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História e Fundamentos da Fisioterapia

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História e Fundamentos da Fisioterapia
Introdução
Nesta disciplina, apresentaremos a ciência da Fisioterapia e discutiremos o exercício profissional e a autonomia do fisioterapeuta.
Trata-se de uma disciplina contextualizada com todas as outras que estão direcionadas à formação profissional, contempladas sob os pontos de vista ético, deontológico, político, sociocultural e do exercício profissional em suas mais diversas áreas de atuação propriamente ditas.
Nosso intuito é facilitar o seu entendimento e engajamento consequente à sua futura categoria profissional.
Objetivos
 Formar uma visão científica e crítica sobre a Fisioterapia e construir, ao longo do semestre, uma visão ampla da profissão, abrangendo aspectos históricos, deontológicos, sociais, mercadológicos, econômicos e políticos da categoria.
 Conceituar Fisioterapia e definir os direitos e deveres do exercício profissional do Fisioterapeuta na sociedade;
 Reconhecer as práticas privativas do Fisioterapeuta dentro de uma relação interdisciplinar;
 Discutir a relação da Fisioterapia com sua história no mundo e no Brasil;
 Conceituar os principais recursos fisioterapêuticos introduzindo suas formas de aplicação;
 Reconhecer o objeto de estudo e trabalho e as áreas de atuação do fisioterapeuta na atualidade;
 Engajar-se com a profissão e assumir o compromisso com sua futura categoria profissional baseado na premissa de que a formação se dá no início da graduação.
 Basear-se nos aspectos essenciais para a formação de um profissional de saúde de excelência com competências e habilidades técnicas que propiciem um exercício profissional com qualidade, ética e humanismo.
Bibliografia
Básica
MAYWORM, S. H. História e Fundamentos de Fisioterapia. Livro texto da disciplina. 2015.
PINHEIRO, G. B. Introdução à Fisioterapia, Série Physio/Fisioterapia Prática, 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Grupo Gen/Guanabara Koogan/Lab, 2009.
REBELATTO, J. R.; BOTOMÉ, S. P. Fisioterapia no Brasil, 2. ed. São Paulo: Manole, 2008.
Complementar
LIANZA, S. Medicina de Reabilitação. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
MUNIZ, J. W. C.; TEIXEIRA, R. da C. Fundamentos de administração em fisioterapia. São Paulo: Manole, 2005.
O'SULLIVAN, S. B.; SCHMTZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004.
ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & saúde. 5. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.
FORTES, P. A. C. Ética e saúde: questões éticas, deontológicas e legais – autonomia e direito do paciente, estudo de casos. São Paulo: EPU, 2002.
Introdução
Imagine a cena: Você chega a uma festa familiar onde encontra pessoas que não tem contato há algum tempo. Ao cumprimentar uma tia, ela de uma forma agradável lhe fala: - Soube que entrou para a faculdade. Estou muito orgulhosa! Qual curso você está fazendo?
Você responderia, entusiasmado: - Fisioterapia!
E ela: - O que é Fisioterapia? Com o que você vai trabalhar? O que você responderia? Saberia tirar a dúvida de sua tia?
Gostaria que refletisse sobre isso por alguns minutos.....
Acredito que alguns de vocês tenham respondido – é reabilitação; ou – é uma técnica; ou outra coisa simples para conceituar Fisioterapia.
Nessa aula, teremos a oportunidade de apresentar o conceito de Fisioterapia e como ela se apresentou no processo histórico. A imagem que ela tem para a sociedade e o que ela é, na verdade.
Vamos lá!
Objetivos
Apresentar o conceito de Fisioterapia;
Compreender o conceito de Fisioterapia;
Apresentar a evolução histórica da Fisioterapia no mundo.
Créditos
Clara Marinho
Revisora
Ana Carolina
Designer Instrucional
Daniel de Abreu
Web Designer
Rafael Jourdan
Desenvolvedor
Conceito de Fisioterapia
A sociedade não sabe, na verdade, o que é Fisioterapia e com que ela trabalha. A sociedade acha que trabalhamos com fraturas, problemas de derrames (acidente vascular encefálico), crianças que têm problemas para andar (encefalopatias crônicas da infância), problemas respiratórios (enfisema ou pacientes internados em hospitais), dentre outras complicações e técnicas de tratamento.
Diante disso, vamos iniciar nossa aula explicando o que é Fisioterapia, mas caberá a você levar essas informações para a sociedade como um futuro fisioterapeuta.
Vejamos a definição de Coffito:
"É uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais" (COFFITO, 2013).
Retomemos a introdução de nossa aula e o exemplo que demos do encontro entre você e sua tia. Acreditamos que sua resposta, quando questionado(a) sobre o que era a fisioterapia, foi: trata-se de uma ciência. Estamos certos?
Normalmente, achamos que Fisioterapia é uma técnica, movimentos ou, até mesmo, reabilitação, mas estamos errados.
A Fisioterapia é uma Ciência e, como Tal,
tem como base as pesquisas desenvolvidas na área e está sempre em evolução.
No Brasil, ela existe há quase 50 anos – é muito nova,
se a compararmos com a medicina ou enfermagem – mas já evoluiu muito,
como veremos em nossa disciplina.
Ao longo de nossa aula, veremos mais detalhadamente essa evolução.
Vejamos algumas outras observações que devemos considerar a respeito do conceito de fisioterapia:
Tratamento e prevenção
A fisioterapia não somente trata, mas estuda, promove saúde funcional e previne disfunção de órgãos e sistemas de todo o corpo humano. A sociedade sempre a enxerga como tratamento e recuperação de lesões, mas a fisioterapia também previne e esse é um ponto positivo e importante, visto que quando prevenimos, não teremos pessoas incapacitadas funcionalmente e um menor número de pessoas internadas ou acamadas. Então, como futuros profissionais de saúde, temos que visualizar a prevenção e a promoção em saúde
Cinesia
O objeto de estudo da fisioterapia é a cinesia, o movimento relacionado à função de órgãos e sistemas do corpo humano. E por isso nosso diagnóstico é chamado de “diagnóstico cinesiológico funcional”, que teremos oportunidade de estudar mais à diante. Nosso olhar sempre será para detectar a função e a disfunção dos diversos órgãos. Para o médico, o diagnóstico do paciente pode ser uma tendinite, mas o fisioterapeuta terá que investigar a causa (disfunção) que levou o paciente a adquirir a tendinite. Não tratamos a tendinite, mas sim, a sua causa – a disfunção, propriamente, dita. Daí, a nossa grande diferença dos outros profissionais de saúde.
Atenção aos três níveis de complexidade
A fisioterapia tem ações nos cuidados à saúde do indivíduo nos três níveis de complexidade. Na atenção básica, junto à promoção de saúde, com ações de educação na saúde, junto à prevenção de disfunções, de forma individual e coletiva. Também atua na atenção à saúde na média complexidade, em clínicas e consultórios, quando tratamos nossos pacientes e na alta complexidade, quando atuamos nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), em Institutos do Câncer e em Clinicas de Reabilitação, junto a equipes multidisciplinares.
Mecanismos terapêuticos
A fisioterapia faz uso de mecanismos terapêuticos próprios de sua área, com base nas ciências básicas. Utiliza procedimentos que envolvem o conhecimento de recursos físicos e naturais, de ação isolada ou conjunta, como a eletroterapia – uso da corrente elétrica, crioterapia – uso do gelo, termoterapia – uso do calor, hidroterapia – uso da água, fototerapia – uso da luz, massoterapia, cinesioterapia e mecanoterapia – uso do movimento, da cinesia - que teremos oportunidade de discutir nas aulas6 e 7, exclusivas para discussões sobre recursos terapêuticos.
Modelo biopsicossocial
Outro aspecto relevante em seu conceito está relacionado à sua perspectiva que tem como referência o modelo biopsicossocial, com visão global do aspecto físico dos sistemas do corpo humano, além dos aspectos comportamentais e sociais. Ela proporciona uma visão integral do ser e do adoecer que compreende as dimensões física, psicológica e social. O ser humano não é só físico. Ele tem aspectos psicossociais que deverão ser levados em conta, tanto na avaliação, quanto em seu tratamento. Ele tem estória de vida, que deverá ser relevante, tanto em sua avaliação, quanto em seu tratamento.
História da fisioterapia no mundo
A Fisioterapia é uma ciência tão antiga quanto o homem. Surgiu com as primeiras tentativas de nossos ancestrais de diminuir uma dor esfregando o local dolorido e evoluiu ao longo da história da humanidade com a sofisticação, principalmente, das técnicas de exercícios terapêuticos, que eram largamente utilizados na recuperação dos soldados feridos na Grécia antiga e como ginástica de manutenção da saúde em Esparta.
"Quando um homem se machucava durante a caça ou luta, ele esfregava o local com as mãos, para aquecê-lo, e mergulhava o membro machucado na água para aliviar a dor", na verdade, são os dois princípios básicos da fisioterapia até hoje: a massoterapia (massagem com as mãos) e a hidroterapia (tratamento com água).
