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Alfabetização e Letramento

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WEB AULA 1
Unidade 1 – Alfabetização e Letramento: Contribuições Teóricas
A PALAVRA MÁGICA
Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.
(Carlos Drummond de Andrade)
lá! Estamos aqui para aprender um pouco mais a respeito da Alfabetização e Letramento. Tenho plena convicção de que vocês estão se dedicando ao máximo para aperfeiçoarem teórica e metodologicamente esses dois processos.
Você deve estar curioso para saber sobre as temáticas que trataremos nestes encontros sobre Ensino e Alfabetização, não é mesmo? Imagino que já tenha pensado muitas vezes sobre o papel da linguagem escrita: “Não é papel da escola ensinar a ler e a escrever?” Pelo menos é isso que os pais, em especial aqueles das crianças um pouco maiores da Educação Infantil, vivem cobrando! Eles dizem que não vão trazer as crianças só para ficar brincando na escola. Bem, é natural essa sua ansiedade, principalmente diante da reivindicação dos pais. E essa exigência deles não é à toa, não é mesmo? Na verdade, eles estão preocupados com que seus filhos apropriem esse conhecimento que tem um valor tão grande na nossa cultura! Algumas vezes eles próprios não dominam essa linguagem e sentem, “na pele”, como isso lhes torna a vida mais difícil. São tantos os momentos em que saber ler e escrever é importante!
Pois bem, com certeza somos capazes de compreender essa cobrança dos pais, mas “cada coisa no seu tempo e no seu lugar”, não é assim que diz a sabedoria popular? Então vamos nestes encontros buscar compreender melhor qual é o tempo e o lugar da linguagem escrita na Educação Infantil. Esperamos que, a partir das nossas discussões, você consiga se sentir seguro para, enquanto profissional dessa área, conversar com os pais sobre a forma como você está atendendo às reivindicações deles, por meio de um trabalho consciente, fundamentado em estudos e pesquisas, que leva em conta as necessidades e os interesses das crianças. Então, vamos em frente? Antes de caminharmos em nossa leitura, gostaria de propor alguns questionamentos.
Com certeza, a partir dessa atividade, você se deu conta de uma série de momentos em que precisa utilizar a linguagem escrita. E, muitas vezes, você faz isso de forma tão automática que nem percebe como a escrita faz parte de sua vida. Mas, mesmo que não tenhamos consciência clara sobre isso, sempre temos um “para quê” ao ler ou escrever, ou melhor, temos um objetivo, que nos leva a fazer uso da linguagem escrita nas nossas práticas sociais. A linguagem escrita exerce diferentes funções sociais, como:
Se perguntássemos a diferentes pessoas teríamos diferentes respostas para essas perguntas. Especialmente acerca do que significa ser alfabetizado. O termo “alfabetização” é muito mais familiar que o termo “letramento”. Apesar de ambos relacionarem-se constituem processos distintos e complementares. Iremos concentrar nosso estudo no processo de alfabetização. Quando pensamos em alfabetização, temos que pressupor que vivemos numa sociedade grafocêntrica, isto é, uma sociedade centrada na cultura escrita. Partindo disso, ser alfabetizado, além de ser uma necessidade individual do sujeito, é, também, condição indispensável de cidadania. Historicamente, a alfabetização enquanto processo pedagógico constituiu demandas específicas. Hoje, ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, tem se mostrado como condição insuficiente às demandas contemporâneas. O sujeito precisa ir além do codificar e decodificar o sistema de escrita. É preciso que ele faça o uso da leitura e da escrita no cotidiano e aproprie-se da função social que reveste essas duas práticas. Dizemos, então, que é preciso letrar-se.
Vamos entender uma parte do processo de inserção do sujeito nessa sociedade grafocêntrica: o processo de alfabetização. De um modo muito amplo, podemos dizer que alfabetização é a ação de ensinar/aprender a ler e escrever. Envolve, pois, habilidades muito específicas. Muitos autores colocam que a alfabetização envolve a tecnologia da escrita. Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar "alfabeto". Causa estranheza o uso do termo "alfabeto", na expressão "tornar alfabeto", não é mesmo? É que dispomos da palavra analfabeto, mas não temos o contrário dela: temos a palavra negativa, mas não temos a palavra positiva. Vamos analisar a etimologia do termo “alfabetização”:
Do ponto de vista linguístico, ler e escrever é aprender a codificar e decodificar o código alfabético. Em outras palavras mais simples: alfabetizar é a apropriar-se do código escrito. Essa apropriação indica que para aprender a ler e escrever a criança precisa relacionar sons com letras, para codificar ou para decodificar. Concretamente, na sala de aula, alfabetizar significa, didaticamente, ensinar o aluno a ler e escrever para apropriar e compreender o código alfabético. Assim, convido-os a ler algumas contribuições teóricas acerca da alfabetização. É importante destacar que ler e escrever são processos autônomos, porém complementares. Ler constitui um conjunto de habilidades e comportamentos que envolvem a decodificação de sílabas, palavras, textos e livros. Além disso, esse processo de alfabetização envolve muitos outros conhecimentos inter-relacionados, entre os quais podemos destacar como alguns exemplos: imagem corporal, aspectos neurológicos, autoestima e afetividade. Podemos afirmar que envolve também aprender a segurar num lápis, aprender que se escreve de cima para baixo e da esquerda para direita (linearidade ocidental da escrita), conhecimento dos aspectos topológicos das letras. Em outras palavras, envolve uma série de aspectos técnicos como “[...] parte específica do processo de aprender a ler e a escrever” (SOARES, 2004, p. 15-7).
“Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade (FREIRE, 2001, p. 34)”.
“Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita (SOARES, 1998, p. 22)”.
"Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu. Um novo método não resolve os problemas. É preciso reanalisar as práticas de introdução da língua escrita, tratando de ver os pressupostos subjacentes a elas, e até que ponto funcionam como filtros de transformação seletiva e deformante de qualquer proposta inovadora. Os testes de prontidão também não são neutros. (...) É suficiente apontar que a 'prontidão' que tais testes dizem avaliar é uma noção tão pouco científica como a 'inteligência' que outros pretendem medir (FERREIRO, 1999, p. 87)”.
