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Universidade Federal do Amazonas Instituto de Ciências Exatas Departamento de Física Laboratório de Física 4 Microscopia: teoria do microscópio, aumento óptico. Alunos: Salomão Costa Iara Lima Professor: Haroldo Guerreiro Manaus, AM. 2015 INTRODUÇÃO A maior habilidade do ser humano é sua capacidade de compreender o mundo a sua volta. Conforme a sua concepção se amplia é necessária a confecção de equipamentos para ampliar seus sentidos e perceber detalhes. O sentido mais utilizado para se perceber o mundo é a visão e hoje possuímos diversos dispositivos para ampliar o alcance da visão. De certa forma a evolução dos dispositivos de aumento da visão seguiram paralelamente a evolução da ciência e tecnologia que conhecemos hoje. REFERENCIAL TEÓRICO Já na antiguidade, as primeiras teorias da luz eram teorias da visão. Acreditava-se em duas teorias sobre o assunto a primeira o olho emitiria o um sensor “teoria táctil” e receberia informação e a segunda que os objetos emitam algo perceptível pelo olho. Por muitos anos as especulações metafísicas vingaram, até o século X quando Al-Hazen um filósofo arábico contribuiu com o abandono da teoria táctil da luz. Al-Hazen descreveu as propriedades de refração do cristalino, estudou a anatomia do olho e analisou corretamente a câmara obscura. Em 1267, Roger Bacon discutiu a refração em lentes, influenciando a invenção dos óculos, mencionados pela primeira vez em veneza. Na antiguidade já haviam tentativas de reforçar a visão com auxílio de objetos. Contudo a partir do século XIV lentes começaram a ser usadas comumente para corrigir defeitos de visão e como dispositivos de aumento. Este uso atingiu seu apogeu com Leeuwenhoek, que provavelmente deve ser considerado o primeiro microscopista. Detentor de uma técnica extremamente desenvolvida usou o microscópio simples(uma lente ou lupa) ao seu mais alto nível. Paralelamente ao desenvolvimento do telescópio no início do século XVII surgiu o microscópio composto, constituído no mínimo de uma lente objetiva e de uma ocular. A invenção do microscópio composto é controvertida. A maioria dos historiadores situa sua origem na Holanda, por volta de 1600 e mencionam Jansen ou Lippershey como inventores, em contrapartida em 1609 Galileu fez seu primeiro microscópio. Galileu interessava-se paralelamente por telescópios e microscópio. Convencionemos que a verdadeira história do microscópio começa em 1625, ano em que Giovanni Faber cunhou o termo microscópio. Os cem anos entre 1650 e 1750 podem ser considerados como época do desenvolvimento mecânico do microscópio. ➔ O primeiro aperfeiçoamento foi o tubo de rosqueamento na tentativa de facilitar a focalização. ➔ Tripé e o pedestal articulado. ➔ Lente de campo. ➔ Mais tarde focalização por parafuso. A qualidade ótica dos microscópios não acompanhou o desenvolvimento mecânico. Em torno de 1750 recomendava-se ainda ao pesquisador sério o uso da lente simples como capaz de fornecer uma imagem superior à do microscópio composto. O grande problema eram as aberrações, principalmente o cromatismo. Além de só fornecer uma imagem central adequadamente focalizada, esta estava envolta por um halo colorido que inviabilizava o estudo de detalhes. Nos cem anos entre 1800 e 1900 o microscópio finalmente conheceu a maturação ótica correspondente ao seu desenvolvimento mecânico. Tanto Huygens como Newton dedicaram-se ao cálculo e correção do cromatismo. Um erro de Newton, no entanto levou-o a propor que a correção era impossível. Em 1747 Euler expôs este engano, e desenvolveu a teoria da correção cromática. Foi apenas em 1830 que Amici¹ e J.J.Lister avançaram na obtenção de objetivas acromáticas, principalmente através da formulação, por este último, da teoria dos pontos conjugados aplanáticos. A introdução adicional, por Amici, da lente de imersão de água consolidou o substancial progresso das lentes acromáticas dos meados do século. ¹. Suponho que seja Giovanni Battista Amici. Coube a Ernest Karl Abbe a contestação de que “aumentos cada vez maiores só dependeriam de perfeição na fabricação de lente''. Seus estudos mostraram que havia uma limitação básica para a resolução de um sistema ótico, relacionada ao diâmetro da lente e ao comprimento de onda da luz. A figura de Abbe domina todo o desenvolvimento das modernas lentes, sejam para microscopia ou para fotografia. Abbe também foi um dos primeiros cientistas contratados pela indústria, Carl Zeiss, contratado com o propósito deliberado de melhorar seus produtos com pequisa básica e aplicada. Os trabalhos de Abbe resultaram na concepção de lentes apocromáticas em 1887. Estas lentes oferecem padrões de qualidade ótica até então inexistentes, principalmente depois que Abbe, seguindo a sugestão de J.W.Stephenson, projetou a primeira lente de grande aumento de imersão de óleo, ou homogênea. As lentes apocromáticas baseiam-se na disponibilidade de uma série de vidros ópticos de índice de refração e dispersão precisamente especificados. Essa demanda pôde ser preenchida através do desenvolvimento de uma série de vidros ao boro pela firma Schott/Jena. Essa junção de esforços da indústria, ciência e tecnologia é ainda hoje uma realização que merece estudo e admiração. A qualidade final atingia assim o seu patamar mais alto no início do século XX. Mas a excelente correção das lentes apocromáticas ainda se restringia a uma região central, limitando severamente o campo de visão utilizável. Boegehold desenvolveu a partir de 1938 as lentes plano-apocromáticas, cujo o grande campo de visão corrigido as tornam especialmente importantes para microfotografia. Mencionando ainda a