Vamos ver a história da fisioterapia relacionada aos diversos momentos: 
Antiguidade
período compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C. - havia uma forte preocupação com as pessoas que apresentavam as chamadas "diferenças incomodas"; um termo utilizado para abranger o que na época era considerado "doença". Havia uma preocupação em eliminar essas "diferenças incomodas” através de recursos, técnicas, instrumentos e procedimentos. Os agentes físicos já eram utilizados para reduzir essas diferenças. Não existiam fisioterapeutas, mas os médicos na Antiguidade conheciam os agentes físicos e os empregavam em terapia. Já utilizavam a eletroterapia sob forma de choques com um peixe elétrico no tratamento de certas doenças (REBELATTO e BOTOMÉ, 1999)
Idade Média
Relembrem das aulas de História no ensino média - as doenças eram consideradas como algo a ser exorcizado. Foi um período onde ocorreu uma interrupção dos estudos na área da saúde. A cultura e dominação religiosa eram muito presentes, gerando inúmeras consequências, dentre elas, a desvalorização do corpo e da própria saúde, pois, sendo o corpo considerado apenas como um mero recipiente do espírito caberia os cuidados e a valorização apenas ao espírito, a alma. Segundo Lindman (1975):
“As ordens religiosas eram inimigas do corpo. Os hospitais da Idade Média tinham caráter eclesiástico, estavam junto dos mosteiros mais importantes e suas salas de enfermos encontravam-se imediatamente ao lado das capelas, havia, inclusive, altares na sala dos enfermos, não havendo local apropriado para a realização de exercícios”.
Renascimento
Volta a aparecer alguma preocupação com o corpo saudável, por ter sido um período marcado por transformações em muitas áreas da vida humana (artes, filosofia e ciências). A cinesioterapia, um dos recursos da fisioterapia, ganhou teóricos e adeptos, a ponto de, no século XVII, terem surgido obras consistentes sobre os fundamentos da ginástica.
Industrialização
Após o Séc. XVIII - volta o interesse pelas "diferenças incomodas" - doenças. O novo sistema maquinizado aperfeiçoava a crescente produção industrial e trouxe o excesso e trabalho, onde a população oprimida era submetida às exaustivas e excessivas jornadas de trabalho. As condições alimentares e sanitárias eram precárias provocando novas doenças como as epidemias de cólera, tuberculose pulmonar, alcoolismo, e os acidentes do trabalho. Surge então a preocupação das classes dominantes para não perder ou diminuir a sua fonte de riqueza e bem estar gerados pela força de trabalho das classes baixas. Plágio.
Século XX
O exercício físico e as outras maneiras de atuar caracterizam a Fisioterapia no século XX. Durante a 2º Guerra Mundial surgem as escolas de Cinesioterapia, para tratar ou reabilitar os lesados, ou mutilados que necessitavam readquirir um mínimo de condições para retornar a uma atividade social integrada e produtiva. Essas escolas de centros de reabilitação surgem principalmente na Europa e América do Norte, onde essa realidade era cruel
Século XX Começaram a surgir então as primeiras definições de fisioterapia, porém todas dando ênfase na reabilitação e também como ramo de trabalho e não como ciência. Segundo Botomé e Rebelatto (1999) a Fisioterapia passa a fazer parte da chamada "Área da Saúde" e foi evoluindo no decorrer da história. Teve seus recursos e formas de atuação quase que voltadas exclusivamente ao atendimento do indivíduo doente, para reabilitar ou recuperar as boas condições que o organismo perdeu. As formas de atuação da fisioterapia já evidenciavam: atuação terapêutica através do movimento (cinesioterapia); através da eletricidade (eletroterapia); através do calor (termoterapia), do frio (crioterapia), da massagem (massoterapia). Vemos que a história nos designa a tratar e não, a prevenir. Um grande erro. Uma visão que a sociedade ainda tem de nossa classe. O fisioterapeuta ainda não se mostrou presente em ações de prevenção e promoção a saúde para mudar essa lógica. Na próxima aula teremos a oportunidade de ver nossa história também relacionada a tratamentos e recuperações, distanciando-nos das ações preventivas.
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, sugerimos:
Visite a página do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, e pesquise sobre a profissão que veio buscar na faculdade:
http://www.coffito.org.br
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 2 - Evolução histórica da profissão no Brasil, seu surgimento e legalização
Introdução
Como vimos na aula anterior, os anos pós-guerra deram início ao crescimento das clínicas de reabilitação, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos da América do Norte. Tínhamos muitos incapacitados pela guerra nesses países. No Brasil, não tivemos tantos, mas passávamos por alguns grandes problemas: em São Paulo, crescia o número de indústrias e também o de indivíduos acometidos pelos acidentes de trabalho.
Este número, no Brasil, apresentava-se como um dos maiores da América do Sul, e essa expressiva faixa populacional precisava ser reabilitada para reintegrar o sistema produtivo do país. No Rio de Janeiro, tínhamos uma epidemia de poliomielite. Na década de 50, a incidência de poliomielite atingia índices alarmantes. Crescia o número de indivíduos portadores de sequelas motoras que necessitavam de uma reabilitação para sua inclusão na sociedade.
Nesta aula, teremos a oportunidade de discutir esses assuntos e relacioná-los ao processo histórico da Fisioterapia.
Anos 50 no Brasil
Nos anos 50, vivemos os governos de Getúlio Vargas (que se matou em 1954) e de Juscelino Kubitschek, os quais fomentaram o processo de industrialização nacional:
pela substituição de importações (iniciado por Vargas);
pela abertura ao capital externo para investimento;
pelo planejamento estratégico (como no caso de JK.);
pela construção de uma infraestrutura (como rodovias, hidroelétricas e aeroportos);
pela promoção da indústria de base e de produção de bens de capitais, fundamentais para a produção nacional,
Um dos símbolos maiores desse processo de modernização foi a construção de Brasília, nova capital do país, inaugurada no início dos anos 60.
Anos 50 e a saúde no Brasil
Mas e na área da saúde, quais foram as mudanças na década de 50?
Dois fatos importantes devem ser considerados: a industrialização, favorecendo o adoecimento dos indivíduos, e o surto de poliomielite no Estado do Rio de Janeiro.
Em 1951, surgiu no Brasil, na USP, o primeiro curso para a formação de técnicos em fisioterapia, pois já tínhamos algunshospitais oferecendo atendimentos para reabilitação dessas pessoas.
Nessa época, os serviços ofereciam tratamentos por agentes físicos – duchas, imersões, eletroterapia, fototerapia, ginástica médica – mas ainda não tínhamos fisioterapeutas no país. Trabalhavam nesses espaços médicos enfermeiros e educadores físicos, além dos técnicos de fisioterapia.
Essa nova maneira de atuar ou de intervir nas condições de saúde do indivíduo ou da população foi, aqui no Brasil, dirigida de tal forma para a reabilitação que, em um determinado momento, a Fisioterapia parece ter sido entendida como sinônimo de assistência reabilitadora.
Além desses, outros fatores contribuíram para fortalecer a Fisioterapia apenas como uma intervenção de reabilitação. Um grande erro, já que os fisioterapeutas atuam nos três níveis de atenção à saúde, como vimos na aula anterior.
Dados históricos
Vejamos, na linha do tempo a seguir, alguns dados históricos importantes para a área da Fisioterapia:
1956
Nesse ano, a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação) criou um curso com a finalidade de preparar e diplomar Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. Esse primeiro curso tinha a duração de dois anos e formou dezesseis profissionais, dos quais quinze foram contratados para trabalhar imediatamente no próprio centro de reabilitação da ABBR. O segundo curso, iniciado em 1957, teve sua duração ampliada para três anos. Segundo Figueirôa (1996), para a formação das primeiras turmas, foi preciso trazer duas fisioterapeutas estrangeiras. A primeira foi a escocesa Dra. Edith MacConnel, que por não falar português teve suas aulas traduzidas por uma das alunas, Wanda Lechowski. A outra foi a canadense Dra. Ann Winter, que teve também uma participação importante na reformulação dos atendimentos na ABBR.
1962
Nesse ano, ocorreu a primeira conferência patrocinada pela Associação Brasileira de Fisioterapia – ABF (fundada em 1959), com a instituição da medalha de Honra e a publicação do primeiro número da Revista intitulada “ABF”. O texto sinalizava uma insatisfação em trabalhar sob a tutela do médico, pois o fisioterapeuta, com sua formação, tinha autoridade e conhecimento para exercer a profissão de forma plena.
No mesmo ano, atendendo à solicitação dos cursos de formação da ABBR e do Instituto de Reabilitação da USP – também já criado –, o Conselho Federal de Educação estabeleceu, através do Parecer 388/63 homologado pela Portaria 511/64 do MEC, o currículo mínimo para a formação universitária em fisioterapia. Esses foram os primeiros documentos publicados oficialmente no país sobre a profissão de fisioterapeuta. A seguir, destacam-se dois trechos do Parecer 388/63:
“[...] A referida Comissão insiste na caracterização desses profissionais como auxiliares médicos que desempenham tarefas de caráter terapêutico sob a orientação e a responsabilidade do médico. A este cabe dirigir, chefiar e liderar a equipe de reabilitação, dentro da qual são elementos básicos: o médico, o assistente social, o psicólogo, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional”.