Contudo, alfabetizar não é só o domínio do código escrito. O professor Artur Morais (2004) nos indica que a apropriação do código não é simplesmente codificar e decodificar, já que a criança precisacompreender como funciona o código, ou seja, o sistema de escrita alfabético. Nesse processo, a criança ativamente “decifra” o “segredo do código”.  Com isso, queremos ressaltar que alfabetizar não é um processo passivo de apenas apropriar-se, mas, ao contrário, existe toda a construção de hipóteses que o sujeito elaboraacerca da compreensão do sistema de escrita. Para descobrir esse “segredo” a criança desvenda dois desafios básicos: a análise fonológica e a análise estrutural das palavras.
Vamos agora concentrar nossa atenção no conceito de letramento. Para Magda Soares, letramento é:
O resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. O estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais (SOARES, 1998, p. 39).
Podemos pensar o letramento como o uso efetivo da leitura e da escrita no nosso cotidiano. É, portanto, participar ativamente das práticas sociais de leitura e escrita, colaborando com a construção de um projeto de sociedade democrática. Diante dessa colocação, o desafio contemporâneo para a escola é “alfabetizar letrando”. Alfabetizar, na perspectiva do letramento, ou “alfabetizar-letrando” é instrumentalizar e proporcionar às crianças os alunos com o código alfabético para que estejam aptos ao seu uso.
Mas, o que devemos fazer: alfabetizar ou letrar? Importante saber é que os processos de alfabetização e letramento são complementares e indissociáveis. Embora sejam complementares,cada um possui sua especificidade. Assim, esclarece a professora Magda Soares:
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita (SOARES, 2004, p. 14).
Para saber mais: Poema Letramento Kate M. Chong endereço: YOUTUBE.
1. <https://www.youtube.com/watch?v=K8RHXK0eTQQ>.
2. <https://www.youtube.com/watch?v=0ub-GbVRZAo>.
Aprendemos que a alfabetização é a aquisição da tecnologia da escrita, ou seja, é o domínio da leitura e da escrita e da compreensão do sistema de escrita. Mas... o que caracteriza o letramento em relação à alfabetização? Pode alguém ser letrado sem ser alfabetizado? Que tal um exemplo para ilustrar essa questão: a pessoa que não sabe ler pode saber fazer uma leitura do nome do ônibus que tem que tomar, do nome do hospital onde tem consulta ou dos nomes dos produtos que vai comprar no mercado. Pensemos ainda naquele sujeito que, apesar de não saber escrever uma mensagem, sabe assinar seu nome ou copiar o nome de um remédio que tenha que usar. Ou alguém que procura outra pessoa que leia ou escreva para ele o que lhe interessa.
A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na Língua Portuguesa, tanto que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez. Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística” de 1986. Na verdade, a palavra letramento é uma tradução para o Português da palavra inglesa literacy; os dicionários definem assim essa palavra:
Traduzindo a definição acima, literacy é “a condição de ser letrado” - dando à palavra “letrado" sentido diferente daquele que vem tendo em português. Em inglês, o sentido de literate é:educated; especiallyabletoreadandwrite (educado; especificamente, que tem a habilidade de ler e escrever). Literate é, pois, o adjetivo que caracteriza a pessoa que domina a leitura e a escrita, eliteracy designa o estado ou condição daquele que é literate, daquele que não só sabe ler e escrever, mas também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita. Há, assim, uma diferença entre saber ler e escrever, portanto, ser alfabetizado, e viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever, isto é, ser letrado.
Assim, letramento é o resultado da ação de "letrar-se", "tornar-se letrado".  Letramento, no contexto escolar, é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. O estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Esse estado ou condição torna a pessoa diferente, pois ela adquire um outro estado, uma outra condição. Isso indica que o sujeito letrado passa a ter uma outra condição social e cultural, transformando o seu modo de viver na sociedade, sua inserção na cultura, sua relação com os outros, com o contexto e com os bens culturais.
Na perspectiva de Magda Soares, o que mais especifica o letramento na escola é a imersão das crianças na cultura escrita a partir da participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos de gêneros de material escrito (SOARES, 2004, p. 13). Para Leda Verdiani Tfouni, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade (TFOUNI, 1995, p. 20). Outros autores, como Emília Ferreiro, por exemplo, não usam os dois termos. Para ela, os conceitos de alfabetização e letramento significam a mesma coisa, ou seja, um conceito está inserido no outro. O processo de letramento ou cultura letrada não acontece de modo espontâneo, exige mediação da professora e/ou da família, proporcionando aos alunos, de forma constante e significativa, a interação com as práticas sociais de leitura e escrita, isto é, com a cultura escrita em especial a literatura Infantil.
Alfabetização e o seu conceito:
envolve o caráter de elaboração da criança sobre si mesma: a criança é um sujeito ativo e constrói hipóteses sobre a linguagem oral e escrita.
constitui uma forma de compreender o mundo que a cerca;
é uma sintonia com este mundo, o que constituirá fundamentos para aquisições futuras dos Anos Iniciais;
alfabetização e letramento são processos que não se iniciam somente na instituição escolar;
é a integração com o meio e a percepção do que rodeia a criança;
significação: busca de sentido e relação com palavras, enunciados, textos;
o aprendizado da língua materna é uma ação anterior à entrada da criança na escola;
a sistematização de sua comunicação usando da modalidade escrita e leitura do pensamento do outro por meio de símbolos ideográficos.
Acerca do Letramento
A ação de aprender e ensinar o código alfabético (as relações entre letras e sons) deve ser anterior ao contato com o material escrito. Esse contato pode e deve ser proporcionado na Educação Infantil: folheando, manuseando, olhando ilustrações, um conhecimento e reconhecimento que se faz pelos sentidos, pela afetividade e pelo aspecto cognitivo.
Na Educação Infantil, a transição da oralidade para a escrita deve pressupor:
o contato coletivo;
a habilidade de leitura, posteriormente, será individual;
o processo de discussão e descoberta;
reconhecer letras e palavras, trocar informações com os colegas;
ganhar confiança para entrar no mundo da escrita.
os conhecimentos que as crianças possuem quando entram para a escola dependem de vários fatores.
Você recorda de como era a sua sala de aula? Como era a organização das mesas, dos materiais, dos livros... da mesa da professora? Com certeza, você deve ter muitas lembranças. Por essa razão, nossa discussão nesta aula será sobre o ambiente alfabetizador. Algumas imagens podem nos motivar para este estudo. Convido a voltar no tempo e pensar como uma criança: em qual destas salas você gostaria de estudar?
