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APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL II PROFESSORA: RENATA VELLO 2 Plano de aula 1: Organização do Estado: Federalismo e as possibilidades para um Federalismo latino americano. Resumo: - Formas de Estado: a) Unitário: centralização política. (França, Portugal, Uruguai, Bolívia) b) Composto: descentralização política. b1) Federação: Há um ente central soberano e entes autônomos: poder nacional, regional e local. (EUA, Brasil, Argentina) b2)Confederação: Estados soberanos. - Classificação quanto à formação histórica: a) Centrípeta/ por agregação: EUA, Suíça e Alemanha; (Estados soberanos agregam-se); b) Centrífuga/ por desagregação: Brasil. (Estado Unitário que desagrega). - Autonomia Política x Soberania: - Soberania: aspecto interno: confere unidade a federação e externo confere respeito perante a comunidade internacional. - Autonomia: - capacidade de auto-organização e auto-legislação; - capacidade de auto-governo; - capacidade de auto-administração. 3 - Organização Político-administrativa: - RFB: PJDP internacional: soberania; - U, E, DF, M: PJDP interno: vínculo indissolúvel (não há secessão): autonomia. - Forma Federativa do Estado: cláusula pétrea: 60, § 4º da CF. - Note: são os órgãos da União que representam a RFB. - Federação com autonomia local: Município não tem representação na vontade da União (senadores e deputados) e não tem Judiciário. - Município tem Lei Orgânica: 1º Turno: 2/3 e 2º Turno: 2/3: prazo de no mínimo maior ou igual a 10 dias: promulgada pela Câmara Municipal. - Distrito Federal: Governador e vice-governador distrital; deputados distritais (Câmara Legislativa): Não se divide em Municípios: Não se confunde com Brasília (capital federal localizada em seu território): art. 32: Lei Orgânica distrital (votada em dois turnos com interstício de 10 dias e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa que a promulgará): art. 32, § 1º: competências legislativas: estados e Municípios. - Territórios: descentralização administrativo-territorial: divididos em Municípios: - TF: autarquia territorial da União: (F.Noronha, Amapá e Roraima): Território com mais de 100.000 habitantes: Governador nomeado pelo PR, Poder Judiciário de 1º e 2ª instância, MP e Defensoria Pública: Deputados da Câmara Territorial (quatro deputados- 45, § 2º). - Características da Federação brasileira: a) repartição de competências e não hierarquia; b) autonomia dos entes: auto-governo / administração / organização; c) inexistência de secessão; 4 d) bicameralismo no P. Legislativo da União; e) rigidez constitucional: protege as competências de cada ente; f) intervenção federal em caso de desrespeito a esta autonomia; g) federalismo em três partes: nacional, regional e local. Caso concreto: O município de Parués, no Estado Anaguá, fica na margem esquerda do Rio Ituiruaçú e faz divisa com o município de Erolim, que fica no Estado vizinho de Rocilom, na margem direita do mesmo rio. O caudaloso rio sempre foi a principal fonte de peixes para a alimentação das populações locais. Certo dia os moradores são surpreendidos com a notícia de que a empresa HOTEL S/A comprou vários hectares de terra na região para criar um Resort na localidade. Um grande empreendimento imobiliário que inclui, entre outras coisas, o uso do Rio Ituiruaçú como local para prática de esportes radicais aquáticos. As autoridades dos dois Estados iniciaram uma briga para saber de quem era a responsabilidade pela fiscalização, controle e pelas autorizações ambientais para o empreendimento. Considerando a art. 23 parágrafo único da Constituição Federal que diz: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.? E ainda a Lei complementar n.o 140/2011 que fixa normas para União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas relativas à proteção do meio ambiente, responda: Como solucionar a referida contenda? Leitura recomendada: - NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO E A FORMA FEDERAL BASTOS, Thiago Guerreiro. Disponível em: http://aninter.com.br/Anais%20CONINTER%203/GT%2011/07.%20BASTOS.pdf Plano de aula 2: Organização do Estado: Federação: Resumo: - Incorporação/subdivisão/desmembramento dos Estados: artigo 18, § 3º da 5 CF: Estados e Territórios: a) Incorporação (fusão): A + B = C; (perda da personalidade do original) b) Subdivisão (cisão): A/2 = B + C; (perda da personalidade do original) c) Desmembramento: A/2= A + B. (não há perda de personalidade do original) c.1) Desmembramento-anexação: A parte de um Estado vai anexar-se a outro já existente. c.2) Desmembramento-formação:A parte de um Estado vai formar novo Estado. - Requisitos: a) Plebiscito à população interessada: um terço de qq das casas do CN por Dec. Legislativo (condição de procedibilidade); b) Consulta às Assembléias Legislativas: artigo 48,VI da CF (opinativa); c) Aprovação do CN por Lei Complementar. - Criação/incorporação/fusão/desmembramento dos Municípios: artigo 18, § 4º da CF: - Lei estadual: LC Federal; - Estudos de viabilidade municipal, apresentados na forma da lei federal; - plebiscito da população interessada. Note! Lei complementar até hoje não foi editada: EC 57-2008: art. 96 da ADCT: Municípios criados por atos até 31 de dezembro de 2006 convalidados. - Vedações: U, E, DF e M: artigo 19 da CF: Equilíbrio a) Adotar/subvencionar cultos religiosos ou igrejas, ressalvada a colaboração de interesse público; b) Recusar fé a documentos públicos; 6 c) Criar fora da CF distinções entre brasileiros: só as previstas na CF. (art.12, § 3º da CF). Caso concreto: 'NORDEXIT' - COMO O BREXIT ANIMOU MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO BRASIL (Disponível em : http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36720198). Líderes de movimentos separatistas brasileiros veem no resultado do plebiscito no qual os britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia um bom momento para conquistar novos adeptos. Eles não são necessariamente novos - a maioria surgiu nas décadas de 80 e 90, como "O Sul é meu País" e o Grupo de Estudos para o Nordeste Independente (Gesni), fundamentados em um histórico de revoluções como a Praieira (1850), e as guerras do Contestado (1912) e dos Farrapos (1845), entre outras. Há movimentos mais recentes, que afirmam ter "ares mais modernos", inspirados nas demandas da Catalunha e da Escócia - caso do Movimento São Paulo Livre, criado logo após as eleições presidenciais de 2014. Considerando os temas estudados na aula, analise criticamente estas iniciativas separatistas. Leitura recomendada: Ler capítulo referente à matéria no Livro Didático Direito Constitucional indicado. Plano de aula 3: Organização do Estado: Repartição de competências constitucionais: Resumo: - Competências: artigos 21/24 e 30 da CF: - Modelo com forte concentração de poder na União (EUA não) - Critérios: 1) Quanto a predominância do interesse: a) Nacional: União; 7 b) Regional: Estados; c) Local: Municípios. - difícil averiguação: seca do nordeste: regional e nacional. 2) Quanto a matéria: a) Legislativa; b) administrativa/material: funções a serem executadas. (cuidar da saúde, declarar guerra) 3) Quantoao modo de expressão na CF: a) Enumeradas: U e M (algumas materiais no art. 30 da CF: III, IV); b) Indicadas: M (interesse local- art. 30, I e V); c) Residual/remanescente: Estados Note! DF (não se divide em Municípios): E e M - Exceção: a) E não remanescente: art. 25, § 2º e 3º da CF; b) Tributária: residual: União: art. 154,I da CF. 4) Quanto ao ente competente: a) Exclusiva: material: U: art. 21 da CF (guerra, estado de sítio e defesa, emitir moeda): - indelegabilidade - demais entes não podem atuar em caso de omissão. 8 b) Privativa: legislativa: U: art. 22 da CF (direito civil, penal, processual, trabalho, licitação, desapropriação): - Se a União não edita lei para desapropriação não podem os demais entes suprir, sob pena de inconstitucionalidade. - Cabe delegação: 1) expressa: Lei Complementar da União: Todos os Estados e DF: matérias específicas: art. 22, § único da CF (exemplo LC 103/2000: Estados e DF a legislar sobre piso salarial do trabalhador: art. 7º, V da CF) 2) tácita: Quando União fixa normas gerais: E, DF e M: questões específicas (ex: Art. 22, XXVII da CF: licitação). c) Comum: material: U, E, DF e M: art. 23 da CF. (cuidar da saúde, dos direitos dos deficientes, meio ambiente, implementar política de segurança no trânsito): interesses difusos d) Concorrente: legislativa: U, E, DF: art. 24 da CF. (direito tributário, procedimentos processuais, previdência social, defesa da saúde). União: fixa regras gerais e regras específicas da União. (Se União fixar regras específicas de E e DF é inconstitucional). - Estados e DF: competência suplementar. - educação exemplo. - regra geral: hierarquia? - caso a União não edite norma geral: E e DF: competência legislativa plena não definitiva. 