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Cinemática Cinemática (do grego κινημα, movimento) é o ramo da física que se ocupa da descrição dos movimentos dos corpos, sem se preocupar com a análise de suas causas (Dinâmica). Geralmente trabalha-se aqui com partícu- las ou pontos materiais, corpos em que todos os seus pontos se movem de maneira igual e em que são despre- zadas suas dimensões em relação ao problema. 1 Conceitos 1.1 Movimento e graus de liberdade Um objeto encontra-se em movimento se a sua posição for diferente em diferentes instantes; se a posição perma- necer constante, o objeto estará em repouso. Para po- dermos determinar a posição do objeto, será necessário usarmos outros objetos como referência. Se a posição do corpo em estudo variar em relação ao referencial (obje- tos em repouso usados como referência), o corpo estará em movimento em relação a esse referencial. Assim, o movimento é um conceito relativo, já que um objeto pode estar em repouso em relação a um primeiro referencial, mas emmovimento em relação a um segundo referencial.[1] Os graus de liberdade de um sistema são as variáveis ne- cessárias para medirmos a sua posição exata. Por exem- plo, para determinar a posição de uma mosca numa sala, podíamosmedir a sua distância até o chão e até duas pare- des perpendiculares na sala. Teríamos assim um sistema de três coordenadas perpendiculares (coordenadas carte- sianas), que se costumam designar pelas letras x, y e z. Mas para além de se deslocar variando o valor das 3 co- ordenadas x, y e z, a mosca também pode mudar a sua orientação. Para definir a orientação da reta paralela ao corpo da mosca podemos usar 2 ângulos e seria preciso outro ângulo para indicar a sua rotação em relação a essa reta; assim, temos já 6 graus de liberdade. Continuando, a mosca pode também esticar ou dobrar o seu corpo, abrir ou fechar as assas, etc., e, portanto, do ponto de vista fí- sico tem muitos graus de liberdade. Podemos simular o movimento da mosca como o movi- mento de 3 corpos rígidos: as duas asas e o bloco cons- tituído por cabeça, tórax e abdómen. Um corpo rígido é um objeto em que todas as partes mantêm sempre as mesmas distâncias relativas às outras partes. Os movi- mentos desses 3 corpos rígidos são diferentes, as asas têm movimentos oscilatórios, mas não são completamente in- dependentes, já que existe um ponto comum entre cada asa e o tórax. 1.2 Movimento dos corpos rígidos A posição de um corpo rígido em qualquer instante pode ser determinada indicando a posição de um ponto do corpo, a orientação de um eixo fixo em relação ao corpo e um ângulo de rotação à volta desse eixo. A posição do ponto de referência é dada por 3 variáveis e para especificar a orientação do eixo são precisos dois ângulos; assim, um corpo rígido é um sistema com seis graus de liberdade: 3 coordenadas de posição para a po- sição do ponto de referência, dois ângulos para a orienta- ção do eixo e um ângulo à volta desse eixo. Se o eixo do corpo rígido mantiver a mesma direção em quanto se desloca, o movimento será de translação. Se existir um ponto dentro do corpo que não se desloca, en- quanto outros pontos do corpo estão em movimento, o movimento será de rotação pura. O movimento mais ge- ral será uma sobreposição de translação e rotação (figura abaixo). Um corpo rígido pode ter movimento de translação, de rotação ou uma sobreposição dos dois. Na segunda e terceira parte na figura acima, o martelo rodou em relação a um eixo que permaneceu sempre per- pendicular à página e perpendicular ao plano da transla- ção na terceira parte. O eixo de rotação poderá não ser o mesmo em diferentes instantes e não ser perpendicular ao plano de translação. No caso mais simples de translação sem rotação, todos 1 2 1 CONCEITOS os pontos do corpo rígido seguem a mesma trajetória. Assim, bastará estudar o movimento de um único ponto qualquer no corpo rígido. Para definir a posição desse ponto serão precisas, em geral, 3 variáveis e, portanto, o sistema terá 3 graus de liberdade. Quando existe translação combinada com rotação, a tra- jetória de cada ponto no corpo rígido será diferente. Por exemplo, numa roda de um automóvel em movimento, os pontos na superfície dos pneus seguem uma trajetória de cicloide mas existe um ponto que tem uma trajetória mais simples: o centro da roda. Será mais fácil estudar o movimento de translação do centro da roda e a esse mo- vimento sobrepor a rotação. E para estudar a translação do centro teremos novamente 3 graus de liberdade asso- ciados com a posição de um ponto. 