Você já ouviu falar que na escola é preciso criar um ambiente alfabetizador? Pois é. O seu planejamento, do ponto de vista metodológico, consiste em criar um ambiente no qual as crianças em fase de alfabetização pudessem usar a língua escrita, mesmo antes de dominar “a primeiras letras”. A organização do ambiente alfabetizador proporcionaà criança o contato com a língua, sua utilização nas práticas sociais. Esse contato oportuniza significação e função à alfabetização e favorece a exploração, por parte da criança, do funcionamento da língua escrita.
Se pudéssemos resumir em algumas palavras, o ambiente alfabetizador é aquele que favorece o contato com a língua escrita e os seus usos sociais. Portanto, ele cria um contexto de cultura escrita com o objetivo de disponibilizar a familiarização com a escrita e a interação com diferentes tipos, gêneros, portadores e suportes textuais.
Para ver e rever...
<https://www.youtube.com/watch?v=vSTLf2EEIqw&feature=related>.
O ambiente onde se dá a prática educativa de alfabetização e letramento interfere favoravelmente ou não nos resultados desses processos. Assim sendo, do ponto de vista pedagógico, a sala de aula não pode ser concebida somente como um lugar destinado a abrigar alunos e professores durante o trabalho de alfabetização e letramento. Ela é, antes de tudo, um meio educativo, isto é, há a intencionalidade do trabalho pedagógico alfabetizador. Diante dessa colocação, esse ambiente deve ser construído, planejado, organizado a partir das necessidades dos sujeitos que o ocupam a partir da participação conjunta dos alunos e do professor.
Porém, não podemos confundir ambiente alfabetizador com salas e paredes repletas de informações, alfabetos e trabalhos realizados pelas crianças. Esse ambiente é muito mais do que isso, pois contempla comportamentos, atitudes, usos e reflexão sobre a língua nas suas mais variadas manifestações. As paredes da sala de aula servem como murais para exposições das atividades desenvolvidas pelos alunos e também de cartazes elaborados pelos professores. Nas salas de alfabetização, expor o alfabeto é fundamental.
Todas as situações de comunicação nas quais há a necessidade do uso da escrita compõem a criação desse ambiente. Entre os exemplos, podemos destacar: leitura e interpretação da regra de um jogo, escrita de uma carta ou bilhete, de um convite ou de uma receita. Essas são tarefas que tradicionalmente as crianças e os professores realizam fora da sala de aula, mas que podem ser partilhadas com as crianças em atividades de exploração dos diferentes usos da escrita e da leitura. Entre as estratégias para o planejamento e a organização de ambientes alfabetizadores está a proposta de criação dos cantos temáticos como espaços preparados com materiais livros, revistas, maquetes etc. com a finalidade de proporcionar momentos de pesquisa, investigação e descobertas. Mudar a posição das carteiras é uma forma de adequar a sala de acordo com o tema da aula e proporcionar um aproveitamento melhor. Se você vai contar uma história ou fazer um debate, a melhor posição é fazer um círculo, pois os alunos poderão participar e dar opiniões, permitindo que todos se vejam. Enfim, a criança aprende a ler lendo, a escrever escrevendo num ambiente alfabetizador “vivo” que permita ler o mundo com sentido, função, sentimento, criação, tendo uma professora que ensina de verdade, compreende a indissociabilidade e a especificidade da alfabetização e do letramento e conduz o processo com atividades didáticas que promovem de fato a aprendizagem.
1. A QUESTÃO DOS MÉTODOS NOS PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Ao nos referirmos aos processos de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, é imprescindível estudar as questões metodológicas pelas quais os educadores organizam o seu trabalho pedagógico. Essa discussão é necessária, pois muito se fala que a alfabetização e o letramento dependem do emprego de bons métodos de ensino. A questão metodológica na organização desses processos é fundamental, mas é preciso ressignificar o próprio conceito de método no contexto específico da aprendizagem da leitura e da escrita. O conceito de método será aprofundado em nossa teleaula.
Gostaria de apresentar para você um breve resumo dos métodos de alfabetização que foram utilizados na história da alfabetização no Brasil. Os teóricos classificam os métodos de ensino em dois grandes grupos, baseados nos princípios psicológicos neles envolvidos: os sintéticos e os analíticos. Outros admitem ainda um terceiro grupo, o dos analíticos-sintéticos ou mistos, resultantes da combinação dosdois processos.
Métodos sintéticos
Os métodos sintéticos subdividem-se em:
a) alfabético: o aluno aprende as letras isoladamente, liga as consoantes às vogais, formando sílabas; reúne as sílabas para formar as palavras e chega ao todo (texto);
b) fonético ou fônico: o aluno parte do som da letras, une o som da consoante ao som da vogal, pronunciando a sílaba formada;
c) silábico: o aluno parte das sílabas para formar palavras.
Métodos Analíticos
Os métodos analíticos subdividem-se em:
a) palavração: este método parte da palavra. Existe aqui a preocupação de que vocábulos apresentados tenham sequência tal, que englobam todos os sons da língua e as dificuldades sejam sistematizadas gradativamente. Depois da aquisição de determinado número de palavras, formam-se as frases;
b) sentenciação: esse método parte da frase para depois dividi-la em palavras, de onde são extraídas os elementos mais simples: as sílabas;
c) conto, estória (global): esse método é composto de várias unidades de leitura que apresentam começo, meio e fim. Em cada unidade, as frases estão ligadas pelo sentido para formar um enredo, havendo uma preocupação quanto ao conteúdo que deverá ser do interesse da criança.
Métodos Mistos ou Ecléticos
O método eclético seria o analítico-sintético, ou sintético-analítico. Tem como característica as atividades simultâneas de análise e síntese, compor e decompor (ou vice-versa) no âmbito de uma lição, a partir da qual os alunos são levados a analisar, comparar e sintetizar, simultaneamente, até se familiarizarem com os elementos da linguagem e dominar o mecanismo da leitura.63
Quando pensamos num ambiente alfabetizador, imaginamos, para a criança, um ambiente alegre, repleto de letreiros, embalagens, jornais, revistas, livros para que ela tenha acesso ao mundo da escrita. É inegável que a criança brinca, independente do apoio ou a promoção do adulto. Além disso, a criança não precisa de nenhum incentivo para iniciar uma brincadeira. O educador no planejamento e construção do ambiente alfabetizador pode criar ambientes lúdicos com materiais escritos significativos ao universo infantil para que as crianças vivenciem o letramento de maneira intencional.
Vale a pena ver...
A importância de brincar com nossos filhos.