9 - Competência Concorrente: inexistindo lei federal: Estados exercem competência plena: artigo 24, § 3º e 4º da CF: - Lei Estadual - Lei Federal 1 - Lei Federal 2 (superveniência da lei federal 1 suspende a eficácia da lei estadual no que contrariar a lei estadual e a lei federal 2 revogando a lei federal 1: a lei estadual volta a ter eficácia). - Note! Se a lei federal editar normas específicas para a União não suspende a eficácia das normas gerais do Estado. (Ela só suspende a eficácia daquilo que for incompatível com a lei estadual). - Municípios: - Nos termos do artigo 30, I e II, não tem competência concorrente mas ele pode suplementar a legislação da União e mesmo sem a legislação da União pode tratar de assunto local. -Cespe/MPTCU/2004- Havendo competência concorrente para legislar sobre determinada matéria e não tendo sido editadas normas gerais pela União e pelo respectivo Estado, ao Município é vedado legislar sobre matéria, ainda que para atender a interesse local. (errado). Caso concreto: A cidade brasileira de Porumberá do Estado de Maueré faz divisa com a cidade de Cambraio del Sol, no Paraguai. Desta forma, Brasil e Paraguai, naquela localidade, têm como fronteira nacional apenas uma estrada que os separa. O prefeito de Porumberá, sabendo que muitos de seus munícipes trabalham na cidade vizinha, em solo paraguaio, a fim de facilitar a vida de seus naturais, entrou em contato com o prefeito de Cambraio del Sol para assinarem um acordo de cooperação para emissão de vistos de trabalho, o que facilitaria muito a vida dos brasileiros por lá empregados. O prefeito de Cambraio del Sol adorou a ideia e informou que além dele o próprio presidente do Paraguai viria à cidade para a cerimônia de assinatura 10 do referido acordo e fazia questão de assiná-lo também. O governador de Maueré, sabendo da iniciativa do prefeito brasileiro, informou que além de também estar presente à cerimônia e assinar o acordo, iria entrar em contato com a Presidência da República do Brasil e convidaria o Chefe do Executivo brasileiro para o evento e assinatura do documento. Contudo, ficou em dúvida se, ao convidar o chefe do Executivo, ele mesmo o governador, não seria ofuscado politicamente. Resolve então consultar a Procuradoria do Estado para resolver a questão. Você é o (a) Procurador Geral do Estado de Maueré. Como orientaria o governador neste caso? Leitura recomendada: Monografia apresentada pós graduação Latu Sensu na EMERJ VAZ MOMO, Alessandra Loio. UMA ANÁLISE CRÍTICA DO FEDERALISMO COOPERATIVO NO BRASIL (Graduada pela Faculdade de Direito da Universidade Estácio de Sá. Advogada.) Disponível em: http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos _12013 /AlessandraLoioVazMono.pdf RIBEIRO, Ricardo Lodi. NEOTRIBUTAÇÃO OU JUSTIÇA DISTRIBUTIVA Disponível em: http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/Ricardo-Lodi- Ribeiro/neotributacao-ou-justica-distributiva Plano de aula 4: Organização do Estado: Intervenção Federal. Resumo: - A regra é autonomia dos entes da federação e a intervenção é o oposto de autonomia e é a última alternativa para manter a integridade nacional e a ordem jurídica constitucional. - Intervenção pode ser: a) Federal: União pode intervir nos Estados e em Municípios membros de Territórios. b) Estadual: Estados podem intervir nos Municípios situados em seu território. 11 -Requisitos: - Prazo certo. - Decretada nas hipóteses taxativas previstas na CF. - É um ato político, depende de decreto do Chefe do Executivo. (Especifica a abrangência, a amplitude e o prazo da medida e justifica: nos limites constitucionais). - Note: A intervenção não flexibiliza os direitos fundamentais como o estado de sítio e o estado de defesa. (O estado democrático de direito é mantido em sua inteireza ocorrendo apenas uma limitação da autonomia do ente federativo). - A intervenção pode ser espontânea (ofício) ou provocada: A) Intervenção espontânea / de ofício: artigos 34, I, II, III e V: art. 36, § 1o da CF: 1) Para a defesa da unidade nacional: I, II: a) Manter a integridade nacional; b) Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da federação em outra; 2) Para a defesa da ordem pública: III: a) Para por termo a grave comprometimento da ordem pública; 3) Para a defesa das finanças: V: a) Suspender o pagamento de dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo força maior; (dívida fundada é a contraída por prazo superior a 12 meses). b) Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos. (Art. 158 da CF: IR (100% de IR retidos na fonte pelos Municípios), IPVA (50% sobre os veículos licenciados em seu território) e ICMS (25% sobre operações 12 em seus municípios). - PR- Decreto- 24 horas - CN: aprova ou não aprova (decreto legislativo: controle político). Se o CN estiver em recesso será convocado extraordinariamente em 24 horas. B) Intervenção provocada: 1) artigos 34, IV: art. 36, I da CF: - IV: Garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da Federação. - Poderes coagidos ou ameaçados no exercício de suas funções. a) Poder Legislativo: AL/ Câmara Legislativa do DF: Solicita ao PR: discricionariedade. b) Poder Executivo: Governador: Solicita ao PR: discricionariedade. c) Poder Judiciário: TJ solicita ao STF e este se entender cabível requisita ao PR (obrigatoriedade). - PR: Decreto: 24 horas: CN: aprova ou não aprova (Legislativo/Executivo); No caso de requisição do Judiciário: não há controle político do CN e o decreto de intervenção limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado se a medida for suficiente (36, § 3o da CF). 2) artigos 34, VI, 2a parte: art. 36, II da CF: - VI: Desobediênciaà ordem ou decisão judicial: - STF/STJ/TSE: requisita ao PR: Decreta: 36, § 3o da CF. (não há controle político do CN e o decreto de intervenção limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado se a medida for suficiente). 13 - Outro órgão do Judiciário: dirige-se ao STF e se este entender necessário: requisita ao PR. 3) artigos 34, VI, 1o parte e 34 VII: art. 36, III da CF: a) Recusa a execução de lei federal (ação de executoriedade de lei federal); b) Ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (ADI interventiva): b.1) Forma Republicana, sistema representativo e regime democrático; b.2) Direitos da pessoa humana; b.3) Autonomia municipal. - PGR: representa: STF: nega provimento (arquiva) ou dá provimento: requisita ao PR: Decreto: 36, § 3o da CF. - Intervenção estadual: Artigo 35 da CF: A) ofício: 1) Deixar de ser paga sem motivo de força maior a dívida fundada, por dois anos consecutivos; 2) Não forem prestadas contas devidas; 3) Não for aplicado o mínimo da receita municipal em saúde e educação. (198, § 2o e 212 da CF). - Gov: Decreta: AL (controle político). B) Provocada: 1) Inobservância dos princípios da CE e CF; 2) Prover a execução de lei; 14 3) Prover a execução de ordem ou decisão judicial. PGJ: representa: TJ: nega provimento (arquiva) ou dá provimento: requisita ao Gov: Decreto: 36, § 3o da CF. Caso concreto: Veja a notícia abaixo: (Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,rio-pede-r-14-bilhoes-ao- governo- federal-e-negocia-intervencao-branca,10000080737 ) “Rio pede R$ 14 bilhões ao governo federal e negocia intervenção branca. Sem capacidade financeira para pagar suas contas, governo do Rio tenta convencer Temer a liberar um novo socorro, e aceitaria a indicação de um nome para gerir as finanças do Estado; equipe econômica resiste a uma nova ajuda”. Considerando a teoria constitucional, o que se entende por Intervenção Branca? Leitura recomendada: (1) (NOTÍCIAS UOL) https://noticias.uol.com.br/ cotidiano/ultimas- noticias/2016/09/14/f alencia-ou-intervencao-federal-o-que-vem-apos-a- calamidade-no-rio.htm (2) (G1) http://g1.globo.com/economia/noticia/ 2016/11/meirelles-descarta- possibilidade-de-intervencao-federal-no-rio- de-janeiro.html (3) (NOTÍCIAS STF) http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp? Id Conteudo=120304 Plano de aula 5: Da defesa do Estado e das Instituições democráticas: Estado de Defesa e Estado de Sítio: Resumo: - Título V: Defesa do Estado e das instituições democráticas: 15 a) Estado: território, povo, organização e soberania. b) Instituições democráticas: equilíbrio entre os grupos de poder. - A CF estabeleceu no Título V: a) Instrumentos para manter ou restabelecer a ordem em momentos de anormalidade: sistema constitucional de crises: estado de defesa e estado de sítio; b) Instrumentos de defesa do país ou sociedade: Forças armadas e segurança pública. - Estado de defesa e Estado de Sítio: - Requisitos: a) necessidade: hipóteses taxativas previstas na CF; b) temporariedade: períodos definidos; c) proporcionalidade: correlação entre os fatos e as medidas. Caso contrário: arbítrio, golpe de estado e ditadura. - Legalidade extraordinária: (substitui a legalidade ordinária): Fortalecimento do poder do Estado e restrição ou suspensão dos direitos e garantias individuais expressamente previstas na CF. - Estado de Defesa: Art. 136 da CF: - Hipóteses de decretação: 1) Pressuposto material: - Necessidade de preservar ou restabelecer em locais restritos e determinados a ordem pública e a paz social ameaçadas por: a) Grave e iminente instabilidade institucional; b) Calamidades de grandes proporções na natureza. 