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Guia Politicamente Incorreto da Política Brasileira Rodrigo da Silva Resumo

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Guia Politicamente Incorreto da Política Brasileira - Rodrigo da Silva - 
Resumo 
 
Prefácio: Bial cita que esse livro não é incorreto, tudo que é citado no 
livro foi baseado em fatos. Bial cita várias estatísticas absurdas que o 
autor descreve, por exemplo, que no Brasil criamos 18 novas leis a cada 
24 horas. Ou que no Rio de Janeiro se gastam 700 milhões de reais com 
selos, o que é mais de 700 vezes mais gastos com a inteligência da 
polícia. Bial conclui que o livro lhe deixará indignado, mas que a 
indignação não é o suficiente. 
 
Introdução 
Para o autor, esse livro não é politizado, é só um fact-checking de 
grandes problemas na estrutura politica do Brasil. 
 
1 - Estado brasileiro não faz o menor sentido 
O autor começa citando que o Brasil é um dos países que mais gera leis 
inúteis do mundo. Ao catalogar todas as leias que foram criadas e 
editadas desde 1988 até o começo da década de 10, foi então publicado 
Pátria Amada, m dos maiores livros do mundo que chegava a pesas mais de 2 
toneladas. É o país com maior burocracia para se abrir uma empresa, 
custando o dobro do tempo do segundo colocado. Toda essa burocracia 
prejudica a produção, pois devido a ele, se tivéssemos o mesmo capital 
que por exemplo os EUA, produziriam absurdamente menos que eles. Essa 
mesma burocracia, ao mesmo tempo que pune os mais pobres que não podem 
arcar com o ônus das complicações vindouras, acabam criando uma estrutura 
de corrupção para lidar com esses problemas. No que se refere a ação dos 
nossos congressistas a situação também é péssima. Grande parte do 
trabalho que eles fazem hoje em dia (cerca de 75%) não tem ação efetiva 
na vida das pessoas. Todo esse tempo e verba é utilizado para homenagens 
e nomes de ruas. Parte dessas homenagens foram dadas a pessoas que não 
mereciam, como alguns presos em esquemas de corrupção politica como 
menção e petrolão. Algumas homenagens acabam virando moeda ou palanque 
politico, com nome de parentes de políticos ainda no poder. Claramente 
essas homenagens podem ser vistas pelo eleitor médio como uma benesse 
causada pelo seu descendente (um exemplo são as mais de 108 escolas no 
Maranhão que levam o nome de algum Sarney). O autor então propõe que para 
a diminuição dessa burocracia seja usado a análise de impacto 
regulatório, que analisa baseado em estudos pesados qual seria a benesse 
a população a se regular determinada questão e se esse peso seria maior 
que as questões negativas oriundas dessa lei. 
 
2 - Estadolândia 
Gastamos 36 bilhões de reais todos os anos para manter a burocracia 
associada aos congressistas. Estes gastos estão associados com coisas bem 
supérfluas como carros para o uso de congressistas. Tendo em vista que em 
países como a Suíça só existe um carro para todo o país, aqui os gastos 
parecem ser muito descuidados. O STF, por exemplo, tem 58 motoristas, 
número que seria nulo em alguns países escandinavos. Alguns gastos bem 
sem sentido são citados, como os associados a flores e bufetes no 
Gabinete Civil do RN que foi três vezes maior que os gastos associados a 
Polícia Civil. Em 2017 os brasileiros pagaram quase 3 trilhões de reais 
em impostos, isso é dinheiro suficiente para um sem fim de obras, mas boa 
parte desse dinheiro para em burocracias ou na ineficiência do estado. 