introdução das camadas antirefletoras, para controle da luz difusa, vemos que em meados do século XX a microscopia fotônica atingiu praticamente a sua evolução final: fornece os aumentos máximos previstos pela teoria, e os futuros progressos deverão apenas trazer melhorias marginais de qualidade. Mas certamente não estão afastadas as possibilidades de ampliar o uso do microscópio através de novas técnicas. Na maioria das situações nas quais ocorre refração existe mais do que uma superfície refratora. Isto é verdade para uma lente de óculos, em que a luz passa do ar para dentro da lente(normalmente, vidro ou policarbonato) e, depois, da lente para o ar. Aqui se considera somente o caso especial de uma lente delgada, isto é, uma lente na qual a espessura seja menor quando comparada à distância do objeto, à distância da imagem ou a alguns dos dois raios de curvatura. Uma lente tem duas superfícies refratoras, de raios de curvatura R1 e R2 , respectivamente na ordem em que são encontradas pela luz incidente, e com sinais definidos pelas convenções adotadas para uma superfície refratora esférica: 1. Luz incidente de esquerda para direita. 2. Distâncias objeto positivas à esquerda do vértice V da lente; distâncias imagem positivas à direita de V; valores negativos correspondem a imagem ou objeto virtuais. 3. Raio de curvatura positivo quando C esta a direita de V ( superfície convexa), negativo para superfície côncava. 4. Distâncias verticais positivas acima do eixo. O material da lente tem índice de refração n2 , e só será considerada a situação em que os meios ambos os lados da lente são idênticos, com índice de refração n1 . As lentes formam imagem pela refração dos raios luminosos que atravessam suas duas superfícies. A equação que relaciona as distâncias objeto e imagem com a distância focal ( também conhecida como equação dos pontos conjugados), é dada por: 1 f =1 o + 1 i sendo o a distância objeto, I a distância imagem e f a distância focal da lente. As lentes podem ser convergentes ( ou positivas, f >0 ) ou divergentes (ou negativas, f <0 ) . Se o índicede refração ( n2 ) do material do quela a lente é feita for maior que o índice ( n1 ) no qual a lente esta imersa, então as lentes convergentes são mais espessas no centro do que nas bordas e o contrário ocorre nas lentes divergentes, como mostra a figura 1. A relação entre a altura da imagem B e do objeto A define o aumento linear transversal: m=−iovero=−B A E vale para todos os tipos de lentes delgadas e para todas as distâncias objetos. Procedimento Experimental • Fonte de luz • Lentes esféricas (positivas e negativas) • Anteparo (tela translúcido) • Condensador com diafragma em L • Suportes • Régua milimetrada e paquímetro Experimento 1: Determinação da distância focal de uma lente convergente Procedimento Experimental 1) Coloque o porta-placas com o diafragma em L de maneira que esta fique aproximadamente 11cm da fonte de luz, conforme a figura 2. 2) para a lente de distância focal =+100 (nominal), mova o suporte que contém a lente entre o diafragma e o anteparo até obter a distância do objeto o =120mm. 3) Mova o suporte com o anteparo até obter uma imagem nítida projetada no mesmo. Meça a distância entre a lente e o anteparo( distância imagem, I). 4) Meça com o paquímetro a altura da imagem. 5) Repita os itens 2 e 4 para as seguintes distâncias objeto: 130mm, 140mm, 150mm, 160mm, 170mm e 180mm. Determine os valores das respectivas distâncias imagem e, com o paquímetro, a altura das respectivas imagens. Tratamento de Dados: 1) Construa uma tabela com os valores medidos das distâncias objeto (o) e imagem (I), os valores calculados de 1/o e 1/i, além dos valores medidos da altura do objeto A, e da imagem B, bem como o valor do aumento linear transversal. 2) Construa um gráfico de 1/i em função de 1/o e obtenha a melhor reta que passa através destes pontos. O 1/O i 1/i A B A/B 1/O+1/i f 0.135 7.407407407 0.491 2.036659878 40 67 0.597014925 9.444067285 0.105886581 0.145 6.896551724 0.439 2.277904328 40 54 0.740740741 9.174456052 0.108998288 0.155 6.451612903 0.417 2.398081535 40 44 0.909090909 8.849694438 0.112998252 0.165 6.060606061 0.399 2.506265664 40 37 1.081081081 8.566871725 0.116728723 0.175 5.714285714 0.391 2.557544757 40 33 1.212121212 8.271830471 0.120892226 0.185 5.405405405 0.386 2.590673575 40 28 1.428571429 7.996078981 0.125061296 0.195 5.128205128 0.384 2.604166667 40 21 1.904761905 7.732371795 0.129326425 8.576481535 0.116597931 CONCLUSÃO 1) Que tipo de imagem você obteve com cada lente? A lente biconvexa dá um aumento real e invertido para o objeto depois do foco e um aumento virtual e normal para objetos antes do foco. 2) Para lente de distância focal f=+100mm, o que acontece com a imagem se o objeto estiver a menos de 10cm da lente? Se o objeto é colocado a uma distância menor que a distância focal, os raios emergem do feixe divergente lente, nunca se cruzam. A imagem obtida será virtual, direita e maior, ou seja, neste caso, funciona como uma lente de aumento. 3) Qual a relação entre o raio de curvatura de uma lente convergente biconvexa e sua distância focal? E para lente divergente bicôncava? Na lente biconvexa quanto maior a curvatura mais distante o foco. Na lente Bicôncava quanto maior a curvatura mais próximo o foco. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO Manual do laboratorio de física IX Experiencia 4 (2008/2); Universidade federal do Amazonas; Intituto de Ciências Exatas; Depatamento de Física. Walter A. Mannheimer; Microscopia dos Mateirais, Uma Introdução; edição da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise.
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