16 2) Pressuposto formal: - São três: a) oitiva dos conselhos da República e Defesa (não vinculam- arts. 89/91 CF); b) Decreto presidencial (prazo, área abrangida e medidas coercitivas). c) oitiva do CN. - O Decreto que institui o estado de defesa deve conter: art. 136 da CF: a) Tempo de duração: 30 dias, prorrogável uma vez, por mais 30 dias; b) Áreas abrangidas: locais restritos e determinados; (estado de sítio: âmbito nacional). c) Medidas coercitivas: - Medidas: Art. 136, § 1º: 1) Restrição ao direito de: a) reunião; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; d) restrição à garantia prevista no art. 5º, LXI: prisão em flagrante ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial. 2) Prisão: 136, § 3º: - Prisão por crime contra o Estado pode ser executada pelo executor da medida; - Comunicada imediatamente ao juiz, que será acompanhada de declaração pela autoridade do estado físico e mental do detido no momento da atuação; - Cabível requerimento do preso de exame de corpo de delito à autoridade policial. - Juiz pode relaxar a prisão se for ilegal; 17 - Prisão não pode ser superior a 10 dias, salvo se autorizada pelo Judiciário; - Vedada a incomunicabilidade do preso; 3) Ocupação e uso temporário de bens e serviços público (no caso de calamidade pública). - Controle: 1) Político: a) Imediato: - Art. 136, parágrafo 4º e 7º: O PR após a decretação ou prorrogação do estado de defesa submeterá o ato com a justificação ao CN, em 24 horas, que decidirá por maioria absoluta no prazo de 10 dias: se rejeitado cessa o estado de defesa imediatamente. Obs1: se o CN estiver em recesso será convocado extraordinariamente em 5 dias. (136, parágrafo 5º) Obs2: O CN deve ficar funcionando enquanto vigorar o Estado de defesa (136, parágrafo 6º). b) Concomitante: - Art. 140 da CF: A mesa do CN designará comissão composta de 5 membros para acompanhar e fiscalizar as medidas referentes ao Estado de defesa. c) Posterior: - Art.141, parágrafo único da CF: Após cessado o estado de defesa as medidas são relatadas pelo PR ao CN com especificação e justificação das providências adotadas (pode ser caracterizado crime de responsabilidade). 2)Jurisdicional: a) concomitante: Haverá responsabilização pelos atos que ultrapassem os limites das restrições previstas na CF. b) posterior: 141 da CF: também haverá responsabilização pelos ilícitos cometidos. No estado de defesa as imunidades parlamentares permanecerão. (artigo 53: 18 julgados pelo STF; desde o diploma não serão presos, salvo flagrante de crime inafiançável e por crime ocorrido após a diplomação será dada ciência à casa que por maioria dos membros pode até decisão final sustar o andamento da ação). Estado de sítio: art. 137, 138 e 139: - 2 tipos: Estado de sítio repressivo e Estado de sítio defensivo: 1) Estado de sítio repressivo: - Pressupostos materiais (hipóteses de decretação): a) comoção grave de repercussão nacional ou b) ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medidas tomadas durante o estado de defesa. - Pode ser decretado por sucessivos prazos de até 30 dias e é decretado em âmbito nacional. - Medidas do art. 139 podem ser tomadas: a) obrigação de permanecer em localidade determinada; b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; c) restrições relativas à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações; e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão (não inclui a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas casas legislativas, desde que liberada pela mesa). d) suspensão da liberdade de reunião; e) busca e apreensão em domicílio; f) intervenção nas empresas de serviços públicos; g) requisição debens. 19 2) Estado de sítio defensivo: - Pressupostos materiais (hipóteses de decretação): a declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. -Tempo: enquanto durar a guerra. - Pode ser decretada qualquer medida coercitiva. - Pressupostos formais de ambos: 1) Prévia oitiva dos Conselhos da República e do Conselho da Defesa Nacional; 2) Prévia solicitação do PR ao CN que por maioria absoluta se manifestará. (se em recesso será convocado extraordinariamente em 5 dias e permanecerá em funcionamento até o fim da medida coercitiva). 3) Decreto do PR; - Especificação no decreto da duração e das garantias constitucionais que ficarão suspensas (no Estado de sítio repressivo) e após o decreto o PR designará o executor da medida e a área abrangida; - Controle: - Igual ao Estado de defesa: controle político (prévio: 137; concomitante:140; posterior: 141) e jurisdicional (concomitante e posterior:141) Obs: Diferença: controle político prévio e não imediato: solicitação do PR ao CN para decretar o Estado de Sítio. Note: No estado de sítio as imunidades parlamentares também subsistem mas podem ser suspensas por dois terços dos membros da Casa no caso de atos praticados fora do recinto do CN que sejam incompatíveis com a execução da medida. (art. 53, § 8º da CF). Veja também: A CF não poderá ser emendada na vigência da intervenção federal, estado de defesa e de sítio. (artigo 60§1º da CF). 20 Caso concreto: No início do ano de 2017, o Estado do Espírito Santo viveu uma situação séria: familiares de PMs acamparam nas portas do batalhões impedindo que os policiais saíssem dos quartéis para trabalhar. Impedidos, por lei, de fazer greve, os familiares (a maioria esposas ) dos PMs do Estado assumiram um inusitado protagonismo na reivindicação por melhores salários para a categoria. A falta de policiamento nas ruas levou a uma onda de saques, homicídios em vários pontos da cidade e a um sentimento de insegurança generalizada, especialmente em Vitória, capital do Estado. Veja a notícia abaixo: (Disponível em: http://g1.globo.com/espirito- santo/noticia/ 2017/02/governo-do-es- transfere-controle-da-seguranca-forcas- amadas.html) Espírito Santo: GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO TRANSFERE CONTROLE DA SEGURANÇA ÀS FORÇAS ARMADAS. Decreto foi publicado no 'Diário Oficial' do estado nesta quarta-feira . Sem PMs, Exército e Força Nacional fazem o patrulhamento nas ruas. O governo do Espírito Santo publicou um decreto no "Diário Oficial" desta quarta-feira transferindo o controle da segurança pública no estado para as Forças Armadas. O responsável pela operação será o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da Força-Tarefa Conjunta que está no Estado. O decreto foi assinado pelo governador em exercício, César Colnago, e pelo Secretário de Segurança Pública, André Garcia. Analise criticamente esta situação com base nos temas estudados nesta aula. Leitura recomendada: (1) ( ARTIGO DOGMÁTICO) Mecanismos de Defesa do Estado e Instituições Democráticas no Sistema Constitucional de 1988: Estado deDefesa e Estado de SítioPEÑA DE MORAES, Humberto. Disponível em : http://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista23/revista23_198.pdf (2) ( INFORMATIVO ) INFORMATIVO 384 STF. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo384.htm (3) (NOTÍCIAS EBC) http://memoria.ebc.com.br/ agenciabrasil/noticia/2004-04- 12/ governo-pode-decretar-estado-de-defesa-no-rio-de-janeiro 21 Plano de aula 6: Forças armadas e segurança pública: Resumo: - Forças armadas: Artigos 142/143 da CF. - Marinha/Exército/Aeronáutica. - Instituições nacionais e permanentes: função a defesa da pátria, dos Poderes constituídos e da lei. (142 da CF). - Hoje: comandos subordinados ao Ministério da defesa. (Antes da Emenda nº 23/99: Ministérios). - Comando superior permanece com o PR (nomeia os comandantes, promove os oficiais): Os cargos de comandantes são privativos de oficiais-generais do último posto e tem status de Ministro. - Princípios: hierarquia e disciplina. - O PR e os comandantes podem aplicar sanções disciplinares administrativas. (Não cabe HC em relação a punições disciplinares militares. STF: tem admitido para apreciação da legalidade - hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função, pena suscetível de ser aplicada administrativamente). - Regime próprio: a) proibição de sindicalização e greve; (142, § 3º, IV); b) regras do artigo 6º: não se aplicam (trabalho noturno remuneração superior ao diurno). 