Parte desse dinheiro vai exclusivamente para o lixo, como nas 20 mil 
obras sem conclusão no Brasil. Elas juntas custam cerca de 1 trilhão de 
reais. Alguns funcionários públicos importantes admitem que a 
ineficiência do estado é clara para a conclusão de obras, como Janir 
Branco, que disse que o estado não tem a eficiência de uma empresa 
privada para lidar com questões ambientais. Exemplos na saúde são 
discorridos, e se conclui que cerca de cidades com piores indicadores de 
saneamento chegam a gastar cinco vezes mais com saúde, uma bola de neve 
sem controle. O economista Milton Friedman define as quatro formas que 
você pode gastar dinheiro: 
- Gastar seu dinheiro em beneficio próprio 
- Gastar o dinheiro dos outros em benefício próprio 
- Gastar o seu dinheiro em benefício dos outros 
- Gastar o dinheiro dos outros em benefício dos outros 
De todas essas 4 formas, a última, sem dúvida, é a menos viável, mas é a 
forma como o dinheiro dos impostos é gasta. Essa ineficiência na forma de 
usar o dinheiro acaba causando gastos absurdos como os 37% de 
ineficiência na atenção primeira a saúde e 71% nos secundários. Ou no 
aumento de 300% de gastos nos últimos anos com cada aluno de 5ª a 8ª 
série que não forneceu melhora alguma nas avaliações do PISA. Gastos com 
a educação são muito mal gerenciados principalmente por uma Lei 
totalmente politica (nada estudada) da obrigação do uso de 25% da verba 
pública para educação. Outro problema envolvendo politica e má gestão é a 
questão dos congestionamentos, que chega a dar um prejuízo de 111 
bilhões. Uma solução, para o autor, seria a introdução de estratégias 
customizadas para a licitação pública. Outro processo sugador de dinheiro 
dos contribuintes foi a criação de várias cidades. Baseado na 
constituição de 88 que dava mais poderes aos municípios e mais facilidade 
de criá-los, desde então surgiram cerca de 2 mil novos municípios, todos 
eles com um custo fixo de criação que por si só já gera muitos problemas 
ao governo. 82% dos municípios brasileiros não conseguem gerar 20% de sua 
receita, que grande parte serve apenas ao pagamento de servidores 
públicos. Essa conta fica para os contribuintes das cidades maiores. Para 
concluir o capítulo, ele cita que boa parte das empresas estatais criam 
um peso gigantesco para a carga tributária brasileira. Boa parte dessas 
estatais acabam servindo de cabide de emprego. Um exemplo é a TV Brasil 
que custa mais de meio bilhão por ano e chega a ter 40 vezes menos 
audiência que a Globo quando ela apresenta as faixazinhas de manutenção 
na madrugada. 
 
3 - O Reino dos Camarotes 
O governo ser um parasita, que muito suga e nada acrescenta, ao Brasil é 
uma verdade histórica, ocorre desde a época do Brasil colônia. Somente os 
gastos associados a presidência da república (salários de funcionários, 
manutenção de prédios etc) nos custam mais de meio bilhão por ano. Nossos 
parlamentares são os mais caros do ano. Seu salário é cerca de 30 mil 
reais, mas o chamado “cotão” que é uma verba associada a gastos para o 
seu ofício, chega a números absurdos. Nossos deputados em um ano gastaram 
mais de 45 milhões somente em passagens áreas. Em gastos com comidas, 
incluindo finais de semana, tem deputados que chegam a gastar 333 reais 
por refeição. O Partido dos Trabalhadores é de longe o que mais abusa 
desses cotões. Em especial o deputado Zeca Dirceu do PT do Paraná, que 
votou contra o Uber, gastou mais de 250 mil reais em 2016 apenas com 
transporte. Parte dessa verba dos cotões foi usada para compra de 
reportagens em jornais e blogs nos seus celeireiros eleitorais. Ou seja, 
dinheiro de impostos sendo usados para promoção politica. Dentro do 
congresso existem serviços médicos que nos custam mais de 100 milhões de 
reais por ano. Se a câmara dos deputados fosse um município ele gastaria 
mais com saúde que 96% das cidades brasileiras. As aposentadorias também 
são um problema. Hoje temos 2 políticos aposentados para cada um na 
ativa. O rombo chega a 77%, pago por nós. Prostitutas também fazem parte 
do ralo para onde vai nosso dinheiro. Brasília desde sua construção era 
um paraíso da mais-valia associada as prostitutas, e até hoje existem 
festas onde essas profissionais chegam a custar 22 mil reais por noite 