1.3 Movimento em uma, duas ou três di- mensões O casomais geral domovimento de um ponto no espaço é um movimento em 3 dimensões, porque existem 3 graus de liberdade, x, y e z que variam em função do tempo. Mas esses três graus de liberdade associados ao movi- mento de translação do corpo rígido podem ser reduzidos a dois ou um em alguns casos. O movimento de um automóvel numa autoestrada pode ser considerado ummovimento em uma dimensão (figura ao lado). Se o automóvel sofrer uma avaria e o condutor tiver que telefonar para pedir um reboque, bastará dizer em que quilômetro da autoestrada se encontra para que o condutor do caminhão de reboque saiba para onde tem que se dirigir. Assim, o movimento dos automóveis na autoestrada é o aumento da distância percorrida ao longo da estrada e essa distância é o único grau de liberdade. De referir que a distância percorrida não é medida em linha reta, mas ao longo de uma curva no espaço com 3 dimensões; no entanto, como o percurso dessa curva já está estabelecido,basta apenas uma variável para descre- ver a posição em cada instante. Se estivéssemos a construir um sistema de condução auto- mático, teríamos que introduzir outra variável, por exem- plo, a distância até a berma da estrada, e o movimento em estudo seria em duas dimensões. 1.4 Movimentos dependentes Em alguns sistemas em que aparentemente são necessá- rias várias variáveis para descrever o movimento das di- ferentes componentes do sistema, o número de graus de liberdade pode ser menor devido à existência de restri- ções no movimento. A figura abaixo mostra um exemplo; enquanto o cilindro desce, o carrinho se desloca sobre a mesa.[1] Sistema com dois movimentos dependentes e um único grau de liberdade. O movimento do carrinho pode ser descrito pela varia- ção da distância horizontal x até o eixo da roldana fixa. O movimento do cilindro será igual ao movimento da rol- dana móvel e, portanto, pose ser descrito pela expressão para a distância vertical y entre os centros das roldanas, em função do tempo.[1] Mas, enquanto o fio permanecer esticado e sem se que- brar, existirá uma relação entre as velocidades e as ace- lerações do carrinho e do cilindro. Para encontrar essa relação, escreve-se a o comprimento do fio, L , em fun- ção das distâncias x e y : L = x+ 2 y + d+ pi r12 + pi r2 Em que r1 e r2 são os raios das duas roldanas. O fio toca um quarto do perímetro da roldana fixa (pi r1/2) e metade do perímetro da roldana móvel (pi r2) . Tendo em conta que L , d , r1 e r2 são constantes, e derivando a equação anterior em ordem ao tempo, obtém- se, x˙ = −2 y˙ Ou seja, o valor da velocidade do carrinho será sempre o dobro do valor da velocidade do cilindro. O sinal ne- gativo na equação acima indica que se o cilindro desce o carrinho desloca-se para a direita e vice-versa.[1] Derivando novamente essa última equação em ordem ao tempo, conclui-se que a aceleração do carrinho segundo a trajetória também é o dobro do que a aceleração do ci- lindro segundo a sua trajetória: x¨ = −2 y¨ Estas relações entre as posições, velocidades e acelera- ções implicam que o sistema tem apenas um grau de li- berdade. Uma vez conhecidas as expressões para a po- sição, velocidade e aceleração de um dos objetos, as ex- pressões da posição, velocidade e aceleração do outro ob- jeto serão obtidas multiplicando(ou dividindo) por 2. Um segundo exemplo, com dois graus de liberdade, é o sistema de três roldanas e três cilindros na figura abaixo. As alturas dos três cilindros são determinadas pelos valo- res das 3 distâncias yA , yB e yC ; como existe um único 1.6 Trajetória 3 fio em movimento, existe apenas uma restrição (compri- mento do fio constante), que permitirá expressar uma das três distâncias em função das outras duas.