22 - Além disso: a) enquanto em serviço militar ativo proíbe-se à filiação a partido político. (142, § 3º, inciso V da CF). - Podem ser candidatos (em regra para ser candidato é preciso filiar-se a partido político)? Sim, desde que não conscritos, pois estes não podem alistar-se como eleitor e logo não podem ser candidatos a cargos eletivos. - O TSE entende que o registro da candidatura supre a falta de filiação partidária. - Posse em cargo eletivo: (14, § 8º da CF): a) se menos de 10 anos de serviço: deve afastar-se; b) se mais de 10 anos de serviço fica agregado e se eleito vai para a reserva. - Posse em cargo ou emprego público (permanente): reserva e posse em cargo ou emprego público (temporário): agregado: Artigos 142, § 3º, II e III. - Prestação de serviço militar é obrigatória: mulheres e eclesiásticos isentos em tempos de paz. (143, § 2º da CF). - Direito de escusa de consciência: serviço alternativo: sob pena de perda dos direitos políticos: 5º, VIII da CF e 15, IV da CF. - Segurança pública: - Dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. - Função: Preservação da ordem pública, incolumidade de pessoas e patrimônio: 23 1) Polícia administrativa-preventiva-ostensiva: a) Federal: PF: prevenir e reprimir o tráfico de drogas, contrabando e descaminho, polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras. PRF: patrulhamento das rodovias federais. b) Estadual: CBM (tb defesa civil) e PM 2) Polícia Judiciária-investigativa: a) Federal: PF (infrações penais federais) b) Estadual: PC 3) Polícia municipal: 144, § 8º: - Proteção de bens, serviços e instalações (proteção de patrimônio público): Não é colaborar com a PC e nem suplementar eventual omissão do Estado em matéria de segurança pública. - Lei 10.826-2003: porte de arma: mais de 50.000 hab e integrantes de regiões metropolitanas. Caso concreto: Um integrante da polícia militar de determinado estado da Federação pretende participar de processo eleitoral na condição de candidato a vereador do município onde reside. O militar conta com onze anos de serviço na polícia militar e não possui filiação partidária, mas entende que o art. 142, § 3.o, inciso V, da Constituição 24 Federal, que proíbe que o militar, enquanto em serviço ativo, possa estar filiado a partido político, aplica-se apenas aos militares federais. Assim, ele pretende participar da convenção partidária que vai oficializar a relação de candidatos de determinado partido, orientado que foi no sentido de que o registro da candidatura suprirá a ausência de prévia filiação partidária. Nessas circunstâncias, o militar solicita aos seus superiores a condição de agregado,pois é sua intenção, se não for eleito, retornar aos quadros da corporação. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, às seguintes perguntas:a)Pode o policial militar ser candidato a vereador sem se afastar definitivamente da corporação? b)Está correto o entendimento segundo o qual a vedação de filiação partidária, enquanto em serviço ativo, não se estende aos militares dos estados? c)Está correta a orientação no sentido de que o registro da candidatura suprirá a falta de filiação partidária? d)Poderá o militar, se não for eleito, retornar aos quadros da polícia militar? Leitura recomendada: (1) (PALESTRA EM VÍDEO ) NECESSIDADE DE DESMILITARIZAÇÃO DA VIDA. 5o Painel // Exposição XIV - Deborah Duprat - Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão (PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS CIDADÃO) https://www.youtube.com/watch?v=rpCfZKuxvSc (2) (PALESTRA EM VÍDEO) Cel.PM/RJ ? Jorge da Silva. A DESMILITARIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA. (PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS CIDADÃO) https://www.youtube.com/watch?v=baHld0U8wRw (2.1.) Prof. Jorge da Silva. MILITARIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA E A REFORMA DA POLÍCIA: UM DEPOIMENTO http://www.jorgedasilva.com.br/artigo/ 59/militarizacao-da-seguranca-publica-e-a- reforma-da-policia: -um-depoimento-[1]/ (3) ZAVERUCHA,Jorge. A fragilidade do Ministério da Defesa Brasileiro. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782005000200009 (4) NÓBREGA JÚNIOR, José Maria Pereira da. A MILITARIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA: UM ENTRAVE PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA . http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v18n35/v18n35a08.pdf (5) BATISTA, Nilo. Ainda há tempo de salvar as Forças Armadas da cilada da militarização da segurança pública. In: BATISTA, Vera Malaguti (Org.). Paz armada. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Revan, 2012. p. 47-48. (6) CAPITÃO MARINHO. Exército Na Segurança Pública: Uma Guerra Contra o Povo Brasileiro! Ed. Juruá, 2011. 25 (7) (NOTÍCIAS CARTA CAPITAL) http://justificando.cartacapital.com.br/2016/10/14/carmen-lucia-quer-formar- coalizacao- pela-seguranca-publica-com-exercito-e-policias/ (8) (NOTÍCIAS CONJUR) http://www.conjur.com.br/2010-dez-12/segunda-leitura- forcas-armadas-podem-atuar- defesa-lei-ordem Ler capítulo correspondente do Livro Didático Direito Constitucional II Plano de aula 7: Poder Legislativo: Estrutura e funções: Resumo: - Estrutura e funcionamento do Poder Legislativo: - Poder Legislativo federal: sistema bicameral. - Câmara dos Deputados e Senado Federal: arts. 45 e 46 da CF. - Câmara dos Deputados: art. 45 da CF: representantes do povo: em cada Estado, DF e territórios. - Seu número nos Estados e DF é estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente à população, procedendo aos ajustes necessários no ano anterior às eleições, para que nenhum Estado tenha menos de 8 e mais de 70 deputados. - art. 45, § 2º: cada território: 4 deputados federais. - eleitos pelo sistema proporcional: a) QE (quociente eleitoral): número mínimo de votos que um partido ou coligação deve alcançar para ter direito a eleger um candidato = votos válidos/ vagas (desprezada frações menor ou igual a 0.5): divide-se o número total de votos válidos 26 (não inclui os nulos e brancos) pelo número de cadeiras oferecidas nas eleições. Ex: 5000 divididos 10 = 500 b) QP (quociente partidário): votos válidos de cada partido ou coligação/ quociente eleitoral (desprezada as frações): as vagas são distribuídas aos candidatos mais votados de cada partido. Sobras: maior média: votos válidos do partido ou coligação/ vagas obtidas pelo partido +1. Obs: candidato mais votado não é eleito se partido não atingir o quociente eleitoral. - Senado: Art. 46 da CF: representantes dos Estados e DF: 3 Senadores (81 senadores) - Sistema Majoritário: senadores mais votados são eleitos: mandato de 8 anos: quatro em quatro anos: 1 e 2 terços. - No âmbito estadual, municipal, distrital e dos territórios: unicameral. (AL, CM, Câmara legislativa e câmara territorial- competências deliberativas). - Número de Deputados Estaduais: art. 27 da CF - DE= 3 X DF - Se DE: for maior que 36: serão acrescidos de tantos quantos forem os deputados acima de 12: Regra: a) DF: até 12: DE= 3 x DF; b) DF: maior que 12: DE= DF+ (36-12) : (DE= DF+24) 27 8-24 9-27 10-30 11-33 12-36 13-37 14- 38 15-39 e etc... - Período, sessão, legislatura, recesso parlamentar: - O CN reúne-se anualmente em dois períodos legislativos – reuniões ordinárias: 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12. (período, sessão, legislatura e recesso parlamentar): art. 57 da CF. - Durante o recesso parlamentar o CN atuará mediante convocação extraordinária (art. 57, § 6º) e somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, exceto se houver MP em vigor que serão automaticamente incluídas em pauta: art. 57, § 7º (observe que a EC 50/06 alterou o artigo 57, § 7º e vedou o pagamento de parcelas indenizatórias para os congressistas em razão de convocação extraordinária). - Mesas Diretoras de cada casa e do CN: - As mesas de cada casa e do CN são órgãos administrativos de direção e são eleitas para mandato de 2 anos vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição subseqüente na mesma legislatura e a mesa do CN é presidida pelo 28 Presidente do SF. (57, § 4º e 5º). - Atribuições do CN da CD e do SF: - Do CN: - artigo 48 da CF necessita de sanção do PR: lei ordinária ou complementar - artigo 49 da CF competência exclusiva do CN, sem a participação do PR, reguladas através de decreto legislativo. - Da CD: Artigo 51 da CF - Do SF: Artigo 52 da CF. - Função de fiscalização: Comissão Parlamentar de Inquérito - Poder Legislativo: função fiscalizadora: 1) Fiscalização financeiro-orçamentária: Art. 70 da CF: O Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas faz a fiscalização financeiro orçamentária externa. 2) Fiscalização político-administrativa: O Poder Legislativo exerce o controle sobre os atos de governo e da administração pública. - Comissões Parlamentares de Inquérito: CPI: art. 58, § 3º da CF - Conceito: são comissões fiscalizatórias que exercem função investigativa típica do Poder Legislativo na apuração de irregularidades sobre atos de governo e da administração pública, devendo, se for o caso, encaminhar seus relatórios para o Ministério Público para a responsabilização civil ou penal dos envolvidos. - Requisitos Formais: 29 a) Assinatura de 1/3 dos Deputados (171 Deputados), 1/3 dos Senadores (27 Senadores) ou de 1/3 dos membros do CN (com a entrega do requerimento ao Presidente da Casa tem-se por criada a CPI). b) Apuração de fato determinado (pode ser mais de um fato desde que determinado); c) prazo certo; - Se fatos conexos com o fato principal surgirem durante a CPI? STF entende que fatos conexos com o principal podem ser investigados, desde que haja um aditamento do objeto inicial da CPI. - Os indivíduos atingidos pela investigação não estão obrigados a prestar depoimento sobre assunto não conexo com o motivador da CPI. (STF tem decisões desobrigando depoimentos expedidos para a investigação de fatos estranhos ao objeto da CPI). - Pode haver prorrogação de prazo? No Regimento Interno da Camara: Prazo de vigência é de 120 dias cabendo prorrogação, o do Senado é silente. De acordo com o STF pode ser prorrogado, mas não pode ultrapassar a legislatura, pois é comissão temporária e não permanente.