para os políticos. Obviamente não é apenas em Brasília que ocorrem 
problemas associados a regalias. Câmaras municipais e estaduais, além do 
judiciário são extremamente inflacionados. Por exemplo, os vereadores de 
São Paulo contam com uma verba extra de 130 mil reais para contratar 
assessores. Estes custam acabam refletindonuma verdade por vezes difícil 
de ser dita: quanto menor a cidade ou estado, maior são os gastos feitos 
por membro da câmara. Este custo acaba sendo repassado aos impostos das 
cidades maiores. Além de custos financeiros, há os jurídicos criados por 
regalias que só existem no Brasil, como o foro privilegiado, que engloba 
mais pessoas que em qualquer lugar do mundo. Esse tipo de privilégio é 
como um vírus que vai se espalhando aos contornos de onde inicia. Os 
técnicos que trabalham para as câmaras, por consequência desse vírus, 
chegam a ganhar 10 vezes mais que os mesmos trabalhadores da rede privada 
ganham. Para finalizar o capítulo, o autor argui que um dos principais 
benefícios que os congressistas têm é a liberdade de tempo. Eles faltam 
aos seus compromissos sem nenhuma consequência. Em algumas câmaras de 
vereadores, trabalham apenas 2 horas por semana e ganham mais de 30 mil 
reais por mês. 
 
4 - Quem quer rir tem que fazer rir 
Registros de corrupção já datam desde a primeira tripulação que pisou no 
Brasil. Mais de 20% da população era de fato criminosos que foram 
enviados de Portugal para cá. No Maranhão esse valor chega a 90%. Em 
várias capitanias, gente corrupta tomou posse, como no Rio, onde Mem de 
Sá dominava toda a exportação de manufaturas. Esse panorama se reflete 
hoje no dinheiro que perdermos mediante a corrupção. Na modesta análise 
de Deltan Dallgnon, coordenador da Lava Jato, perdermos por ano cerca de 
200 bilhões com corrupção. Esse valor poderia, por exemplo, criar 7300 
hospitais. De acordo com estudiosos do Fundo Monetário Internacional, o 
Brasil poderia ser 30% mais rico se fosse menos corrupto. A corrupção no 
sistema político engloba todas os tipos de congressistas, mas os dados em 
relação a governadores é revelador, 38% dos candidatos ao governo de seus 
estados em 2014 respondiam a processos associados a corrupção. Ao 
primeiro sinal de possibilidade de haver superfaturamento ele acontece, 
como, por exemplo, no Bolsa Família, onde mais da metade dos que recebem 
não precisariam receber ou nas obras para as olimpíadas, que todos os 
comitês de todos os esportes possíveis (menos o comitê para deficientes 
visuais) estava com algum caso de corrupção. O TCU é um dos órgãos que 
menos funciona no país. Seus ministros passam grande parte do ano fora do 
Brasil para "cursos" que deveriam durar poucos dias, mas acabam, para 
eles, custando meses de trabalho. Em específico o ministro Augusto Nardes 
ficou 264 dias fora do país. Por consequência dessa falta de trabalho, a 
cobrança sobre os municípios diminui, e hoje 46% dos municípios não 
prestam contas a união. Com esses vários dados, o autor conclui que o 
sistema político "magnetiza" criminosos devido a sua estrutura. Para os 
eleitores, a escolha desses políticos causa um ônus gigante, pois são 4 
anos de um individuo que pouco conhecem usar todo o nosso dinheiro. Sem 
informação sobre eles é impossível que as escolhas sejam boa. E tendo em 
vista que nosso sistema politica é cheio de regalias e impunidades, por 
vezes grande parte de pessoas que se importam muito com essas questões, 
ou seja, vagabundos e criminosos, acabam se apossando do poder. Só o 
conhecimento politico mudaria isso, mas como estudou Anthony Downs na 
"teoria da ignorância racional", é muito custoso para o eleitor médio 
deixar de ser ignorante, esse custo parecer ser muito maior que o 
beneficio de aprender, então eles nem tentam. Além disso, Bryan Caplan 
diz que existe a questão de que a maioria das pessoas não gosta de mudar 
de ideia sobre algo pois a sensação de se sentir ignorante é pior do que 
a benesse de estar com a ideia certa. Como dizia Thomas Sowell, "o fato 
de que muitos políticos de sucesso são mentirosos, não é exclusivamente 
reflexo da classe política, é também um reflexo do eleitorado: quando as 
pessoas querem o impossível comente os mentirosos podem satisfazê-las. 