[1] Sistema com três movimentos dependentes e dois graus de liber- dade. O comprimento do fio é, L = yA+2 yB+yC+constante Em que a constante é a soma de metade dos perímetros das roldanas, que não é importante conhecer, já que vai desaparecer quando a equação for derivada e só altera as posições num valor constante. A derivada da equação anterior em ordem ao tempo é, y˙A + 2 y˙B + y˙C = 0 Neste caso existem vários possíveis movimentos; por exemplo, se o cilindro A estiver a subir e o cilindro C estiver a descer com a mesma velocidade, o cilindro B permanecerá estático; ou um dos cilindros poderá estar a descer e os outros dois a subir. O que sim não é possível é que os 3 cilindros estejam simultaneamente a descer ou a subir. A derivada da equação anterior conduz à relação entre as acelerações, y¨A + 2 y¨B + y¨C = 0 1.5 Referencial É um sistema de referência S em relação ao qual é de- finido o vetor posição ~r do corpo em função do tempo. Este vetor fornece a posição do corpo em um dado ins- tante t . Assume-se geralmente como origem do sistema de coordenadas a posição ~r0 do corpo no instante inicial t0 . Este instante é escolhido arbitrariamente; para fins práticos pode-se dizer que é o instante em que se dispara o cronômetro para a análise do fenômeno. 1.6 Trajetória Umcorpo, em relação a um dado referencialS , ocupa um determinado ponto P em um dado instante t . Chama- se de trajetória ao conjunto dos pontos ocupados por um corpo ao longo de um intervalo de tempo qualquer. 1.7 Deslocamento É o vetor resultante da subtração do vetor posição final ~S pelo vetor posição inicial ~S0 : ~d = ~S − ~S0 É importante notar que o deslocamento é de natureza ve- torial, ou seja, são consideradas sua posição, direção e sentido. Em certos casos, porém, como em uma corrida de fórmula 1, é mais interessante trabalhar apenas com a distância percorrida∆S , que é o comprimento da traje- tória realizada. 2 Velocidade média Velocidade média é a razão do deslocamento∆S pelo in- tervalo de tempo∆t . A velocidade média pode ser con- siderada escalar se for considerado apenas o módulo do deslocamento. Em uma corrida de fórmula 1, por exem- plo, se levarmos em conta somente o vetor posição, ao final de cada volta o piloto não terá desenvolvido veloci- dade, pois não houve deslocamento, uma vez que o vetor ~r final é o mesmo que ~r0 . Entretanto, considerando o módulo do espaço percorrido pelo piloto, teremos uma velocidade escalar média diferente de 0, portanto, muito mais útil para as análises necessárias. Nomovimento uni- dimensional, trabalhar tanto com um quanto com outro nos leva aos mesmos resultados. Pode-se definir a velo- cidade média como: ~vm = ∆~S ∆t = ~S− ~S0 t−t0 3 Velocidade instantânea É a taxa de variação da posição de um corpo dentro de um intervalo de tempo δt infinitesimal (na prática, ins- tantâneo). Define-se velocidade instantânea~v ou simples- mente velocidade como sendo: ~v = d~rdt Podemos falar também de uma rapidez instantânea, que seria omódulo do vetor velocidade em um dado instante de tempo t . 4 6 BREVE INTRODUÇÃO À CINEMÁTICA 4 Aceleração média e instantânea Aceleração é a taxa de variação da velocidade de um corpo em um dado intervalo de tempo. Assim como a ve- locidade, ela apresenta suas interpretações em situações mais globais (aceleração média) e em situações mais lo- cais (aceleração instantânea). Elas são definidas como: ~am = ~v− ~v0 t−t0 (aceleração média) ~a = d~vdt (aceleração instantânea) 5 Aceleração Tangencial Define-se a aceleração tangencial no instante t igual à aceleração média num intervalo de tempo que inclui o tempo t , no limite em que o intervalo de tempo, ∆t , se aproximar para zero. at(t) = lim∆t→0 ∆v∆t Usando a notação abreviada com um ponto por cima, te- mos: at = v˙ = s¨ onde os dois pontos por cima da função indicam a sua segunda derivada em função do tempo. Repare que a distância percorrida s(t) é uma função do tempo, sempre positiva e crescente, ou constante. As- sim, a sua primeira derivada, s˙ = v , será sempre po- sitiva, mas a sua segunda derivada, s¨ = at , poderá ter qualquer sinal. Uma aceleração tangencial negativa im- plica uma diminuição da velocidade e aceleração tangen- cial nula implica velocidade constante. 6 Breve introdução à cinemática A forma mais didática de se iniciar a cinemática é a partir do “movimento unidimensional”, embora este seja ape- nas um caso particular do movimento geral num espaço euclideano tridimensional (como esse em que vivemos). O movimento unidimensional consiste no movimento de uma “partícula” restrita a uma reta. • Partículas e o movimento sobre uma reta O conceito de partícula que será usado aqui difere do conceito de partícula encontrado na física quântica (ex: quarks, elétrons). Definiremos uma partícula como algo que possui apenas duas propriedades: localização e massa. Assim, note que a partícula não tem extensão nem forma. Para descrever a posição de um corpo extenso, precisamos dizer a localização de cada pedaço que o com- põe, mas isso não é necessário para uma