“Não compete aos dois últimos o diagnóstico da doença ou da deficiência a ser corrigida. Cabe-lhes executar, com perfeição, aquelas técnicas, aprendizagem e exercícios recomendados pelo médico, que conduzem à cura ou à recuperação dos parcialmente inválidos para a vida social. Daí haver a Comissão preferido que os novos profissionais paramédicos se chamassem Técnicos em Fisioterapia e Terapia Ocupacional, para marcar-lhes bem a competência e as atribuições. O que se pretende é formar profissionais de nível superior, tal como acontece a enfermeiros, obstetrizes e nutricionistas. Diante disso, não há como evitar os nomes de Técnicos em Fisioterapia e Técnicos em Terapia Ocupacional”.
O referido Parecer, elaborado por uma comissão formada por médicos, representou, segundo Figueirôa (1999), uma vitória por garantir uma formação de nível universitário com duração mínima de três anos e carga horária mínima de 2.160 horas e, paradoxalmente, uma frustração, por definir o fisioterapeuta como um auxiliar médico denominado “Técnico de Fisioterapia”. Segundo Galvão (1999), o conflito profissional explicitado no Parecer 388/63 ganhou uma dimensão ainda maior na medida em que:
“A Associação Brasileira de Fisioterapia – ABF começou a pregar a autodeterminação como forma de garantir o crescimento e a evolução da profissão de Fisioterapeuta no país e realizou seu primeiro Congresso Brasileiro de Fisioterapia, de 12 a 14 de novembro de 1964, na cidade do Rio de Janeiro”.
“Este conclave gerou uma carta com 12 conclusões, cujo item primeiro é elucidativo para o tema, verbis: Recomendar que os assuntos relacionados com a classe de Fisioterapeutas sejam sempre tratados com a participação do órgão representativo desses profissionais que é a Associação Brasileira de Fisioterapeutas.”
Eram tempos difíceis: o golpe militar em 31 de março de 1964; os Atos Institucionais (Decretos que eram validados sem que para isso houvesse a aprovação de um órgão legislativo. Ou seja, o presidente determinava a validação de uma lei que não era discutida por deputados e senadores que pudessem vetá-la ou reformá-la.) cerceando a liberdade da população; torturas e mortes nos quartéis militares e as universidades e meios de comunicação vigiados rigorosamente pelo governo militar.
Apesar das dificuldades enfrentadas, a ABF procurava centrar suas ações no sentido do reconhecimento oficial da profissão. Segundo a fisioterapeuta Dra. Sonia Gusmann, que mais tarde assumiria a Presidência da ABF e posteriormente seria a primeira Presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, o trabalho e o empenho dos membros da ABF e de suas regionais foram, nesse momento, incansáveis.
1969
Nesse ano, a Fisioterapia no Brasil foi regulamentada como profissão através do decreto-lei n. 938 de 13 de outubro de 1969.
DECRETO-LEI 938/69
Esse decreto, criado em 13 de outubro de 1969, provê sobre as profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
Vejamos alguns artigos importantes dessa Lei:
assegura o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional;
afirma que esses profissionais devem ser diplomados por escolas e cursos reconhecidos e que são profissionais de nível superior;
conceitua como atividade privativa do fisioterapeuta a execução de métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do cliente;
informa que todos aqueles que, até a data da publicação no presente Decreto-lei, exerçam sem habilitação profissional, em serviço público, atividade de que cogita o artigo 1º serão mantidos nos níveis funcionais que ocupam e poderão ter as denominações de auxiliar de fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional, se obtiverem certificado em exame de suficiência.
Atenção!
Verifique que, a partir dessa data, não mais existiriam técnicos de fisioterapia. Haveria, pois, a profissão de fisioterapeuta no país, e somente as pessoas que já exercessem a atividade poderiam ser chamados de auxiliares.
Desde então, em 13 de outubro, é comemorado o “dia do fisioterapeuta”.
A Fisioterapia no país de hoje
É notório o crescimento e a contribuição que a Fisioterapia vem dando ao campo da saúde em nosso País. Ela, como ciência, é versátil, dinâmica e principalmente necessária.
Os fisioterapeutas atuam nos níveis primário (atenção básica), secundário e/ou terciário de atenção à saúde. Vemos a Fisioterapia prestar seus serviços nas diferentes áreas e especialidades da saúde, tais como: cardiologia, pneumologia, neurologia adulto e infantil, pediatria, medicina intensiva, ortopedia, traumatologia, cirurgia, medicina desportiva, endocrinologia, dermatologia, ergonomia, reumatologia, doenças pulmonares, estética, geriatria, gerontologia etc.
Com certeza, a Fisioterapia ainda é uma ciência em construção, cujos paradigmas se encontram abertos e em franca evolução. É uma profissão nova e em busca do conhecimentocientífico para suas ações. Preocupa-se com a comunidade menos favorecida e carente para ações de intervenção de saúde.
A cada dia, cada vez mais, a Fisioterapia se solidifica e cria raízes através de uma base científica, firmando-se como Ciência, expandido-se na busca do oferecimento de uma atenção à saúde com qualidade e dignidade, caracterizando um novo perfil profissional nessa área de conhecimento humano, o qual se destaca, hoje, em termos de atuação e interesse.
Exemplo
O Fisioterapeuta tem buscado e ocupado seu espaço profissional junto a creches, hospitais, centros de terapia intensiva, ambulatórios, clínicas geriátricas, entidades de crianças excepcionais, clínicas especializadas, centros desportivos, clubes, postos de saúde, centros médicos, associações de pessoas portadoras de necessidades especiais, empresas, linhas de produção e instituições de ensino.
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 3 - Formação profissional – Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Fisioterapia
Introdução
Nessa aula iremos discutir a formação do profissional fisioterapeuta. Como é feita essa formação? Sobre que bases ela é feita? Qual é o profissional que queremos formar? E qual o profissional que o mercado espera receber? O mercado vem mudando nos últimos anos e atualmente, além do conhecimento, se fazem necessárias competências e habilidades para sua entrada e manutenção no mercado de trabalho.
E isso vem presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação de Fisioterapia, que são normas obrigatórias para a formação do fisioterapeuta. Elas orientam o planejamento curricular dos cursos de Fisioterapia, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Junto a isso existe um Projeto Pedagógico de Curso que é organizado pelos seus professores e outros profissionais para direcionamento do seu curso, da estrutura curricular do seu curso e todo o processo de aprendizagem ao qual você irá passar.
Então, vamos entender um pouco mais sobre isso e nos preparar para o mercado de trabalho.
Ele está ávido por profissionais fisioterapeutas competentes!
Competências e habilidades de um fisioterapeuta para o mercado de trabalho
Você sabe quais são as diferenças entre conhecimento, competências e habilidades.
Vejamos a definição de cada um desses conceitos a seguir:
Conhecimento
É o saber teórico. O conhecimento, em geral, está presente apenas na mente do profissional. O grande desafio dos indivíduos é transformar o conhecimento tácito, implícito, em conhecimento explicito e conseguir aplica-lo no seu cotidiano. O saber fazer deve ser conhecido, isso é vital para sobrevivência de um profissional no mercado de trabalho
Competência
É o “saber fazer”. O ideal seria a junção de conhecimento e competência, mas essa combinação nem sempre é uma realidade. Muitas vezes quem tem o conhecimento não tem competência para executar. A competência, em regra, depende de prática, treino, erros e acertos. Por isso, a importância da pesquisa junto ao seu curso, das aulas práticas, do estágio, onde se aprende a aplicar o conhecimento.
Habilidade
Está ligada à ação. Não adianta ter conhecimento e competência e não ter habilidade - atitude. Atitude é querer fazer. Muitos profissionais estão poucos dispostos a ter atitudes de mudança. Sabem que se algumas coisas mudassem, o resultado final seria melhor. Mas para que mudar o que de certa forma está dando certo? Essa atitude é necessária para ocorrer à mudança. Atitudes são necessárias para se mudar paradigmas.
Conhecimento se adquire estudando e competência e habilidade vêm com a prática. O grande problema que eu vejo é a falta de atitude, algo meio místico, algo que vem no DNA da pessoa, difícil de ser adquirido, difícil de ser aprendido. Está relacionado a valores, a condutas éticas. Observe que eu disse difícil e não impossível. Só que para ter atitude é necessário “atitude”. Está relacionada a tomadas de decisão, a gestão do processo, a liderança e principalmente a “aprender a aprender”, ou seja, uma educação continuada.
Considerando-se que a graduação dura somente alguns anos, enquanto a atividade profissional pode permanecer por décadas e que os conhecimentos e competências vão se transformando velozmente, torna-se essencial pensar em uma formação de um profissional ativo e apto a aprender a aprender. Segundo Fernandes e colaboradores (2003, p.392-395),
o aprender a aprender na formação dos profissionais de saúde deve compreender o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser, garantindo a integralidade da atenção à saúde com qualidade, eficiência e resolutividade.