<https://www.youtube.com/watch?v=CUQNK0_0zD8>.
Brincar no processo de alfabetização e letramento integra as atividades e deve fazer parte do trabalho pedagógico. Para a criança, ela está apenas brincando, mas o educador, profissional teoricamente sofisticado, esse brincar é dotado de muitos significados e promove o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. De acordo, com Piaget, os jogos fazem parte do ato de educar, num compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade; educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. Antes disso é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo (WAJSKOP, 1995, p. 63).
Vale a pena relembrar: brincadeiras de criança:
<https://www.youtube.com/watch?v=QoIIToKC1v4>.
Várias são as formas de brincar e, em todas elas, existe o processo de criatividade e construção. O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e brincando. Por meio de jogos e brincadeiras, a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldades de aprendizagem.
A criança frente a situações lúdicas desenvolve o funcionamento do pensar e alcança níveis de desempenho que só por meio da estimulação e do brincar são atingidos. É essencial que a criança brinque. Brincando, cantando, se expressando, contando, brincando com as histórias ou simplesmente ouvindo-as, ela estará se desenvolvendo como um ser integral. Brincar em sala de aula proporciona momentos ricosem interação e aprendizagem, auxiliando tanto os professores como as crianças no processo de ensino e aprendizagem. Por meio do brincar há criação, imaginação, antecipação e inquietação. Assim, ela transforma, levanta hipóteses e traça estratégias para a busca de soluções.
Entendemos que utilizar uma proposta que privilegie o brincar (brincadeiras, jogos, histórias, dramatização e manifestações artísticas) atraia, motive e, acima de tudo, convoque a criança a participar. Esta participação espontânea faz com que ela se torne uma “pesquisadora” consciente do objeto de ensino, objeto que nós professores colocamos ao seu alcance. Desta forma, gerenciamos o aprendizado à medida que escolhemos o que colocamos à disposição desta pesquisa, o conteúdo que julgamos ser importante e estar no momento adequado para a criança aprender. Consideramos que o brincar deva ocupar um espaço central na educação das crianças e, entendemos que o professor é figura fundamental para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo material e partilhando das brincadeiras.
Se, para criança, a escrita é uma atividade complexa, o jogo, ao contrário, é um comportamento ativo cuja estrutura ajuda na apropriação motora necessária para a escrita. Ao lado das atividades de integração da criança à escola, deve-se promover a leitura e a escrita juntamente, utilizando-se para isto a dramatização, conversas, recreação, desenho, música, histórias lidas e contadas, gravuras, contos e versos. O jogo, se convenientemente planejado, é um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento sistemático. Três aspectos, por si só, justificam a incorporação do jogo nas aulas: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.
Os jogos fornecem um suporte metodológico importante pois, por meio deles, os alunos podem criar, pesquisar, brincar e aprender. Quando a criança brinca, ela o faz de modo bastante compenetrado, nesse momento, ela não está preocupada com a aquisição do conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física, mas, é nesse momento que ocorre a aprendizagem. Conforme Silveira Barone (1998, p. 2):
[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro é o incremento da motivação. [...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência.
Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na prática. Podemos nos perguntar: como? O bom uso de jogos em aula requer que tenhamos uma noção clara do que queremos explorar ali e de como fazê-lo. Questões práticas quanto à implantação dos jogos e quanto à regularidade com que o jogamos também precisam ser discutidas para que possamos tirar pleno proveito do jogo como recurso pedagógico e instrumento de trabalho. Os enfoques são variados em relação ao jogo, mas todos concordam em que o jogo é um fenômeno da mente, sendo visto como uma atividade que pode ser expressiva ou geradora de habilidades cognitivas gerais e específicas. A competitividade na hora do jogo também tem uma finalidade didática específica, trabalham ainda o saber perder e o querer ganhar:
Saber perder, porque não se ganha sempre e é preciso fazer a aprendizagem da perda e do luto que a envolve, o reconhecimento da superioridade dos lances do ganhador, de que não sou o dono da verdade o tempo todo e que paradoxalmente, até perdendo, aprendo tanto jogando que mesmo perdendo o jogo ainda posso sair ganhando.
Querer ganhar, porque neste mundo competitivo em que vivemos é preciso aprender com as perdas ou fracassos. Que lições posso tirar daí? O que meu adversário fez que lhe valeu a vitória? O que deveria ter feito para ter tido performance melhor? Aprender a ganhar eticamente!
A partir da construção e da vivência em ambientes lúdicos com materiais escritos, a criança poderá ter a oportunidade de apresentar um comportamento de letramento. A grande contribuição da construção desse ambiente é a possibilidade de proporcionar o contato com a leitura e a escrita de maneira contextualizada, divertida e, acima de tudo, com possibilidade de transformação.
2. O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO EM RELAÇÃO À LEITURA E ESCRITA
É fundamental planejar na Educação Infantil. Planejar permite tornar consciente a intencionalidade que preside a intervenção; permite prever as condições mais adequadas para alcançar os objetivos propostos; e permite dispor de critérios para regular todo o processo. Se admitirmos que as finalidades da educação – favorecer o desenvolvimento da criança em todas as suas capacidades – alcançam-se mediante o trabalho que se realiza em torno dos conteúdos que fazem parte do currículo, é inegável que a análise e a tomada de decisões sobre o planejamento constituem um elemento indispensável para assegurar a coerência entre o que se pretende e o que se sucede na sala de aula. Planejar é refletir sobre o que se pretende, reflexão como se faz e como se avalia. Trata-se de uma reflexão que permita fundamentar as decisões que são tomadas e observadas pela coerência e pela continuidade.
Deixo abaixo uma contribuição a você: uma sugestão de uma rotina possível para crianças de 5 anos de idade na Educação Infantil. Trata-se de uma sugestão. É necessário adaptá-las ao seu contexto regional e institucional, tendo em vista as crianças concretas da sua escola.
Que busquemos planejar cuidadosamente nossos momentos de escrita e de leitura. Fica então o convite de ensinar a ler e a escrever com inteligência!
Abraço afetuoso da Profa. Kel!
WEB AULA 1
Unidade 2 – Alfabetização e Letramento: Contribuições da Neurociência Sobre o Pensamento e a Linguagem
A leitura é uma aventura que nos fascina e convida a um mundo de possibilidades. A leitura sempre deve ser vista como um processo meio para realizar projetos que nos ultrapassa. Há na leitura um poder: o de aproximar pessoas, experimentar o ingresso em mundos diferentes e envolver-se em acontecimentos importantes. Do ponto de vista do cérebro humano, a leitura não demanda comandos específicos. Em palavras mais claras, a leitura e a escrita, assim como fala e escrita, não solicitam qualquer capacidade especial ou um desenvolvimento específico do cérebro humano.