partícula. Gra- ficamente, podemos pensar na partícula como um ponto que possui massa e se move pelo espaço com a passagem do tempo. As partículas não existem na realidade, são ob- jetos matemáticos sobre os quais construímos a primeira descrição realmente poderosa do mundo. Num espaço tridimensional, precisamos definir três nú- meros, ou “coordenadas”, para dar a posição de uma par- tícula. Isso quer dizer que duas partículas que estejam à mesma altura podem não estar na mesma posição: uma pode simplesmente estar mais “para a frente” ou “para o lado” do que a outra. No entanto, existem casos onde po- demos restringir o movimento das partículas a uma reta. Por exemplo, podemos pensar em partículas que só po- dem se mover “para os lados”, não podendo nem subir ou descer e nem ir para a frente ou para trás. Assim, tudo o que precisamos para definir a posição da partícula nesse caso é de uma coordenada, que diz o quanto a partícula está “para o lado”. Vamos colocar isso de forma mais precisa. Definimos uma reta, à qual estão restritos os movimentos das partí- culas que estamos considerando. Sobre a reta, definimos um ponto qualquer, chamado de “origem”. Definimos en- tão uma coordenada “x” para a partícula. O módulo de x é a distância entre a partícula e a origem; enquanto o si- nal é dado como positivo caso a partícula esteja à direita da origem, e negativo caso ela esteja à esquerda. A esco- lha da direita como positivo e esquerda como negativo é questão de definição: nada impede que se faça o contrá- rio, tomando os devidos cuidados. Também nada impede que se faça uma reta vertical, definindo x como positivo quando estiver acima da origem e negativo abaixo dela, por exemplo. A escolha das “inclinações” da reta são ir- relevantes aqui, e espera-se do leitor uma certa abstração quanto a isso. • O problema da descrição Com os procedimentos acima, está totalmente caracteri- zada a posição da partícula nisso que chamamos de mo- vimento unidimensional. Agora, lembremos de que es- tamos caminhando para descrever um “movimento”. O pensamento coloquial diría que isso significa que a par- tícula se move quando o tempo passa. Mas isso é vago, além de redundante: o tratamento adequado é: 1- Criar um conjunto, correspondente a um intervalo de números reais. Ou seja, define-se um número real t1 e um número real t2, e então todos osinfinitos números entre t1 e t2 são elementos desse conjunto. Cada um desses números é um valor do tempo, dentro do intervalo de tempo t1-t2. 2- Criar um outro conjunto, cujos elementos serão valores da coordenada “x”. Esse conjunto deve ser compatível com o “3": 3- Criar uma função do primeiro ao segundo conjunto. Ou seja, para cada valor do tempo haverá uma posição bem definida da partícula sobre a reta. É interessante notar que a “passagem do tempo” ine- xiste em tal tratamentomatemático, demodo que pode-se questionar a sua existência no mundo físico. 5 A função definida em “3” caracteriza totalmente o movi- mento unidimensional. Entretanto, a princípio sería im- possível defini-la na prática: teríamos que pegar um por um os infinitos valores do tempo de um certo intervalo e relacionar a cada um deles uma posição diferente para a partícula! Obviamente isso não é necessário no mundo real. Em primeiro lugar, todos os movimentos que pude- mos observar até hoje obedecem certas regras. Uma des- sas regras é a “continuidade”. Não vamos dar aqui uma definição matemática precisa do que é uma função contí- nua, mas um olhar qualitativo nosmostra que, em funções contínuas, se pegarmos valores do tempo cada vez mais próximos, veremos que as posições das partículas associ- adas a eles também se aproximarão arbitrariamente. Isso implica que a partícula não pode ir de um lugar ao ou- tro sem antes percorrer todo o caminho entre esses dois pontos! Outras regras serão vistas mais tarde, mas a exis- tência dessas regras implica que podemos escrever o mo- vimento através de equações, o que nos permite fazer o trabalho descrito acima (relacionar infinitos elementos de dois conjuntos) com breves rabiscos no papel. A existência de uma função que relaciona a cada valor do tempo uma posição no espaço é denotada por: x = x(t) Onde t são os valores do tempo. • Velocidade média Agora que a descrição domovimento unidimensional está completamente caracterizada, vamos pensar em concei- tos importantes relacionados a ele. A importância desses conceitos é que eles estão relacionados às regras