Temos que pensar em uma formação de profissionais não somente “fisioterapeutas”, mas como sujeitos sociais com competências éticas, políticas e técnicas e dotados de conhecimento, raciocínio, crítica, responsabilidade e sensibilidade para as questões da vida e da sociedade, capacitando-os para intervirem em contextos de incertezas e várias complexidades.
Vamos pensar um pouco...
O PERCENTUAL DE PESSOAS COM CURSO SUPERIOR COMPLETO SUBIU DE 4,4% PARA 7,9%
Na análise da população de 10 anos ou mais por nível de instrução, de 2000 para 2010, o percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto caiu de 65,1% para 50,2%, enquanto o de pessoas com pelo menos o curso superior completo aumentou de 4,4% para 7,9%. Houve avanços em todas as grandes regiões (IBGE, 2010).
Isso significa que vocês, que estão cursando um curso superior são uma minoria na sociedade brasileira. Não chegam a 10%. E por isso, eu sempre afirmo para os meus alunos, que eles têm uma grande responsabilidade social por aqueles 90% de indivíduos que ficaram extra muro desse espaço universitário.
Então, devem ter conhecimento (raciocínio, visão crítica), competências (intervenções e tomadas de decisões) e habilidades (responsabilidade e sensibilidade) para intervirem junto a sociedade, Serem capazes de promover educação e cuidados para a saúde nos três níveis de complexidade – atenção básica, média complexidade e alta complexidade.
Projeto pedagógico do curso de fisioterapia
O Projeto Pedagógico de Curso (PPC) tem dupla dimensão:
orienta a formação do profissional fisioterapeuta;
conduz a uma formação profissional comprometida e responsável.
Ele deve manter-se em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Ministério da Educação e para atender as demandas acadêmicas relacionadas à formação do profissional fisioterapeuta desejado.
A atualização do Projeto Pedagógico do Curso de Fisioterapia da Estácio é o resultado do trabalho coletivo do Colegiado e do NDE (Núcleo Docente Estruturante) e tem como bases:
no DECRETO LEI n°938 de 13 de outubro de 1969 - DOU nº 197 de 14/10/1969, que regulamenta a profissão de Fisioterapeuta, que já tivemos o oportunidade de citar;
na proposta de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Fisioterapia– Resolução CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002, homologada em 07 de dezembro de 2001 pelo Ministério da Educação – MEC, que veremos a seguir;
na Resolução CNE n°4, homologada em de 6 de abril de 2009, que fixa a carga horária mínima do curso em 4 mil horas, no período de 5 anos para integralização – por isso seu curso é oferecido em 10 semestres;
nos resultados das avaliações internas (Avaliação Institucional) e externas (ENADE e visita in loco) do Curso de Graduação em Fisioterapia.
Diretrizes curriculares nacionais para o ensino de graduação em fisioterapia (CNS, 2002)
Para essa formação tão ampla, que estamos falando, há conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Fisioterapia. Eles devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade.
Esses conteúdos devem contemplar:
Slider com texto
I - Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos (teóricos e práticos) de base moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos,sistemas e aparelhos; disciplinas que são oferecidas no início do curso.
II - Ciências Sociais e Humanas – abrange o estudo do homem e de suas relações sociais, do processo saúde-doença, contemplando a integração dos aspectos psicossociais, culturais, filosóficos, antropológicos e epidemiológicos norteados pelos princípios éticos.
III - Conhecimentos Biotecnológicos - abrange conhecimentos que favorecem o acompanhamento dos avanços biotecnológicos das ações fisioterapêuticas que permitam incorporar as inovações tecnológicas inerentes a pesquisa e a prática clínica fisioterapêutica
IV - Conhecimentos Fisioterapêuticos - compreende a aquisição de amplos conhecimentos na área de formação específica da Fisioterapia: a fundamentação, a história, a ética e os aspectos filosóficos e metodológicos da Fisioterapia e seus diferentes níveis de intervenção. Desde a avaliação até as prescrições preventivas e terapêuticas. Essas disciplinas são oferecidas respeitando a complexidade, até serem finalizadas com a carga horária de estágio, que sempre respeita 20% da carga horária total do curso.
As Diretrizes se preocupam também com a formação do egresso – o formando em fisioterapia. Veja o que ela determina como aluno formando:
Que seja um fisioterapeuta generalista - capacitado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde –para atuar em diferentes áreas e segmentos, desde o nascimento até a morte, nos diversos sistemas e órgãos do corpo humano (neuro-locomotor, cardiorrespiratório, uroginecológico, dermatofuncional, dentre outros); em ações da saúde coletiva, em programas e projetos de saúde pública, nas ações básicas em saúde, na área de vigilância sanitária e no campo de fisioterapia do trabalho, como também na prescrição, desenvolvimento, tratamento e recuperação de disfunções;
Que seja um fisioterapeuta crítico e reflexivo, com base no rigor científico e intelectual – um fisioterapeuta que pauta suas ações em avaliações com fechamento de diagnóstico cinesiológico-funcional, prognóstico, prescrição, indução do tratamento, reavaliação e alta do paciente/cliente com base científica, tendo o hábito de leitura de artigos de qualidade para praticar a fisioterapia baseada em evidências;
Que seja um fisioterapeuta humanista, com visão ampla e global, respeitando os princípios éticos/bioéticos, e culturais do indivíduo e da coletividade – tendo um visão biopsicossocial do indivíduo, respeitando seu meio, sua cultura, suas escolhas.
E ainda traz preocupações com as competências e habilidades desse profissional:
	Atenção à saúde:
os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo.
Tomada de decisões:
o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas.
Comunicação:
os profissionais de saúde devem ser acessíveis, pois comunicação “é se fazer entender” e devem manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação.
Liderança:
no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde deverão estar aptos a assumirem posições de liderança, sempre tendo em vista o bem estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz.
Administração e gerenciamento:
os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde.
Educação permanente:
os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas proporcionando condições para que haja beneficio mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais e internacionais.
Educação permanente O Curso de Graduação em Fisioterapia deverá também, contemplar atividades complementares. São mecanismos de aproveitamento de conhecimentos. O aluno no decorrer do curso adquire conhecimentos amplos através palestras, estudos e práticas independentes presenciais e/ou a distância, monitorias e estágios; programas de iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em outras áreas afins. Pois como afirmamos no início da aula ele deve ser preparado para promover transformações sociais, certo? Finalizando, como afirma Barros (2003): O Fisioterapeuta de hoje já não guarda semelhanças com seu nascedouro de “técnico de reabilitação” da década de 50. Esta evolução foi conquistada pela profissão, no campo legal e científico, através da competência e amadurecimento da categoria profissional. O Fisioterapeuta deixou de ser um “profissional da reabilitação” para tornar-se um profissional de saúde, atuante na promoção, desenvolvimento, prevenção, tratamento e recuperação da saúde. E é através da formação desse profissional que se adquire capacidade e conhecimentos para a solução de problemas do seu dia-a-dia, com tomada de decisões, estabelecendo relações entre cultura, sociedade, saúde, ética e educação. Nesse sentido, é fundamental o total domínio de conteúdos e metodologias, em níveis crescentes de complexidade e fundamentados sempre no diálogo entre as transformações sociais e as do mundo do trabalho.
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 4 - Legislação na fisioterapia
Introdução
Os preceitos e ordenamentos jurídicos são influentes nas categorias profissionais e responsáveis pela organização do exercício da profissão. Isso quer dizer que o sucesso ou o fracasso do profissional também é dependente dos regulamentos jurídicos que o cercam. Por isso, é essencial para o fisioterapeuta o conhecimento sobre sua legislação e sobre a interferência desta em suas ações.
É importante relacionar o profissional que queremos formar com as bases políticas da profissão. Isso reflete na sua presença e no respeito junto à equipe interdisciplinar. Um fisioterapeuta deve ter conhecimento e ser cumpridor das leis, das políticas públicas de educação e saúde.
Deve, também, distinguir os saberes de sua área (Fisioterapia) dos saberes das demais. Nossas legislações vão possibilitando as especializações e as ações cada vez mais abrangentes junto à sociedade.
O Decreto-Lei 938/69 – legitimando a profissão
	O Decreto-Lei 938/69, de 13 de outubro de 1969, legitimou a profissão de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais no país. E por que as duas profissões foram legitimadas juntas? Devido a sua criação, que ocorreu na mesma época, em 1957.
Podemos ter uma atenção especial para os Artigos 1º e 2º desse Decreto-Lei. Eles garantem pleno exercício profissional pelo fisioterapeuta, estabelecendo sua formação em nível superior. Incorpora, também, em seu Artigo 12, o fisioterapeuta numa nova situação em que seria considerado um profissional liberal:
	
	“É assegurado o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, observado o disposto no presente”.(Art. 1º)
”O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, diplomados por escolas e cursos reconhecidos, são profissionais de nível superior”. (Art. 2º)
“O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, é acrescido das categorias profissionais de fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, ....”. (Art. 12º)
Leitura
<http://www.coffito.org.br/site/index.php/15-geral/558-decreto-lei-n-938-de-13-de-outubro-de-1969.html>
Já em relação ao estabelecimento dos atos privativos do fisioterapeuta, o referido Decreto-Lei afirma:
“É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente”. (Art. 3º).