para finalizar, o autor propõe 20 regras para boas escolhas politicas, 
passando desde o voto facultativo até a obrigação de "análise de impacto 
regulatório". 
 
5 - Lucros privados, prejuízos públicos 
Desde o início de nossa história existia a fusão do publico com o 
privado. Quando a família real desembarcou no porto do Rio de Janeiro em 
1808 eles começaram a usar de sua influencia para conseguir conforto. 
Enriqueceram vendedores de escravos e donos de terras de seu interesse, 
dando poderes políticos aos mesmos. No caso mais absurdo temos a amante 
de Dom Pedro I, que em valores atuais conseguiu mediante a sua influencia 
perante ao imperador, R$120 milhões conseguindo contratos para 
empresários da época. Hoje, usamos expressões mais modernas para explicar 
as situações que nos permeiam desde a época do Brasil Império. Lobby é 
uma delas. Este vocábulo surgiu com um antigo presidente dos EUA que 
ficava conversando com empresários no "lobby" de um hotel. As pessoas que 
fazem esse intermédio entre empresas privadas e verba pública são os 
lobistas. Seguindo essa linha, temos uma forma de entender as políticos 
públicas e sua consequência no desenvolvimento das empresas privadas 
chamado "rent-seeking". Esta é ação de buscar em influências politicas um 
beneficio, uma renda extra, para sua empresa, sem precisar arcar com o 
ônus da concorrência. Ao controlar politicas publicas mediante a doações 
a políticos, essas empresas acabam ganhando dinheiro ao vencerem 
licitações, sem se preocupar efetivamente em fornecer o melhor serviço ou 
o menor preço. Também temos o free rider, que é a ação econômica sobre 
vários grupos de uma determinada causa. Quanto maior essa causa, maior 
será o efeito dela na economia. Por exemplo, segurança pública, ninguém 
está fora de arcar com seus custos nem com a sua utilização. Esses grupos 
de interesse então controlam as ações politicas, as vezes de forma ativa, 
querendo novas leis e ações para ajudar a sua causa, as vezes de forma 
negativa, barrando possíveis novas leis que os farão ter prejuízos, por 
exemplo. Normalmente, estes lobistas se aproximação de políticos que 
participam das chamadas "bancadas", como a bancada da bala, ruralista 
etc. Estes políticos sinalizam sua área de interesse e internamente em 
sua bancada decidem como proceder para facilitar a vida desses 
empresários. Que previamente fizeram doações para suas campanhas de 
eleição ou mesmo caixa dois. Obviamente no Brasil, as empresas mais 
associadas a esse tipo de ação são as envolvidas na construção civil. 