que re- gem omovimento, como veremos mais tarde. O primeiro conceito que colocaremos aqui é a velocidade média, de- finida por: vm(t1, t2) = x(t2)−x(t1) t2−t1 Ou seja, a velocidademédia entre os tempos t1 e t2 é igual à diferença entre as posições da partícula no tempo t2 e no tempo t1, dividido pela diferença entre esses tempos. Não deve-se pensar que a velocidade média equivale a todo o espaço percorrido em um certo tempo dividido por esse tempo, porque a partícula pode ter retrocedido em seu caminho: pode ter percorrido no total muito mais espaço do que parece a quem vê apenas sua posição inicial e final (como alguém que viaja à Europa e depois de um mês está de volta ao mesmo local). Embora a descrição que leve em consideração o espaço total percorrido pareça muito mais “real”, isso NÃO é considerado na velocidade média! Só importa a posição inicial e a final, e o tempo decorrido. • Velocidade instantânea Fica claro que, quanto menor é o intervalo de tempo t2 - t1, mais precisa é a descrição dada pela velocidade mé- dia. Se o tempo for de dez anos, alguém poderia ter co- nhecido o mundo todo antes de voltar para casa nesse pe- ríodo (e pareceria à velocidade média que ele quase não se deslocou). Mas se o tempo foi de um segundo, a pes- soa não pode ter feito tanta coisa assim. Isso nos leva a desejar a formulação do conceito de “velocidade ins- tantânea”, ou seja, algo análogo à velocidade média, mas com uma precisão infinita. Para aumentar a precisão da velocidade, é preciso considerar tempos cada vez meno- res, ou seja, valores de t2 arbitrariamente próximos de t1. Assim, usamos a operação matemática conhecida como “limite": a velocidade instantânea é o limite da veloci- dade média quando t2 tende a t1. Ou seja: v(t1) = limt2→t1 x(t2)−x(t1)t2−t1 A operação acima descrita é chamada uma “derivada”. Se temos uma função qualquer f(t), então a derivada de f(t) no ponto t1 é: f ′(t) = limt2→t1 f(t2)−f(t1)t2−t1 Ou, se definirmos t2 = t1+h, f ′(t1) = limh→0 f(t1+h)−f(t1)h Assim, fica claro que a velocidade instantânea v(t1) é a derivada da função x(t) no ponto t1. Ou seja,A velocidade instantânea é a derivada temporal da posição. Em outras palavras, a velocidade é a taxa de variação da posição: quanto maior a velocidade, mais rápido a posi- ção varia. Se a velocidade for positiva, a posição muda no sentido que foi definido como positivo para a posição (veja a seção “Partículas e o movimento sobre uma reta”) . Se for negativa, a posição muda no sentido inverso: o que foi definido negativo para a posição. • Relação entre velocidade média e velocidade ins- tantânea Este trecho supõe que o leitor entenda o conceito de in- tegral. A partir da equação a = dvdt Podemos integrar os dois lados em relação a t, de modo a obter v(t) = ∫ adt+ C Com a condição v(0) = v0, fica claro que C = v0, ou seja v(t) = v0 + ∫ adt E sabemos que v = dxdt = v0 + ∫ adt Então, integrando os dois últimos membros, temos x = x0 + vo∆t+ ∫ (∫ adt ) dt Agora, substituindo isso na definição da velocidade média vm = x−x0 ∆t temos vm = v0 + 1 ∆t ∫ (∫ adt ) dt 6 6 BREVE INTRODUÇÃO À CINEMÁTICA Também podemos exprimir este resultado em relação à velocidade instantânea. vm = v0 + 1 ∆t ∫ v − v0dt vm = v0 + 1 ∆t (−v0∆t+ ∫ vdt) vm = 1 ∆t ∫ vdt Que é uma relação interessante, e expande o significado físico da velocidade média. • O referencial Ver “O referencial no movimento unidimensional”, no ar- tigo “Referencial” indicado no fim desta página. • A aceleração - média e instantânea Da mesma forma que definimos a velocidade média, po- demos definir a “aceleração média” como am(t1, t2) = v(t2)−v(t1) t2−t1 E, analogamente à velocidade, a aceleração instantânea: a(t1) = limt2→t1 v(t2)−v(t1)t2−t1 Então, A aceleração instantânea é a derivada temporal da velocidade. A aceleração é a taxa de variação da veloci- dade: quanto maior a aceleração, mais rápido a veloci- dade varia. Se a aceleração for positiva, e a velocidade for positiva, então o módulo da velocidade aumenta. Se ela for negativa, e a velocidade, positiva, então o módulo da velocidade diminui. Assim, a aceleração “puxa” a ve- locidade na direção dela, fazendo-a crescer caso ambas estejam no mesmo sentido, e diminuir caso estejam em sentidos opostos. A relação entre aceleração média e instantânea é a mesma que há entre a velocidade média e a instantânea. • Movimento unidimensional uniforme Este movimento é caracterizado pelo simples fato de que não há aceleração