Encontramos duas questões que merecem reflexão:
- Primeira questão: se o trecho “É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos...” for encarado ao “pé da letra”, poderíamos entender que o fisioterapeuta teria a garantia, a partir do Decreto-Lei, de ser o único responsável por tal execução, certo?
- Segunda questão: refere-se às ações privativas do fisioterapeuta, descritas no trecho “... restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente”. Aqui, o documento aponta para uma particularidade que, desde os primeiros estudos sobre a Fisioterapia, encontra-se arraigada e diretamente relacionada à profissão – a associação com a reabilitação. O que acabou reforçando uma concepção de que o trabalho do fisioterapeuta estaria restrito aos níveis de atenção à saúde na qual a capacidade física das pessoas já estivesse comprometida. Tais ações remetem a uma prática de saúde restrita à doença. Isso dificulta a percepção da sociedade para as práticas voltadas à prevenção e à promoção da saúde, em que a Fisioterapia também atua.
COFFITO e CREFITOs
Esse Decreto-Lei criou o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e os CREFITOs (Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional).
A criação do COFFITO (1975), formado pelos próprios fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais deu poder de baixar atos e normas orientadores do exercício profissional e, assim, a autonomia das profissões estava garantida. Isso foi muito relevante para a profissão!
A Fisioterapia se desenvolveu, criou corpo enquanto profissão, ampliando de forma significativa a sua participação no cenário da saúde.
Identifique, junto ao site do COFFITO, o CREFITO de sua região e acompanhe os eventos e projetos.
Leitura
<http://www.coffito.org.br/site/index.php/crefitos/enderecos-crefitos-coffito.html>
RESOLUÇÃO COFFITO 8
	O Conselho tem como uma de suas incumbências exercer função normativa, e emitiu, em fevereiro de 1978, a Resolução COFFITO nº 08, aprovando as normas para habilitação ao exercício da profissão de fisioterapeuta.
A Resolução COFFITO 8 apresenta um forte caráter burocrático. É extensa e traz informações valiosas quanto a documentos necessários para o exercício profissional da fisioterapia. Ela organiza:
Direito à inscrição e à franquia profissional;
Processamento da habilitação no CREFFITO;
Documentos de identidade profissional;
Transferência e baixa do vínculo de habilitação;
Registro do consultório;
Publicidade profissional;
Obrigações pecuniárias e débitos.
	
	Reflete o movimento da saúde então vigente, pois definiu como atos desse profissional “planejar, programar, ordenar, coordenar, executar e supervisionar métodos e técnicas fisioterápicos que visem à saúde nos níveis de prevenção primária, secundária e terciária”. Em relação ao Decreto-Lei nº 938/69, a Resolução COFFITO nº 08/78 ampliou consideravelmente o campo de atuação do fisioterapeuta, tanto em relação aos níveis de assistência (prevenção primária, secundária e terciária) quanto em relação ao foco da atenção, passando a apreender a saúde do indivíduo como um todo e não mais apenas no que diz respeito à sua capacidade física. Começa-se a enxergar um ser humano global, um ser biopsicossocial.
Art. 7º. Constituem condições indispensáveis para o exercício das profissõesde fisioterapeuta e terapeuta ocupacional:
I - Formação profissional de nível superior em curso oficial ou reconhecido, de instituição de ensino autorizada nos termos da lei;
II - Vinculação, pela inscrição ou pela franquia profissional de que tratam os artigos 12 e 18, ao Conselho regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) com jurisdição na área do exercício da atividade profissional. Resolução COFFITO 80
A Resolução COFFITO 80 buscou ampliar as atribuições do fisioterapeuta expressas na Resolução nº 08/78. Procurou adequar a Fisioterapia ao novo momento do cenário sanitário brasileiro. Muito mais do que tratar e reabilitar, o fisioterapeuta, a partir da Resolução COFFITO nº 80/87, tem o encargo de agir na direção do desenvolvimento das potencialidades funcionais do indivíduo para exercer suas atividades laborativas e da vida diária. Veja o que diz:
	“A fisioterapia é uma ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função.”
	
	O Artigo 3º tem a preocupação de valorizar a avaliação fisioterapêutica. Ele afirma que o:
“...Fisioterapeuta é profissional competente para buscar todas as informações que julgar necessárias no acompanhamento evolutivo do tratamento do paciente sob sua responsabilidade...”.
Possibilitando a recorrência a outros profissionais da Equipe de Saúde, para solicitação de laudos técnicos especializados. Os fisioterapeutas podem, então, solicitar exames complementares para fechamento do seu “Diagnóstico Cinesiológico Funcional”.
A diferença entre diagnósticos
Você pode observar que o diagnóstico do fisioterapeuta é muito diferente do diagnóstico do médico, por exemplo. Ele sempre estará relacionado à cinesia – perda do movimento –, à perda da função de órgãos e sistemas do corpo humano.
Exemplo
O paciente tem o diagnóstico médico de tendinite patelar, ou seja, um processo inflamatório no tendão patelar. O fisioterapeuta deverá investigar qual função está comprometida para levar à tendinite. O paciente pode ter um ilíaco (osso do quadril) posteriorizado em decorrência de encurtamento dos músculos isquitibiais (músculos posteriores da coxa) sobrecarregando o tendão patelar e produzindo a tendinite. O fisioterapeuta diagnostica a função ou o movimento que causou o diagnóstico ou a funçãoque ficou comprometida. É um olhar muito diferente do olhar dos outros profissionais, por isso a sua importância dentro da equipe.
Link
Veja os diagnósticos cinesiológicos funcionais na página do COFFITO.
A importância da anamnese para um diagnóstico preciso
Por meio de uma avaliação fisioterapêutica, baseada em uma anamnese – coleta de dados do paciente – com o levantamento da queixa principal e com a execução de exames clínicos funcionais (inspeção, palpação e testes específicos), podemos fechar nosso diagnóstico.
O fisioterapeuta pode solicitar exames complementares que possam auxiliar no diagnóstico cinesiológico funcional. Sejam eles: o eletrodiagnóstico para estudos da curva I/T, reobase, acomodação e cronaxia e os estudos funcionais pulmonares, incluindo ventilometria, manovacuometria, dinamometria computadorizada e ergometria. Lembrando que o diagnóstico dado por nós não interfere nos diagnósticos dados por outros profissionais (OLIVEIRA, 1997).
Delegação de funções é proibido
Já o artigo 4º traz uma proibição ao fisioterapeuta de atribuir ou delegar funções de sua exclusividade e competência para profissionais não habilitados ao exercício profissional da Fisioterapia. Ou seja, quem avalia, prescreve e tratacom fisioterapia é o fisioterapeuta, e não podemos deixar outro profissional atuar com nossos recursos terapêuticos.
E, quando virmos que o fisioterapeuta está delegando suas atividades para outras pessoas, devemos denunciá-lo ao Conselho. Assim protegeremos nossa classe profissional.
Denúncias
Basta acessar o link da Ouvidoria, preencher e encaminhar o formulário eletrônico. A Ouvidoria é responsável pela recepção, encaminhamento a providências e respostas referentes às críticas, denúncias e reclamações dos profissionais da área.
<http://www.crefito2.gov.br/servicos-online/cidadaos/crefito2/ouvidoria.html>
RESOLUÇÃO COFFITO 424/13 – Código de Ética do Fisioterapeuta
A função dos Conselhos de classe é a de proteger a sociedade de maus profissionais. Por esse motivo, fiscalizam as atividades de seus membros por meio de um Código de Ética Profissional.
Esses códigos contêm os padrões morais que os profissionais de uma determinada classe devem conhecer, aceitar e observar. Têm como objetivo regular as relações entre os membros dessa categoria, bem como entre ela e a sociedade, de maneira impositiva. Não é dada ao profissional a possibilidade de optar pela postura ética que ele julga mais adequada para resolver determinado dilema. Se divergir do código, será punido.
Assim, a ética profissional passa a ser, desde sua regulamentação, um conjunto de prescrições de conduta. Deixam, portanto, de ser normas puramente éticas e passam a ser normas jurídicas de direito administrativo. Do descumprimento de seus mandamentos, decorrem sanções administrativas (advertência, suspensão, entre outras punições). Nesse contexto, as infrações éticas acabam se equiparando ou sendo tratadas igualmente às demais infrações funcionais.
Além das disposições preliminares citadas, tem como objetivo principal especificar, com detalhes:
As responsabilidades fundamentais de um fisioterapeuta;
O relacionamento com o cliente/paciente/usuário;
O relacionamento com a equipe;
As responsabilidades no exercício da fisioterapia;
O sigilo profissional;
O fisioterapeuta perante as entidades de classe;
Os honorários;
A docência, a preceptoria, a pesquisa e a publicação;
A divulgação profissional.
Atenção!
