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11/08/2018 1 Revisão: Marcha Humana Prof Marília Mendes N Garcia Agosto/2018 Faculdade de Fisioterapia Disciplina Reeducação Funcional Marcha humana ■ A marcha ou locomoção humana pode ser descrita como uma translação progressiva do corpo como um todo, produzindo movimentos coordenados, rítmicos e rotatórios dos segmentos corporais. ■ A marcha humana permite o deslocamento no espaço e é individualizada, ou seja, cada pessoa tem o seu padrão característico. Marcha humana ■ Ciclo da marcha: contato inicial de um pé até o contato desse mesmo pé no solo (PASSADA). ■ Passo: sequência de eventos que acontecem nos contatos sucessivos dos calcanhares dos pés opostos. Marcha humana ■ Base de sustentação: importante para a determinação do centro de gravidade e da capacidade de equilibrar durante a marcha. – Menor a base de sustentação, menor o equilíbrio. ■ Largura da base de sustentação é uma medida linear mensurada entre os pés. – Avaliado com indivíduo parado. – Valor entre 2,5 a 12,5 cm. – Base de sustentação aumentada pode indicar: equilíbrio ruim; perda de sensibilidade (neuropatia periférica); alterações musculoesquelética. Fase de apoio ou suporte 60 % do ciclo da marcha Fase de balanço ou oscilação 40 % do ciclo da marcha Duplo apoio inicial Duplo apoio terminal Apoio simples Fases da marcha humana ■ Contato inicial/Toque do Calcanhar/Calcanhar solo; ■ Resposta à carga/Plantiflexão do Pé/ Aplainamento do pé; ■ Apoio médio/Médio apoio; ■ Calcanhar fora; ■ Artelho fora/ Impulsão/ Pré oscilação/ Pré balanço. Fases de apoio da marcha humana 11/08/2018 2 ■ Oscilação Inicial/Aceleração; ■ Oscilação Média; ■ Oscilação Terminal/Desaceleração. Fases de balanço da marcha humana Marcha humana ■ A marcha requer: – Equilíbrio; – Movimento combinado entre as pernas e os braços; – Ação muscular; – Mobilidade das articulações. ■ Alterações nesses parâmetros ou doenças neurológicas, traumáticas ou ortopédicas afetam o padrão da marcha humana normal. ■ Para auxiliar no padrão de marcha, temos a utilização dos dispositivos auxiliares de marcha. Dispositivos auxiliares de marcha Prof Marília Mendes N Garcia Agosto/2018 Faculdade de Fisioterapia Disciplina Reeducação Funcional Dispositivos auxiliares de marcha ■ As quedas são as principais causas de lesões, perda de independência funcional e hospitalizações em idosos acima de 65 anos. ■ Os dispositivos auxiliares de marcha como muletas e andadores, ajudam na prevenção de quedas e melhoram a independência funcional dos idosos e da população que apresenta déficit no padrão de marcha ou necessita de apoio para deambular. ■ Observa-se que muitas das vezes a maioria das pessoas utilizam dispositivos sem a adequada prescrição ou sob orientação de um profissional adequado. ■ Os dispositivos auxiliares de marcha proporcionam: – Melhora do equilíbrio; – Melhora da mobilidade; – Melhora da funcionalidade; – Melhora o padrão de marcha proveniente de várias deficiências; – Melhora a base de sustentação durante a macha; – Reduz as cargas nas articulações, aliviando as dores articulares e compensando fraquezas e lesões. Dispositivos auxiliares de marcha ■ Quando há indicação para uso desses dispositivos, este deverá ser prescrito levando em consideração: – Força muscular do indivíduo; – Resistência do indivíduo; – Equilíbrio; – Condições físicas; – Instabilidade articular; – Patologias existentes; – Marcha; – Função cognitiva; – Demandas ambientais. Dispositivos auxiliares de marcha 11/08/2018 3 ■ Principal função das bengalas é aumentar a base de sustentação e apoio, melhorando o equilíbrio. ■ Facilita situações como subir e descer escadas. ■ Utilização: – Deve ser utilizada na mão oposta ao membro afetado, para diminuir a sobrecarga no quadril (redução de 20 a 25% do peso corporal); – Altura da bengala: avaliada por meio da altura do trocânter maior do fêmur; – Ponteira distal: 15 cm a frente e ao lado; – Cotovelos: fletidos 20 a 30°. Bengalas Tipos de Bengalas A bengala tradicional ou bengala reta é geralmente feita de madeira ou alumínio, sendo de custo menor e leve. As bengalas de madeira devem ser feitas conforme o tamanho do paciente, já as de alumínio são em geral ajustáveis. Bengalas Tradicionais Estas bengalas são feitas de alumínio e com comprimento ajustável. Em geral são melhores do que as bengalas tradicionais para pacientes que precisam apoiar o peso do corpo na bengala, por exemplo em pacientes com artrose do quadril e joelho. Bengalas com dobras em alumínio Bengalas com múltiplos apoios (três ou quatro) aumentam a base de suporte e permitem uma descarga de peso maior. Outra vantagem é que estas bengalas ficam em pé sozinhas quando não utilizadas, o que libera as mãos para outras funções. A principal desvantagem é a necessidade de todos os apoios tocarem o chão simultaneamente, e isto pode ser difícil ou impossível para algumas pessoas, especialmente aquelas que caminham mais rápido. Bengalas com múltiplo apoio Utilização das bengalas 11/08/2018 4 ■ São utilizadas em indivíduos que necessitam usar os membros superiores (MMSS) para sustentação de peso e propulsão, não somente para equilíbrio. ■ Mantém uma sustentação de peso nos membros inferiores (MMII) restrita. ■ Necessita de um gasto de energia maior e força nos MMSS. ■ Mais difíceis de serem usadas em idosos frágeis. ■ Normalmente usada bilateral, quando unilateral deve ser utilizada do lado contrario à lesão. Muletas Tipos de Muletas Muletas axilares são geralmente baratas e propiciam andar sem apoio nos MMII, porém são geralmente incômodas e difíceis de usar. O apoio incorreto destas muletas na axila pode causar compressões nervosas ou de vasos. Muletas axilares Muletas axilares Marcha com muletas axilares Estas muletas também proporcionam a retirada do apoio do membro inferior afetado. As muletas canadenses possuem uma espécie de “algema” que permite que a mão fique livre sem retirar a muleta do antebraço. Estas muletas são geralmente menos incômodas que as axilares. Requer maior controle dos MMSS. Muletas Canadenses Muletas Canadenses Marcha com muletas canadenses 11/08/2018 5 Marcha do tipo mergulho ou de três pontos: Indicada quando há a incapacidade de descarregar completamente o peso nos MMII por fratura, dor, amputação ou pós operatório. Marcha e transferência com uso de muletas Marcha do tipo semimergulho: Indicada quando há a fraqueza de ambos os MMII. Ambas as muletas devem ser levadas a frente, enquanto há descanga de peso total nos MMSS. Ambos os MMII devem ser levados a frente, ao mesmo tempo, porém as muletas não devem ser ultrapassadas. Marcha e transferência com uso de muletas Marcha de quatro pontos: Indicada quando há a fraqueza de ambos os MMII ou coordenação insuficiente. A sequência de movimentos nesse padrão de marcha é a alternância entre os membros, ou seja, a muleta avança, depois o membro contralateral avança (muleta esquerda e pé direto e muleta direita esquerdo, ou vice versa). Vantagem: estabilidade. Marcha e transferência com uso de muletas Marcha de dois pontos: Indicada quando há a fraqueza de ambos os MMII ou coordenação insuficiente. A sequência de movimentos nesse padrão de marcha ocorre quando o membro superior e o inferior contralateral avançam simultaneamente, ou seja, como exemplo, move-se o pé esquerdo e simultaneamente o membro superior direito. É mais rápida que a marcha de quatro apoio. Dificuldade de aprender a sequência de movimentos. Marcha e transferência com uso de muletas Subir e descer escadas, sentar e levantar: Muito semelhante ao uso das bengalas. Idemmaterial de apoio. Marcha e transferênciacom uso de muletas ■ Fornecem três a quatro pontos de contato com o solo, melhoram o equilíbrio e estabilidade dos pacientes com fraqueza de MMSS, MMII ou déficit de equilíbrio. ■ Proporciona maior segurança ao paciente com medo de cair ao deambular. ■ Pontos negativos: subida e descida de escadas. ■ Os tamanhos são ajustáveis sendo sua altura variável entre 81 a 92 cm. Andadores 11/08/2018 6 Os tipos mais comuns de andadores O andador tradicional é o andador mais estável. Porém isto resulta em um caminhar lento desde que o paciente tem que elevar o andador completamente do chão a cada passo. Isto pode ser um desafio para idosos com pouca força nos MMSS. Podem ter braços fixos ou articulados. Andadores tradicionais Andadores com rodas dianteiras são melhores para pacientes com dificuldade para levantar um andador padrão ou que caminham rápido. As rodas permitem ao paciente manter um padrão de marcha mais perto do normal do que com um andador tradicional, apesar de as rodas reduzirem a estabilidade. Andadores com rodas frontais Os andadores de quatro rodas são úteis para pacientes mais ativos que não precisariam de andador para apoiar o peso. Apesar de ser fácil empurrar estes dispositivos, eles não são apropriados para pacientes com problemas cognitivos ou de equilíbrio significativos, tendo em vista que poderiam rolar inesperadamente e resultar em queda. É comum que estes andadores venham com assentos, úteis para alguns pacientes que necessitam parar com frequência para sentar e descansar. Andadores com quatro rodas ■ Andador fixo: Marcha com andadores ■ Andador articulado: ■ Andador com três a quatro rodas: ■ Cuidado: Ao deambular com andados de rodas em rampas, para evitar quedas; Idosos devem ser orientados a nunca subir ou descer escadas rolantes com andador, devido ao risco de quedas. ■ Levantar-se: Sentar-se e levantar-se com andadores ■ Sentar-se 11/08/2018 7 ■ Bengalas: Ajuste dos dispositivos auxiliares de marcha ■ Muletas: ■ Andadores: Orientações gerais Seleção adequada dos dispositivos auxiliares de marcha Bons estudos!!! E-mail: marilia.mendes.n@gmail.com ■ Artigo de revisão complementar: Glisoi SFN, Ansai JH, Silva TOS, Ferreira FPC, Soares AT, Cabral KN, et al. Dispositivos auxiliares de marcha: orientação quanto ao uso, adequação e prevenção de quedas em idosos. Geriatrics, Gerontology and Aging. 2012;6(3):261-72.
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