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Classificação Negócio Jurídico

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1. NEGÓCIO JURÍDICO 
4. CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Os negócios jurídicos são classificados de acordo com o número de declarantes, quanto ao exercício de direitos, quanto às vantagens patrimoniais, quanto à forma, quanto ao momento de produção dos efeitos, quanto à existência, quanto ao conteúdo, quanto à eficácia.
4.1 Quanto ao número de declarantes: os negócios jurídicos podem ser: 
a) unilaterais: quando o negócio jurídico necessitar somente de 01 (uma) manifestação de vontade para se concretizar, ou seja, somente uma das partes do negócio jurídico manifestar sua intenção volitiva.
Por exemplo: o testamento, a renúncia;
b) bilaterais: quando houver manifestação de vontade de duas partes, formando um consenso, formando uma relação jurídica entre ambos.
Ex. no contrato de compra e venda, no mútuo.
c) plurilaterais: quando se conjugarem duas ou mais vontades paralelas, ou seja, vontades direcionadas para o mesmo sentido, e os efeitos jurídicos serão os mesmos para ambas.
Exemplo: formação de uma sociedade.
4.2 Quanto ao exercício: os negócios jurídicos podem ser: 
a) negócios de disposição: quando autorizam o exercícios de amplos direitos, inclusive a alienação, sobre o objeto transferido. A pessoa pode usar e gozar do direito como bem lhe aprouver, desde que não seja contrário ao ordenamento jurídico. 
Exemplo: se recebo um bem em doação, posso fazer o que quiser com ele, inclusive vender.
b) negócio de administração: admitem apenas a simples administração e uso do objeto cedido. 
Exemplo: mútuo. 
4.3 Quanto às vantagens patrimoniais: 
a) gratuitos: somente uma das partes aufere vantagens e benefícios.
Exemplo: doação pura e simples, onde somente o doador é que adquire uma obrigação, e o donatário somente recebe vantagens, pois não precisa contra prestacionar.
b) onerosos: consistem em negócios que o benefício auferido experimenta-se em sacrifício correspondente, ou seja, ambas as partes terão benefícios e também obrigações.
Exemplo: mútuo a juros, compra e venda doação com encargo.
Os negócios jurídicos onerosos se subdividem em comutativos e aleatórios.
b.1) Negócios jurídicos onerosos comutativos: quando a vantagem auferidas pelos declarantes equivalerem entre si. 
Ex: quando realizamos compra e venda ambas as partes possuem a mesma vantagem, ou quase a mesma, pois normalmente a coisa é vendida pelo preço que ela vale.
b.2) Negócios Jurídicos onerosos aleatórios: não há um equilíbrio entre as vantagens auferidas pelas partes, uma vez que a obrigação de uma das partes fica condicionada a um acontecimento exterior, como, por exemplo, no contrato de seguro. 
c) neutros: não possuem atribuição patrimonial, é o caso, por exemplo, da instituição do bem de família, que não tem natureza gratuita, nem onerosa, outro exemplo é a renúncia abdicativa.
d) bifrontes: são os negócios jurídicos que, por sua natureza, poderão ser tanto onerosos, como também gratuitos, tudo dependerá da vontade das partes.
Exemplo: o contrato de mútuo, ele pode ter natureza gratuita, como o problema dado em sala, ou natureza oneroso, quando, por exemplo, fixar juros. 
Outro exemplo é o contrato de depósito, se o depósito de alguma coisa for feito de forma gratuita, poderá ser gratuito, mas será oneroso, se for cobrado aluguel pelo depósito.
4.4 Quanto à forma os negócios jurídicos podem ser: 
a) formais ou solenes: são aqueles que devem obedecer a forma prescrita em lei ara se aperfeiçoares.
Exemplo: a exigência de escritura pública na alienação de um imóvel
b) não-formais ou de forma livre: são aqueles em que a lei não existe um ato especificado para se aperfeiçoarem. Os pactuantes têm liberdade de forma, podendo ser realizado, inclusive, de forma verbal. 
Exemplo: permuta.
4.5 Quanto ao momento da produção dos efeitos, poderão ser: 
a) inter vivos: ou seja, produzem seus efeitos entre pessoas vivas. 
Exemplo: compra e venda, empreitada, permuta, etc.
b) causa mortis: são os negócios destinados a produzir efeitos após a morte do agente, como ocorre com o testamento. 
 Exemplo: testamento.
4.6 Quanto à existência podem ser:
a) principais: que possuem existência própria, não depende de outros negócios para subsistirem. 
Por exemplo: compra e venda locação, permuta etc.
b) acessórios: Aqueles que seguem o destino do principal, ou seja, sendo o negócio principal nulo, também será o acessório. 
Exemplo: fiança, aval (se for decretada a nulidade de num contrato de empréstimo bancário que possua avalista, também será considerado nulo o contrato de aval, pois o aval é um contrato acessório que segue o principal).
4.7 Quanto ao conteúdo podem ser 
a) patrimoniais: quando os direitos ou bens tiverem conteúdo econômico. 
b) extrapatrimoniais: referentes aos direitos sem conteúdo econômico. 
Ex. os direitos da personalidade (honra, vida, dignidade, etc.), os direitos puros de família (alimentos, divórcio, separação)
4.8 Quanto à eficácia do negócio jurídico, classificam-se em:
a) constitutivos: a eficácia do negócio jurídico só se opera após a celebração, ou seja, serão ex nunc.
Exemplo: compra e venda, adoção. 
b) declaratórios ou declarativos: os efeitos retroagem ao momento da ocorrência fática da declaração de vontade, ou seja, é ex tunc.
Exemplo: reconhecimento da paternidade. 
4.9 Quanto ao processo formativo podem ser:
a) simples: São os atos que se constituem por um ato único.
b) complexos: resultam da fusão de vários atos, como por exemplo, para eu realizar uma compra e venda de um imóvel parcelado, faço de início um compromisso de compra e venda, depois a escritura de compra e venda, com cláusula condicionando o registro efetivo do imóvel em meu nome, quando houver o pagamento da última parcela.
c) coligados: apesar de existir vários atos também no negócio jurídico coligado, ele se difere do complexo porque na verdade, neste há vários atos para realizar um só negócio jurídico, ao contrário do coligado, pois são vários negócios jurídicos ligados entre si, por exemplo, compro um posto de gasolina e realizo contrato de locação das bombas, contrato de fornecimento do combustível, aluguel do espaço da lanchonete.

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