Ler não é apenas decodificar um código e escrever não é apenas codificar a oralidade (fala). Ao contrário, o ato da leitura e da escrita é, do ponto de vista do cérebro humano, atividades significativas que em nada corresponde a uma atividade mecânica e passiva. Ler e escrever são atos repletos de sentidos. De acordo com Smith (2003, p. 17, grifos do autor), a leitura é uma “[...] atividade construtiva e criativa, tendo quatro características distintivas e fundamentais – é objetiva, seletiva, antecipatória, e baseada na compreensão, temas sobre os quais o leitor deve, claramente, exercer o controle”.
Figura ilustrativa 1 – Características distintivas da leitura e escrita.
Fonte: Smith (2003).
A leitura e a escrita são atos pelos quais o cérebro humano atribui uma finalidade. Assim, esses atos são objetivos porque sempre representa uma intencionalidade do leitor/escritor, sem a qual poderiam se constituir em um ato inútil. É seletiva, pois direcionamos nossos atos para aquilo que desperta o nosso interesse, ou seja, para aquilo que desperta a nossa atenção. Por isso é que vemos/lemos/escrevemos aquilo que afetivamente desperta o nosso interesse. É tambémantecipatória, pois ao ler/escrever sempre temos um objetivo a ser alcançado, ou seja, define nossos objetivos e expectativas. Assim, concordamos com Smith que a compreensão “[...] é a base, não a consequência da leitura”. O nosso cérebro enfrenta inúmeras dificuldades na compreensão da linguagem oral e escrita. Diante das inúmeras possibilidades, muitas vezes ambíguas,o cérebro pode ficar confuso na compreensão. Isso significa dizer que compreender é a consequência do processamento da informação no cérebro para lidar com as múltiplas possibilidades que a linguagem representa. Por isso, compreender a leitura ou a escrita não é em si um resultado, mas uma forma pela qual o cérebro tenta ordenar, organizar e dar sentido à linguagem nas suas diferentes modalidades.
Figura ilustrativa 2 – Dica de estudo para ampliação do estudo acerca da modalidade da linguagem oral e escrita.
https://www.youtube.com/watch?v=4dh5wWJHhBQ
SEÇÃO 1 DE APRENDIZAGEM – AS RELAÇÕES ENTRE PENSAMENTO E LINGUAGEM
O pensamento humano não é expresso de forma simples pelas palavras. Mas, ao contrário, é por meio das palavras que o pensamento se concretiza e passa a existir. Utilizando uma metáfora, as palavras constituem a vestimenta do pensamento. Porém, como já estudamos no início dessa unidade, as palavras expressam corretamente o que o ser humano está querendo dar sentido. Por isso, afirmamos que as relações entre pensamento e linguagem possuem duas fontes pelas quais se constituem: uma fonte genética situada na própria estrutura no cérebro humano; e outra fonte social que sempre resulta de mediações sociais e culturais. O pensamento é como uma linguagem silenciosa situada no cérebro humano. Essa linguagem silenciosa, chamada por Vygotsky (1987), é expressa pelo pensamento discursivo (união entre o pensamento e a palavra). Como afirma o mesmo autor, o ato do pensamento não se expressa na palavra em si, mas é por meio da palavra que se realiza o próprio pensamento. Observe que na visão desse autor há uma relação íntima e dialética entre pensamento e linguagem como um processo contínuo.
[...] a leitura não pode ser separada do pensamento. A leitura é uma atividade carregada de pensamentos. Não existe diferença entre ler e qualquer outro tipo de pensamento, exceto que, com a leitura, o pensamento focaliza-se em um texto escrito. A leitura pode ser definida como um pensamento que é estimulado e dirigido pela linguagem (SMITH, 2003, p. 37).
O pensamento não pode ser concebido em nosso olhar como uma especialização ou um conjunto específico de processos especializados, ou seja, o pensamento não é uma capacidade distinta. Assim, “[...] o pensamento é a operação normal da teoria de mundo à medida que o cérebro realiza sua própria tarefa de criar e testar, seletivamente, possíveis mundos, mesmo quando padrões de comportamento estabelecidos tornam-se fixados em hábitos [...] (SMITH, 2003, p. 37)”. Isso quer dizer que o pensamento não é estático e passivo, mas sim criativo e construtivo. Muitas vezes, temos uma apropriação incorreta ao afirmar que as palavras são o resultado do pensamento: primeiro pensamos e depois expressamos o pensamento por meio das palavras. Muito ao contrário, o pensamento não é simplesmente expresso em palavras, mas sim é por meio dessas palavras é que se constitui o ato do pensamento. Assim, as palavras:
São construções dialéticas entre pensamento e a própria palavra em si;
E os seus sentidos não são sempre constantes e imutáveis;
Modificam-se no processo do seu desenvolvimento.
Por isso, é correto afirmar que, se a palavra se modifica à medida que as aprendemos e desenvolvemos os sentidos autênticos, modifica-se, em consequência, a sua relação com o pensamento.
No cérebro humano há íntima relação entre a função superior chamada memória.  Além disso, há áreas especializadas responsáveis por essa linguagem silenciosa que resultam de processos eletro-bioquímicos das redes neuronais que se entrelaçam por meio dos prolongamentos dos axônios. Os axônios conectam-se entre si por meio das sinapses. São milhões de conexões que se especializam na produção dessas funções superiores: memória, linguagem e pensamento. Isso quer dizer que a especialização do cérebro humano para produzir linguagem e pensamento é em parte herdada geneticamente pelo ser humano.
Aproximadamente após os 6 anos de idade é que  as relações entre pensamento e linguagem refinam-se e são expressados por meio de um discurso coerente. Esse discurso coerente é refinado pela capacidade de abstração. É nesse momento que a união entre linguagem interior (linguagem para si) e linguagem exterior (linguagem para os outros) se constitui como planos da palavra. Em palavras mais claras, o aspecto sonoro (fala) e aspecto semântico (significado) constituem uma unidade autêntica, cada qual com leis próprias de desenvolvimento.