agindo sobre a partícula. Aqui (e na seção “Movimento unidimensional uniforme- mente variado”) iremos demonstrar todos os resultados de forma que não requeira o conhecimento do Cálculo. No entanto, o leitor que esteja familiarizado à integração pode notar que todos esses resultados vêm facilmente das relações: a(t) = dvdt ⇒ v(t) = v(t) = v0 + ∫ adt v = dvdt ⇒ x = x0 + vo∆t+ ∫ (∫ adt ) dt Agora, procuraremos formas de demonstrar as equações do movimento uniforme para quem não conheça os mé- todos da integração. Para isso, lembremos que a aceleração é a taxa de vari- ação da velocidade com o tempo. Sendo assim, em um movimento onde não haja aceleração, a velocidade obvia- mente não varia com o tempo. Isto é, ela permanece cons- tante. Então, no movimento unidimensional uniforme: v(t) = v0 Então, lembrando que a velocidade é a taxa de variação da posição, e sabendo que ela é constante, vemos que a po- sição varia uniformemente com o tempo, o que justifica o nome desse movimento. Ou seja, variação da posição é diretamente proporcional ao tempo, sendo a constante de proporcionalidade a velocidade! ∆x(t) = v0∆t Escrevendo delta x = x - x0, temos x = x0 + v0∆t Essa equação dá uma descriçãocompleta do movimento uniforme. • Movimento unidimensional uniformemente vari- ado Esse movimento é caracterizado pelo fato de que a acele- ração é constante. Lembrando que a aceleração é a taxa de variação da velocidade (assim como a velocidade é a taxa de variação da posição), podemos escrever a relação entre a velocidade e a aceleração da mesma forma que escrevemos a relação entre a posição e a velocidade: v(t) = v0 + a∆t Para encontrar x, podemos usar a velocidade média: vm(t1, t2) = x(t2)−x(t1) t2−t1 Que leva a vm(t1, t2)∆t+ x0 = x Como a velocidade cresce uniformemente, a velocidade média deve ser a média aritmética entre a velocidade final (ou simplesmente v(t)) e a velocidade inicial vm(t) = v(t)+v0 2 Assim, x0 +∆t v(t)+v0 2 = x E, usando o valor de v(t) encontrado lá em cima, temos: x(t) = x0 + v0+a∆t+v0 2 ∆t De onde vem: x(t) = x0 + v0∆t+ 1 2a(∆t) 2 Em certos casos, convém encontrar x em função da velo- cidade instantânea, e não do tempo. Para isso, basta en- contrar o valor do tempo em função da velocidade através da equação da velocidade: v(t) = v0 + a∆t⇒ ∆t = v−v0a E substituir o tempo por esse valor, na equação de x(t): x(t) = x0 + v0 ( v−v0 a ) + 12a ( v−v0 a )2 O que arrumamos para obter uma equação mais singela: 7.1 Movimento ao longo de um eixo 7 x(v) = x0 + v0v−v20 a + 1 2a v2−2vv0+v20 a2 x(v) = x0 + v0v−v20 a + v2−2vv0+v20 2a x(v) = x0 + v2−v20 2a x(v)− x0 = ∆x = v 2−v20 2a v2 = v20 + 2a∆x Que é uma equação bastante útil. O conceito de trabalho emerge dela, como pode ser visto no artigo “Trabalho”, que está indicado no fim desta página. Note que o movimento uniforme é um caso especial do movimento uniformemente variado. Basta colocarmos na equação inicial (a=C), C = 0. Assim, a aceleração é 0, e todas as equações se reduzem às domovimento uniforme: v(t) = v0 + 0.∆t⇒ v(t) = v0 x(t) = x0 + v0∆t+ 1 2 .0(∆t) 2 ⇒ x(t) = x0 + v0∆t A equação v2 = v20 + 2a∆x com a=0, nos dá a identidade, já que v = v_0: v2 − v2 = 2.0.∆x⇒ 0 = 0 Isso reflete o fato de que saber a velocidade em um dado instante não é o bastante para saber a posição nesse ins- tante. De fato, todas as posições correspondem à mesma velocidade. 7 Equações cinemáticas Se tivermos uma expressão matemática para uma das va- riáveis cinemáticas em função do tempo, as expressões para as outras duas variáveis podem ser calculadas resol- vendo as equações cinemáticas.[1] Nos casos em que é conhecida uma expressão para a velo- cidade em função da distância percorrida s , a derivada da velocidade em ordem ao tempo deve ser calculada usando a regra da cadeia para funções implícitas: at = d v d t = d v d s d s d t = d v d s s˙ = v d v d s Esta é outra equação cinemática. Resumindo, há quatro equações cinemáticas: v = s˙ at = v˙ at = s¨ at = v d v d s e quatro variáveis: t , s , v e at . Em cada uma das equações cinemáticas aparecem 3 dessas variáveis. Para poder resolver alguma dessas equações diferenciais de primeira ordem usando os mé- todos analíticos tradicionais, é necessário conhecer uma expressão que relacione as 3 variáveis na equação, para poder eliminar uma das variáveis; uma equação diferen- cial ordinária tem sempre duas variáveis, uma delas con- siderada variável independente.