Buscar

Evolução do Turismo no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 02 – A evolução do Turismo no Brasil
A carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato que temos do fenômeno da hospitalidade no Brasil. É interessante observar como foi nesse curioso encontro entre índios e portugueses, que está a origem do “receber” brasileiro. Enquanto Caminha retrata que o Capitão recebeu os indígenas bem vestido - com colar de ouro no pescoço; os indígenas viam os portugueses como “mensageiros de tupã”. 
Já no momento da colonização desse “novo mundo”, surgiu a necessidade de explorar o interior. Assim surgiram as expedições bandeirantes.
Os Bandeirantes
Foram os caminhos abertos pelos bandeirantes, que culminaram no surgimento das primeiras ‘pousadas’ brasileiras. Como as estradas eram usadas para a locomoção das pessoas que levavam os minerais extraídos do interior para o litoral, fez-se necessário a criação de ‘ranchos’ nas beiras das estradas para abrigar os viajantes.  
É curioso observar que os ranchos eram precários, pois eram estabelecimentos improvisados e no início não se pagava pela hospedagem, mas o proprietário do rancho conseguia mantê-lo, por exemplo, vendendo o milho que servia de alimentação para os animais dos viajantes. Por muito tempo esse tipo de hospedagem existiu no Brasil, sendo depois cobrada a pernoite, mesmo com pagamento feito em mercadorias.
As primeiras Casas de Hospedagem
Já no século XVIII surgem as casas de hospedagem na cidade do Rio de Janeiro. Nesse período “começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro estalagens, ou casas de pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, embriões de futuros hotéis". São Paulo é também um local que merece destaque. Historiadores registram no início do século XVII o aparecimento do primeiro hotel oficial da cidade, chamado Marcos Lopes. Já no século XVIII Charles Burton fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas. Segue a classificação de Burton:
1ª categoria: Simples pouso de tropeiro.
2ª categoria: Telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens.
3ª categoria: Venda, correspondente a "pulperia" dos hispano-americanos, mistura de venda e hospedaria.
4ª categoria: Estalagens ou hospedarias.
5ª categoria: Hotéis.
Chegada da Corte Portuguesa
A chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, e a abertura dos portos também foram marcos do princípio do turismo na cidade. Com a chegada da corte, muitos estrangeiros passaram a transitar pelo local, criando a necessidade de meios de hospedagem mais preparados e com maior capacidade. Não podemos deixar de pensar que a chegada da corte, trouxe cerca de 10 mil novas pessoas à cidade – a família real, os nobres, os oficiais superiores, os altos funcionários, etc. Cabe ressaltar que o problema de alojar todas aquelas pessoas na cidade, foi um verdadeiro “choque de demanda”. Assim, o Príncipe Regente desapropriou algumas casas para abrigar o contingente inesperado.
Os Primeiros Hotéis
Antes da chegada da família real, a hospitalidade típica aos portugueses, fez com que a hotelaria demorasse a se consolidar como uma atividade, pois dar abrigo aos viajantes era dever e tradição do ‘bom cristão’. Também antes da chegada da família real, os tripulantes dos navios não-portugueses, não podiam dormir na cidade, eles tinham que deixar a terra após o pôr-do-sol e acabavam por pernoitar nas próprias embarcações.
A chegada da família real portuguesa, sem dúvida alterou significantemente a relação da cidade do Rio de Janeiro com seus visitantes. Antes não havia estrutura; depois a colônia começou a dar lugar a uma nação soberana, “cada vez maior era o número de estrangeiros que aqui desembarcavam, em missões diplomáticas, expedições científicas ou viagens de negócios”.
Assim, passou-se a se falar em Hotel (vem do francês hôtel), pois os estrangeiros os procuravam no Rio, sem sucesso. Foi devido a isso que as melhores casas de hospedagem adotaram o nome Hotel, pois lhes conferiam prestígio. Em 1817 a antiga Hospedaria do reino do Brasil, fez um anúncio na imprensa mudando o nome para Hotêl Royaume du Brésil.
Enquanto no Rio o “boom” do fluxo turístico se deu devido á chegada da família real portuguesa, em São Paulo, o fluxo foi se desenvolvendo no decorrer do século XIX. Um fato que colaborou muito foi a fundação da academia de Direito, em 1827, que atraiu muitos jovens intelectuais e interferiu na visa social da cidade.