Isso nos leva a concluir que:
A linguagem não serve como expressão de um pensamento pronto;
Os planos da palavra (sonoro e semântico) representam a transição do plano interior para o exterior (fala) e do plano exterior para interior (construção de sentido);
A palavra conscientizada é a transformação do pensamento em palavra;
A linguagem interior não antecede a linguagem exterior, nem mesmo a linguagem exterior antecede a linguagem interior.
O que denominamos por pensamento discursivo é a plena união entre o ato do pensamento e da linguagem que possui uma raiz genética e outra sociocultural. Há uma predisposição genética que nos foi transmitida para aprender qualquer língua. A linguagem depende do processamento de informações que dependem do reconhecimento do cérebro, além da sua íntima relação com o sistema límbico que empresta à linguagem uma função emotiva ponderada pela parte frontal que confere à linguagem a ponderação racional, ágil e motivada segundo o contexto cultural no qual o sujeito se insere.
Figura ilustrativa 3 – Dica para ampliação do estudo acerca da funcionamento do cérebro humano.
Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=sk0rPAGoJcs&list=PLAE8C34C8A0130128
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=jN-aNKfnMBA
Parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=u9Kjn-XHqM4
É importante considerar que a língua é um elemento importante na constituição da linguagem e se expressa por meio do ato da fala. A língua influi diretamente no processamento da informação no cérebro humano. Por essa razão é que afirmamos que o pensamento é linguagem e produto cultural de um grupo social que emprega os usos sociais dessa língua nas suas relações. A língua praticada por um grupo de falantes influencia, consequentemente, as maneiras pelas quais o cérebro humano armazena uma informação antiga e internaliza uma nova. A língua pode ser usada como um instrumento do pensamento, bem como um instrumento de comunicação, interação e produção de discursos, ou seja, entre os sujeitos da linguagem. Os usos e as práticas sociais que envolvem o uso da linguagem dependem intimamente das formas pelas quais a linguagem foi aprendida/desenvolvida pelo sujeito.
Smith (2003) aponta três condições para o pensamento. A ilustração abaixo indica cada uma delas.
Figura ilustrativa 4 – Condições do pensamento.
Fonte: Smith (2003).
O conhecimento prévio refere-se ao fato de que a linguagem e o pensamento sempre têm um tema, ou seja, o sujeito traz informações prévias que possibilitam a linguagem e o pensamento. A disposição refere-se às propensões do sujeito. A autoridade é o engajamento do sujeito em ato de pensamentos de natureza significativa.
SEÇÃO 2 DE APRENDIZAGEM – O PROCESSAMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA
O que acontece no cérebro humano quando lemos? A essa questão iremos agora analisar o que ocorre por trás do cérebro. A primeira consideração é a de que os olhos somente observam e que o cérebro é que determina aquilo que vemos e como o vemos. Isso implica afirmar que “[...] as decisões perceptivas do cérebro estão baseadas apenas em parte na informação colhida pelos olhos, imensamente aumentadas pelo conhecimento que o cérebro já possui (SMITH, 2003, p. 84)”. Segundo Smith (2003, p. 88), “[...] o fato de os olhos estarem abertos não é indicação de que a informação visual do mundo a nossa volta está sendo recebida e interpretada pelo cérebro”.
Assim, na fisiologia visual há três grandes considerações importantes para serem consideradas no processamento da leitura. São elas:
Figura Ilustrativa 5 –Condições do funcionamento olhos-cérebro para processamento da leitura.
Fonte: Smith (2003).
Como você já sabe de tudo o que estudamos aqui, a leitura e a escrita constituem aspectos importantes para a construção da personalidade do sujeito, já que constituem atos especificamente humanos. Aprender a falar e a escrever constituem passos importantes na vida social e cultural do sujeito. A linguagem na sua inter-relação com o pensamento modifica os comportamentos do sujeito com o mundo, bem como também o mundo em relação ao sujeito.
Toda criança neurotípica pode aprender a ler/escrever sem nenhuma dificuldade. As dificuldades em aprender a ler/escrever ocorrem pois pode ocorrer que a forma pela qual se ensina algo não se assemelha com formas preponderantes pelas quais o sujeito aprende.
Interessante notar a questão tão discutida atualmente sobre o momento mais adequado sobre a idade ideal para alfabetizar e letrar. O que verificamos do ponto de vista da Neurociência é a de que a idade psicológica não corresponde à idade cronológica. Além disso, não há nenhum estudo recente que indica que haja prejuízos ao desenvolvimento e aprendizagem da criança à aprendizagem da leitura e escrita ao final da idade pré-escolar. O que é indicado é que são necessárias neoformações básicas, tais como: a imaginação, a capacidade de reflexão, capacidade de atenção sustentada.
Ao organizar a leitura, o cérebro humano aciona diversas áreas e mecanismos cerebrais (nível psicofisiológico) formados a partir da própria atividade da leitura e da escrita.
Conforme explicita Menegassi (1995), os aspectos neuropsicológicos envolvidos no ato da leitura e escrita são:
O ouvido fonemático;
Análises e sínteses cinestésicos-táteis;
Organização sequencial motora;
Regulação e o controle da atividade voluntária;
Análise e síntese espacial;
Retenção audioverbal;
Retenção visualverbal.
Todos esses aspectos situam-se nas áreas secundárias e terciárias do córtex cerebral e não em uma única área especializada.
A leitura se dá a partir da coordenação de informações visual e não visual. Segundo Smith (2003), a informação visual é uma parte do processo de leitura, mas não é a única. É preciso também a informação não-visual, que constitui o conhecimento sobre o assunto, ou seja, aquilo que discutimos sobre o conhecimento prévio. Por exemplo, o conhecimento sobre como ler é uma informação não visual que faz parte da leitura. Desse exemplo, podemos perceber as razões de algumas crianças sentirem muitas dificuldades em ler e escrever, ou seja, possuem poucas informações não-visuais que tornam esses atos muito complexos. Em outras palavras, a leitura é o pensamento que está direcionado sobre uma informação visual impressa. Por isso, podemos dizer que é quase impossível ler sem pensar. Isso somente é possível quando se lê algum texto no qual não há nenhum sentido.