[1] Por exemplo, a equação v = s˙ relaciona as três variáveis v , s e t (o ponto é derivação em ordem a t ); para resolver essa equação é necessário conhecer uma expressão para v , em função de s e t , ou para s em função de v e t ou ainda para t em função de v e s . 7.1 Movimento ao longo de um eixo Em alguns casos é mais conveniente trabalhar com a po- sição em vez da distância percorrida. Para medir a posi- ção ao longo do percurso, escolhem-se uma origem e um sentido positivo no percurso. A posição será indicada por meio de uma coordenada x que pode ser positiva, nega- tiva ou nula. [1] Essa coordenada poderá ser medida ao longo de um eixo retilíneo (eixo dos x ) que não coincide com a trajetória do objeto e, nesse caso, x indicará a posição da projeção do ponto no eixo dos x . Mas também é possível usar x para representar a posição medida ao longo do percurso do objeto e, nesse caso, o eixo x poderá ser uma curva em vez de uma reta. A derivada da coordenada x em ordem ao tempo é a com- ponente a componente da velocidade vx que também po- derá qualquer sinal e a derivada de vx em ordem ao tempo será a componente da aceleração segundo a trajetória, ax . O sinal de ax já não indicará diretamente se o objeto está a andar mais depressa ou a abrandar, pois será necessário ter em conta também o sinal de vx . Em função das componentes ao longo do eixo as equações cinemáticas apresentam a mesma forma que as equações cinemáticas: vx = x˙ ax = v˙x ax = x¨ ax = vx d vx dx x pode ser também substituído por y , z ou qualquer ou- tra letra que seja usada para chamar o eixo ao longo do percurso.[1] A relação das componentes da velocidade e da aceleração com a velocidade e a aceleração segundo a trajetória é: v = |vx| at = ax (se vx > 0) at = −ax (se vx < 0) 7.2 Equações lineares de movimento O corpo é considerado em dois instantes no tempo: um ponto “inicial” e o “atual”. Freqüentemente, problemas na cinemática lidam com mais de dois instantes, e diver- sas aplicações das equações são necessárias. v = v0 + a∆t ∆s = 12 (v0 + v)∆t ∆s = v0∆t+ 1 2a∆t 2 v2 = v20 + 2a∆s 8 10 VER TAMBÉM ∆s = v∆t− 12a∆t2 onde v0 é a velocidade inicial do corpo Seu estado atual é definido por: ∆s , a distância percorrida desde o instante inicial v , a velocidade atual ∆t , a variação de tempo entre o instante atual e o instante inicial a é a aceleração constante, ou no caso de corpos se mo- vendo sob a ação da gravidade, g. Note que cada uma das equações contém quatro das cinco variáveis. 8 Aceleração da gravidade Perto da superfície da Terra, todos os objetos que se- jam deixados deslocar-se livremente, têm uma aceleração com valor constante, chamada aceleração da gravidade e representada pela letra g . Em diferentes locais o valor de g sofre alterações, mas é sempre aproximadamente 9.8m/s2 . A resistência do ar produz outra aceleração que contra- ria o movimento, mas quando essa resistência for despre- zável, admite-se que o valor da aceleração é constante e igual a g . [1] A aceleração segundo a trajetória produzida pela gravi- dade poderá ser positiva, negativa ou nula, já que pode fazer aumentar ou diminuir a velocidade do objeto, e po- derá ter um valor diferente de g se a trajetória não for vertical. Mas se o eixo dos y for definido na vertical e apontando para cima, a componente da aceleração no eixo dos y (projeção na vertical do movimento do objeto) terá sem- pre o valor constante ay = −9.8m/s2 (ou +9.8 se o sen- tido positivo do eixo y for definido para baixo). 8.1 Lançamento de projéteis Escolhendo o eixo dos z na direção vertical, com sentido positivo para cima, a forma vetorial da aceleração da gra- vidade é: ~a = −g ~ez onde g é, aproximadamente, 9, 8m/s2 . Se um projétil for lançado com velocidade inicial ~v0 , a aceleração da gravidade alterará essa velocidade, na di- reção de ~ez , produzindo uma nova velocidade que estará no mesmo plano formado pelos vetores ~v0 e ~ez . Conclui-se assim que a trajetória do projétil estará sempre no plano vertical formado por ~v0 e ~ez . A única excepção a essa regra é quando ~v0 for vertical; nesse caso, ~v0 e ~ez não formam um plano e a trajetória é uma reta vertical. 9 Referências [1] Dinâmica e Sistemas Dinâmicos. Porto: Jaime E. Vil- late, 20 de março de 2013. 267 págs. Creative Commons Atribuição-Partilha (versão 3.0) ISBN 978-972-99396-1- 7. Acesso em 22 jun. 2013. • Hewitt, Paul G. (2002). Física Conceitual. Porto Alegre. Editora Bookman. ISBN 85-363-0040-X. •Leighton, Robert B.; Sands, Matthew; Feynman, Ri- chard P. (2005). Feynman Lectures on Physics. Ad- dison Weasley. ISBN 0-8053-9045-6. • Nussenzveig, H. Moysés (2002). Curso de Física Básica, Vol.1 - Mecânica. São Paulo. Edgard Blü- cher. ISBN 85-212-0298-9. 