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PRÁTICA DE ENSINO EM GESTÃO EDUCACIONAL - 082021 - Unidade III

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Prévia do material em texto

Prática de Ensino em 
Gestão Educacional
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites 
A Prática de Ensino e o Estágio na Gestão Educacional: 
o Coordenador Pedagógico e o Supervisor de Ensino
• Introdução
• A atuação do coordenador pedagógico
• O supervisor de ensino
• Considerações finais
 · Organizar informações e produzir saberes a partir da observação 
em campo de estágio, os quais possibilitem a crítica e as discussões 
na disciplina Prática de Ensino na Gestão Educacional, com foco na 
atuação do coordenador pedagógico e do supervisor de ensino.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Ademais, perceba que a Disciplina em ensino a distância pode ser realizada 
em qualquer lugar que você tenha acesso à Internet e em qualquer horário. 
Dessa forma, normalmente com a correria do dia a dia não nos organizamos 
e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará no 
não aprofundamento do material trabalhado, ou ainda, na perda dos prazos 
para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por 
exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado 
horário todos ou alguns dias e determinar como o “momento do estudo”.
No material de cada unidade há videoaulas e leituras indicadas, assim como 
sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados 
em fóruns de discussão, assim como realize as atividades de sistematização, 
essas que lhe ajudarão a verificar o quanto absorveu do conteúdo: são 
questões objetivas que lhe pedirão resoluções coerentes ao apresentado 
no material da respectiva Unidade para, então, prepará-lo(a) à realização 
das respectivas avaliações. Tratando-se de atividades avaliativas, se houver 
dúvidas sobre a correta resposta, volte a consultar as videoaulas e leituras 
indicadas para sanar tais incertezas.
ORIENTAÇÕES
A Prática de Ensino e o Estágio na
Gestão Educacional: o Coordenador
Pedagógico e o Supervisor de Ensino
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Contextualização
O trabalho do diretor na escola, atualmente chamado de gestor escolar, não é 
tarefa fácil e não pode ser solitária.
Dentre todos os profissionais envolvidos no processo educacional, dois se 
destacam no trabalho conjunto com esse gestor no desenvolvimento e na atuação 
em diferentes áreas da gestão, em especial a pedagógica. Você sabe quem são 
esses profissionais?
Conheça então o coordenador pedagógico e o supervisor escolar.
6
7
Introdução
O mundo atual vem consolidando mudanças sociais, culturais, políticas e 
econômicas. É compreensível, e até esperado, que essas transformações sejam vistas 
também no cenário educacional. Frente a essa reflexão, gestores, coordenadores e 
supervisores se deparam com problemas que precisam ser solucionados, colocando 
em questão valores enraizados.
Já vimos as diversas formas de atuação do gestor escolar. Contudo, além 
desse importante profissional, o processo de gestão inclui a participação ativa da 
coordenação pedagógica e do supervisor de ensino, com o objetivo de garantir a 
qualidade do ensino e aprendizagem no espaço escolar.
O coordenador pedagógico é o profissional que orienta o trabalho desenvolvido 
pelos professores no contexto educacional, assumindo uma liderança frente à 
formação continuada, na construção coletiva do Projeto Político Pedagógico – 
PPP –, e buscando articular os saberes com as práticas. A esse respeito, Garrido 
(2005, p.09) enfatiza: 
O trabalho do professor-coordenador é fundamentalmente um trabalho 
de formação continuada em serviço. Ao subsidiar e organizar a reflexão 
dos professores sobre as razões que justificam suas opções pedagógicas 
e sobre as dificuldades que encontram para desenvolver seu trabalho, o 
professor-coordenador está favorecendo a tomada de consciência dos 
professores sobre suas ações e o conhecimento sobre o contexto escolar 
em que atuam. 
No que tange a algumas características do coordenador pedagógico, Líbaneo 
(2004, p.215) elenca:
A coordenação é um aspecto da direção, significando a articulação e a 
convergência do esforço de cada integrante de um grupo visando a atingir 
os objetivos. Quem coordena tem a responsabilidade de integrar, reunir 
esforços, liderar, concatenar o trabalho de diversas pessoas.
O supervisor de ensino atua como um articulador nas escolas e redes 
escolares. Dessa forma, deve acompanhar, orientar e avaliar os processos 
escolares, bem como mediar as políticas públicas e as propostas pedagógicas 
em cada uma das escolas particulares e públicas. Esse profissional deve 
romper com a complexidade burocrática e técnica e apropriar-se de sua 
atuação política, levando em consideração a função social das escolas, 
viabilizando a qualidade no processo de ensino e aprendizagem. 