Esse bloqueio de ação para facilitar certas empresas nacionais tem uma 
relação dicotômica com nossa posição em rankings de facilidade de fazer 
negócios ou de economia fechada (que são sempre posições péssimas). Outro 
dado relevante da influencia que esse tipo de negociação tem para as 
contas publicas brasileiras é que das 3806 emendas propostas por 
deputados que expressamente mencionava um setor econômico a ser 
beneficiado, 55% foram propostas por deputadores que receberam recursos 
de empresas desse setor. Como no caso do Uber, que os deputados que 
fizeram o projeto de lei para regulamentá-lo e taxá-lo estavam associados 
com a bancada da "defesa dos interesses da classe dos taxistas". É muito 
claro que essas empresas praticam esse controle do mercado por influencia 
politica quando analisamos as doações de pessoas jurídicas em relação ao 
valor de um determinado setor da economia no PIB. Alguns como o da 
construção civil doa muito mais do que poderíamos esperar mediante a sua 
participação direta na economia. O valor total desses editais que 
facilitam a vida de empresas que fazem doação a políticos chega a R$31 
bilhões por ano. Economistas do começo do século XX pós Segunda Guerra 
imaginavam que uma atuação do governo doando dinheiro a bancos para que 
estes atuassem na economia poderia ser benéfica, mas a história mostrou o 
contrário. Os dois contrapontos mais óbvios são que assim, os políticosvão ter uma maior facilidade de controlar para onde esse dinheiro vai, 
facilitando seus próprios objetivos e segundo, que esses bancos 
normalmente ajudam empresas que falharam e por isso estão a ponto da 
falência, estão mantendo o dinheiro em um lugar improdutivo. E é isso que 
os dados mostram no Brasil. Aqui entre os anos de 2013 e 2017 a bolsa 
empresário doou mais de 2 trilhões e a economia não fluiu como o 
esperado. Estas doações se focaram em poucas empresas. Dos R$13 bilhões 
de reais que o BNDES disponibilizou para a internacionalização de algumas 
empresas, as do setor de carne como a JBS ficaram com 90%. A Odebrecht 
com 93% no setor de construção. Essa farra com o dinheiro e a falta de 
estudo para uma gestão mais competente do mesmo teve sua gota d'água 
quando no governo Dilma a presidenta escolheu fazer desonerações as 
empesas sem cobrar contrapartidas. O rombo só nessa pequena mudança na 
lei custou 78 bilhões. 
 
6 - A guerra dos tronos 
Este capítulo começa citando que foram feitos 57 bilhões de santinhos em 
2012, quantidade suficiente para produzir 10 milhões de livros didáticos. 
O show de bizarrices continua. Mais de 10 mil pessoas eleitas em 2016 ou 
eram analfabetas ou só tinham o ensino fundamental. Nomes estranhos fazem 
parte da cultura eleitoral brasileira, como por exemplo o vereador eleito 
com o nome “Rodrigo Filho do João do Banco”. Também temos uma 
discrepância de sexo nas eleições. Hoje temos mais milionários na 
politica do que mulheres. Por mais que exista uma lei que obrigue parte 
das vagas a elas, o número de candidatas eleitas estagnou. Algumas nem 
mesmo recebem um voto sequer. Percebe0se que existem certos padrões que 
ajudam determinados indivíduos a serem eleitos. Podemos tomar nota de 
quatro deles. 
- Ser milionário: 48% dos deputados federais o são; 
- Tenha parentes importantes na política: em estados como o Rio Grande do 
Norte, 100% dos deputados tem ou tiveram parentes na política. Este por 
sinal é um problema citado desde 1910 num texto de Silvio Romero, onde 
ele cita como essa hierarquia prejudica no bom funcionamento do governo e 
distribuição de recursos. 
- Seja dono de um veículo de comunicação: aqui temos a ação de força 
positiva e negativa. Percebe-se que grandes coronéis do poder como Sarney 
são donos de redes de televisão. Dos 216 donos de rádios que se 
candidataram a prefeito em 2016, metade ganhou. De forma negativa temos 
aqueles que tentam censurar cetos meios de comunicação para fins 
políticos. Até mesmo o google se manifestou sobre isso dizendo que “o 
problema brasileiro é o excesso de cerceamento judicial das liberdades de 
expressão, informação e imprensa”. 
- Esteja no poder: Desde 2000, quando as releições de prefeitos foram 
permitidas, 57% das vezes esta ocorreu. Este quadro se expande para todos 
os outros cargos. Alguns dos motivos para essa coincidência são as cotas 
de publicidade em grandes veículos de comunicação pagas com o dinheiro de 
impostos e a impressão que dá ao fazer muitas obras nos anos de eleição. 
