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DIETAS EXPERIMENTAIS PARA ANIMAIS DE LABORATÓRIO RESBCAL, São Paulo, v.2 n.4, pg. 288-296, 2014 CONSIDERAÇÕES SOBRE FORMULAÇÃO DE DIETAS A alimentação representa a maior parte dos recursos para aprodução de animais de laboratório; por tal razão, suaeficiência e custos condicionam de forma elevada o êxitoda produção destes animais. Formulação de dietas obedece: - necessidades nutricionais do animal, - alimentos a serem usados, - forma de apresentação da dieta - consumo esperado de alimentos. Dietas para animais de laboratório potencial máximo dos alimentos Os animais de laboratório necessitam ingerir uma série denutrientes independentemente da espécie: proteínas, oscarboidratos e lipídios/ vitaminas e minerais. É importante ressaltar que a quantidade de alimento ingerido édeterminada pelas necessidades energéticas de cadaespécie em questão. É fundamental estabelecer a densidadecalórica da dieta e determinar a quantidade de cadanutriente por um dado valor de energia kilocalorías (kcal). Roedores Os roedores mais utilizados como biomodelos são os dos gêneros: - Mus (camundongos); - Rattus (ratos); - Mesocricetus (hamster). Roedores Onívoros dentição heterodonte, na qual há diferença entre aforma e função dos dentes, sendo divididos em incisivos,pré-molares e molares. Os caninos são ausentes em todos os roedores, havendoum grande espaço entre os incisivos e pré-molares,chamado diastema. Os incisivos apresentam crescimento contínuo, e por essemotivo, os roedores devem receber alimentos com durezaajustada a proporcionar o desgaste adequado dosdentes. NUTRIÇÃO Espécie: Deve-se considerar o tipo de dentição, comprimentoe subdivisões do estômago e intestinos, forma de apreensão,seleção dos alimentos e a natureza ancestral (herbivoria,onivoria ou carnívora) Genética: Animais heterogênicos tem melhor desempenho,quando comparados a animais isogênicos ou geneticamentemodificados. Animais não-consanguineos apresentam vigorhíbrido, ou heterose, que é maior quanto mais distantes foremos genótipos NUTRIÇÃO Status fisiológico ou categoria zootécnica: - Animais em crescimento apresentam exigências diferentesdaqueles em mantença, gestação ou lactação. - Animais em crescimento tem maior necessidade proteica,devido ao acelerado estágio anabólico. - Durante a lactação a matriz eleva suas exigências energéticasem até seis vezes quando comparada ao animal emmantença, devido a alta demanda de nutrientes paraprodução de leite7 NUTRIÇÃO Ambiente e etologia: - No frio, os animais aumentam o consumo e direcionam parteda energia para manutenção térmica, sendo necessária aredução da densidade energética da ração. - No calor deve-se aumentar a densidade dos nutrientes daração para compensar a queda no consumo. O acúmulo de amônia e CO2 no ambiente, também são fatoresestressogênicos que reduzem o consumo de ração. NUTRIÇÃO Exigências nutricionais: OBJETIVOS: manutenção dos processos vitais e a otimizaçãodos fatores de desempenho, como ganho de peso,conversão alimentar, deposição de músculo, produção deleite, reprodução, etc. NUTRIÇÃO ESTIMATIVAS ENERGÉTICAS: - Método empírico As exigências nutricionais são definidas com base na respostaa variados níveis de ingestão dos nutrientes, conhecido comométodo de dose-resposta. - Método fatorial Utiliza modelos matemáticos, ou equações de predição,para estimar as exigências com base no desempenho e paramanutenção das funções vitais. NUTRIÇÃO Sistema de alimentação: o principal sistema dealimentação utilizado para roedores de laborató- rio é oad libitum Rações para roedores de laboratório Ração é toda alimentação fornecida ao animal no período de24 horas, podendo ser um único alimento completo, ou aassociação de diferentes tipos. As formulações de rações comerciais utilizam programaçãolinear para obtenção da tríade: atendimento das exigências xcomposição alimentar x mínimo custo. Qualidade das rações são consideradas variáveis como: ovalor biológico da proteína, digestibilidade da ração,biodisponibilidade dos nutrientes, solubilidade proteica em KOH(hidróxido de potássio), fonte comercial dos suplementos,presença de micotoxinas, resíduos de agrotóxicos e fármacos,dentre outros Rações para roedores de laboratório O milho e o farelo de soja são as principais matérias-primasdas rações, e ocupam mais de 70% das formulações pararoedores de laboratório. Podem ser eventualmente substituídas por outras matérias-primas como: sorgo, farelo de trigo, quirera de arroz, farelode glúten de milho, girassol, derivados lácteos e dentreoutras matérias-primas Rações mais utilizadas para roedores de laboratório são:peletizada e a extrusada Rações peletizada e extrusada Rações peletizadas Submetidas a um processo de modelagem compostopor um conjunto de operações mecânicas, queconsistem em aglutinar partículas das rações fareladas,após submetê-las à umidade (14-20%), calor (40-95º C)e força (2 Kgf/cm²) associada a um tempo (9-24segundos) em uma peletizadora. Rações extrusadas Submetidas ao processo de extrusão, que consiste emsubmeter de ração farelada a elevada compressãohidrotérmica, ou seja, à combinação de tempo (5-10segundos), alta pressão (30-40 Kgf/cm²), temperatura(120-200º C) e umidade (20-30 %). Desafios na busca pela melhoria na nutrição de roedores Mercado de rações comerciais para roedores de laboratório restrito ponto crítico e à segurança alimentar dos animais, uma vez que as rações devem ser isentas de resíduos de agrotóxicos, fármacos e micotoxinas “A maioria dos experimentos para determinação dasexigências nutricionais foi realizada utilizando dietaspurificadas. Essa metodologia não considera os efeitos dasinterações e antagonismos entre os nutrientes, como ocorrecom as matérias-primas in natura utilizadas nas formulaçõescomerciais. Dietas purificadas apresentam elevadadigestibilidade, alta pureza das matérias-primas, ação nulade antagonistas e ausência de fatores antinutricionais outóxicos. Nas rações comerciais devem ser consideradas aspossíveis interações de competição, antagonismos, inibiçõese presença de fatores antinutricionais nas diferentes matérias-primas utilizadas.”
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