7
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Zieger (2009, p.9) salienta que:
Para que o espaço da supervisão se constitua, os supervisores necessitam 
desenvolver conhecimentos cada vez mais abrangentes, relativos aos 
fundamentos sócio-pedagógicos e políticos de sua prática, e, ao mesmo 
tempo, conhecimentos específicos, relativos às competências próprias 
da função. Os conhecimentos necessários à supervisão associam-se às 
suas condições de perceber, de modo crítico e fundamentado, as múltiplas 
alternativas e possibilidades que se representam no horizonte de suas 
funções, sempre com atenção às práticas cotidianas da escola e às relações 
orientadas por princípios de dignidade, qualificação e respeito humano.
As discussões já propiciadas na disciplina prepararam, portanto, a abordagem 
sobre a atuação do coordenador pedagógico e do supervisor de ensino e como 
esses profissionais têm desempenhado os seus papéis na prática educacional, 
considerando as constantes modificações no mundo atual globalizado.
A atuação do Coordenador Pedagógico
A literatura aponta que a principal atuação do coordenador pedagógico é a 
de impulsionar os diversos saberes dos profissionais envolvidos em direção à 
concretização de práticas pedagógicas enriquecidas.
A Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, prevê que o profissional que assume esse compromisso 
deve ser formado em nível superior por meio do curso de Pedagogia ou de Pós-
graduação na área:
Art. 64 – A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a 
educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou 
em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, 
nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL, 1996).
Observamos, assim, que há uma discrepância entre a teoria e a prática do 
coordenador pedagógico, ou seja, no campo teórico, houve grandes avanços e 
passamos do simples ato de fiscalizar para o de articular uma práxis pedagógica. 
A tarefa de concretização do trabalho é complexa. Como consequência, o cargo 
de coordenador pedagógico precisa ter criatividade, organização, muito estudo, ser 
leitor e ouvinte, estar sempre aberto aos novos conhecimentos e inovações e ter 
uma boa relação interpessoal no cotidiano do universo escolar. 
A formação para tal função não pode se resumir a títulos acumulados; o profissional 
precisa ter um olhar reflexivo e crítico sobre a prática pedagógica. Assim, partindo 
desse princípio, o curso de Pedagogia precisa ter uma preocupação diferenciada 
89
para a formação desse profissional, investindo na formação, por se tratar de uma 
função complexa e essencial no campo educativo, que não pode ser limitada 
somente p elo aprender do que é visto na prática. Nesse sentido, é preciso que, 
desde a formação, os futuros profissionais desenvolvam capacidades e habilidades 
múltiplas de acordo com a educação atual. Fora isso, a formação continuada é 
importante e necessária pela necessidade de renovação do aprendizado, de se 
transformar constantemente – desejos presentes na própria natureza do saber 
humano, que sempre está em busca de novos conhecimentos.
A realidade muda, o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e 
ampliado, sempre dessa forma um programa de educação continuada se 
faz necessário para atualizar nossos conhecimentos, principalmente para 
as mudanças que ocorre em nossa prática, bem como para atribuirmos 
direção esperada a essa mudança. (CHRISTOV, 2003, p. 9)
Está implícito na legislação que a atuação do coordenador pedagógico está 
relacionada ao processo pedagógico-educacional; todavia, esse profissional acaba 
também gerenciando conflitos e indisciplinas, atividades administrativas que, 
certamente, comprometem as questões pedagógicas.
Caímos, mais uma vez, nas armadilhas da indefinição, não só dessa 
função, mas fundamentalmente no modo de exercê-la, pois se for por um 
lado, nega-se a dizer como fazer, por outro, corre-se o risco de ser uma 
orientadora que apresenta uma ação neutra, descomprometida, vazia de 
significado. (PIERINI E SADALA, 2008, p.84).
Nesse contexto, é preciso estar atento para que o desvio da função do coordenador 
pedagógico não o desqualifique a ponto de afastá-lo da sua real identidade no 
ambiente escolar. 
Nessa linha, Pires ressalta que:
A função primeira do coordenador pedagógico é planejar e acompanhar a 
execução de todo o processo didático-pedagógico da instituição, tarefa de 
importância primordial e de inegável responsabilidade e que encerra todas 
as possibilidades como também os limites da atuação desse profissional. 