Leia com atenção o Código de Ética Profissional do Fisioterapeuta e verifique que, em síntese, se ele é respeitado como guia de conduta, o fisioterapeuta estará mais propenso a cumprir as normas emanadas do COFFITO. E, com isso, reduzirá a possibilidade de ações que prejudiquem os diversos pacientes/clientes das intervenções fisioterapêuticas.
Ética é tratar o outro, seja paciente/cliente, seja fisioterapeuta ou outro profissional com respeito, sempre se colocando no lugar dele. Isso se chama empatia. Ética é, pois, enxergar o outro como ser humano, com seus defeitos, e passível de cometer erros.
Acesse nosso código de ética e não deixe de se espelhar nele ainda como acadêmico:
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 5 - COFFITO e CREFITOs versus Entidades Classistas
Introdução
Quem define as regras de cada profissão são os próprios profissionais, não havendo qualquer ingerência governamental nesse aspecto. Afinal, ninguém melhor do que os próprios profissionais para saber de sua profissão.
A existência dos Conselhos de Fiscalização das Atividades Profissionais, como o COFFITO, está ligada à proteção da sociedade contra os leigos inabilitados como também dos habilitados sem ética.
Mas, se os conselhos desempenham papel tão importante para a sociedade, por que é corriqueiro ver um profissional falando mal do seu conselho? Creio que isso ocorra devido, principalmente, à desinformação dos próprios profissionais do que seja um conselho de fiscalização.
É que muito antes de lutar pela sua própria categoria, os conselhos foram criados para defender a sociedade.
Se os conselhos não existissem, casos como os de pacientes que morreram nas mãos de um médico sem especialização para realizar cirurgia plástica ou de pessoas que morreram ou ficaram sem seus imóveis devido ao desabamento do prédio em que moravam porque o engenheiro utilizou areia de praia, ou, ainda, de empresas que foram à bancarrota por causa da má gestão de administradores fariam parte do nosso cotidiano e não seriam exceções.
O desconhecimento da real função dos conselhos leva o profissional a crer que, se ele paga o tributo, deve ser devidamente retribuído por meio da defesa de interesses de sua categoria. Grande erro.
E é sobre isso que nossa aula vai falar!
Para cada profissão regulamentada é criado um Conselho Federal com sede em Brasília. Também existem em cada estado conselhos regionais. Todos estão sob fiscalização contábil e financeira do Tribunal de Contas da União, por força do inciso II do artigo 71 da Constituição Federal.
A Constituição Federal assegura a liberdade de exercício de qualquer atividade profissional ou econômica, desde que lícita e regulamenta os diversos ofícios e ocupações do país.
Os Conselhos Profissionais foram criados a partir da década de 1950, como consequência do processo de regulamentação das profissões no Brasil para disciplinar, normalizar e fiscalizar a atividade profissional das respectivas categorias. Ele é o parâmetro mestre de defesa da Sociedade.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) é um órgão de controle social, caracterizado como autarquia pública federal.
Funções do COFFITO
Vejamos as funções do COFFITO:
Quem concede a responsabilidade técnica ao nutricionista?
Exercer o controle ético, social e científico através da normatização do exercício das profissões e das atividades da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional em todo o território nacional e das empresas prestadoras desses serviços assistenciais à população brasileira.
Fiscalizar a ética de sua própria corporação para a promoção do bem estar social, funcionando como órgão de última instância de recursos para as mencionadas profissões.
Ele protege a sociedade do mal profissional.
Supervisionar e fiscalizar o exercício profissional buscando sempre qualidade e prestigio dessas categorias para uma assistência profissional independente, científica, ética e resolutiva.
Questões políticas
O Conselho federal de fisioterapia e terapia ocupacional também participa de pautas do Congresso Nacional, em Brasilia, intermediando as negociações em defesa dos interesses da sociedade e de suas duas categorias profissionais – fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais - através de sua equipe, junto aos parlamentares em relação às matérias que tramitam na Casa. Por isso precisamos de representantes políticos nas áreas de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Ele também participa de todas as questões que envolvem as profissões no contexto das proposições e normas relativas aos profissionais de saúde, junto ao Ministério do Trabalho.
Promove e participa do aprofundamento das questões políticas, sociais, científicas e mercadológicas da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional no Brasil e no mundo, assim como, do debate sobre conceitos e práticas, oportunizando a troca de informações e potencializando as parcerias estratégicas, intra e extracorporação, com as entidades representativas das profissões regulamentadas.
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO é uma Autarquia Federal criada pela Lei nº 6316, de 17 de dezembro de 1975; com objetivos constitucionais de normatizar e exercer o controle ético, científico e social das profissões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional.
Desde 1995 o Conselho Federal desvinculou-se do Ministério do Trabalho, por meio da Lei nº 9098, tornando-se então, órgão de última instância recursal.
Enquanto Autarquia Federal são competências do COFFITO:
I. Exercer função normativa e o controle ético, científico e social do exercício da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional em todo território nacional;
II. Fazer cumprir todos os atos normativos necessáriosà correta interpretação e execução da Lei nº 6.316/1975;
III.  Supervisionar a Fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional, estimulando e zelando pelo prestígio e bom nome daqueles que a exercem, através do estabelecimento de princípios de controle, capazes de fundamentar a promoção de uma assistência profissional independente, científica, ética e resolutiva;
IV.  Funcionar como Tribunal Superior de Ética nas demandas que envolvam profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. O órgão possui um rico histórico de luta em prol dos interesses da saúde e do bem estar do povo brasileiro. Desde a criação das profissões, observamos um crescente reconhecimento da população e das políticas de saúde pública e privada de nosso país.Atualmente o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional busca defender os interesses corporativos das profissões, dedicando-se em defender a inserção profissional nos diversos ambientes no mundo do trabalho, bem como, fomentar a boa formação técnica e humanista dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, para que a sociedade possa receber serviços resolutivos e de excelência. Além de zelar pelo cumprimento ético das profissões, o COFFITO atua em uma série de frentes estratégicas em prol dos serviços de Fisioterapia e Terapia Ocupacional na sociedade.
Fonte: COFFITO – 2015.
Verificamos então, que esses Conselhos de classe profissional, como o COFFITO, se constituem de instrumentos de fiscalização do exercício profissional. Significa dizer que o interesse na criação de tais órgãos, no caso, é muito mais da sociedade em geral. Ela deve ser protegida contra os riscos gerados pela prática profissional. E quem garante isso na nossa profissão é o COFFITO e os CREFITOs.
Anuidade
Mesmo sendo os conselhos o braço auxiliar do Estado, eles não recebem recursos 
do poder público. Eles são dotados de personalidade jurídica de direito público.
São autorizados a criar contribuições (anuidades) que são consideradas obrigatórias 
e se não forem pagas poderão ser executadas na via judicial.
Caso o profissional venha a ser inadimplente, corre o risco de ter seu registro 
profissional cancelado não podendo exercer sua profissão.
Isso quer dizer que nós pagamos para sermos fiscalizados, pois como vimos acima 
o COFFITO tem a função de proteger a sociedade do mau fisioterapeuta e mau 
terapeuta ocupacional e do exercício ilegal da profissão de fisioterapia e terapia ocupacional.
Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – CREFITOSs
Os conselhos de fisioterapia e terapia ocupacional são encabeçados pelo órgão de nível federal (COFFITO) e atuam em todo o território nacional por meio de representações regionais (CREFITOs).
Tanto o COFFITO quanto os CREFITOs são autarquias – ou seja, órgãos da administração pública com autonomia administrativa. O sistema COFFITO/CREFITO foi criado pela lei federal 6.316, em 1975 (visto na aula anterior) e tem como atribuições principais: regular, orientar e fiscalizar o exercício profissional de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Exerce controle ético-social da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, protegendo a sociedade contra o exercício ilegal e/ou irresponsável dessas profissões.
Cabe ao CREFITO:Expedir registros profissionais, julgar infrações e aplicar penalidade prevista pela legislação brasileira.
Já o COFFITO deve, entre outras atribuições, aprovar resoluções e julgar recursos relacionados a procedimentos éticos e administrativos.
Temos, atualmente, 16 CREFITOs e cada Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, respaldado na Lei 6316 de 17 de dezembro 
de 1975, tem como finalidade precípua a fiscalização do exercício profissional de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais em sua área de jurisdição.
Veja, a seguir, a área de jurisdição de cada CREFITO. De qual CREFITO você fará parte como fisioterapeuta:
Associações e Sindicatos
As associações são sociedades de cunho científico, criadas com o objetivo de auxiliar os profissionais e estudantes com atividades que agreguem valor aos seus currículos, como cursos, palestras, congressos e jornadas, encontros, simpósios e demais eventos científicos.
Elas devem cuidar da reciclagem dos conhecimentos técnico-científicos dos profissionais, tendo como objetivo atualizá-los diante de uma sociedade que exige cada vez mais qualidade, especialização, excelência e competência. Também oferecem apoio ao profissional que é proprietário de um serviço, com ferramentas de gestão que melhorem a desempenho de suas atividades.
Já os sindicatos têm como missão principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, e à defesa da classe, entre outras atividades.
Eles têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.
