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REFORMA SANITÁRIA

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Reforma Sanitária
Introdução:
No Final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980, com inspiração na formulação e implementação de políticas de saúde na Itália ( Krüger, 1998) o Movimento da Reforma Sanitária no Brasil deu início com afrouxamento do regime autoritário junto ao agravo das necessidades sociais especialmente nos grandes centros urbanos, junto ao surgimento de vários movimentos de caráter reivindicatórios populares, resultando na VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986.
Foram formulados os princípios de universalidade, integralidade de assistência, participação da comunidade e descentralização político administrativa, considerados princípios fundamentais do SUS. A Constituição Federal (CF) de 1988, em seu artigo nº 196, assegura que a saúde é direito de todos e dever do Estado,inaugurando um novo sistema de proteção social pautado na criação do que podemos chamar do tripé da Seguridade Social : Saúde, Assistência Social e Previdência . Desde então começa a desenvolver vários avanços na política de saúde efetivamente democrática, tomando por base a eqüidade, a justiça social, a descentralização, universalização e unificação que ao passar dos anos estão perdendo a disputa para o projeto voltado para o mercado.
Desenvolvimento:
A Política Nacional de saúde, que se deu início em 1930, foi firmada no período de 
1945-1950 com o surgimento da SESP – Serviço Especial de Saúde Pública foi criado durante a segunda guerra Mundial, em convênios com órgãos do governo Americano com o patrocínio da Fundação Rockerfeller.
No final dos anos 40 a saúde foi posta como uma das suas finalidade principais com o plano Salte que envolvia as áreas de saúde, alimentação, transporte e energia, apresentando previsões de investimentos de 1949 a 1953, porém não teve a sua implementação.
No período de 1945 a 1964, salvo variações nos anos de 50, 56, e 63 onde os gastos com saúde pública foram mais favoráveis nas condições sanitárias, não resultaram na eliminação do quadro de doenças infecciosas e parasitas, taxas elevadas de morbidades e mortalidade infantil e no povo em geral.
 O atendimento hospitalar com finalidades lucrativas já apontava na formação de empresas médicas que pressionava para a privatização dos serviços estatais. A assistência médica até 1964 basicamente fornecido por recursos do próprio instituto, com minoria terceirizada.
No período de 1964 e 1974, o Estado fez uso o binômio repressão-assistência para sua intervenção, tendo a política assistencial ampliada, burocratizada e modernizada pela máquina estatal, com a finalidade de aumentar o poder da regulação sobre a sociedade, tendo a Unificação da Previdência Social com a junção dos IAPs em 1996, com a finalidade de atender ao crescente papel interventivo do Estado na sociedade e diminuição dos trabalhadores no jogo político, excluindo-se na gestão da Previdência, ficando apenas com o papel de financiadores.
Em 1974 tivemos a criação do MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social, com a incorporação ao sistema previdenciário dos trabalhadores rurais, empregados domésticos e outras categorias de trabalhadores, logo então em 1975 houve a criação do Sistema Nacional de Saúde (lei 6.229), e ainda o surgimento de diversas organizações de profissionais de saúde como: CEBES - Centro Brasileiro de Estudos em Saúde ; ABRASCO (1979) - Associação Brasileira de Pós- graduação em Saúde Coletiva; Os marcos institucionais que datam o início da Reforma Sanitária foram essas instituições que se empenhavam na universalidade e equidade da assistência à saúde.
 
Em 1977 houve a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, promovendo pequena abertura para ações de atenção integral na rede pública, incluindo planejamento e participação popular na gestão do sistema tudo de forma muito embrionária. Entre 6 e 12 de setembro do ano de 1978 veio a Conferência Internacional de Saúde de Alma-Ata, por ocasião da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida em Alma-Ata, na República do Cazaquistão (ex-república socialista soviética), dirigindo-se a todos os governos, na busca da promoção de saúde a todos os povos do mundo, enfatizando a responsabilidade de todos os governos pela promoção de saúde, e a reivindicação da atenção primária, integrando todos os setores da sociedade em busca da igualdade social. 