-CPI apura/investiga não julga. - CPI estaduais: simetria. - Limites: - Tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais: poderes que o juiz tem na fase de instrução processual: ouvir indiciados, inquirir testemunhas sob pena de condução coercitiva; requisitar informações de órgãos públicos ou documentos. 30 a) Fundamentar as suas decisões, sob pena de nulidade (art. 93, IX da CF): Cabe HC ou MS contra decisões não fundamentadas; b) Decisões colegiadas, sob pena de nulidade; c) Em obediência ao pacto federativo a CPI nacional só investiga questões nacionais (interesse ou impacto nacional), as estaduais e municipais incumbem a assembleia ou câmara; d) Nexo causal com a gestão da coisa pública (contrariedade a bens, serviços, interesses que envolvam a União ou a sociedade como um todo e não a devassa na vida de pessoas ou instituições): tem que haver repercussão de interesse público. - Poderes da CPI: a) Requisitar de repartições públicas documentos e informações; b) Determinar a realização de perícias e demais diligências; c) Inquirir testemunhas, que podem ser conduzidas coercitivamente e ser penalizadas por falso (podem ser particulares ou autoridades públicas); d) Ouvir investigados, resguardando-lhe o direito ao silêncio (direito ao silêncio tanto testemunhas quanto investigados: proíbe-se a obrigação de produzir provas contra si próprio). Obs1: Resguardo do sigilo profissional. Obs 2: Podem ser acompanhados por advogado (não tem direito ao contraditório). 31 e) Quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados, inclusive telefônico. f) Busca e apreensões genéricas. - Proibições da CPI: a) atos de natureza cautelar: prisão temporária ou preventiva (E prisão em flagrante? Desacato, falso testemunho?) indisponibilidade de bens, seqüestro, impedir que o investigado saia da comarca; obstaculizar o trabalho dos advogados); b) autorizar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas (justificadas e não podem dar publicidade fora da CPI); c) busca e apreensão domiciliar; d) quebrar sigilo imposto a processo que corre em segredo de justiça. Caso concreto: José resolveu candidatar-se ao cargo de Deputado Federal. Não se elegeu por 05 votos! Ficou como 1.o suplente do seu partido. Apesar da derrota eleitoral, como teve muitos votos, foi chamado para uma reunião do partido na Câmara dos Deputados. Passeando pelos corredores viu que em uma sala ocorria um debate da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a constitucionalidade de um Projeto de Lei. Assistia atento ao debate quando observou que um parlamentar do seu partido, que era o referido PL, estava bastante exaltado e gritava ao microfone chamando a vários de seus colegas deputados de “vagabudos”. O parlamentar teve o som do seu microfone cortado e assim foi forçado a parar de argumentar. José, indignado, não pensou duas vezes, dono de uma voz poderosa, começou a argumentar no mesmo sentido que o parlamentar antes fazia. Quando foi solicitado a calar-se, enervou-se mais e disse que era suplente e estava trabalhando enquanto os outros todos ali eram “vagabundos”, “ganhavam sem trabalhar”, “não serviam para nada” e que “deveriam era fechar o congresso”. José e o parlamentar de seu partido foram contidos pela Polícia do Legislativo e indiciados pelos crimes de injúria e desacato. Descreva como ficaria a situação de cada um dos Réus. 32 Leitura recomendada: (1) (CONJUR). Disponível em: http://www.conjur.com.br/2008-mar- 17/advogado_direito_fiscalizar_trabalhos_cpi?pagina=4 ; (2) GOMES, Enéias Xavier. DA CRÍTICA DE HANS KELSEN ÀS IMUNIDADES PARLAMENTARES. Disponível em: https://aplicacao.mpmg.mp.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/1132/R%20DJ% 20critica%20Kelsiana%20- %20Eneias%20Xavier.pdf?sequence=1; (3) Ler capítulo correspondente do Livro Didático Direito Constitucional II. Plano de aula 8: Poder Legislativo: Estatuto dos Congressistas: Resumo: - Estatuto do Congressista: Garantias constitucionais dos parlamentares: - Parlamentares: Garantias - Deputados Federais, Estaduais e Senadores: a) imunidade material: civil e penal: art. 53 da CF: - Deve haver nexo com o mandato: não responde civil ou penalmente por suas opiniões, palavras e votos praticadas no exercício de sua função parlamentar. - Mesmo fora do recinto parlamentar? - Mesmo ao fim do mandato mantém a imunidade sobre atos praticados durante o mandato? b) Imunidade formal: quanto à prisão: art. 53, parágrafo 2º da CF: - Desde a diplomação: prisão só em flagrante por crime inafiançável. - Mesmo por crime anterior ao mandato? Sim. 33 - Neste caso de prisão em flagrante, os autos serão remetidos à respectiva casa, em 24 horas para que a maioria de seus membros (maioria absoluta) decida sobre a prisão; - voto aberto - E por sentença penal condenatória? Também. c) Imunidade formal: quanto ao processo: sustação do andamento do processo por crime ocorrido após a diplomação: art. 53, parágrafo 3º da CF: - Só crimes ocorridos após a diplomação. - O STF dá ciência à casa, que, por provocação de partido político nela representado poderá pedir a sustação do andamento da ação que será decidida por maioria de seus membros (maioria absoluta) sustar o andamento da ação. - voto aberto. - Apreciado em 45 dias. - Suspende a prescrição. d) Privilégio de foro: desde a expedição de diploma: art. 53, parágrafo 1º da CF: - STF (crime comum) e respectiva casa (casos de perda do mandato: art. 54 e 55 da CF). - Desde a expedição de diploma serão submetidos a julgamento perante o STF pela prática de crimes. - incluindo-se os eleitorais, dolosos contra a vida (guardem ou não relação com o cargo). - Obedece-se a regra da atualidade do mandato. - Deputados estaduais: TJ e AL. - Só titulares e não suplentes. 34 - Manutenção das Imunidades durante o Estado de Defesa e de Sítio: artigo 53, § 8º da CF: - salvo atos praticados fora do recinto parlamentar; - incompatível com a medida; - voto de 2/3 da casa. - Imunidades não estendidas aos Vereadores: - Não tem: - Imunidade formal: Proteção quanto à prisão; Sustação do andamento do processo criminal - Privilégio de foro. - Só tem: imunidade material (civil e penal): art. 29, VIII da CF. - Outras garantias: limitação quanto ao dever de testemunhar e isenção do serviço militar: - Incorporação às forças armadas de deputados e senadores depende de prévia licença da respectiva casa (53, § 7º da CF), ainda que em tempo de guerra. - Deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato (53, § 6º da CF) - Impedimentos e incompatibilidades: Art. 54 da CF: - proteção à moralidade administrativa e a impessoalidade. a) Expedição do diploma: 35 1) Firmar ou manter contrato com entidades da adm. Pública ou concessionárias de serviços públicos (salvo contratos de cláusulas uniformes); 2) Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os comissionados na adm. Publica ou concessionárias de serviço público. b) Desde a posse: 1) Ser proprietários, controladores ou diretores de empresas que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público ou nela exercer função remunerada; 2) Ocupar cargo ou função ad nutum em entidades da Administração Pública ou concessionária de serviço público (mesmo não remunerado); 3) Patrocinarcausa em que seja interessada entidades da adm. Pública ou concessionárias do serviço público (advogados); 4) Ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo. - Perda do mandato de parlamentares: Art. 55 da CF - Perda não automática: arts. 55, incisos I, II e VI da CF: 1) que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; 2) cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar - Decoro parlamentar: conjunto de normas éticas e morais que devem nortear a conduta dos parlamentares no exercício da função pública. (art. 55 § 1º: casos definidos no Regimento interno; o abuso de suas prerrogativas ou a percepção de vantagens indevidas). 3) que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 36 - A perda do cargo não será automática, mas dependerá de juízo político de conveniência da casa legislativa: voto aberto (Alterado pela EC 76/2013) e maioria absoluta mediante provocação da mesa ou do partido político representado no CN, assegurada a ampla defesa (55, § 2º da CF). - Perda automática: arts, 55, incisos III, IV e V da CF: 1) que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; 2) que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 3) quando o decretar a Justiça eleitoral nos casos previstos nesta CF. - A perda do cargo será automática e será declarada de ofício pela mesa da respectiva casa ou mediante provocação de qualquer dos seus membros ou de partido político representado no CN, assegurada a ampla defesa (55, § 3º da CF). - Vereadores e Deputados Estaduais se aplicam os mesmos impedimentos. - Aos Vereadores se forem condenados por sentença penal condenatória TJ perdem o cargo. - Renúncia: 55, § 4º da CF: - Depois de iniciado o processo a renúncia do parlamentar fica com seus efeitos suspensos: a) Se perder o mandato: a renúncia não produzirá efeitos; b) Se não perder: a renúncia produzirá seus efeitos. - Exceções: 56 CF: Não perdem o cargo: 1) Mandato de Ministro de Estado, Governador de TF, Secretário de Estado, DF ou 37 de TF, Secretário de Prefeitura de Capital ou Chefe de missão diplomática temporária; (opta pela remuneração). 