Exemplo
AFB - Associação de Fisioterapeutas do Brasil
Site: http://www.afb.org.br
ABENFISIO - Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia
Site: http://www.abenfisio.com.br
ABRAFIDEF - Associação Brasileira de Dermato-Funcional
ABRAFIN - Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional
Site: http://www.abrafin.org.br
ABRAFIT - Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho
Site: http://www.abrafit.fst.br/
ABRAFISM - Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher
Site: http://www.abrafism.org.br
ASSOBRAFIR – Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva
Site: http://www.assobrafir.com.br
SOBRAFISA - Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas
SONAFERS - Sociedade Brasileira de Fisioterapia Esportiva
SULBRAFITO - Sociedade Sulbrasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica
Diferença entre COFFITO e Associações Classistas
Como já dito, os Conselhos profissionais foram criadas como prolongamento do Estado para o atendimento do interesse público. É preciso afastar a compreensão de que os conselhos profissionais existem para defender interesses de seus integrantes, o que não corresponde ao papel institucional que lhes foi atribuído pelo Estado.
Os conselhos profissionais não são entidades sindicais ou associativas que representam os interesses de seus filiados ou associados. O dever legal dos conselhos profissionais é o de zelar pelo interesse público, efetuando, para tanto, nos respectivos campos profissionais, a supervisão qualitativa, técnica e ética do exercício das profissões liberais.
Nesse contexto, é nítida a enorme responsabilidade social que os conselhos profissionais possuem. Com efeito, as entidades de fiscalização profissional, no exercício do poder de polícia, devem zelar pela preservação de dois aspectos essenciais, que são a ética e a habilitação técnica adequada para o exercício profissional.
A polícia das profissões, exercida pelos conselhos profissionais, visa conferir à sociedade confiança e tranquilidade em sua relação com profissionais das mais diversas espécies.
Convém referir que a finalidade de vincular o exercício da profissão à inscrição ou ao registro no conselho profissional correspondente é sempre a proteção da coletividade.
Atenção
Você, após se formar, não poderá exercer a fisioterapia sem a inscrição ou registro no CREFITO de sua região. É pela inscrição que se tem as condições e a habilitação para o exercício da profissão e se sujeita o inscrito à fiscalização técnica e ética, dentro dos padrões da regulamentação da profissão.
O sindicato tem a função de defender a classe profissional, junto as entidades associativas. São entidades fundadas para a defesa comum dos interesses de seus aderentes. Eles visam o aprimoramento e melhores condições de trabalho para sua categoria.
Essa é a grande diferença entre o COFFITO e o SINFITO (Sindicato de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Um defende a sociedade e o outro defendea categoria.
Infelizmente, muitos profissionais, por não ter clareza nessas informações cobram do Conselho ações que ele não está apto a exercer. Leve essas discussões para suas conversas informais e veja se isso é uma realidade.
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 6 - Recursos terapêuticos na fisioterapia
Introdução
Nesta aula, vamos iniciar a apresentação dos recursos utilizados pelo fisioterapeuta para a manutenção e a recuperação da função do corpo humano. Apresentaremos, primeiramente, a cinesioterapia, que é o tratamento através do movimento.
Utilizamos os diversos tipos de movimentos para restaurar a função de órgãos e sistemas do corpo humano. É nosso carro chefe dentro dos recursos fisioterapêuticos.
Também falaremos dos recursos terapêuticos manuais – a massoterapia, a drenagem linfática, entre outras técnicas e conceitos.
Discutiremos os efeitos fisiológicos e os objetivos para usarmos cada recurso. Também teremos oportunidade de discutir os exercícios na água e seus efeitos no corpo humano. É o início de um conhecimento relevante para o futuro fisioterapeuta.
Vamos à aula?
Cinesioterapia
Termo originário da cinemática – parte da física que estuda o movimento que, associado à terapia, fornece a definição da terapia pelo movimento.
O corpo humano é formado por vários tipos de alavancas (articulações) e, a partir das ações osteomioarticulares, realizam-se os mais variados tipos de movimentos (alguns de extrema simplicidade em contraste com outros muito sofisticados).
Em função de alguma doença neurológica, cardiovascular, reumatológica, óssea, pulmonar e de traumas de diversas etiologias, o indivíduo deixa de realizar esses movimentos de forma parcial ou até mesmo total, perdendo sua funcionalidade, sua autonomia.
A fisioterapia, por meio dos conhecimentos de cinemática, cinesiologia e biomecânica, utiliza fundamentalmente a terapia por movimento ou o movimento terapêutico para a recuperação funcional do indivíduo, sempre pensando de forma ampla e não só na sequela ou nas sequelas apresentadas.
De acordo com a fase evolutiva do paciente e com os objetivos que o fisioterapeuta tenha, os recursos cinesiológicos são utilizados de forma direcionada.
Tipos de movimentos utilizados na Cinesioterapia
Quem concede a responsabilidade técnica ao nutricionista?
Cinesioterapia passiva
Significa que o fisioterapeuta realiza os movimentos perdidos pelo paciente, pois, nessa fase, ele não consegue realizá-los. É uma parte inicial do tratamento, mas importante para que o paciente não perca trofismo nem o movimento articular, mantenha o comprimento das fibras musculares, bem como o estímulo cortical do movimento a ser recuperado.
Cinesioterapia ativo-assistida
Nessa fase do tratamento, o paciente já apresenta algum vestígio real do movimento, mas não consegue realizá-lo de forma independente, utilizando compensações com outros movimentos e/ou posturas, além de realizá-los com incoordenação motora muitas vezes.
O fisioterapeuta realiza o movimento junto com o paciente. Às vezes, auxilia-o no final do arco de movimento ou na direção. Estimula-o a participar e controla a coordenação e a velocidade necessárias à realização da atividade.
Cinesioterapia ativa livre
Nessa fase do tratamento, o paciente consegue realizar o movimento de forma independente na sua totalidade, sem a participação do fisioterapeuta. Dependendo dos objetivos do exercício, podem ser trabalhados: resistência à fadiga, fortalecimento, isometria (contração muscular sem movimento articular), além de coordenação motora e equilíbrio associados.
Cinesioterapia ativa resistida
Nessa fase do tratamento, o paciente consegue realizar os movimentos de forma independente, mas há necessidade de melhorar resistência à fadiga e força muscular. Para isso, é avaliada a capacidade do músculo para a realização dos movimentos contra resistência, sendo esta mensurada em maior ou menor quantidade de acordo com o objetivo a ser alcançado. Há outras modalidades associadas e que são parte essencial das abordagens cinesioterápicas, as quais são amplamente utilizadas.
Isometria
Os chamados exercícios isométricos são realizados com contração muscular sem encurtamento de fibras. Muitos autores preconizam o uso de contrações isométricas breves, visando ao fortalecimento, enquanto outros utilizam contrações mais longas com o objetivo de melhorar o aporte sanguíneo ao músculo, melhorando as condições de resistência à fadiga e posterior fortalecimento isotônico (com encurtamento de fibras). Por exemplo, empurrar uma palma da mão contra a outra.
Exercícios isocinéticos
A contração isocinética ocorre quando a velocidade de movimento é constante, mantendo a força máxima durante todo o movimento. Pode ser concêntrica e excêntrica.
Quem concede a responsabilidade técnica ao nutricionista?
Relaxamento e inibição no preparo para o alongamento
Manipulações utilizadas para aliviar dor, tensão muscular e disfunções físicas associadas, incluindo cefaleias por tensão, pressão arterial elevada e sobrecargas respiratórias. Essas manipulações são realizadas pelo fisioterapeuta independentemente da fase evolutiva de qualquer tratamento cinesiológico.
Alongamento
Para que haja amplitude de movimento normal, é necessário haver mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, os músculos, o tecido conectivo e a pele, e mobilidade articular.
As condições que podem levar ao encurtamento adaptativo incluem: imobilização prolongada, mobilidade restrita, doença do tecido conectivo e/ou neuromuscular, traumas, deformidades ósseas congênitas e adquiridas. As técnicas de alongamento visam à manutenção da amplitude reduzida, sendo feita de forma passiva e/ou ativa.
Métodos de manipulação articular e miofascial (fáscia muscular)
Existem, atualmente, várias abordagens metodológicas que visam essencialmente à melhora de dores localizadas e difusas, assim como a alterações posturais em função de desequilíbrios osteomioarticulares – Cyriax, Maitland, Osteopatia, Diafibrólise percutânea, Pompage, trações (cervical, torácica, lombar), Mackenzie.
Reeducação postural
Os desequilíbrios das cadeias musculares levam a alterações das curvaturas da coluna vertebral no sentido antero-posterior e/ou lateral. Em outras situações, problemas ósseos são os causadores de alterações nessas mesmas cadeias, levando também a alterações posturais e desequilíbrios das cinturas pélvica e escapular, assim como o encurtamento de membros inferiores.
As alterações posturais podem trazer consequências ao sistema cardiovascular e respiratório, além de dores e limitação funcional, muitas vezes graves.