Alguns problemas relacionados a essa distribuição de votos são a 
obrigação para votar (86% dos países não é obrigatório o voto). E também 
a impossibilidade de se candidatar sem estar envolvido com partidos 
políticos (apenas 9% tem a legislação igual à do Brasil). O sistema 
político controlado pelo TCU também é um dos problemas. Apenas 12% dos 
países tem um órgão que age dessa forma. A maioria dos outros países esse 
processo é controlado pelo próprio executivo. A forma como as coligações 
controlam a eleição de candidatos é um problema. No Brasil, não é 
necessário que um candidato individualmente tenha votos suficientes para 
ser eleito. A quantidade de votos na sua coligação pode lhe dar o chamado 
“coeficiente eleitoral” para que ele possa assumir o cargo. É o caso do 
Tiririca, que recebeu muito mais votos do que o seu partido normalmente 
recebia, e isso o fez levar junto consigo para a câmara, companheiros de 
partido que não chegaram a receber 3 mil votos. Para completar, temos 
nossas urnas eletrônicas arcaicas que mais de 70% dos brasileiros bem 
instruídos não confia. No fim, o autor conclui o capítulo dizendo do 
poder que as doações politicas tem numa campanha. Desde que o presidente 
Collor sofreu impeachment por receber esse tipo de doação ela foi aceita 
como parte do processo politico, mas no capítulo anterior vimos que isso 
produz rent-seeking. Então em 2015 foi proibida. Mas isso não impede que 
pessoas façam caixa dois, tornando esse processo mais perigoso e contando 
com a participação de pessoas que realmente não se importam de estar 
envolvidas em esquemas sujos. 
 
7 - Estado-grande e senzala 
Por mais que se tenha dito que o Brasil cresceu nos últimos 15 anos, um 
quarto da população estava abaixo da linha da pobreza em 2016. Em 
especial 44% dos nordestinos estão nessa situação. O Brasil também é em 
número bruto o país mais violento do mundo. R$130 bilhões deixam de ser 
investidos por causa da violência. Nossa população de analfabetos é maior 
que a do Uruguai, Nova-Zelandia e Irlanda juntos. Temos pouco interesse 
pela educação no geral. Até mesmo nossos professores não leem, 75% não 
leu nada ou apenas a bíblia em toda sua vida. Somos o país que menos 
confia na sua classe politica, campeão mundial em burocracia fiscal e um 
dos primeiros, perdendo para Venezuela e Zimbábue em ineficiência de 
gastos públicos. 92% dos brasileiros tem internet em casa mas metade não 
tem acesso à coleta de esgoto. 4 Milhões nem banheiro tem. Nossa economia 
é muito fechada e isso tem consequência direta na pobreza, de acordo com 
o Banco Mundial se tivéssemos uma politica mais livre para investimentos 
externos seriamos 15% menos pobres. A culpa disso é do estado 
ineficiente. Ele promove a pobreza mantendo as incoerências já citadas 
aqui. Um claro exemplo dessas incoerências é a diferença de mais de 67% 
do salário de servidores públicos em comparação com os mesmos cargos no 
setor privado. O segundo colocado nesse quesito é Portugal com 58%. Essas 
diferenças pagas pelo governo dão certa de 53 bilhões ao ano, valor 
suficiente para triplicar a Bolsa Família. Em comparação com países com 
população parecida temos poucos servidores públicos., mas eles custam 
mais que em qualquer lugar do mundo, 25% deles ganham mais de 10 mil por 
mês, o que os coloca nos 1% mais rico da população. Outra consequência 
dessa desigualdade é na educação. Hoje no Brasil apenas 2% dos jovens que 
tem uma família com renda per capita de R$250 por mês consegue entrar 
numa universidade pública. Então, atacando a falacia que nos últimos anos 
o Brasil cresceu e diminuiu a desigualdade, aqui observamos com dados que 
isso não ocorreu. Na verdade ela só aumentou, os 10% mais ricos ficaram 
com 61,3% desse salto positivo. A metade mais pobre ficou com apenas 22%. 