2) Licenciado por motivo de doença; 3) Licenciado sem remuneração para tratar de assuntos particulares desde que não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa. Caso concreto: Parlamentar, membro de um CPI, vai realizar diligência investigatória fora do DF, em um Estado da Federação. Lá chegando, suas ações estão protegidas pela imunidade parlamentar? Leitura recomendada: Ler capítulo correspondente do Livro Didático Direito Constitucional. Artigo científico: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE JURISPRUDENCIAL- A IGUALDADE JURÍDICA E A IMUNIDADE PARLAMENTAR (Fernanda Duarte e Rafael Mario Iorio Filho). Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/bh/fernanda_dua te.pdf Plano de aula 9: Processo Legislativo: Fases do processo legislativo: Resumo: - Processo legislativo são regras procedimentais, constitucionalmente previstas para a elaboração das espécies normativas. - O artigo 59 da CF: Espécies normativas: 1) Emenda à CF, 2) Leis complementares, 3) Leis ordinárias, 38 4) Leis delegadas, 5) Medidas provisórias, 6) Decretos Legislativos, 7) Resoluções. - Consequências da inobservância destas regras: vício formal de constitucionalidade. - Vício formal X vício material. - Medidas para vícios de constitucionalidade: 1) Controle prévio ou preventivo: a) Poder Legislativo: Comissões de Constituição e Justiça b) Poder Executivo: veto 2) Controle repressivo: - No Brasil ele é jurisdicional misto (difuso e concentrado). - Classificação dos processos legislativos quanto ao rito: 1) Ordinário: Destina-se a elaboração de leis ordinárias e complementares e caracteriza-se pela inexistência de prazos rígidos 2) Sumário: Segue o mesmo rito do ordinário, mas com prazos rígidos para que o legislativo delibere. (artigo 64, § 1º da CF: o PR pode solicitar urgência para a apreciação dos projetos de sua iniciativa). - Requisitos: a) Projeto de lei apresentado pelo chefe do executivo mesmo que sua iniciativa não seja exclusiva, b) Solicitação de urgência pelo chefe do executivo. 39 3) Especiais: Seguem rito diverso da elaboração para leis ordinárias: Emendas a CF, Leis delegadas, MP, Decretos legislativos e Resoluções. - Processo Legislativo Ordinário: - Desdobra-se em três fases: 1) Fase introdutória: compreende a iniciativa da lei: ato que desencadeia o processo legislativo. 2) Fase constitutiva: compreende a discussão e votação do projeto de lei nas duas casas do CN e também a sanção ou veto do PR e a apreciação do veto pelo CN. 3) Fase complementar: abrange a promulgação e a publicação da lei. 1) Fase introdutória: - Fase da iniciativa. - Iniciativa de leis complementares e ordinárias: faculdade atribuída: 61 da CF a) Qualquer membro ou comissão da CD, SF, CN; b) Presidente da República; c) STF, Tribunais superiores; d) Procurador Geral da República; e) Cidadãos. - Iniciativa e casa iniciadora: - A iniciativa do PR, do STF, Tribunais Superiores, PGR e cidadãos: exercida perante a CD. 40 - A iniciativa de cada parlamentar ou comissão é exercida perante a sua casa. - Quando apresentado na CD terá início nesta casa e a casa revisora será o SF. - Só quando apresentado pela comissão mista do CN ou por Senador ou comissão do Senado é que será apresentado perante o SF. - iniciativa popular: - Cidadão: capacidade eleitoral ativa (capacidade de votar; possuidor de título eleitoral e pleno gozo dos direitos políticos). - Além disso: a) Lei Federal: 1% do eleitorado, distribuído por 5 Estados cada um com não menos de 0,3% de eleitores; b) Lei Municipal: 5% do eleitorado; c) Estadual: Lei disporá: 27, § 4º da CF. (CE: 1% do Estado distribuído por 5 Municípios cada um com 2% de eleitores de cada Município). - Lei de iniciativa popular deve limitar-se a um só assunto. - Não pode ter vício de iniciativa: caso tenha a CD deve providenciar a correção. - Iniciativa privativa do Chefe do Executivo: - artigo 61, § 1º da CF 1) criação de cargos, funções, empregos na administração direta, autárquica ou aumento de sua remuneração; 2) Criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 3) Servidores públicos da União; 41 4) Organização do MPU e Defensoria Pública Federal e normas gerais para a organização dos MPs dos E, DF e Territórios. Cuidado: Para a organização do MP, a CF fala em competência privativa, mas é competência concorrente nos termos do art. 128, § 5º da CF. - Não se confunde: a) criação de cargos e serviços auxiliares e política remuneratória: MP b) Normas gerais sobre organização dos MP da U dos E, DF e T: concorrente: do PR e Procurador Geral da República: artigo 61, §1º, II, d da CF e 128, § 5º da CF. 5) Organização administrativa e judiciária, matéria tributária, serviços públicos, servidores dos Territórios, Note: Matéria Tributária não é de iniciativa privativa (iniciativa concorrente: Poder Executivo, Legislativo e cidadãos. Quando o artigo 61, § 1º, II, b da CF: iniciativa privativa do PR: Matéria Tributária relacionada aos territórios. 6) Militares das Forças armadas. Note: Aplica-se a Simetria(Estados e Municípios). - Iniciativa dos Tribunais do Poder Judiciário: - Iniciativa do STF: Estatuto da Magistratura por lei complementar. - A cada Tribunal cabe a iniciativa de lei sobre: a) Alteração do número de membros dos tribunais inferiores; b) Criação, extinção de cargos e remuneração de seus servidores e membros; c) Criação e extinção dos tribunais inferiores; d) Organização judiciária. 42 - Iniciativa da lei de organização do MP: - Iniciativa de lei complementar de organização do MP é concorrente entre o PGR e o PR. - Estadual: PGJ e Gov. - Distrito Federal: PGR e PR. - Tribunal de Contas não se aplica: iniciativa do Próprio TC. - Iniciativa das leis de organização dos Tribunais de Contas: - TC não está contemplado no rol de legitimados do art. 61 da CF, mas o entendimento é de que ele tem a iniciativa para a sua lei orgânica. - Também para a organização do MP junto ao TC. -Também dos Estados, DF e M onde houver. - Emenda parlamentar em projetos de iniciativa reservada: - Cabível Emenda parlamentar desde que: a) Pertinência temática com o projeto original, b) Não implique aumento de despesas ao projeto original. - Exceções (emendas a projetos orçamentários): 166, § 3º e 4º da CF. - Vício de iniciativa e sanção: - Não sana. 2) Fase constitutiva: - Duas atuações distintas: a) Atuação legislativa: o projeto de lei será apresentado, discutido e votado nas duas casas do CN. b) Manifestação do Chefe do Executivo: por sanção ou veto. 43 - Se o PL for aprovado no Legislativo e vetado pelo Executivo teremos ainda a apreciação do veto pelo CN (veto será apreciado em 30 dias e só pode ser rejeitado pelo CN em sessão conjunta por maioria absoluta de Deputados e Senadores em escrutínio secreto: artigo 66, § 4º da CF: alterado pela Emenda 76 de novembro de 2013). - Abolição da aprovação por decurso do prazo: - Não há mais no legislativo a aprovação do PL por decurso do prazo, mas só no executivo. - Atuação prévia das comissões. - Tanto na casa iniciadora quanto na revisora é submetido à apreciação de duas comissões distintas: a) Comissão temática: encarregada de examinar aspectos materiais: - Pode apresentar emendas ou apenas emitir um parecer que será somente opinativo e pode ser a favor ou contra. b) Comissão de Finanças e Tributação: quando a matéria envolver aspectos orçamentários e financeiros. c) Comissão de Constituição e Justiça: encarregada de analisar aspectos de constitucionalidade: - Aqui o parecer é terminativo se contra o projeto será rejeitado. - Ordem hoje: primeiro a temática (melhor). - As comissões temáticas poderão além de emitir parecer também votar o projeto de lei se no Regimento interno tiver esta previsão (chamada de delegação interna corporis): artigo 58, § 2º, I da CF. 44 OBS: exemplo no RICD diz que não podem ser votado nas comissões Projetos de: lei complementar, código, iniciativa popular etc. - Isso se não houver interposição de recurso de um décimo da casa ( hipótese em que será inviável a votação pela comissão temática, sendo esta transferida para o Plenário da casa). - Se o Regimento nada disser após exame prévio pelas comissões temáticas vai para o plenário para ser discutido e votado. - Voto pode ser ostensivo ou secreto: depende do Regimento interno. - Deliberação plenária: - Na casa legislativa será o projeto votado e aprovado por: a) Maioria simples ou relativa (art. 47 da CF): se presentes a maioria absoluta dos membros da casa: se Lei Ordinária. - Temos: 513 deputados federais: 257 DF presentes. Se houver 300 por exemplo e metade mais um votarem pela aprovação será aprovado uma lei ordinária. b) Maioria absoluta: art. 69 da CF: se Lei Complementar. - Na casa iniciadora o projeto poderá ser aprovado ou rejeitado. - Se aprovado será encaminhado a outra para revisão. E se rejeitado será arquivado aplicando-se a irrepetibilidade: ou seja, a matéria só poderá ser objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do CN (artigo 67 da CF). - Na casa revisora após a tramitação regimental: comissões, discussão e 45 votação: uma das três hipóteses poderá ocorrer: a) Aprovação sem emendas: vai para o Poder Executivo. b) Não aprovação: arquivado e aplica-se a irrepetibilidade (matéria só será objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa por proposta da maioria absoluta dos membros do CN. (art. 67 da CF). c) aprovação com emendas: O PL volta a casa iniciadora para que aprecie exclusivamente as emendas: C1) Se as emendas forem aceitas: O projeto com as emendas é enviado ao executivo, C2) Se as emendas forem rejeitadas: O projeto é encaminhado ao executivo sem as emendas. - Sobre as emendas: - Podem ser de mérito: a) aditivas: acrescenta algo da proposição, b) supressiva: retira algo da proposição, c) modificativa: altera algo da proposição. - Emenda: de redação: Estas não precisam retornar a casa iniciadora. - No Poder Executivo pode ocorrer o seguinte: a) Sanção expressa: O chefe do executivo concorda com o texto e formaliza o ato de sanção no prazo de 15 dias úteis contados do recebimento. 