Buscar

Manifesto pelo fim do Racismo e do Genocídio da Juventude Negra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Manifesto pelo fim do Racismo e do Genocídio da Juventude Negra.
A imagem do jovem negro, torturado e mutilado, acorrentado pelo pescoço, nu, no poste no bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro, pelo grupo denominado de “justiceiros”, no último dia 02 de fevereiro de 2014, nos remeteu ao mais perverso crime que lesou a humanidade: a escravidão. Ao mesmo tempo, ela também é capaz de traduzir a perpetuação, a atualização do racismo, a naturalização da violência, da comercialização e da desumanização dos corpos negros. Diariamente, jovens negros são humilhados, agredidos, segregados de seus direitos enquanto seres humanos. No mais cruel ato racista, esses são assassinados por omissão ou ação praticada pelo Estado brasileiro atualizando as estatísticas assombrosas de que no Brasil morre um jovem negro a cada duas horas. A juventude negra vive um recrudescimento como podemos destacar em casos emblemáticos como o do menino Joel na Bahia, a repressão aos “rolezinhos”, tortura e morte no complexo de Pedrinha – MA, o assassinato de Gutenberg em Alagoas, as chacinas de Juramento no Rio de Janeiro e Campinas em São Paulo, o assassinato de Amarildo no Rio de Janeiro, a remoção das famílias negras nos territórios da Copa do Mundo e como tantos outros casos necessitam de uma reação do Estado brasileiro. Para além de reconhecer o seu racismo, o país precisa combatê-lo diariamente! 
Historicamente, os movimentos sociais organizados, especialmente o movimento negro, apresentam diversas pautas ao Estado brasileiro para garantir os direitos e a vida digna da população negra brasileira. Os casos de violação dos Direitos Humanos desta população retratam a insuficiência e ineficiência do Estado. É preciso ações concreta tais como: a aprovação do PL 4471/12 dos autos de resistência, a aprovação da Lei de Cotas no serviço público, combater a intolerância religiosa, garantir a titularização das terras quilombolas e indígenas, o acesso à justiça e amparo as famílias as vitimas de violência, o marco regulatório da mídia e principalmente, um novo modelo de segurança pública que permita a desmilitarização da polícia, o desencarceramento da juventude negra e a discussão de uma política sobre drogas antiproibicionista.
Repudiamos toda forma de violência contra a população negra e sua juventude, bem como o descaso e a invisibilidade com que são tratados. Reafirmamos nossa luta por um Brasil sem racismo em que nossos corpos negros não sejam mais submetidos às históricas violências físicas e simbólicas, como no inaceitável caso do jovem negro que teve sua dignidade ceifada por ditos “justiceiros” no Rio de Janeiro.

Outros materiais