Quanto mais esse profissional se voltar para as ações que justificam e 
configuram a sua especificidade, maior também será o seu espaço de 
atuação. Em contrapartida, o distanciamento dessas atribuições, seja por 
qual motivo for, irá aumentar a discordância e desconhecimento quanto às 
suas funções e ao seu papel na instituição escolar. (PIRES, 2004, p. 182)
Para Libâneo (2004), o coordenador pedagógico é o profissional que atua 
diretamente com os professores, viabilizando todo o trabalho docente, atribuindo 
assistência didática, para, assim, certamente construir situações didáticas capazes 
de transformar a prática existente conforme as necessidades de seus alunos. O autor 
também elenca algumas atribuições que são responsabilidade desse profissional:
9
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da 
escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula, visando a 
níveis satisfatórios de qualidade cognitivas e operativas do processo de 
ensino e aprendizagem;
Supervisionar a elaboração de diagnósticos e projetos para a elaboração 
do projeto pedagógico-curricular da escola; Propor para discussão, junto 
ao corpo docente, projeto pedagógico-curricular da unidade escolar;
Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo 
incluindo a assistência direta aos professores na elaboração dos planos de 
ensino, escolha de livros didáticos, práticas de avaliação da aprendizagem;
Prestar assistência pedagógico-didática direta aos professores, acompanhar 
e supervisionar suas atividades tais como: desenvolvimento dos planos 
de ensino, adequação de conteúdos, desenvolvimento de competências 
metodológicas, práticas avaliativas, gestão de classe, orientação da 
aprendizagem, diagnósticos de dificuldades, etc;
Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com professores visando 
promover inter-relação horizontal e vertical entre disciplinas, estimular 
a realização de projetos conjuntos entre os professores, diagnosticar 
problemas de ensino e aprendizagem e adotar medidas pedagógicas 
preventivas, adequar conteúdos, metodologias e práticas avaliativas.
Organizar as turmas de alunos, designar professores para as turmas, 
elaborar o horário escolar, planejar e coordenar o conselho de classe;
Propor e coordenar at iv idades de formação cont inuada e de 
desenvolvimento profissional dos professores;
Elaborar e executar programas e atividades com pais e comunidade, 
especialmente de cunho científico e cultural;
Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem (procedimentos, 
resultados, formas de superação de problemas, etc.);
Cuidar da avaliação processual do corpo docente;
Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do plano pedagógico- curricular 
e dos planos de ensino e outras formas de avaliação institucional 
(LIBÂNEO, 2004, p. 219- 221).
O autor entende, ainda, que o coordenador pedagógico também deve coordenar 
e estimular as ações coletivas dentro da unidade escolar. Essas ações devem estar 
atreladas ao trabalho pedagógico desenvolvido na unidade escolar; portanto, cabe 
ao profissional ser o articulador na elaboração do PPP.
Compete, portanto, ao Coordenador Pedagógico:
[...] em seu papel formador, oferecer condições ao professor para que 
aprofunde sua área específica e trabalhe bem com ela, ou seja, transforme 
seu conhecimento específico em ensino. Importa então destacar dois dos 
principais compromissos do CP: com uma formação que represente 
o projeto escolar [...] e com a promoção do desenvolvimento dos 
professores. Imbricados no papel formativo, estão os papéis de articulador 
e transformador. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2011, p. 230)
10
11
Ainda tratando desse assunto, para Franco (2008, p. 128):
Essa tarefa de coordenar o pedagógico não é uma tarefa fácil. É 
muito complexa porque envolve clareza de posicionamentos políticos, 
pedagógicos, pessoais e administrativos. Como toda ação pedagógica, 
esta é uma ação política, ética e comprometida, que somente pode 
frutificar em um ambiente coletivamente engajado com os pressupostos 
pedagógicos assumidos.
O coordenador pedagógico deve apoiar constantemente os alunos com 
dificuldades de aprendizagem, organizando atendimentos individuais e em horários 
diferenciados, a fim de prover meios para a melhoria do rendimento na área 
de maior fragilidade. Esse apoio pedagógico é primordial, pois essa parceria 
possibilitará segurança para os professores e a certeza de que não estão sozinhos 
nessa caminhada incessante rumo à aprendizagem.
Outra atribuição do coordenador pedagógico é a de estabelecer o estreitamento 
de relações da escola com os pais, a partir de projetos de integração. 