46 b) Sanção tácita: O chefe do executivo deixa transcorrer o prazo de 15 dias úteis contados do ato de recebimento do projeto. c) Veto: No prazo de 15 dias úteis do recebimento. Comunicando ao Presidente do SF no prazo de 48 horas os motivos do veto. - Sanção não impede que a lei seja impugnada pelo chefe do executivo perante o poder judiciário. - Independem de sanção: demais atos normativos que não as leis ordinárias e complementares: emendas constitucionais, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. - Veto pode ser: a) Jurídico: veto decorrente de inconstitucionalidade formal ou material; b) Político: veto decorrente de contrariedade ao interesse público. - O veto pode ainda ser: a) Total: Incidir sobre todo o projeto de lei; b) Parcial: Quando houver recusa à sanção de apenas alguns dos dispositivos do projeto de lei. Note: O veto parcial sofre uma relevante restrição: artigo 66, § 2º da CF: O veto só pode abranger texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. - Quando o veto é parcial a parte que não foi vetada pode ser imediatamente promulgada e publicada e a parte vetada segue para manifestação do CN para apreciação do veto em 30 dias: maioria absoluta em voto secreto. (66, § 4º da CF). - Irrepetibilidade: artigo 67 da CF. 47 3) Fase complementar: - Promulgação: ato solene que atesta a existência da lei. Incide sobre a lei pronta. - A atribuição para promulgar a lei é do chefe do executivo. - Quando há sanção expressa pelo PR a sanção e a promulgação ocorrem ao mesmo tempo, embora dois atos distintos. - Quando há sanção tácita ou rejeição do veto pelo CN o PR em 48 horas a promulgará e se não o fizer caberá ao Presidente do SF em igual prazo e se não o fizer cabe ao Vice-Presidente do Senado. - Publicação: não há prazo previsto na CF para publicação da lei. Caso concreto: Câmara de Vereadores da Cidade aprovou lei que torna obrigatório a prestação do serviço militar por 3 anos, antiga reivindicação do “Movimento Cidade Segura”, sediado naquela localidade. Uma vez encaminhada para o gabinete do Prefeito ele alega estar em dúvida quanto à sua constitucionalidade e a obrigatoriedade de sua aplicação. Chama a Procuradoria Geral do Município para um parecer.Você é o (a) Procurador Geral do Município. Como orientaria o Prefeito? Pode o Prefeito negar a aplicação da lei por inconstitucionalidade? Leitura recomendada: Ler capítulo correspondente do Livro Didático Direito Constitucional. Plano de aula 10: Processo Legislativo: Espécies Legislativas: Resumo: 48 - Processo Legislativo Sumário: - Existência de prazos fixados para que as casas do CN deliberem sobre o PL apresentado. - O PR pode solicitar urgência para PL de sua iniciativa (64, § 1º da CF) - Com isso, cada casa do CN tem até 45 dias para votar o PL sob pena de trancamento de pauta, salvo as que tenham prazo também determinados pela CF. (64, § 2º da CF) - Caso o SF emende a CD tem 10 dias para apreciar as emendas, sob pena de trancamento de pauta. (64,§ 3º da CF). - Não cabe processo legislativo sumário para projetos de Códigos. - Processo Legislativos especiais: (que não sejam as LC e LO): 1) Emendas Constitucionais: - Art. 60 da CF - Fases: 1) Apresentação de proposta por iniciativa de um dos legitimados (art. 60, I a III da CF: a) Um terço no mínimo dos membros da CD ou SF; b) do PR, c) mais da metade das AL das unidades da Federação, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa dos membros. 2) Discussão e votação em cada casa do CN em dois turnos de votação, considerando-se aprovada quando houver três quintos dos votos em cada um dos turnos (60, § 2º da CF). 3) Pode haver emendas da segunda casa legislativa e aí voltam as emendas para a primeira casa. 49 4) Será promulgada pelas mesas da CD e do SF (60, § 3º da CF). 5) Caso a proposta seja rejeitada será arquivada e não poderá ser objetivo de nova proposta na mesma sessão legislativa (60, § 5º da CF). - Cláusulas Pétreas: a) Forma federativa do Estado, b) Voto: DUPS c) Separação de Poderes d) Direitos e Garantias individuais - Medidas provisórias: Artigo 62 da CF: - 2 Regimes: a) CF 88 até EC 32/2001; b) Da EC 32/2001 para cá. - Artigo 62 da CF: Em caso de relevância e urgência o PR pode adotar MP com força de lei, devendo submetê-la de imediato ao CN. (Se em recesso não obriga que seja convocado extraordinariamente), mas se for convocado extraordinariamente será automaticamente incluída em pauta. - Limitações materiais: 62 § 1º da CF: 1) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 2) Direito penal, processual penal e processual civil; 3) Organização do MP, do Poder Judiciário e garantia de seus membros; 4) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamentos e créditos adicionais e suplementares; - Salvo artigo 167, § 3º da CF: abertura de crédito extraordinário: despesas imprevisíveis e urgentes: guerra, comoção interna, calamidade pública. 5) Que objetive a detenção ou seqüestro de bens de poupança popular; 50 6) Reservadas a lei complementar, 7) Já disciplinada em PL aprovado pelo CN e pendente de sanção ou veto do PR 8) 25, § 2º da CF (MP estadual para regulamentação de exploração de gás canalizado). 9) Art. 246 da CF: MP para regulamentar artigo da CF que tenha sido emendado entre janeiro de 1995 e a promulgação da EC 32-2001. - Procedimento Legislativo: a) Artigo 62 da CF: Em caso de relevância e urgência adotada a MP pelo PR esta deve ser submetida de imediato ao CN que terá o prazo de 60 dias (prorrogável por mais 60 dias) para apreciá-la: não corre o prazo durante o recesso: (art. 62, § 3º e 4º da CF). b) No CN as MP serão apreciadas por comissão mista (DF e SF) que dará parecer sobre a MP ser ou não convertida em lei: (art. 62, § 9º da CF). c) Será apreciada pela CD e depois pelo SF: Neste caso três situações podem ocorrer: 1) Ser convertida em lei: O presidente da Mesa do CN a promulga e remete para publicação. 2) Ser integralmente rejeitada a conversão ou perder a sua eficácia por não apreciação no prazo: a MP será arquivada. - O CN baixa ato declarando a MP insubsistente ex tunc e deve disciplinar por meio de decreto legislativo, no prazo de 60 dias da rejeição ou perda da eficácia as relações jurídicas decorrentes: (art, 62, § 3º da CF). - Caso o CN não edite o Decreto Legislativo no prazo, as relações constituídas durante o seu prazo de vigência permanecerão regidas pela MP. (art. 62, § 11º da CF), 51 - Durante a sessão legislativa não pode ser reeditada MP que foi rejeitada ou perdeu a sua eficácia por decurso do prazo. (art. 62, parágrafo 10 da CF). 3) Se houver modificações no texto adotado pelo PR: a MP será transformada em Projeto de lei de Conversão e o texto aprovado pelo Legislativo será encaminhado ao PR para que haja sanção ou veto e segue o trâmite de aprovação de lei ordinária. (62, parágrafo 12 da CF) - Aqui como há necessidade de sanção ou veto do PR o prazo de 60 dias e mais 60 dias pode ser ultrapassado. - A MP vale até projeto de lei de conversão ser apreciado. - O que foi rejeitado será arquivado. 