SEÇÃO 3 DE APRENDIZAGEM – IDENTIFICAÇÃO DE LETRAS E PALAVRAS NO CÉREBRO HUMANO
O aspecto relacionado às letras revela uma das discussões acerca do processo de alfabetização e letramento. Identificar letras ou palavras individuais é um dos aspectos envolvidos na leitura e na escrita. Porém, já de início expomos que a leitura fluente não se relaciona, do ponto de vista do cérebro humano, com a leitura isolada de letras e palavras. Além disso, é diferente conceitualmente e do ponto de vista do processamento da informação os processos cognitivos de identificar e reconhecer letras. Identificar letras significa decidir se esta ou aquela letra com o qual se confronta deve ser colocada em uma determinada categoria. Reconhecer envolve a ideia de que o objeto com o qual nos confrontamos já foi visto anteriormente, mesmo que ele não tenha sido identificado anteriormente.
Assim:
A letra é composta de duas categorizações: uma categorização gráfica (design ou desenho da letra) e a categorização funcional (função da letra no contexto da palavra). Representamos essa informação por meio de um esquema. Letra é sempre uma construção simbólica do cérebro. As letras e sua identificação envolvem a discriminação visual, bem como a categorização visual. Acompanhe comigo!
Nos planos da linguagem acima exposto sempre é bom destacar que há uma unidade autêntica entre o aspecto semântico (construção do sentido/significado) e o aspecto sonoro exterior (construção da consciência fonológica, por exemplo). O aspecto semântico é guiado por um processo de análise e o aspecto sonoro é construído pelo processo de síntese.
A conclusão específica a ser extraída (...) é a de que as letras são, na verdade, compostas de um número relativamente pequeno de características. As letras que são facilmente confundidas, como ae e,ou t e f, devem ter um número de características em comum, e aquelas que raramente são confundidas, como o e w ou d e y, devem ter poucas características, ou nenhuma em comum. A conclusão geral a ser extraída é a de que o sistema visual é realmente analítico de características. A identificação de letras é conseguida pelo exame do olho do ambiente visual para as informações sobre as características que eliminarão todas as alternativas, exceto uma, assim permitindo que uma identificação seja feita (SMITH, 2003, p. 141).
Identificar as letras é muito diferente de reconhecer as letras. Identificar é uma decisão do sujeito em determinar se um determinado objeto com o qual o cérebro se confronta deve ser colocado em uma categoria ou não. De acordo com isso, na identificação das letras não há necessidade de ter visto a letra anteriormente. Já o reconhecimento implica em já ter visto o objeto (letra) antes. Por isso, dizemos no nosso cotidiano que reconhecemos uma pessoa sem identificar o seu nome. Lembramos também que o cérebro humano constitui redes neuronais específicas para o processamento das letras.
Além da identificação e reconhecimento das letras, outro ponto necessário para nosso estudo é o processo de como o nosso cérebro reconhece as palavras. Primeiramente, podemos entender que as palavras e sua compreensão sempre se modificam conforme ocorre o desenvolvimento do cérebro. Além disso, isso nos leva a considerar que se a palavra modifica-se, modifica-se também o pensamento. Já assinalamos anteriormente que, segundo Vygotsky (1987, p. 409), “[...] o pensamento não se exprime na palavra, mas nela se realiza”. Disso decorrem alguns pontos necessários para nossa reflexão:
O significado/sentido da palavra sempre é algo mutável, ou seja, inconstante. Por essa razão é que Smith (2003, p. 190) afirma que “[...] o significado está além das palavras, não se pode dizer o que é significado em geral, não mais do que se pode dizer qual é o sentido particular de determinada palavra ou grupo de palavras [...]”.
A palavra sempre contém uma generalização, pois é uma tentativa de controlar o aspecto inconstante do seu significado. A causa disso está no fato de que o nosso cérebro não deixa de ficar perplexo diante das inúmeras possibilidades de entendimento da palavra. A sintaxe, a gramática, a ortografia são tentativas de “congelar” esses sentidos para que sejam acessados e compreendidos pelos sujeitos praticantes de um idioma. Em palavras mais simples: nós estabelecemos acordos, convenções para lidar com esses sentidos inconstantes que as palavras podem ter no contexto do pensamento e da linguagem.
A linguagem falada e escrita exerce uma função muito significativa no processo de leitura. Assim, há dois aspectos presentes na linguagem: a linguagem aparente e a linguagem profunda. A linguagem aparente é aquela observável diretamente, por exemplo, por meio da oralidade. A linguagem profunda é denominada como linguagem interior. A linguagem interior se dá no interior da criança, isto é, esta pensa e imagina a palavra em vez de (ou antes) de pronunciá-la. Outro aspecto importante é a de que as frases não são entendidas e compreendidas por palavras isoladas.
Um dos mecanismos que o cérebro humano dispõe para compreender é o da previsão. A previsão como forma de compreender palavras/frases constitui-secomo um processamento de informação direcionado a eliminar previamente alternativas que sejam improváveis no contexto no qual está a palavra e a frase.
O mecanismo da previsão não é aprendido e desenvolvido pelo sujeito de forma espontânea. Ao contrário, é algo que deve ser ensinado e trabalho no espaço institucional da escola. A previsão possibilita ao leitor, diante da incerteza que tem frente ao sentido de uma palavra/frase, que ele possa limitar o verdadeiro sentido a apenas alguns aspectos.
Pelo fato de que o cérebro humano realiza a leitura por meio de um mecanismo chamado de previsão, nos leva a considerar que a leitura não é somente um mero processo de decodificação. Pelo fato de que o cérebro humano fica sempre à frente das palavras, ler é um processo criativo, ativo de compreensão. Aquele que lê e escreve não prestam atenção direta e única da palavra como um processo mecânico de tradução como se suas mentes estivessem vazias, sem um objetivo anterior ou uma determinada expectativa. Muito ao contrário, a leitura e a escrita pressupõem conhecimento prévio, um objetivo e certa dose de expectativa. Portanto, dizemos que ler e escrever são atividades-meio que se direcionam à constituição de um projeto pessoal do leitor.
Ler e escrever sempre envolve as emoções do sujeito. Segundo Smith (2003, p. 49), “[...] a linguagem é compreendida mantendo-se à frente dos detalhes recebidos, com os quais o cérebro humano luta para relacionar-se”. Ou seja, o cérebro luta para evitar ambiguidades. Assim, do ponto de vista do cérebro humano, as palavras:
São organizadas;
São selecionadas;
Escolhidas e expressas em um veículo (oral ou escrito);
Dependentes da situação na qual ela é utilizada;
Dependentes do contexto no qual ela é utilizada.