De acordo com Orsolon (2003), algumas atitudes do coordenador pedagógico 
são essenciais e capazes de provocar mudanças no contexto escolar. São elas:
 · Proporcionar um trabalho pedagógico de coordenação em junção com a 
gestão escolar, de forma participativa e democrática, tendo em mente que 
a integração é o caminho para a transformação;
 · Promover o trabalho pedagógico coletivamente, pois o caminho para a 
mudança só acontece se todos se unirem em prol de um objetivo; 
 · Articular a competência docente, levando em consideração os diversos 
saberes, vivências e o modo de atuação dos estudantes. Criando assim 
condições para intervir com excelência; 
 · Pleitear a sincronicidade do professor, criando situações que levem a 
torná-lo reflexivo, capaz de criticar a dimensão cultural, econômica e 
política de sua atuação;
 · Investir no processo de formação continuada do professor, de maneira 
reflexiva, transformando-a sob o norte do PPP da escola; 
 · Fomentar práticas inovadoras, apresentandoaos professores novas possibilidades 
nas práticas curriculares, conduzindo-as para o ensinar e aprender;
 · Assegurar parceria com o aluno, incluindo-o no processo de construção 
do trabalho pedagógico, a fim de proporcionar oportunidades para que 
os alunos participem com sugestões e críticas;
 · Estabelecer oportunidades para o professor compartilhar suas vivências 
em relação ao cotidiano escolar; 
 · Compreender as necessidades e os anseios de todos os envolvidos na 
dinâmica escolar. O coordenador precisa estar em sintonia com o âmbito 
social, cultural e educacional da escola, propiciando a tomada de decisões;
 · Proporcionar situações para que provoque a reflexão rumo à 
transformação educacional.
11
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Essas atitudes mencionadas acima estão atreladas ao trabalho coletivo, ao 
processo de formação continuada, rumo ao exercício de democracia que possa 
transformar a gestão escolar em participativa e democrática. 
O coordenador pedagógico tem o desafio de construir um novo perfil profissional 
e traçar seu espaço de atuação, mas antes precisa resgatar sua identidade e solidificar 
um trabalho que vai muito além da dimensão pedagógica. Nessa perspectiva, Fonseca 
(2001) considera que, para resgatar uma ação mais efetiva, o papel do coordenador 
pedagógico deve ser pautado na ressignificação de sua atuação. Precisa ser um 
agente na transformação da realidade, resgatar a coletividade e a esperança em 
busca de um objetivo comum, gerar trabalho em equipe, superar a fragmentação das 
práticas educativas, proporcionar a racionalização em termos de recursos, superar 
as práticas autoritárias e, por fim, aumentar a satisfação profissional.
Franco (2008, p. 120) destaca que:
Para trabalhar com a dinâmica dos processos de coordenação pedagógica 
na escola, um profissional precisa ter, antes de tudo, a convicção de 
qualquer situação educativa é complexa, permeada por conflitos de valores 
e perspectivas, carregando um forte componente axiológico e ético, o que 
demanda um trabalho integrado, integrador, com clareza de objetivos e 
propósitos e com um espaço construído de autonomia profissional. 
Diante do exposto, compreendemos que é da competência do coordenador 
pedagógico:
 · Proporcionar um ensino de qualidade;
 · Conduzir ações, tomando como ponto de partida o processo de formação 
continuada dos professores;
 · Buscar soluções para os problemas que lhe são apresentados;
 · Sincronicidade com os docentes: a partir da sincronicidade, haverá 
mudanças significativas no âmbito escolar, capazes de sanar as principais 
dificuldades e anseios vividos no cotiando.
De fato, o coordenador pedagógico não possui respostas prontas para todas 
as situações problemáticas, pois são grandes os desafios do cotidiano escolar; 
porém, direciona da maneira mais viável possível para o desenvolvimento de 
uma prática emancipadora, tendo como recorrência: 
O conhecimento e a experiência pedagógica dos professores; 
O princípio da “construção coletiva”, sem mascarar as diferenças e tensões 
existentes entre todos aqueles que convivem na instituição, considerando 
que as situações vividas nela se inscrevem num tempo de longa duração 
bem como as histórias de vida de cada professor; 
Uma metodologia de trabalho que possibilite aos professores e aos 
coordenadores atuarem como protagonistas, sujeitos ativos no processo 
de identificação, análise e reflexão dos problemas existentes na 
instituição e na elaboração de propostas para sua superação. (LIMA; 
SANTOS, 2007, p. 87).
