do Juiz da Vara Cível, que 
pode decidir que há sim provas suficientes para que o servidor seja obrigado a 
reparar o dano (indenizando a repartição no valor dos equipamentos subtraídos). 
Da mesma forma, a autoridade competente para aplicar a penalidade 
administrativa pode muito bem se convencer de que o servidor é realmente culpado 
pela subtração dos equipamentos, observando exatamente o mesmo conjunto 
probatório examinado pelo Juiz da Vara Criminal. 
Cada esfera de responsabilização é autônoma quanto às demais, as 
conclusões adotadas por cada autoridade podem ser completamente diferentes, 
sem que se veja nisso qualquer problema. 
 
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Entretanto, esta é a regra! Existe uma exceção: 
Art. 163. A responsabilidade administrativa do funcionário será afastada 
no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou de 
sua autoria. 
 
Vamos deixar uma coisa bem clara: uma coisa é o Juiz da Vara Criminal, 
pautando-se pelos princípios do Direito Penal, entender que não há provas 
suficientes para condenar penalmente determinado servidor, e, por prudência, 
proclamar sua absolvição por insuficiência de provas. 
O Juiz o faz pois a ótica do Direito Penal recomenda um grande número de 
elementos de convicção para que o Magistrado se convença a condenar um réu 
(lembrando que o efeito mais natural da condenação penal é a perda de liberdade, 
coisa que a Constituição Federal detesta). 
Como a esfera administrativa não se pauta pelos mesmos princípios, é 
provável que este mesmo conjunto probatório fosse suficiente para justificar uma 
indenização ou a penalização administrativa do servidor. 
Todavia, se na esfera penal ficar cabalmente comprovado que o fato não 
existiu, ou que não foi você o praticou, a esfera administrativa fica vinculada a esta 
decisão. Resultado: você mantém seu emprego, a despeito do que quer que 
acredite a autoridade administrativa que pretendia puni-lo. 
Pois bem, até aqui estudamos as disposições que são válidas para os 
servidores do 1º e 2º Grau de Jurisdição. 
A partir deste ponto, o estatuto estabelece dois sistemas disciplinares, cada 
um deles aplicável a um grupo de servidores do Poder Judiciário. 
1.16.5 Sistema Disciplinar dos Funcionários do 1º Grau de Jurisdição 
1.16.5.1 Penalidades 
Pois bem, a definição de qual o sistema disciplinar é aplicável ao servidor 
depende de em qual quadro de funcionários encontra-se o servidor. Se seu quadro 
 
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pertencer ao quadro de pessoal da Secretaria do Tribunal, o que leremos aqui não 
será aplicável ao servidor. 
O mais interessante neste estatuto é que existem dois sistemas disciplinares, 
cada um deles com suas particularidades. O sistema disciplinar a ser visto neste 
item será aquele a que estão submetidos os funcionários do 1º Grau de Jurisdição, 
incluídos aqui aqueles que atuam nos Juizados Especiais. 
Você talvez se pergunte por que raios existem dois sistemas disciplinares. 
Observando seu estatuto, a resposta mais lógica para essa distinção reside no fato 
de que os servidores das secretarias e os de 1º Grau exercem atividades diferentes 
em suas unidades. 
Por exemplo: compete usualmente aos servidores do Juizado Especial e aos 
do 1º Grau efetuar o cálculo das custas a serem recolhidas pelas partes (esta não 
seria uma tarefa realizada pelos funcionários nas Secretarias). Por esta razão, a 
SHQDOLGDGH� GH� ³'HYROXomR� GH� &XVWDV� HP� 'REUR´� Vy� WHULD� VHQWLGR� HP� H[LVWLU� QR�
regime disciplinar daqueles servidores. 
Dito isto, a primeira regra é que, se o cargo do servidor pertencer ao Quadro 
de Pessoal da Secretaria do Tribunal, ainda que o este servidor tenha lotação junto 
a um órgão do 1º Grau de Jurisdição (quando, por exemplo, tiver sido emprestado a 
um desses órgãos), este sistema disciplinar continua a não ser aplicável a ele: 
Art. 164. Aos funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná, aos Secretários do Conselho de 
Supervisão do Juizado Especial, aos Secretários de Turma Recursal 
do Juizado Especial, aos Secretários do Juizado Especial, aos Oficiais 
de Justiça do Juizado Especial, aos Auxiliares de Cartório do Juizado 
Especial, aos Auxiliares Administrativos do Juizado Especial e aos 
Contadores e Avaliadores do Juizado Especial se aplica o sistema 
previsto neste Capítulo. 
Parágrafo único. Aos funcionários do Quadro da Secretaria do Tribunal 
de Justiça que estiverem lotados ou atuando no foro judicial, em 1º 
Grau de jurisdição, ainda que subordinados a juízes, não se aplicam as 
disposições referidas no caput deste artigo e sim as que seguem no 
Capítulo III deste Título. 
 