História dos hotéis no Brasil
No século XIX, intensificaram-se as viagens em busca de cultura e recreação no Brasil. A evolução dos meios de transportes fez com que as viagens se tornassem mais acessíveis para a população como um todo. 
Em meados do século XIX a malha ferroviária teve início, com a inauguração da Estrada de Ferro Mauá, em 1854. A título de curiosidade vale destacar que D. Pedro II, em 1886, mandou construir na Bélgica o “Carro Imperial”, com vagões de alto luxo, o que gerava segurança e conforto em suas viagens. 
Nesse período já havia no Rio de Janeiro, cera de 200 estabelecimentos de hospedagem, dos quais uns 50 eram hotéis. Existem alguns registros sobre o assunto: 
Em 1870, o inglês Willlian Hadfield registrou, num livro que publicaria 7 anos depois, que faltava um hotel realmente bom à cidade do Rio de Janeiro. 
Em 1886, James Wells, em livro publicado na Inglaterra, afirmou que não existiam hotéis que preenchessem os requisitos para atender à primeira classe na cidade. Com a evolução dos meios de transportes, paulatinamente hotéis de melhores categorias surgiram em antigas mansões localizados em bairros mais afastados do centro, oferecendo maior requinte e conforto aos visitantes. Além dos bondes, havia serviços de transporte coletivo de tração animal que facilitavam o transporte. 
Aos poucos os hotéis foram incorporando “novidades” que alavancariam seus serviços para a época: Banheiros nos quartos, telefones (por volta de 1882), eletricidade, etc. Assim, aos poucos, os hotéis foram se adequando e também se posicionando como um local de entretenimento para os moradores mais ilustres e visitantes, oferecendo pequenos bailes, saraus, festas e os famosos bailes de carnaval. 
Em outras regiões brasileiras a estrutura hoteleira só começou a se consolidar na segunda metade do século XIX. Em 1870, Porto Alegre havia o Hotel Del Siglo; em Minas Gerais, os Hotéis Caxambu e Grand Hotel Pocinhos, na cidade de Caldas, que ainda estão em funcionamento até os dias atuais.
Os Primeiros Turistas
Já no início do século XX, a hotelaria brasileira estava mais estruturada, o que facilitou a vinda de visitantes estrangeiros. Em 1904 foi aprovada a lei de incentivos fiscais para a construção de novos hotéis no Rio de Janeiro, que, até então, era a capital do Brasil. Foi diante desse cenário que o turismo começou a ser uma atividade econômica de maior relevância no país.
Em 1907 chegou o primeiro grupo de turistas a bordo do vapor Byron, sendo destaque nos principais jornais do país. Nesse mesmo ano, instaurou-se o direito à férias remuneradas, o que fez com que a atividade ganhasse nova dimensão. Também nesse período tivemos grandes obras urbanísticas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
Com o fim da primeira grande guerra (1914-1918), havia disponibilidade de pilotos e aeronaves militares, o que acabou por fomentar a aviação na Europa. No Brasil, em 1920 já tínhamos a aviação comercial. A Varig é inaugurada em 1927. Várias empresas internacionais, dentre elas a Air France se instalariam no Brasil, a partir dos anos 1930.
Assim, o turismo começa a ganhar forças em várias capitais do Brasil – Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Goiânia, além de Rio de Janeiro e São Paulo. Os Hotéis- cassino foram, por alguns anos, um dos grandes atrativos no país. Todavia, com o decreto federal N. 9215, assinado pelo General Eurico Gaspar Dutra e a proibição do jogo de azar no Brasil, muitos  fecharam a cadeia produtiva do turismo sofreu grande impacto, causando estagnação no setor.
Associação Brasileira das Agências de Viagens
Diante desse cenário, surgiu a ABAV, em 1953. Cabe ressaltar que a ABIH,a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, outra importante associação do setor já havia sido criada em 1936. 
Essa mobilização acabou de fortalecer a atividade no país e o Governo Federal criou um órgão nacional responsável pela atividade em 1958 (Combratur – Comissão Brasileira de Turismo). Assim, novas perspectivas foram surgindo. Novos empreendimentos entram em cena e ratificam a importância da atividade para a economia brasileira.
Na década de 1960, alguns filmes estrangeiros continuam a utilizar a paisagem brasileira ou as cenas relacionadas ao carnaval como cenário para seus enredos.  Nesse período, os contrastes sociais brasileiros também começam a ser claramente sinalizados.
Empresa Brasileira de Turismo

Outros materiais