4) MP pendente de apreciação pelo CN pode ser revogada por outra MP. - MP fica com eficácia suspensa até a apreciação da nova. (se convertida em lei revoga a MP e se não convertida retorna a eficácia da MP anterior até o período que lhe resta). - Efeitos da MP sobre lei pretérita: - Com a publicação de determinada MP, a LO com ela incompatível não será revogada, mas terá a sua eficácia suspensa até ser apreciada pelo CN: a) Se rejeitada a MP: volta a eficácia da lei; b) Se aprovada a MP: a nova lei revoga a anterior. - MP e impostos: - MP pode instituir ou majorar impostos se produzir efeitos apenas no exercício seguinte em que ela for convertida em lei: art. 62, § 2º da CF. 52 - Trancamento de pauta: - Se a MP não for apreciada em até 45 dias (corridos e improrrogáveis) de sua publicação entrará em regime de urgência a casa que estiver em mora ficando sobrestadas todas as demais deliberações. - Não confundir: prazo para apreciação da MP (60 dias prorrogáveis por mais 60 dias) com prazo de trancamento da pauta do legislativo em que estiver tramitando. - MP anteriores a EC 32-2001: - Artigo 2º da EC 32-2001: As MP editadas antes da publicação da emenda continuam em vigor até que MP revogue explicitamente ou haja deliberação definitiva do CN ou sejam revogadas por lei ou MP superveniente. - Espécies normativas com vigência indeterminada. - Apreciação judicial dos pressupostos constitucionais: - Nem a conversão em lei tem o condão de sanar a irregularidade. - A ausência de urgência e relevância podem trazer vício à lei de conversão. - MP nos Estados: - Possível desde que prevista na CE e nos moldes da CF. - Também aos Municípios: Lei orgânica. - Decretos Legislativos e Resoluções: - Decreto Legislativo é o instrumento normativo por meio do qual serão materializadas as competências exclusivas do Congresso Nacional, previstas no art. 49 da CF e também os efeitos decorrentes de MP não convertidas em lei (62§3º da CF) - Discutido no CN e votado por maioria relativa e promulgado pelo P do SF que determinará a sua publicação. 53 - Resolução: Matéria de competência privativa da CD, SF ou em alguns casos do CN. Discussão e votação na própria casa por maioria simples e promulgação também. - Leis Delegadas: -Elaborada pelo Poder Executivo após solicitação ao CN, delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar. Se o CN admitir, aprovará por resolução, especificando o conteúdo da delegação. (68§ 2º) - matérias que não podemser objeto de leis delegadas: 68, §1º: a) competência exclusiva do CN: 49 da CF; b) competência privativa da CD ou SF: 51 e 52 da CF c) Lei complementar d) legislar sobre:1) poder judiciário e MP; 2) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais e 3) planos plurianuais e orçamentos. - delegação: a) típica: não há apreciação pelo CN b) atípica: há apreciação, veda emenda. Caso concreto: A Empresa Brasileira de Tecnologia é uma estatal que pesquisa e produz tecnologias de ponta para o Brasil. Grande orgulho nacional, é também grande empregadora, social e ambientalmente responsável, tendo sido classificada como uma das 10 melhores empresas para se trabalhar no mundo. Este ano ela vai completar 10 anos de fundação. Após algum debate sobre a conveniência, ou não, de um evento comemorativo, o Governo Federal decide por realizar uma grande festa pública com shows gratuitos, emissão de selo comemorativo pela EBTC (Correios), criação e entrega de um prêmio “mentes pensantes” para pessoas que se destacaram na área na última década. Ocorre que o debate sobre a realização do evento deixou pouco tempo para organizar tudo. Assim, como a situação era urgente e a causa relevante, o Governo Federal decide emitir uma Medida Provisória para dispensar as licitações da empresa de produção dos shows, da festa de premiação e ainda para permitir empenho de despesas mesmo sem comprovação prévia. Um parlamentar a oposição considera absurdo a contratação sem licitação e chama seu escritório de advocacia para ajudar. É cabível a edição de MP neste caso? 54 Leitura recomendada: Ler capítulo correspondente do Livro Didático Direito Constitucional. Plano de aula 11: Poder Executivo: Exercício do Poder Executivo: Resumo: Teoria geral da separação de Poderes: - Aristóteles: antiguidade grega: três funções distintas a serem exercidas pelo soberano. - Montesquieu: correspondência entre divisão funcional e divisão orgânica: tais funções típicas seriam exercidas por órgãos distintos. (Teoria de freios e contrapesos). - Os Estados adotaram a referida teoria com abrandamento: cada órgão exerce funções típicas e atípicas: a) Legislativo: - executiva: cargos, férias, licenças e servidores. - jurisdicional: Senado julga o PR nos crimes de responsabilidade. b) Executivo: - legislativa: Medida provisória. - jurisdicional: PAD. c) Judiciário: - legislativa: Regimento interno. - executiva: licenças, férias serventuários. 55 - Poder é uno e indivisível: funções é que se repartem para órgãos distintos. - Cláusula pétrea: artigo 60, § 4º, III da CF. - Presidencialismo X Parlamentarismo: Forma de Estado: modo de exercício do poder político em função de um território (descentralização política): Estado Federado X Estado Unitário. Forma de Governo: modo como se dá a instituição do poder na sociedade: hereditariedade ou temporalidade no exercício do poder e representatividade popular: Monarquia X República. Sistema de Governo: modo como se relacionam os Poderes Legislativo e executivo: independência ou co-responsabilidade: Presidencialismo X Parlamentarismo. - O Brasil adota o presidencialismo como sistema de governo desde a primeira Constituição da República de 1891. - Já tivemos duas experiências parlamentaristas no Brasil: a) 1847: Dom Pedro 2º - nomeou o primeiro-ministro (De um lado, manteve o poder político de Pedro 2º, na medida em que não era o Parlamento, mas o próprio imperador quem escolhia o primeiro-ministro. De outro, desassociou a figura do imperador das crises políticas do 2° Reinado, uma vez que, existindo um primeiro- ministro, era sempre ele quem era destituído do cargo para responder às pressões políticas). b) 1961: Com a renúncia de Jânio Quadros, João Goulart para assumir teve que fazer acordo (EC 09/1961), prevendo que em 1965 seria feito um plebiscito, que foi antecipado para janeiro de 1963 e aí ganhou o presidencialismo. c) 1993: plebiscito: República e Presidencialismo. - Parlamentarismo: 56 - Poder Executivo: Chefe de Estado e Chefe de Governo. a) Chefe do Estado: funções internacionais e unidade interna. b) Chefe de Governo: quem governa. - O chefe de Estado é escolhido por voto ou pelo parlamento (República) ou recebe o cargo por hereditariedade (monarquia). - O chefe de governo é indicado pelo chefe de Estado e aprovado pelo legislativo após a elaboração de um plano de governo. - O Chefe de Governo precisa do apoio do parlamento, caso não tenha, pode ser por ele destituído. - O chefe de Estado pode dissolver o parlamento e convocar novas eleições se ele não compuser maioria estável para apoiar o Chefe de Governo. - Presidencialismo: - Concentração: chefe de estado, de governo e da administração: Presidente da República. - Ministros são nomeados para auxiliar o PR e podem ser destituídos sem motivação. - Diferenças: PRESIDENCIALISMO E PARLAMENTARISMO: a) Independência entre os poderes Legislativo e Executivo X interdependência; b) Mandatos com prazos certos X não há prazo determinado (nem o chefe de governo e nem o parlamento); c) Chefia monocrática X chefia dual; d) responsabilidade do governo perante o povo X responsabilidade do governo perante o parlamento. - Estrutura: - Âmbito Federal: Presidente, vice-presidente, Ministros de Estado e Conselhos da República e Conselho da Defesa. 57 - Conselho da República: artigo 89 da CF composição. (caso concreto). - Âmbito estadual e distrital: Governador e vice-governador e secretários. - Âmbito municipal: Prefeito, vice-prefeito e secretários. - Âmbito territorial: Se tiver mais de 100.000 habitantes: Governador nomeado pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal (não é o Congresso nacional): artigo 33, § 3º e 52, III, c e 84, XIV da CF. Obs: Além disso: órgão judiciários de primeira e segunda instância, membros do MP, defensores públicos e câmara territorial com competência deliberativa. - Todos mandatos de 4 anos: reeleição para um único período subseqüente. - Subsídio dos chefes do Executivo: a) PR: Dec. Leg. CN: art. 49, VIII; b) Gov: lei de iniciativa da AL: art. 28, § 2º; c) Prefeito: lei de iniciativa da CM: art. 29, V. - Decretos autônomos: - O artigo 84, IV da CF: O PR deve sancionar, promulgar e publicar leis bem como expedir decretos para a sua fiel execução. (decretos regulamentares). - Artigo 49, inciso V: sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. - fonte secundária do direito. - Entender de modo contrário fere o princípio da separação de poderes. (cláusula pétrea). - A partir da EC 32/2001: artigo 84, VI: passamos a ter exemplos reais de decretos autônomos: admitindo o STF inclusive ADI genérica. 58 - Sobre: a) organização e funcionamento da administração federal quando não implicar aumento de despesa e nem a criação ou extinção de órgãos públicos, b) extinção de funções ou cargos públicos quando vagos. - Simetria: Executivo estadual quando cabível – STF: Governador do Estado. Caso concreto: 1 - Determinado governador de estado editou decreto para regulamentar texto legal. Mas o decreto contém dispositivos que extrapolam a competência regulamentar, inovando naordem jurídica. Diante desses dispositivos inquinados de ilegalidade, a Assembléia Legislativa poderá: a) corrigir o ato normativo mediante emenda, adequando-o aos limites legais. b) argüir, perante o tribunal de justiça, a inconstitucionalidade dos dispositivos
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