Essa diferenciação é vital pois cada sistema disciplinar prevê um conjunto de 
penalidades diferentes e seu examinador pode tentar induzi-lo a erro. Veja que o 
 
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artigo 164, sempre que faz menção a algum servidor específico, faz também 
menção ao fato de este trabalhar no Juizado Especial (grifei o termo sempre que ele 
apareceu) 
Art. 165. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná deverão exercer suas funções com 
dignidade e compostura, obedecendo às determinações de seus 
superiores e cumprindo as disposições legais a que estiverem 
sujeitos. 
Art. 166. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná terão domicílio e residência na sede da 
comarca em que exercerem suas funções. 
Bom, meu caro, o grande livro está ali para ser lido. Você já sabe o que tem 
de fazer, e o que não pode fazer, agora, resta saber o que vai acontecer com você 
ou um servidor teimoso optar por desafiar o estatuto. 
Art. 167. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná ficarão sujeitos às seguintes penas 
disciplinares pelas faltas cometidas no exercício de suas funções: 
I - de advertência, aplicada por escrito em caso de mera negligência; 
Negligência é a falta de cuidado no desempenho de tarefas. É a penalidade 
mais branda a ser aplicada ao servido. O inciso é bastante vago mas, se formos 
seguir a letra da lei, qualquer atitude que denote falta de zelo com as funções e que 
não se enquadre em violação mais grave é passível de advertência. 
Por exemplo: 
- Não guardar os processos corretamente em suas prateleiras; 
- Errar recorrentemente juntadas de documentos em processos, fazendo com 
que petições de um processo venham a parar em outro; 
- Não desligar o computador depois do fim do expediente. 
(QILP��D� OLVWD�GH�FRLVDV� ³EREDV´�GHSHQGH�PXLWR�PDLV�GD� LPDJLQDomR�GR�TXH�
de qualquer outra coisa. Apenas guarde que para esses pequenos deslizes 
funcionais a penalidade adequada é de advertência. 
II - de censura, aplicada por escrito em caso de falta de cumprimento 
dos deveres revistos nesta lei, e também de reincidência de que tenha 
resultado aplicação de pena de advertência;RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
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A censura assemelha-se bastante à advertência, com a diferença de que é 
feita, necessariamente, por escrito. Pense nela como um puxão de orelha feito por 
escrito, e que ficará em seus assentos funcionais. É desagradável, mas podia ser 
pior. 
III - de devolução de custas em dobro, aplicada em casos de cobrança 
de custas que excedam os valores fixados na respectiva tabela, a qual 
ainda poderá ser cumulada com outra pena disciplinar; 
É por meio das custas que remuneramos os atos dos serventuários e 
funcionários da Justiça. 
A regra é que as custas sejam cobradas por ato praticado por um 
serventuário. Não se preocupe: você irá conhecer esse funcionário da Justiça ao 
longo do curso. 
Você deu início a um processo? O réu precisa ser citado por Oficial de 
Justiça? Esse ato do Oficial de Justiça em se deslocar até o endereço do réu, para 
citá-lo precisa ser pago. E ele é pago através das custas. 
A publicação de um edital de hasta pública se faz necessária? As custas 
precisam ser recolhidas. 
Para cada ato que é desempenhado pelo Poder Judiciário corresponde um 
valor de custas a ser recolhido. Isso tem origem em uma época (há muito, mas 
muito tempo atrás) onde os serventuários não recebiam salários: eles eram 
remunerados exclusivamente pelos atos que praticavam. 
Aliás, em serventias não oficializadas ainda é assim que funciona (imagino 
que você conheça os cartórios de registro e os tabelionatos). Mas isso fica para 
outra hora! 
Pois bem: o funcionário da justiça que cobrar valor acima daquele previsto na 
tabela de custas para a prática de determinado ato está sujeito à penalidade de 
devolução de custas em dobro e, cumulativamente, a qualquer outra das penas 
previstas no estatuto. 
Sigamos. 
 