Ano de 1979 acontece o I Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela Comissão de Saúde da Câmara de Deputados. O CEBES - centro brasileiro de estudos de saúde, onde apresentou uma proposta de reorganização do sistema de saúde que já na época chamava de Sistema Único de Saúde e em 1980 realiza-se a VII Conferência Nacional de Saúde, e a construção do SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.
 Os reformistas buscavam a universalização do direito à saúde, a unificação dos serviços prestados pelo INAMPS e a integralidade das ações. No Brasil, crescia o debate sobre o direito à saúde, em um sentido mais amplo, significava a garantia de condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação em todos os níveis, assegurado pelo Estado. No ano de 1986, a 8ª Conferência Nacional de Saúde indicou a necessidade de uma reforma mais profunda, com a ampliação do conceito de saúde, sua correspondente ação institucional, a universalização do acesso e o fortalecimento do setor público. As propostas desta plenária foram para o debate constituinte e lá enfrentou as resistências por parte dos prestadores de serviço privado do setor de saúde e da medicina liberal, além de conflitos de interesses entre os reformistas da Previdência Social.
A partir do qual, a saúde passou a ser reconhecida como um direito social. Foram formulados os princípios de universalidade, integralidade de assistência, participação da comunidade e descentralização políticas administrativa, consideradas princípios fundamentais do SUS. 
EM 1988 foi então criada a Constituição Federal que pela primeira vez o texto da Assembléia Nacional Constituinte contempla explicitamente a saúde. Introduziu avanços que buscaram corrigir as históricas injustiças sociais acumuladas secularmente.
A luta pela regulamentação dos artigos de nº 196 a 200. Lei 8.080, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde foi em 1990, onde então o Presidente Collor , sancionou a lei, com 24 vetos, em especial os aspectos da participação popular e do financiamento, permanecendo a autonomia municipal através da descentralização das decisões com a Lei 8.142 , que dispõe sobre a participação da comunidade em conselhos e conferências na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
O conceito abrangente :
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir as pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.” - Lei 8.080/90, art 3º.
Tendo a afirmação da saúde como Direito e cidadania como Dever do Estado, remete à através do esforço de promover condições de Igualdade Social, que não se restringe a existência formal de direitos civis, políticos e sociais, mas que exige a possibilidade do Exercício de direitos. 
Tendo seus preceitos baseados na Constituição Federal , a construção do SUS – Sistema único de Saúde é norteado pelos seguintes princípios doutrinários :
Universalidade, uma garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão, indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicosde saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de cidadania e dever do governo municipal, estadual e federal.
Equidade, idéia de justiça. Assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade de cada caso. Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades, até o limite do que o Sistema pode oferecer.
Integralidade É o todo fazer de forma equilibrada. Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. O homem é um ser integral, biopsicossocial e esse modelo permite que a doença a seja vista como um resultado da interação de mecanismos celulares, teciduais, organísmicos, interpessoais e ambientais e deverá ser atendido com essa visão por um sistema de saúde também integral, voltando a promover, proteger e recuperar sua saúde.
Regionalização é a população vinculada a uma rede de serviços hierarquizados, organizados por região com área geográfica definida. A oferta de serviços deve ser planejada de acordo com os critérios epidemiológicos.
Hierarquização são serviços que devem ser organizados em níveis de complexidade crescente. Além de dividir os serviços em níveis de atenção, deve incorporar os fluxos de encaminhamento de referência e de retornos de informações ao nível básico de serviço a contra referência.
Descentralização é redistribuição das responsabilidades entre os vários níveis de governo. A partir da idéia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Assim, o que é de abrangência de um município, deve ser de responsabilidade do governo municipal, o que abrange um Estado do governo Estadual e abrangência Nacional será de responsabilidade federal.