Neste ritmo de crescimento, demoraremos cerca de 100 anos para chegar ao 
mesmo nível atual de riqueza dos EUA. Novamente, de acordo com o Banco 
Mundial, isso é fruto de politicas governamentais arcaicas e um mercado 
extremamente fechado e protecionista. Aqui temos um dado absurdo, quase 
95% do repasse de impostos para a população é em remuneração de 
funcionalismo publico e a Previdência Social. Vemos então que programas 
como Bolsa-Família, que parecem estar ajudando os pobres na verdade só 
maquiam essa desigualdade da cobrança de impostos. Enquanto o governo 
gasta apenas 27 bilhões por ano com o bolsa família, o gasto com 
funcionários públicos federais foi de 255,3 bilhões. O olhar do governo 
em relação a aposentadorias é tão errado que até hoje existem pessoas 
recebendo pensões devido a Guerra do Paraguai que terminou em 1870. De 
acordo com o IPEA, 21% da desigualdade no Brasil é devido a pensões. A 
conclusão de tudo isso é que o governo é o maior agente que causa 
desigualdade no Brasil, superando de longea inciativa privada. O reflexo 
mais evidente disso são as profissões mais bem pagas no Brasil. As 7 
primeiras estão associadas ao funcionalismo público. Em especial a 
primeira, que tem como valor médio mais que o dobro da segunda e 10 vezes 
a 10, são os extremamente uteis, atualizado e nada burocráticos Titulares 
de Cartório. As outras 9 primeiras são serviços estritamente públicos, 
mas quem sustenta toda essa burocracia com seus carimbos e advogados são 
os Titulares de Cartório, herança de um país que não saiu da técnica para 
governar do Brasil Colonia. tudo isso junto, somado com estruturas como o 
Rent-Seeking, que funciona de forma mais fluida com um empregador só - o 
governo - acaba criando esse sistema de proteção social altamente 
estratificado. Essa estrutura falha acaba facilitando a vida de políticos 
populistas. Este tipo de politico se apoia na forma mais fácil de 
organizar pessoas: o ódio. Em geral este individuo coloca a culpa dos 
problemas (além dos inimigos políticos) no mercado. Vimos aqui que o 
Brasil não funciona justamente por não ter um mercado livre e isso por 
consequência fornece um governo ineficiente. Mercado é algo que existe 
desde o inicio de nossa espécie. Com ele podemos evoluir, trocando 
produtos e posteriormente objetos com poder subjetivo baseado na 
inteligência social chamado dinheiro. Sem o mercado não existiriam regras 
para a troca de serviços e produtos. Porém, muitas pessoas olham para a 
complexidade do mercado e se perguntam se os problemas que vivenciam todo 
dia não é culpa desse agente sem rosto que por vezes é controlado por 
pessoas que não produzem nada, como agiotas e bancários. Ai entra a 
eficiência do discurso simplista dos populistas, culpando o mercado e 
prometendo que o irão controlar da forma certa. Quando fazemos o 
exercício de tentar imaginar a dificuldade que é para uma pessoa criar um 
sanduíche por si só (plantando, criando animais etc) percebemos o poder 
do mercado, que produz e precifica mais de 15 bilhões de produtos no 
mundo todo. Para entender melhor os problemas do Brasil é necessário 
ignorar a linguagem simplificadora dos populistas e perceber que a 
estrutura politica, cheia de furos e possibilidade de enriquecimento de 
agentes que nada produzem é o que nos empobrece. Não culpar a iniciativa 
privada porque, em sua maioria, são pessoas como nós, que vemos todo dias 
em mercadinhos e farmácias. O mercado não é o culpado pôr o brasil não 
ter um ambiente propício a negócios, se o tivéssemos como, por exemplo, 
nosso vizinho Chile, nossa renda seria elevada em cerca de 361 bilhões de 
dólares por ano. Continuar acreditando em salvadores da pátria que querem 
resolver problemas complexos com soluções simples, ignorando regras do 
mercado tentando controlá-lo para melhorar sua imagem perante o povo. 
Lembrando que só existe demanda pois existe procura: nós ainda buscamos 
lideres que nos prometam o impossível, claramente preferimos os 
mentirosos. Se não mudarmos nossa relação com o poder estamos condenados 
a repetir nossa história.

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