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IV - de suspensão, aplicada em caso de reincidência em falta de que 
tenha resultado na aplicação de pena de censura, ou em caso de 
infringência às seguintes proibições: 
Ok, agora temos um momento constrangedor. O estatuto prevê 
expressamente que as faltas abaixo são puníveis com suspensão, de acordo com a 
redação do inciso IV. 
Entretanto, você verá que todos os atos descritos abaixo são condutas 
altamente reprováveis. Tanto que qualquer outro estatuto de qualquer outro ente da 
federação prevê que as faltas abaixo sejam punidas com a demissão. 
Antes de continuarmos, dê uma olhada: 
a) exercer cumulativamente 02 (dois) ou mais cargos ou funções 
públicas, salvo as exceções permitidas em lei; 
b) retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização da 
autoridade competente, qualquer documento de órgão estatal, com o 
fim de criar direito ou obrigação ou de alterar a verdade dos fatos; 
c) valer-se do cargo ou função para obter proveito pessoal em 
detrimento da dignidade do cargo ou função; 
d) praticar usura; 
e) receber propinas e comissões de qualquer natureza em razão do 
cargo ou função; 
f) revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha ciência 
em razão do cargo ou função; 
g) delegar, salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de 
encargo que a si competir ou a seus subordinados; 
h) deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada; 
i) retirar ou utilizar materiais e bens do Estado indevidamente; 
j) deixar de cumprir atribuições inerentes ao cargo no prazo 
estipulado; 
Bom professor, que me importa os outros estatutos? Está escrito suspensão, 
não está? Normalmente eu concordaria com você caro aluno, mas veja este trecho 
do inciso V que você lerá logo na sequência: 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
i) revelação de segredo que conheça em razão do cargo ou da função; 
[...] 
n) transgressão dos incisos IX a XV, XXIII e XXV do art. 157; 
As transgressões citadas são as seguintes: 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
 
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[...] 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou para outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, salvo a participação em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista ou 
cotista; 
XI - atuar como procurador ou intermediário junto a repartições 
públicas; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
para o desempenho de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
[...] 
XXIII - empregar materiais e bens do Poder Judiciário ou à disposição 
deste em serviço ou atividade estranha às funções públicas; 
[...] 
XXV - acumular cargos ou funções, observados os permissivos 
constitucionais e legais. 
 Cinco alíneas do inciso IV do artigo 167 conflitam frontalmente com as 
previsões do inciso V. Ou seja: o estatuto prevê que essas transgressões sejam 
punidas com suspensão e demissão concomitantemente. 
Seu professor acredita que a menção a suspensão foi equivocada: em outros 
estatutos, todas essas faltas são apenadas com a demissão e, dada sua gravidade, 
parece ser a penalidade mais adequada. Assim, responda demissão na sua prova e, 
caso o gabarito não seja esse, pode me chamar que eu ajudo você com o recurso. 
Vamos antecipar alguns parágrafos antes de chegarmos ao inciso V. 
Suponha agora que o servidor tenha cometido uma infração indiscutivelmente 
passível de suspensão. O parágrafo 3º esclarece no que consiste a punição: 
§ 3°. Durante o período de suspensão, o funcionário perderá todas as 
vantagens decorrentes do exercício do cargo. 
Resumindo: Ele será afastado do cargo sem receber a remuneração, mas 
também não terá de comparecer à repartição. 
Ei! Então, quer dizer que eu vou ficar em casa? Vai ser ruim ficar sem 
receber, mas, pelo menos, ficarei longe daquela pilha invencível de processos, 
 
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enquanto meus colegas provavelmente terão de trabalhar mais para compensar 
minha ausência. Pensando bem, até que não foi tão ruim... 
Vai sonhando! :P. Se sua mão de obra realmente for conveniente para o 
serviço, a suspensão será convertida em multa, e você ainda terá de trabalhar 
normalmente: 
§ 1°. A pena de suspensão poderá ser convertida em multa quando 
houver conveniência para o serviço, à razão de 50% (cinqüenta por 
cento) do valor da remuneração a que no período imposto fizer jus o 
funcionário, que fica obrigado neste caso a permanecer em atividade. 
O servidor irá trabalhar e só receberá metade de sua remuneração enquanto 
estiver suspenso. Pessoalmente, acho isto muito pior... 
Mas, para alguns, nem istoé o bastante. Se nada do que se leu aqui tiver 
sido suficiente para convencer o servidor a andar na linha, ainda temos o último 
recurso disciplinar disponível. Tecnicamente falando, ele não disciplina o servidor, 
mas sim o serviço público (na medida em que exclui o próprio servidor dos quadros 
do órgão). 
Eis a tão temida demissão: 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
a) crime contra a administração pública; 
b) abandono de cargo; 
c) falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias alternados 
no período de 12 (doze) meses; 
d) improbidade administrativa; 
e) incontinência pública ou conduta escandalosa na repartição; 
f) reincidência em caso de insubordinação; 
g) ofensa física, em serviço, a funcionário ou a particular, salvo escusa 
legal; 
h) aplicação irregular de dinheiro público; 
i) revelação de segredo que conheça em razão do cargo ou da função; 
j) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio do Estado; 
l) corrupção; 
m) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
n) transgressão dos incisos IX a XV, XXIII e XXV do art. 157; 
o) condenação por crime comum à pena privativa de liberdade superior 
a 04 (quatro) anos; 
 