Participação dos cidadãos com garantia constitucional de que a população , através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Esta participação é feita através de Conselhos de Saúde , com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de saúde ou através de participação das Conferências de Saúde que acontecem periodicamente, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
Resolubilidade ou resolutividade é a exigência de que , quando o indivíduo busca atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua competência.
Com toda estrutura e diretrizes formadas a Regulamentação do Sistema único de Saúde ou do tripé social que consiste em Saúde, Previdência Social e Assistência Social se torna referência internacional . Com tudo, vale lembrar que nos anos 90, a Reforma Sanitária foi totalmente abandonada as políticas sociais estavam fragmentadas e subordinadas a lógica econômica. 
O Presidente Lula assume o governo , começando com escolha de profissionais comprometidos na luta pela Reforma Sanitária , para ocupar o segundo escalão do Ministério, com alterações na estrutura organizativa do Ministério da Saúde e muitas mudanças que ocorreram trazendo grande expectativa de retomar a Reforma Sanitária , através da 12ª CNS - Conferência Nacional da Saúde , com esperança de um marco significativo com relação as anteriores e tivesse a mesma importância da 8ª CNS, ocorrida em 1986. 
O tal fato não ocorreu apesar de alguns esforços de membros do ministério da saúde e de algumas entidades . Na mesma data ocorreu em Brasília, a Conferência Nacional de Assistência Social onde foi feito proposta de haver um momento unificado entre as duas Conferências, para fortalecer a concepção de Seguridade Social, mais a sugestão não foi acatada pelas comissões organizadoras das duas conferências.
Conclusão:
Foram mais de 20 anos de construção de Reforma Sanitária, tivemos muitos progressos como :
 Atenção básica que se define em Proteção, Prevenção e Promoção que são áreas programáticas de baixa complexidade como a ESF- Estratégia de Saúde da Família, NASF – Núcleo de Apoio da saúde da Família, UBS- Unidade Básica da Saúde, 
AGS – Agente Comunitário de saúde .
Atenção Secundária que é quando o agravo da saúde já aconteceu, a média complexidade . Nesse caso os usuários são atendidos pelas especialidades básicas como urgências e emergências como exemplo a UPA - Unidade de pronto atendimento . 
Atenção terciária são atendimentos em ambulatórios e hospitais de alta complexidade.
O foco das ações e serviços são sempre no nível básico, retornar para atenção primária onde a lógica da prevenção está sempre presente. 
Trazendo a atenção primária o sistema hospitalocêntrico diminui e o olhar da saúde além do sujeito trás quase uma extinção dos manicômios, tendo os pacientes das doenças psiquiátricas uma oportunidade de estar no convívio social como implantação dos CAPS – Centro de atenção psicossocial .
Porém, em meio aos progressos, a desconstrução da Reforma Sanitária está cada vez mais acentuada com proposta de terceirização e privatização com fins lucrativos na saúde, dificultando o acesso para a população com maior fragilidade social que vem sofrendo cada dia mais o efeito dessa degradação.
Precisamos ir em defesa pelo fortalecimento do Projeto de Reforma Sanitária, como a Seguridade Social como política de proteção social universal e uma definição de Política Nacional de Desenvolvimento que garanta a redistribuição de renda de cunho social.
REFERÊNCIAS:
http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-5.pdf
http://www.conselho.saude.pr.gov.br/arquivos/File/apresentacao_do_SUS_para_Ponta_Grossa_2013.pdf
http://cress-sc.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Da-Reforma-Sanit%C3%A1ria-%C3%A0s-Privatiza%C3%A7%C3%B5es-discutindo-a-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-brasileira.pdf
http://www.conselho.saude.pr.gov.br/arquivos/File/apresentacao_do_SUS_para_Ponta_Grossa_2013.pdf
www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/reforma-sanitaria-brasileira/38825
https://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_de_Alma-Ata
 REFORMA SANITÁRIA
ALUNO: Mirian da Silva Quintana
CURSO: Graduação em Psicologia / I sem.
MATÉRIA: Organização de Políticas Públicas	
Professor: Rafael Reis

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