10 Ver também • Trabalho • Derivada • Função • Movimento parabólico • Movimento retilíneo (uniforme e uniformemente variado) • Paradoxos de Zeno • Ponto material • Referencial 9 11 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem 11.1 Texto • Cinemática Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinem%C3%A1tica?oldid=41404629 Contribuidores: Cdang, Manuel Anastácio, Msch- lindwein, E2m, NH, Angeloleithold, E2mb0t, Juntas, LeonardoRob0t, Santana-freitas, NTBot, RobotQuistnix, Leslie, Cralize, Sebas- tiao.rocha, Gustavotcabral, OS2Warp, Adailton, YurikBot, RobotJcb, Luís Felipe Braga, Felipe fonto3, MalafayaBot, Tilgon, Chlewbot, Armagedon, Atilaromero, He7d3r, Master, Thijs!bot, Rei-bot, Escarbot, Daimore, JAnDbot, Alchimista, Albmont, CommonsDelinker, Py4nf, Gerbilo, Der kenner, Luckas Blade, TXiKiBoT, Tumnus, VolkovBot, SieBot, Cambraia, Lechatjaune, AlleborgoBot, Cursocf, Zd- trlik, Kaktus Kid, Logos Portes, Auréola, Kim richard, Heiligenfeld, BOTarate, Vitor Mazuco, Louperibot, ThrasherÜbermensch, Luckas- bot, LinkFA-Bot, LaaknorBot, Vanthorn, Salebot, ArthurBot, DumZiBoT, David Moseler, MauritsBot, FriedrickMILBarbarossa, Alch Bot, Marcos Elias de Oliveira Júnior, HVL, Aleph Bot, EmausBot, Érico Júnior Wouters, ChuispastonBot, Stuckkey, Leytor, MerlIwBot, Betokahn, Rocha3, Shgür Datsügen, Leon saudanha, Thepalerider2012, Legobot, Holdfz e Anónimo: 98 11.2 Imagens • Ficheiro:Ambox_rewrite.svg Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1c/Ambox_rewrite.svg Licença: Public domain Contribuidores: self-made in Inkscape Artista original: penubag • Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg Licença: Public domain Contribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to be slightly warped.) Artista original: SVG version was created by User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG version, created by Reidab. • Ficheiro:Earth_gravity.png Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a0/Earth_gravity.png Licença: Public domain Contribuidores: http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2007-147 Artista original: NASA/JPL/University of Texas Center for Space Research. • Ficheiro:Mov_corpo_rígido.png Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/ba/Mov_corpo_r%C3%ADgido.png Li- cença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/19530/3/33483.1.pdf Artista original: Jaime E. Villate • Ficheiro:Noyau_atome.png Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3e/Noyau_atome.png Licença: Public domain Contribuidores: Obra do próprio Artista original: PerOX • Ficheiro:Orbital_motion.gif Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4e/Orbital_motion.gif Licença: GFDL Contri- buidores: • Earth derived from this image (public domain) Artista original: Obra do próprio • Ficheiro:Sistema_com_dois_movimentos_dependentes_e_um_único_grau_de_liberdade..png Fonte: http://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/f/fb/Sistema_com_dois_movimentos_dependentes_e_um_%C3%BAnico_grau_de_liberdade..png Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Thepalerider2012 • Ficheiro:Sistema_com_três_movimentos_dependentes_e_dois_graus_de_liberdade..png Fonte: http://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/4/46/Sistema_com_tr%C3%AAs_movimentos_dependentes_e_dois_graus_de_liberdade..png Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Thepalerider2012 • Ficheiro:Wikibooks-logo.svg Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/Wikibooks-logo.svg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: User:Bastique, User:Ramac et al. 11.3 Licença • Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Conceitos Movimento e graus de liberdade Movimento dos corpos rígidos Movimento em uma, duas ou três dimensões Movimentos dependentes Referencial Trajetória Deslocamento Velocidade média Velocidade instantânea Aceleração média e instantânea Aceleração Tangencial Breve introdução à cinemática Equações cinemáticas Movimento ao longo de um eixo Equações lineares de movimento Aceleração da gravidade Lançamento de projéteis Referências Ver também Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem Texto Imagens Licença
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