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p) reiterada desídia no cumprimento das atribuições do cargo ou da 
função. 
Tudo isso somado ao conjunto também pouco elogioso do artigo 157: 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
[...] 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou para outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, salvo a participação em 
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista ou 
cotista; 
XI - atuar como procurador ou intermediário junto a repartições 
públicas; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
para o desempenho de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
[...] 
XXIII - empregar materiais e bens do Poder Judiciário ou à disposição 
deste em serviço ou atividade estranha às funções públicas; 
[...] 
XXV - acumular cargos ou funções, observados os permissivos 
constitucionais e legais. 
Agora chamo sua atenção a duas alíneas em particular do inciso V: 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
[...] 
b) abandono de cargo; 
c) falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias alternados 
no período de 12 (doze) meses; 
[...] 
A disposição da alínea b) é a chamada inassiduidade habitual, embora o 
estatuto não tenha elegido esta nomenclatura. 
O abandono de cargo, no entanto, quando simplesmente mencionado no 
texto do estatuto, é bastante vago, e eu ousaria dizer que até chega a ser subjetivo. 
Quando podemos saber que o servidor abandonou o cargo (e não que está 
só dando uma bela de uma descansada que já dura mais de um ano)? Ou então, 
 
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quando a inassiduidade deixa de ser fruto de um imprevisto para ser um fato 
recorrente? 
Buscando evitar dúvidas, o próprio estatuto previu a definição dessa conduta: 
§ 2°. Para os fins do inciso V, alínea "b", deste artigo, considera-se 
abandono de cargo a ausência ao serviço, sem justa causa, por mais 
de 30 (trinta) dias. 
O abandono é relativamente simples: 30 dias seguidos sem aparecer e a 
Administração terá quase certeza de que você não quer mais exercer o cargo (digo 
quase pois ainda será necessário um procedimento sumário para demitir o servidor). 
A coisa fica mais complicada com a inassiduidade habitual. 
OOKD�TXH�LQWHUHVVDQWH��DV�IDOWDV�GR�VHUYLGRU�QmR�³]HUDP´�HP�MDQHLUR�GH�FDGD�
ano, sendo computadas para os fins previstos na alínea c) por 12 meses. 
Visualizando ficará mais fácil. 
Vamos pensar neste exemplo aqui: 
dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 
0 0 0 10 4 6 10 6 12 4 2 5 0 
 
Estamos em dezembro de 2014 e a tabela acima aponta o número de faltas 
que o servidor possui nos últimos 12 meses (precisamente 59 faltas). 
Pois bem, quando passarmos para janeiro de 2015, a contagem das faltas 
dos últimos doze meses desconsiderará o mês de janeiro de 2013, pois ele não 
estará mais no intervalo previsto no estatuto. 
Porém, isto não ajudará em nada ao servidor, pois este continuará no limite 
previsto na legislação para ser considerado habitualmente inassíduo. 
Veja só o que acontece quando chegamos a janeiro de 2015: 
dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 
 0 0 10 4 6 10 6 12 4 2 5 0 
 
 
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Ele continua apresentando 59 faltas nos últimos doze meses. Porém, 
supondo que ele não tenha faltado nenhuma vez até o começo de abril de 2015 (e 
que tenha, portanto, conseguido manter seu cargo), a situação será a seguinte: 
abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 
4 6 10 6 12 4 2 5 0 0 0 0 
 
Agora ele possui apenas 49 faltas injustificadas nos últimos 12 meses, 
podendo voltar a faltar injustificadamente sem que isto caracterize inassiduidade 
habitual. 
Por curiosidade, as corregedorias costumam abrir procedimentos 
disciplinares contra estes servidores mesmo assim, enquadrando tal conduta no 
HTXLYDOHQWH�DR�SUHYLVWR�QD�DOtQHD�³S´�GR�LQFLVR�9� 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
[...] 
p) reiterada desídia no cumprimento das atribuições do cargo ou da 
função. 
[...] 
Muito bem. 
A escolha sobre qual penalidade será aplicada depende bastante do que foi 
feito pelo servidor: 
§ 4°. Na aplicação das penalidades, considerar-se-ão a natureza e a 
gravidade da infração, os meios empregados, os danos que dela 
provierem para o serviço público e os antecedentes disciplinares do 
funcionário. 
Considere a existência do parágrafo 4º uma homenagem à justiça. Por mais 
impessoal que a Administração deva buscar ser, as penas comportam gradação 
justamente para serem adequadas aos casos que visam reprimir. 
Tome por exemplo a seguinte proibição constante no Estatuto, usualmente 
punível com a penalidade de censura (na maior parte dos casos): 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
[...] 
III - recusar fé a documentos públicos; 
 