Reeducação postural global (RPG)
As escolas francesas voltadas para a cinesioterapia possuem vasta experiência e tradição na análise postural e nas limitações corporais muito além de simples avaliação e tratamento. Vários teóricos podem ser citados nessa linha de trabalho: Therese Bertherat, Marcel Bienfait, Leopold Busquet, Mezieres, Godelieve Denys-Struyf.
Philippe Souchard faz parte desse grupo de pesquisadores e idealizou um método no qual são utilizados os princípios das cadeias musculares associadas a posturas de correção, sempre com a participação fundamental do trabalho respiratório do diafragma, principal músculo inspiratório.
Mecanoterapia
O termo significa a utilização de aparelhos e/ou utensílios que oponham resistência aos movimentos solicitados:
Halteres de ferro com pesos graduados, caneleiras de resistência gradual (0,5Kg até 5Kg);
Mesa para extensão de joelho com carga progressiva e flexão de perna sobre coxa;
Sistema de polias de parede com resistência gradual;
Aparelhos fixos para movimentos de braço e coxa contra resistência progressiva;
Bicicletas ergométricas estacionárias com resistência gradual;
Esteira com velocidade gradual e inclinação progressiva, indo da marcha até a corrida;
Cicloergômetro de braço – realiza o movimento da bicicleta voltado para o fortalecimento
de braços;Barras paralelas (com e sem obstáculos) – utilizadas para treinamento de 
marcha e coordenação;
Escadas com dois tipos de degraus – utilizadas no treinamento de subida e descida 
de escadas com dois níveis de dificuldade em função da altura e da profundidade dos degraus.
Vejamos, agora, alguns movimentos realizados no ambiente aquático:
Hidrocinesioterapia
Difere da hidroterapia, pois, nesse caso, são utilizadas as propriedades físicas da água de uma piscina aquecida para a realização de movimentos, isto é, são os princípios da cinesioterapia aplicados a um ambiente aquático;
Cinesioterapia aquática
Aqui, são utilizados os diversos tipos de exercício terapêutico, aproveitando as forças de empuxo, flutuação, densidade e temperatura da água para facilitar e/ou dificultar progressivamente a evolução do tratamento, incluindo, treinamento de marcha, alongamento e relaxamento muscular.
Muitos movimentos só são possíveis se realizados na água, enquanto outros necessitam do solo. Em função disso, o tratamento aquático não anula o tratamento no solo, pelo contrário, os dois interagem sempre.
De forma mais direcionada à recuperação funcional do paciente, são aplicados métodos específicos que utilizam princípios diferentes com objetivos finais semelhantes:
Método Halliwick
Utiliza princípios da natação (nado livre e outros) aplicados à recuperação funcional de pacientes ortopédicos, amputados e com doenças neurológicas (sequelas de acidente vascular cerebral, lesões cerebrais infantis, entre outras);
Método Watsu
Proporcionalmente mais recente (criado em 1980), está baseado nos princípios do zen shiatsu aplicáveis na água. Não é propriamente um método voltado para a recuperação funcional, mas realiza, de forma ampla, alongamento e relaxamento de todos os segmentos corporais, servindo como proposta pré e pós em relação a outros métodos. Pode ser aplicado em pessoas sem alterações funcionais, como também com sequelas de doenças musculoesqueléticas e neuromusculares com boa resposta.
Método Bad Ragaz
Utiliza princípios da facilitação neuromuscular proprioceptiva na recuperação funcional. Essa facilitação foi organizada em um método de tratamento no solo, denominado método Kabat, em função do seu criador, o qual utiliza um sistema de movimentos em diagonal nos diversos segmentos corporais, visando facilitar a propriocepção neuromuscular na recuperação da função.
Massoterapia
Tratamento pela massagem (radical latino – massa: mistura úmida própria para fazer vasos e esculturas – e palavra latina – therapeía: tratamento). Originalmente, o termo foi utilizado na França – massage – por causa do tipo de movimento executado pelas mãos.
No Ocidente, a massagem só ressurgiu no século XIX; o médico francês Martin de Lion relatou a cura de dores lombares com o emprego da massagem
A origem do uso da massagem é imprecisa e bem antiga. Estudos mais remotos citam civilizações orientais e egípcias, cujos sacerdotes recebiam massagens após o banho com a utilização de óleos aromático.
Na Índia, a medicina , revelada nos Vedas, por volta de 800 anos a.C., já empregava a massagem como método de tratamento. Na China, há amplos relatos de 300 anos a.C. e 150 anos a.C.
tenção
Após extensas pesquisas, o uso da massagem foi comprovado academicamente. Nas áreas massageadas ocorre dilatação de capilares, aumentando o fluxo sanguíneo. Quando realizada em musculatura contraturada, auxilia na drenagem de substâncias tóxicas, como os produtos de degradação do metabolismo e o ácido lático, além de relaxar as fibras musculares e aliviar dores.
A massagem também produz efeitos benéficos sobre a circulação linfática. Em geral, a circulação de linfa é passiva e lenta. A massagem ativa a circulação, ajudando a drenar edemas. No nosso meio, essa técnica é conhecida como drenagem linfática, amplamente utilizada.
Atividade Proposta
1. Um homem com 58 anos comparece ao consultório do Fisioterapeuta com dor lombar. Em relação a esse paciente, o Fisioterapeuta decide, então, tomar as seguintes providências:
I - elaborar diagnóstico funcional;
II - prescrever antiinflamatórios para iontoforese;
III - solicitar radiogramas.
Segundo o Código de Ética Profissional da Fisioterapia, aprovado em 2013, é(são) proibida(s) ao Fisioterapeuta a(s) providência(s)
A) II, somente.
B) III, somente.
C) I e II, somente.
D) II e III, somente.
E) I, II e III. (ENADE, 2013)
2. As quedas nos idosos são mais comuns nos indivíduos que apresentam mobilidade ao lado de instabilidade e têm sido consideradas como um sério problema de saúde pública relacionado a essa população. Sendo assim, a abordagem da fisioterapia na prevenção das quedas nos idosos torna-se fundamental para a garantia de sua saúde e autonomia. A etiologia das quedas é multifatorial e um programa fisioterapêutico preventivo deverá envolver diversas estratégias, entre elas uma avaliação cuidadosa e uma intervenção eficaz. No que se refere à intervenção fisioterapêutica voltada especificamente para evitar que as quedas aconteçam, o programa deve incluir:
I − fortalecimento dos membros superiores, porque são elementos essenciais para o equilíbrio durante a marcha e sua fraqueza pode ocasionar as quedas;
II − fortalecimento dos membros inferiores, porque a diminuição de sua força muscular, própria do processo de envelhecimento, reduz a capacidade para resistir às quedas;
III − treinamento de técnicas de levantamento, para evitar que o idoso permaneça por longo tempo no chão se sofrer uma queda quando estiver sozinho;
IV − treinamento de equilíbrio, com a utilização de técnicas específicas, para melhorar a capacidade postural do idoso reduzindo o risco de quedas;
V − verificação dos medicamentos utilizados pelo idoso e suspensão ou substituição daqueles que podem ser os responsáveis pelas alterações que o levam às quedas.
Estão corretas, apenas, as afirmações
A) I e III.
B) II e IV.
C) I, II e III.
D) I, III e V.
E) II, IV e 
História e fundamentos da Fisioterapia / Aula 7 - Recursos fisioterapêuticos – fototermoeletroterapia
Introdução
Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e recuperação da saúde. Para que o fisioterapeuta prescreva os recursos terapêuticos que serão utilizados, ele terá de proceder à elaboração do Diagnóstico Cinesiológico Funcional.
Ele identifica a abrangência da disfunção, assim como acompanha a resposta terapêutica aos procedimentos 
Diagnóstico Cinesiológico Funcional
O diagnóstico cinesiológico funcional está previsto na Resolução COFFITO-80, tabela do SUS (que prevê a consulta fisioterapêutica) e no Referencial de Honorários Fisioterapêuticos. Alguns convênios já cobrem a avaliação fisioterapêutica. Nosso diagnóstico sempre tem como objeto de estudo a função.
Vejamos:
A Resolução COFFITO-80:
Artigo 1º. É competência do FISIOTERAPEUTA, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação físico-funcional, sendo 
esta, um processo pelo qual, através de metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são analisados e estudados os desvios físico-funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no seu funcionamento, com a finalidade de detectar e parametrar as alterações apresentadas.
indicados pelo fisioterapeuta. Já discutimos alguns na aula anterior e agora veremos outros, como a termoterapia, eletroterapia, fototerapia e temos outros, alguns não tão conhecidos – equoterapia/hippoterapia; acupuntura; cromoterapia; magnetoterapia; argiloterapia; geoterapia; talassoterapia, dentre outras.
Vamos à aula?
Comentário
Para prescrevermos um tratamento coerente, temos que avaliar de forma plena, desde a anamnese com identificação do paciente, a queixa principal, a história da doença, da família, do trabalho e os aspectos sociais. Inclui também um bom exame físico, com inspeção, palpação, exames específicos funcionais, possibilitando, só então, o fechamento do “Diagnóstico Cinesiológico Funcional”.
E depois de fechado o diagnóstico, temos

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