12
13
O Supervisor de Ensino
No Brasil, a função de supervisão de ensino já se fez presente em 1549 no 
Plano Geral dos Jesuítas, conforme evidencia Saviani (2010):
A função supervisora é destacada das demais funções educativas e 
representada na mente como uma tarefa específica para a qual, em 
consequência, é destinado um agente, também específico, distinto 
do reitor e dos professores, denominado prefeito de estudos. Esse 
destaque da função supervisora com a explicitação da ideia de supervisão 
educacional é indício da organicidade do plano pedagógico dos Jesuítas, 
o que permite falar, ainda que de forma aproximada, que se tratava de um 
sistema educacional propriamente dito. (SAVIANI, 2010, p. 56)
Inicialmente, o papel do supervisor de ensino era o de inspecionar. Na 
contemporaneidade, é um profissional da Educação, cuja função designa nos órgãos 
do sistema de ensino. A sua atuação é regulamentada nas políticas educacionais, 
nas secretarias da Educação e diretorias de ensino. 
Alonso (2004) considera que o supervisor pedagógico perpassa o técnico-
pedagógico, tornando-o político, importando-se com a ação-reflexão que suscita 
resultados imediatos. Diante disso, o supervisor deve superar essa visão técnica e 
adquirir uma vasta visão.
Há variação na nomenclatura dos órgãos que compõem o sistema educacional. 
Ainda segundo a autora, a denominação supervisão de ensino adquiriu significados 
específicos nos diversos sistemas de ensino.
No estado de São Paulo, a expressão esteve sempre atrelada ao cargo 
de “supervisor”, alocado nas delegacias de ensino (Lei complementar 
número 836, de dezembro de 1997). Nos demais estados, não existe o 
cargo, mas a função. (ALONSO, 2004, p. 89)
 A supervisão de ensino educacional deve se conduzir para o seu papel social, 
para refletir coletivamente a partir do contexto de cada escola, em busca de soluções 
que transformem a escola em um local de democracia e participação.
Na atual conjuntura, o grande desafio dos supervisores de ensino se refere à 
ampliação do diálogo e a promoção de discussões acerca das situações-problemas, 
para que coletivamente encontrem respostas. Nessa linha, Silva Jr. (1986, p. 17) 
salienta que:
[...] a esperança que permanece é a de que a emergência de teorias 
educacionais críticas não-reprodutivistas venha a favorecer a elaboração 
de concepções e propostas de supervisão escolar que signifiquem a 
transformação da prática existente e o seu direcionamento bem como 
o direcionamento dos sistemas em que se inserem, aos anseios e às 
necessidades da classe dominada.
13
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Medina (2005) elaborou um quadro no qual elenca de maneira coerente as 
mudanças essenciais para que a atuação da supervisão de ensino se torne mais 
alinhada às novas demandas educacionais.
Quadro 1
Tradicional Renovada
Ter como objetivo a harmonia do grupo. Explicitar as contradições, trabalhando o conflito com 
o objetivo de estabelecer relações de trabalho no grupo 
da escola.
Buscar a igualdade num processo de mascaramento 
da realidade.
Trabalhar as diferenças.
Trabalhar, tendo como base seu próprio desejo. Trabalhar, buscando criar demandas.
Ter a mesma leitura para todas as escolas. Fazer a leitura da escola considerando sua singularidade.
Produzir modelos de conhecimento. Criar formas próprias de conhecimento.
Enfatizar procedimentos linearizados. Enfatizar a produção do professor no interior da escola, num 
movimento de ensinar e aprender.
Ser um facilitador. Ser um problematizador.
Ter o conhecimento como um dado absoluto. Ter o conhecimento como dado relativo.
Ver na proposta pedagógica mais uma forma de modismo. Ver na proposta pedagógica a possibilidade de reconstrução 
da escola.
Ter comportamento de neutralidade. Ter comportamento expresso com clareza.
Trabalhar tendo em vista um tipo ideal de homem. Trabalhar tendo em vista o sentido da vida humana.
Fonte: (MEDINA, 2005, p. 27)
Espera-se, portanto, que a ação supervisora priorize os saberes pedagógicos, a 
participação, a autonomia, tendo como resultado desse processo uma educação 
transformadora ede qualidade com equidade.
14
15
Considerações fi nais
Esta unidade buscou apresentar aspectos conceituais relacionados à atuação da 
coordenação pedagógica e da supervisão de ensino.