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Agora imagine que o chefe de determinado setor, além de recusar fé ao 
documento público, ordenou a seu funcionário que também se abstivesse de dar fé 
ao documento. 
O funcionário obedeceu, mas, arrependido, dias depois, buscou o 
interessado para darfé ao documento conforme solicitado e, durante a sindicância, 
confessou ter cometido a falta. 
O superior o hierárquico, por sua vez, tentou, a todo custo, dificultar a 
apuração, ocultando os registros do atendimento realizado. 
Ambos cometeram a mesma falta: recusar fé a documento público. Porém, 
um deles incorreu em dois atenuantes (confessou a falta e tentou reparar o dano 
antes da aplicação da penalidade) enquanto o outro incorreu em dois agravantes 
(ordenou que subordinado hierárquico colaborasse com a falta e dificultou a 
apuração). 
Parece minimamente justo que estes servidores sejam punidos de maneira 
igual? Claro que não! É provável, neste caso, que o nosso hipotético chefe seja 
suspenso por período de tempo muito maior do que o funcionário arrependido. 
Por favor, não me entenda mal: toda infração será punida. Não há motivo 
justo, antecedente funcional exemplar ou grau mínimo de culpa que seja suficiente 
para fazer com que uma falta cometida seja ignorada. Mas existe grande diferença 
entre ser censurado ou suspenso. 
Adiante. 
Próxima e última penalidade é a cassação da aposentadoria ou 
disponibilidade. Em ambos os casos, o servidor já se encontra inativo, todavia, 
recebendo dos cofres públicos. A punição a seguir descrita é a cassação do ato e 
consequente cessação dos pagamentos. 
Vejamos: 
 
 
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Art. 168. Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade se ficar 
provado que o inativo: 
I - praticou falta grave no exercício do cargo ou função; 
Eis aí a especificidade da cassação da aposentadoria ou disponibilidade: ela 
é aplicável exclusivamente a servidores inativos, quer por estarem aposentados, 
quer por se encontrarem em disponibilidade. Ou seja, não é apenas na atividade 
que os tentáculos da Administração podem alcançar o servidor mal comportado :P. 
O inciso I descreve a hipótese mais comum de cassação da aposentadoria 
ou disponibilidade: o servidor cometeu falta grave quando ainda se encontrava 
trabalhando, mas esta só veio a ser descoberta posteriormente, quando o servidor 
já se encontrava inativo. Pois bem: embora aposentado, o processo administrativo 
disciplinar irá correr e, comprovada a culpa do servidor, a aposentadoria será 
cassada. 
Só para deixar claro: para uma falta ser considerada grave, ela deve ser 
punível na atividade com a demissão. Se o servidor seria apenas censurado, não 
faz sentido nenhuma parar de pagar sua aposentadoria agora que ele se tornou 
inativo. 
Vejamos as demais hipóteses: 
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; 
 
O inciso II refere-se à acumulação de proventos da aposentadoria com outro 
cargo, empregou ou função cuja acumulação em atividade não seria permitida, ou 
então, fora das hipóteses previstas no parágrafo 3º do artigo 152: 
Art. 152. Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, é 
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. 
[...] 
§ 3°. Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento 
de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade ou 
pensão paga a partir de valores de órgão ou entidade previdenciária 
pública, salvo quando os cargos ou empregos de que decorram essas 
remunerações forem acumuláveis na atividade. 
A acumulação lícita está disposta no texto constitucional, como você já sabe: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
 
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obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
[...] 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer 
caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, 
com profissões regulamentadas; 
Em frente: 
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia 
autorização do Presidente da República; 
Se aceita a comissão em atividade, o servidor será demitido: 
Art. 167. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná ficarão sujeitos às seguintes penas 
disciplinares pelas faltas cometidas no exercício de suas funções: 
[...] 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
[...] 
n) transgressão dos incisos IX a XV, XXIII e XXV do art. 157; 
[...] 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
[...] 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
Seu professor não faz ideia do porque o Estado Brasileiro é tão afeto às 
ligações que o servidor mantém com Estados estrangeiros. Se eu fosse arriscar um 
palpite, creio que seja medo de espionagem :P. Mas não cabe a nós discutir: um 
servidor aposentado que receba vantagens financeiras de um Estado estrangeiro 
sem prévia autorização do Presidente da República (sim, ninguém menos que o 
Chefe de Estado do país inteiro) terá sua aposentadoria cassada. 
Aproveitando este surto de patriotismo, a perda de nacionalidade brasileira 
também enseja a cassação de aposentadoria ou disponibilidade: 
V - perdeu a nacionalidade brasileira. 
 
Seguindo: 
 