A especialização da linguagem escrita e falada (oralidade) possui convenções (acordos) diferentes cada qual com suas regras específicas. Isso indica que não falamos da forma que escrevemos e nem escrevemos tal qual o modo pelo qual falamos. Com base em Smith (2003), a palavra, quando é pronunciada (oralidade), ela “morre”, pois está associada à memória de curto prazo. A palavra escrita, ao contrário, depende estritamente daquilo que podemos lembrar e daquilo que efetivamente lembramos, isto é, das estruturas da memória de longo prazo.
Como já afirmamos anteriormente, a linguagem falada ou escrita sempre depende de convenções, pois estas permitem a previsão. Sempre é importante lembrar que esses acordos/convenções são eminentemente sociais, ou seja, expressam um contrato ou uma identificação social que pertence ao grupo praticante de um idioma. Por isso, o aspecto cultural que sustenta a linguagem é muito importante. E é claro, isso já nos remete ao conceito já estruturado na unidade anterior sobre o processo de letramento que sempre se refere aos usos e prática sociais que envolvem a leitura e a escrita.
Ler é uma atividade-meio de interação entre o escritor e o leitor mediatizado pela cultura. Portanto, ler depende diretamente da informação visual e da informação não-visual que captamos do meio por meio dos nossos olhos. Os olhos são os dispositivos pelos quais observamos, mas é o cérebro humano que realiza a leitura que constitui uma atividade de processamento das informações captadas do meio. Ver é uma decisão perceptiva do cérebro humano. Podemos dizer que quanto maior for a informação visual sobre o que se lê, menor a necessidade de informação não visual. O contrário também é verdadeiro: quanto maior for a informação não visual, menor será a necessidade de informação visual. Tanto isso é verdade que nesta unidade de estudo conciliamos informações visuais (texto escrito, desenhos, gráficos) e não visuais (conceitos).
Além da identificação das letras e das palavras, o cérebro, no processamento das informações, também se dedica a identificar os sentidos. Os sentidos/significados do texto não são imediatamente atribuídos ao texto. Assim é que os sentidos são sempre mediados pelo texto. O significado nos auxilia na compreensão das palavras. Por isso, a dedicação constante que os professores realizam em sala de aula para que os alunos possam acessar os sentidos do texto (interpretação textual)! Compreender é um processo ativo do cérebro que se relaciona com aquilo que o leitor/escritor já sabem e àquilo que desejam saber. A construção dos sentidos é um processo primário, fundamental. As palavras escritas constituem um processo secundário à compreensão. Por exemplo: o fato de ficarmos repetindo para nós mesmos a palavra “casa” de forma contínua não garante a compreensão do significado dessa palavra. O mesmo acontece com palavras de outros idiomas. Se eu não sou um sujeito da linguagem do idioma em inglês, o fato de eu ficar repetindo a palavra “table” de forma contínua não garantirá que eu entenda o seu significado. Por isso é que Smith (2003) expõe que a palavra em si é uma estrutura de superfície e que o significado desta não pode ser captado por meio de uma rede de palavras.
A diferença, acerca da compreensão, é que os leitores trazem ao texto questões implícitas sobre o significado, em vez de sobre as letras ou palavras. O termo identificação do sentido também ajuda a enfatizar que a compreensão é um processo ativo. O significado não reside na estrutura da superfície. O significado que os leitores compreendem a partir do texto é sempre relativo àquilo que já sabem e àquilo que desejam saber. Colocado de outra maneira, a compreensão envolve a redução da incerteza do leitor, que faz perguntas e obtém respostas, um ponto de vista já empregado na discussão sobre a identificação de letras e palavras. Os leitores devem ter especificações sobre o significado (SMITH, 2003, p. 186).
Os fatores de compreensão da leitura são os aspectos compartilhados entre o leitor e o escritor, as informações que estes têm dos elementos linguísticos, dos esquemas mentais, da formação cultural e do contexto no qual se produz a fala e a escrita.
As estratégias de leitura constituem um fator importante para a leitura fluente. As estratégias de leitura envolvem processamento de informações no cérebro humano que o leitor utiliza para lidar com as informações visuais e não visuais. As estratégias de leitura são de natureza cognitiva e complexa de serem observadas e controladas.
Por isso é que dizemos que:
A leitura nunca é uma atividade abstrata, sem finalidade, embora seja frequentemente estudada deste modo por pesquisadores e teóricos e, infelizmente, ainda seja ensinada deste modo para muitos aprendizes. Os leitores sempre lêem algo, lêem com uma finalidade; a leitura e sua rememoração sempre envolve emoções, bem como conhecimento e experiência (SMITH, 2003, p. 198).
A aprendizagem e o desenvolvimento das estratégias de leitura e de escrita se aperfeiçoam no exercício dessas práticas. Tudo vem com o tempo e com a prática. A automatização dessas atividades no cérebro humano é refinada a partir da experiência.
Além das estratégias cognitivas que são de difícil observação e controle, há as estratégias metacognitivas, que são mais controladas e observáveis. Por isso, podem ser controladas pelo leitor e escritor. Segundo Goodman (2003), as estratégias metacognitivas são:
Predição: que é a estratégia pela qual o leitor antecipa-se ao próprio texto e vai construindo sua compreensão. É, de certa forma, uma competência de prever o que o texto tratará.
Correção: competência pela qual o sujeito leitor retrocede em sua interpretação. Ao prever o significado do texto por meio da previsão, a hipótese levantada pode não se verificar ou estar incorreta. Assim, o mecanismo que o leitor utiliza é a correção para “redirecionar” ao verdadeiro sentido do texto.
Seleção: competência pela qual o leitor seleciona (escolhe) diante das informações do texto as que sejam efetivamente relevantes para compreender o que o texto propõe e a sua finalidade.
Inferência: competência por meio da qual o leitor complementa as informações do texto que está lendo tendo como referência conhecimentos e suabagagem cultural.
Confirmação: competência pela qual o leitor verifica se as predições e as inferências realizadas sobre o texto se confirmam ou não diante dos objetivos e propósitos do texto.
SEÇÃO 4 DE APRENDIZAGEM – PARA NÃO CONCLUIR...
Querido aluno e aluna.
Até aqui, tentamos construir uma caminhada que se pretendeu ser lógica e pontual sobre o universo da leitura e da escrita. Meu maior desejo é que você não se contente ou se sinta e satisfeito com este texto tecido a partir da organização das ideias que se construíram a partir de minha visão. Meu desafio a você é que vá mais longe, pesquise mais. Supere essas páginas.
Lindo isso, não?
Para tal, coloco abaixo um conjunto de textos de aprofundamento que podem ser acessados por você. Vamos lá?

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