Vimos que o coordenador pedagógico é o profissional que atua diretamente com 
os professores, viabilizando todo o trabalho docente, atribuindo assistência didática 
para, assim, certamente construir situações pedagógicas capazes de transformar 
a prática existente conforme as necessidades de seus alunos, preparando os 
professores para a atuação em uma democracia na qual devem coexistir pessoas 
com opiniões diferentes.
Vimos ainda que o supervisor de ensino é o profissional da educação cuja função 
designa nos órgãos do sistema de ensino. O seu papel é buscar soluções para 
transformar a escola em um lócus de democracia e participação.
 O coordenador pedagógico e o supervisor de ensino devem atuar em conjunto 
com o diretor/gestor da escola na constituição do que se denomina Trio Gestor.
Consideramos, portanto, que esses profissionais devem garantir um ambiente 
democrático, de modo a provocar inquietações naqueles que se empenham na 
dinâmica educacional. Todavia, é necessário que esses profissionais estejam 
atentos aos desafios da sociedade contemporânea, visando a um caminho rumo 
à transformação.
15
UNIDADE A prática de ensino e o estágio na Gestão Educacional: 
o coordenador pedagógico e o supervisor de ensino
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
ALVAREZ, Luciana. Os 4 principais desafios do coordenador pedagógico. 
Revista Educação, n. 216.
Disponível em: http://goo.gl/Xa2zgj. Acesso em mar.2016
SERPA, Dagmar. Coordenador pedagógico: o que fazer e o que não fazer. 
Revista Nova Escola, jun. 2011
Disponível em: http://goo.gl/7ITQKc Acesso em mar.2016
ALMEIDA, Fernando José. Conheça a trindade pedagógica: diretor, coordenador 
pedagógico e supervisor de ensino. Revista Nova Escola, n. 229, jan./fev. 2010.
Disponível em: http://goo.gl/K8Vi3y Acesso em mar.2016.
ROCHA, Erimar Pereira. O perfil do supervisor de ensino na atualidade. 2013.
Disponível em: http://goo.gl/rYifuD Acesso em mar.2016
16
17
Referências
ALONSO, Myrtes. A supervisão e o desenvolvimento profissional do professor. In: 
SILVA JR., C. A. S.; ARENA, D. B.; LEITE, Y. U. F. (org.). Pedagogia cidadã e 
gestão do trabalho na escola. São Paulo: UNESP, pró-reitoria de graduação, 2004.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional: Lei 9394/96, 
apresentação Carlos Roberto Jamil Cury. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. Educação continuada: função essencial 
do coordenador pedagógico. In: GUIMARÃES, Ana Archangelo et al. (org.). 
O coordenador pedagógico e a educação continuada. 6. ed. São Paulo: 
Loyola, 2003. p. 9-12.
FONSECA, J. P. Projeto pedagógico: processo e produto na construção coletiva 
do sucesso escolar. Jornal da APASE, Secretaria de Educação, São Paulo, ASE 
SP, ano II, n. 3. 2001.
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Coordenação pedagógica: uma práxis em busca 
da sua identidade. Revista Múltiplas Leituras, v. 1, n. 1, p. 137-131, jan. 2008. 
GARRIDO, E. Espaço de formação continuada para professor coordenador. In: 
BRUNO, E. B. G.; ALMEIDA, L. R.; CHRISTOV, L. H. D. S. (org.). O coordenador 
pedagógico e a formação docente. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
LIBÂNEO, José C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. 
Revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2004.
LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico 
na educação básica: desafios e perspectivas. Educere et educare: Revista de 
Educação, v. 2, n. 4, p. 77-90, jul./dez. 2007.
MEDINA, Antônia da Silva. Supervisão Escolar: da ação exercida à ação 
repensada. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.
PIERINI, A. S.; SADALLA, A. M. F. A. Laços se formam a partir de nós – Coletivos 
que reconfiguram o trabalho da orientadora pedagógica na escola pública. In: 
PLACCO, V. M. N. S.; ALMEIDA, L. R. (org.). O coordenador pedagógico e os 
desafios da educação. São Paulo: Loyola, 2008. p. 75-90.
PIRES, Ennia Débora Passos Braga, A prática do coordenador pedagógico-
limites e perspectivas. Dissertação, (Mestrado em Educação) – Faculdade de 
Educação, Universidade Estadual de Campinas, 2004.
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. SOUZA, 
Vera Lucia Trevisan de (coord.). O Coordenador Pedagógico e a formação de 
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