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IV - praticou usura em qualquer de suas formas; 
Quando a usura é praticada em atividade, é conduta passível de demissão: 
Art. 167. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná ficarão sujeitos às seguintes penas 
disciplinares pelas faltas cometidas no exercício de suas funções: 
[...] 
V - de demissão, aplicada nos casos de: 
[...] 
n) transgressão dos incisos IX a XV, XXIII e XXV do art. 157; 
[...] 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
[...] 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
Pratica usura quem empresta a outrem cobrando juros em valor superior ao 
dobro da taxa legal ou então aquele que empresta computando juros sobre juros 
(pratica esta conhecida QR� PHLR� MXUtGLFR� FRPR� ³DQDVWRFLVPR´��� 6H� TXLVHU� PDLV�
detalhes, consulte o Decreto 22.626/1933 (é só curiosidade, ele não cai em prova). 
Como a cassação da aposentadoria e disponibilidade são penas 
³HTXLYDOHQWHV´� j� GH� GHPLVVmR� �FRORFDQGR� GH� RXWUD� IRUPD�� VH� o servidor ainda 
estivesse ativo, teria sido demitido e pelo tão só fato de estar inativo é que a pena 
de cassação foi a escolhida), os efeitos daquela pena são os mesmos da demissão: 
§ 1°. Cassada a aposentadoria ou a disponibilidade, o funcionário, para 
todos os efeitos legais, será considerado como demitido do serviço 
público. 
Por fim, mesmo que o servidor venha a se exonerar do cargo (desligamento 
sem caráter disciplinar) e, depois deste desligamento, uma infração funcional seja 
descoberta, esta continua a demandar apuração: 
§ 2°. Independentemente de qualquer tipo de exoneração, permanece 
a necessidade de processamento e julgamentodas condutas passíveis 
de punição com suspensão, demissão ou cassação de aposentadoria e 
de disponibilidade. 
O artigo 169 cuida das autoridades competentes para aplicação das 
penalidades. 
Elas serão mais bem identificadas nas aulas do Regimento Interno e do 
Código de Organização Judiciária. Assim, quando formos tratar das competências 
 
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do Conselho da Magistratura, do Corregedor-Geral da Justiça e dos Juízes, 
incluiremos também a competência prevista no Estatuto para aplicar as 
penalidades, tudo conforme o artigo 169: 
Art. 169. São competentes para aplicação das penalidades 
disciplinares o Conselho da Magistratura, o Corregedor-Geral da 
Justiça e os Juízes perante os quais servirem ou a quem estiverem 
subordinados os funcionários, observado o seguinte: 
I - o Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das 
penalidades previstas no artigo anterior; 
Atenção: só o Conselho da Magistratura pode demitir servidores ou cassar 
aposentadorias e disponibilidades. Mais nenhum órgão. 
(�FRPR�QR�'LUHLWR�� WHPRV�XPD� UHJUD�JHUDO� GH�TXH� ³TXHP� ID]�R� PDLV�� ID]�R�
PHQRV´��D�FRPSHWrQFLD�GR�&RQVHOKR�GD�0DJLVWUDWXUD�DEDUFD�D�DSOLFDomR�Ge toda e 
qualquer penalidade prevista no estatuto. 
Quanto ao Corregedor Geral da Justiça e aos Juízes, a penalidade mais 
grave que pode ser aplicada é a de suspensão até 30 dias: 
II - o Corregedor-Geral da Justiça e os Juízes poderão aplicar as penas 
de advertência, censura, devolução de custas em dobro e suspensão 
de até 30 (trinta) dias. 
Ok. Estamos indo bem. 
O artigo 170 eu vou apenas mencionar por enquanto. Ele prevê que as penas 
de advertência, censura e devolução de custas em dobro podem ser aplicadas logo 
após o encerramento da sindicância. Entretanto, você ainda não sabe o que é uma 
sindicância, tampouco que existe o processo administrativo logo depois dessa fase 
:P. 
Art. 170. As penas de advertência, censura, devolução de custas em 
dobro poderão ser aplicadas em sindicância, respeitados o 
contraditório e a ampla defesa. 
Influência constitucional: 
Se você já estudou a Constituição Federal, sabe onde quero chegar: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
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[...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes; 
O resto da informação será apresentada a seu tempo -. 
Art. 171. Qualquer penalidade imposta ao funcionário será comunicada à 
Corregedoria-Geral da Justiça para as devidas anotações. 
As anotações são feitas na ficha funcional do servidor, mencionada lá no 
artigo 37 do estatuto: 
Art. 37. Exercício é o desempenho das atribuições do cargo público ou 
da função gratificada. 
Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do 
exercício serão notados na ficha funcional. 
Falta pouco: 
Art. 172. Se a pena imposta for a de demissão ou de cassação de 
aposentadoria, a decisão será remetida ao Presidente do Tribunal de 
Justiça, que expedirá o respectivo decreto, comunicando o fato, na 
segunda hipótese, ao Tribunal de Contas. 
Art. 173. Sempre que houver comprovação de prática de crime de ação 
penal pública, remeter-se-ão peças ao Ministério Público. 
 
Um processo administrativo se presta à apuração de irregularidades... 
administrativas. Qualquer pessoa (e funcionários públicos são pessoas, por mais 
que alguns se esqueçam disto) são capazes de interpretar a lei. Você pode observar 
determinado fato do cotidiano e, com base no seu conhecimento sobre as leis do 
país e capacidade de interpretação, constatar, por exemplo, que um crime está 
sendo cometido. 
Porém, existe alguém com a competência legal de investigar a ocorrência de 
crimes. Quem mais destaca nesta atividade é o Ministério Público. 
Ou seja: você pode até desconfiar que o ato cometido também configure 
crime, mas quem vai investigar se o que aconteceu realmente configura crime é a 
autoridade policial, neste caso, a pedido do Ministério Público. A remessa de peças 
permitirá àquele órgão iniciar suas próprias investigações sobre o fato. 
 
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Outro efeito pouco lembrado da penalidade é o seu registro nos 
assentamentos do servidor. Todavia, mesmo que você, em um momento de 
fraqueza, venha a pecar, fique tranquilo: o registro da penalidade não é permanente: 
Art. 174. As penalidades de advertência, censura, devolução de custas 
em dobro terão seus registros cancelados após o decurso de 03 (três) 
anos, e a de suspensão após 05 (cinco) anos, respectivamente, 
contados da aplicação ou do cumprimento da pena, se o funcionário 
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. 
Decorrido o prazo apontado, a falta cometida não pode, por exemplo, ser 
utilizada para fins de reincidência. Cancelado o registro, é como se o servidor nunca 
tivesse cometido aquela falta. 
Professor: enquanto o servidor está respondendo ao processo, ele continua 
em atividade? Pois, se estamos buscando apurar uma falta que provavelmente 
ocorreu dentro da repartição, ele não pode estar utilizando o tempo no expediente 
para triturar papel e apagar arquivos no computador (no desespero, é provável que 
ele coloque os próprios discos rígidos no triturador de papel, a fim de acelerar o 
processo :P). 
O estatuto é tão desconfiado quanto você. Caso a permanência do 
processado se revele inconveniente à apuração do fato, existe um mecanismo para 
afastá-lo do cargo enquanto as investigações são feitas: 
Art. 176. O Corregedor-Geral da Justiça, por decisão fundamentada, 
poderá afastar o funcionário do exercício do cargo, pelo prazo de 60 
(sessenta) dias, prorrogável por igual período, se houver necessidade 
de acautelamento a fim de evitar a continuidade dos ilícitos 
administrativos praticados, para garantia da normalidade do serviço 
público ou por conveniência da instrução do processo administrativo. 
Se a autoridade instauradora precisar de mais prazo além desses 60 dias, é 
possível uma única prorrogação. 
Lembrando que isto é uma medida cautelar! Não constitui, por si, uma 
penalidade, então, não há razão para o servidor não ser remunerado durante este 
tempo (em último caso, ele não em culpa de estar sendo injustamente acusado e 
continua precisando pagar as contas): 
Art. 177. Fica assegurado ao funcionário, quando do afastamento 
ocorrido pela aplicação das normas contidas nos arts. 175 e 176 deste 
Estatuto, o direito à percepção de sua remuneração. 
 
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Parágrafo único. Recebida a denúncia ou transitada em julgado a 
sentença, o Juiz do processo remeterá ao Corregedor-Geral da Justiça 
cópias das respectivas peças. 
 
O que me lembra que pulamos o artigo 175. Este artigo trata também do 
afastamento cautelar do servidor, só que desta vez decorrente de processo penal 
pendente de julgamento ou de execução de pena: 
Art. 175. Mediante decisão do Corregedor-Geral da Justiça, o 
funcionário poderá ser afastado do exercício do cargo quando 
criminalmente processado ou condenado enquanto estiver tramitando 
o processo ou pendente de execução a pena aplicada. 
Lembrando que, uma vez definitivamente condenado o servidor ou perdeu o 
carJR��RX�HVWi� IDOWDQGR�DR�VHUYLoR�GH� IRUPD�³MXVWLILFDGD´�� ID]HQGR� MXV�D�PHWDGH�GH�
sua remuneração: 
Art. 66. As faltas ao serviço, decorrentes de ordens judiciais dirigidas 
contra o funcionário, implicarão em: 
[...] 
II - redução da remuneração a metade durante o afastamento em virtude 
de decisão condenatória penal transitada em julgado, que não 
determine a perda do cargo. 
Em ambos os casos, a repartição na qual o servidor servia se verá com um 
servidor a menos para desempenhar os trabalhos. Se o Corregedor-Geral entender 
cabível, um substituto poderá ser providenciado: 
 
Art. 178. Afastado o funcionário, o Corregedor-Geral da Justiça 
designará substituto se assim a necessidade do serviço o exigir. 
O artigo 179 apenas reitera parte dos dispositivos constitucionais referentes à 
estabilidade: 
Art. 179. A pena de demissão ou de cassação de aposentadoria será 
aplicada ao funcionário do Quadro de Pessoal de 1º Grau de 
Jurisdição do Estado do Paraná: 
I - em virtude de sentença que declare a perda de cargo ou de função 
pública; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa. 
Você já viu isso em algum lugar: 
Art. 25. O funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de: 
 
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I - sentença judicial transitada em julgado; 
II - decisão em processo administrativo disciplinar; 
III - decisão derivada de processo de avaliação periódica de 
desempenho, na forma da lei complementar federal, assegurada a 
ampla defesa; 
IV - para corte de despesas com pessoal conforme disposto na 
Constituição e legislação federal. 
Lembrando que as hipóteses do inciso III e IV não decorrem de prática de 
crime ou infração administrativa cometida pelo funcionário, de onde não faria 
sentido mencioná-las no artigo 179, o qual trata especificamente da pena de 
demissão. 
1.16.5.2 Prescrição 
As autoridades competentes para punir também se sujeitam a prazos 
prescricionais, afinal, da mesma forma que o seu direito de petição pode prescrever 
pelo decurso de prazo para exercê-lo, a pretensão punitiva da Administração, pelos 
mesmos motivos expostos na aula passadaa, também pode. 
Em outras palavras, a Administração tem um tempo para exercer o direito 
dela em punir o servidor faltoso. 
Aqui é tudo uma questão de memorização de prazos, apenas tendo em 
mente que penas mais graves levam mais tempo para prescrever. 
Art. 180. Prescreverá o direito de punir: 
I - em 03 (três) anos, para as infrações sujeitas às penalidades de 
advertência, censura, devolução de custas em dobro e suspensão; 
II - em 05 (cinco) anos, para as infrações sujeitas à pena de demissão e 
de cassação de aposentadoria. 
Esta é a regra, mas há uma exceção: 
Parágrafo único. A punibilidade da infração, também prevista na lei 
penal como crime, prescreve juntamente com este. 
 
Tome a seguinte falta como exemplo: 
Art. 157. Ao funcionário é proibido: 
[...] 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
para o desempenho de suas atribuições; 
 
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Teoricamente, em sendo uma transgressão sujeita a pena de demissão, a 
prescrição seria de 05 anos, entretanto, temos em nosso Código Penal o seguinte 
artigo: 
Corrupção passiva 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
E no código penal, esse crime prescreve no seguinte prazo: 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo 
o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da 
pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
[...] 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e 
não excede a doze; 
Não precisa memorizar, mas é só um exemplo. Veja que a prescrição para 
esta falta em específico, embora passível de penalidade de demissão, é de 16 anos, 
e não 5, justamente pela redação do parágrafo único do artigo 180. 
Os mais espertinhos talvez tenham pensado: o servidor pode aprontar, e ficar 
esperando quietinho até que a prescrição ocorra, para depois sair em todas as 
unidades dizendo que atuou como procurador frente a uma repartição pública, por 
mero exemplo. 
Para evitar este tipo de constrangimento, seu futuro chefe já havia pensado 
nesta possibilidade: 
Art. 181. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato 
se tornou conhecido pela autoridade competente para aplicar a 
penalidade. 
Só faltava esta também :P. A Administração ter seu direito de penalizar maus 
servidores simplesmente porque não tomou conhecimento a tempo das suas 
infrações. Não é assim que funciona :P. 
O próximo artigo mencionará a influência de alguns atos praticados no curso 
do processo disciplinar sobre o instituto da prescrição. 
 
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Comecemos relembrando o que você já sabe sobre prescrição. 
³3UHVFULomR�p�D�SHUGD�GR�GLUHLWR�GH�LQYRFDU�D�WXWHOD�MXULVGLFLRQDO�HP�GHIHVD�GH�
uma pretensão, pelo decurso de prazo sem que o interessado tenha exercido este 
GLUHLWR´�� 
Talvez você tenha achado esta definição um tanto pobre. Então, para não 
dizer que não falei das flores, aqui vai algo um pouco mais refinado e elegante :P: 
³3UHVFULomR�p�D�H[WLQomR�GH�XPD�DomR�MXGLFLDO�SRVVtYHO��HP�YLUWXGH�GD�LQpUFLD�
de seu WLWXODU�SRU�FHUWR�ODSVR�GH�WHPSR´� 
(P�TXDOTXHU�GRV�FDVRV��YHMD�TXH�R�TXH�D�OHL�³SXQH´�p�D�LQpUFLD��e�R�IDWR�GH�R�
interessado em exigir determinado direito não praticar nenhuma ação no sentido de 
exercer este mesmo direito. 
Desta forma, qualquer ato que indique que o interessado deseja sim invocar 
a tutela adequada para obtenção daquele direito termina por interromper a 
prescrição. 
Em outras palavras: você está correndo atrás, então, não há que se falar em 
prescrição. 
1R� FDVR� GD� $GPLQLVWUDomR�� R� ³FRUUHU� DWUiV´� VH� PDQLIHVWD� DWUDYpV� GDV�
seguintes ações: 
I - a abertura de sindicância; 
II - a instauração do processo administrativo; 
III - a decisão de mérito proferida em sindicância ou no processo 
administrativo; 
IV - o acórdão proferido no julgamento

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