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ESQUISTOSSOMOSE Xistosa, doença do caramujo, barriga dágua, xistosomose e bilharzíose Agente etiológico: Schistosoma haematobium, S. japonicum, S. intercalatum, S. mekongi e S. mansoni (Brasil). Hospedeiro intermediário: - Caramujo do gênero Biomphalaria. Os caramujos ou planorbídeos criam-se e vivem na água doce de corrégos, riachos, valas, alagados, brejos, açudes, represas ou outros locais onde haja pouca correnteza. Três espécies são capazes de infectar-se com o S. mansoni: Biomphalaria tenagophila (RJ, SP, SC, MG e BH), B. glabrata (desde o RGN até MG) B. straminea (CE, PA e GO). Reservatório: - Homem Cercárias perdem a calda durante a penetração e transformam-se em esquistossomulos 7 8 9 6 5 4 3 2 Circulação Migração para o sistema porta-hepático Transformação em vermes aultos urinafezes Ovos liberam miracídios na água Miracídios penetram no caramujo Esporozoítos no caramujo Liberação das cercárias na água Penetração na pele S. mansoni S. japonicum S. haematobiumA CB BA C A B C 10 1 = Infecção = diagnóstico I D D I Plexo venoso da bexiga Vermes adultos pareados migram para: Intestino onde fazem a postura dos ovos Ciclo evolutivo: Transmissão: •Penetração ativa das cercárias na pele ou mucosas (ocorre preferencialmente entre 10 e 16h, quando a luz e o calor são mais intensos) •Período de transmissibilidade: -O homem, uma vez infectado, pode continuar eliminando ovos por vários anos, desde que ocorra a reinfecção. - Os caramujos começam a eliminar cercárias após 4 a 7 semanas da infecção pelos miracídios Os caramujos infectados eliminam cercárias durante toda a sua vida que é de, aproximadamente, 1 ano. Epidemiologia: •No mundo estima-se que atualmente existam mais de duzentos milhões de casos. • No Brasil a estimativa é de que mais de seis milhões de casos ocorram anualmente. •As regiões endêmicas estão ligadas a presença de Biomphalaria; •Condições para expansão da doença: •Habitats aquáticos criadouros de moluscos; •Temperatura e luminosidade alta favorece a multiplicação e algas (alimento para os moluscos), a eclosão do miracídio, a evolução das formas parasitárias no caramujo e a penetração das cercárias; •Contaminação do criadouro de caramujos com fezes contendo ovos viáveis esgoto e poluição orgânica condições sócio-econômicas e educação sanitária; •Chuvas podem propiciar a dispersão dos caramujos (sobrevivem por meses no barro úmido); •Migração da doença: transporte de plantas aquáticas, aquários, barcos, projetos de irrigação e psicultura, etc. •População mais atingida: 5 a 20 anos; •Parasitose relacionada a atividades profissionais e recreativas. Manifestações Clínicas e patogenia: Estão relacionadas: -Carga parasitária adquirida -Resposta imune- Balanço Th1/Th2 -Idade - aumento da idade diminui a carga parasitária e promove resistência a reinfecção; - Estado nutricional - Reinfecções Geralmente a doença é assintomática; Resposta imune: -Resposta do tipo Th2; - Diminui as cargas parasitárias; - Protege contra reinfecções -Atenua os efeitos da doença; Resposta imune: Fase aguda pré-postural •Reação de hipersensibilidade tipo I mediada por IgE; •Resposta celular anti-esquistossômulos com predomínio de resposta Th1 – caracterizada pela produção de IFN-γ; •Quanto maior a produção de citocinas Th1 nesta fase maior a gravidade da fase aguda. Resposta imune: Fase aguda pós-postural •Reação de hipersensibilidade do tipo granulomatosa •Perfil de citocinas misto Th1/Th2; •Eosinofilia – eosinófilo secreta várias proteínas citotóxicas, mediadores lipídicos e radicais derivados de O2 que possuem atividade tóxica; Resposta imune: Fase crônica Reação imunológica contra os ovos retidos nos tecidos do hospedeiro; O granuloma da fase crônica é benéfico, pois, em indivíduos e animais imunossuprimidos não ocorre reação granulomatosa e ocorre uma área de necrose extensa ao redor dos ovos– Doença hepática severa e fatal Resposta imune: Mecanismos de escape do parasito - Aquisição ou síntese de antígenos semelhantes ao do hospedeiro que irá mascarar/mimetizar a superfície externa do parasito; - Presença de camadas tegumentares mais espessas nos vermes adultos; - Rápida capacidade de renovação do tegumento quando lesado pela resposta imune; - Inibição da cascata do complemento (paramiosina do S. mansoni) Manifestações clínicas Fase aguda: - Alterações na pele dermatite cercariana: prurido, eritema, dor, manifestações alérgicas, infiltração celular de polimorfos nucleares. Reação mantém-se por 2 dias e depois regride. - Alterações gerais •Pulmão -obstrução embólica dos vasos por morte dos parasitos (esquistossômulos), seguida de reação inflamatória •Fígado - hepatite com esplenomegalia, esplenite infecciosa aguda e eosinofilia (ovos) •Intestino -ulcerações necróticas e hemorrágicas na mucosa e enterocolite aguda difusa (ovos). Fase crônica: - Pode existir três prinicipais formas: intestinal , hepato-intestinal e hepato-esplênica. -Estão associadas a formação dos granulomas esquistossomáticos. Cada ovo que não consegue abandonar o organismo do hospedeiro, localizado no intestino, no fígado ou em qualquer outro órgão, será imobilizado e envolvido por uma reação alérgica. Ocorre uma Reação inflamatória granulomatosa que junto com o ovo formam os granulomas que são responsáveis pelas complicações digestivas e circulatórias Sinais gerais: constipação intestinal, hemorragias intestinais, hepatoesplenomegalia, fibrose hepática, hipertensão portal, formação de varizes, hemorragia, ascite. Fase crônica: Forma intestinal: perda de apetite, desconforto abdominal, diarreias e disenterias com presença de catarro e sangue nas fezes. Há também cólicas intestinais, tenesmo retal, emagrecimento e astenia. Forma hepatointestinal: Sintomas intestinais associados a fígado aumentado e doloroso à palpação (hepatomegalia), fibrose periportal, hipertensão portal. Fase crônica: Forma hepatoesplênica: má digestão, sensação de plenitude gástrica, dor abdominal vaga e difusa, azia, eructações, flatulência, desanimo, indisposição geral, inapetência, emagrecimento, irritabilidade e nervosismo. Alguns pacientes apresentam uma tumoração no abdômem. A anemia é agravada pelas hemorragias. Leucopenia e plaquetopenia. Fase crônica: Forma Pulmonar - aumento do débito cardíaco e insuficiência cardíaca. Nefropatia Esquistossomótica - deposição de imunocomplexos; Falha da função renal; Hematúria e proteinúria; Neuroesquistossomose - Deposição de ovos no sistema nervoso central; Encefalite, cefaléia, crises convulsivas parciais ou generalizadas, hemiplesias, afasia; Diagnóstico: •CLÍNICO- Pelos sintomas apresentados. •EPIDEMIOLÓGICO- Informação do paciente - evidenciar o contato com água contaminada, no período de trinta a sessenta dias antes dos sintomas. •LABORATORIAL •Parasitológico- Demonstração de ovos do parasita: •Exame de fezes (negativo na fase aguda) - preferencialmente com uso de técnicas quantitativas de sedimentação, destacando-se a técnica de Kato-Katz. •Biópsia retal ou hepática; •Imunológico: Reação de fixação de complemento, intradermorreação (teste alérgico – resposta T- não negativa com a cura); Reações de imunofluorescência, e ELISA. Diagnóstico: •LABORATORIAL • Biópsia hepática • Ultrasonografia – crescimento do baço; • Endoscopia – varizes esofagianas; • Eletrocardiograma, radiografia tórax, ecocardiograma – alterações pulmonares; • Eletroencefalografia, estudo imunológico do líquido cefalorraquidiano,tomografia computadorizada, ressonância magnética – neuroesquistossomose Tratamento: O tratamento retira os vermes das veias mesentéricas e leva para o fígado onde eles serão destruídos pelo sistema imune; •O controle de cura deve ser feito através de exames de fezes até seis meses após o tratamento. Tratamento: Inespecífico Dermatite cercariana – drogas antipruraginosas, antihistamínicos, corticosteróides. Específico •A primeira escolha é o praziquantel. - Dose única de 50 mg/kg de peso para adultos e 60 mg/kg de peso para crianças. - Lesa tegumento do verme e determina contração muscular - Cura 70 a 90% dos casos; -Efeitos colaterais: dor, sensação de desconforto abdominal, diarréia; Tratamento: Específico •A segunda escolha é o oxamniquina (mansil). -Para adultos, recomenda-se 15 mg/kg e crianças, 20 mg/kg, via oral, em dose única, uma hora após uma refeição. -Lesa tegumento do verme (macho) e aparelho reprodutor da - Cura 70 a 85% dos casos; - Efeitos colaterais: tonturas, sonolência, cefaléia, raramente excitação psíquica, alucinações leves; Tratamento: Contraindicações do tratamento específico: - Gravidez; - Fase de amamentação. Se a nutriz for medicada, ela só deve amamentar a criança 72 horas após a administração da medicação. - Crianças menores de 2 anos; - Insuficiência hepática grave (fase descompensada da forma hepatoesplênica); - Insuficiência renal ou outras situações graves de descompensação clínica. Prevenção: •Controle dos Portadores - Identificação e tratamento dos portadores por meio de inquéritos coproscópicos a cada dois anos - deve fazer parte da programação de trabalho das secretarias municipais de saúde das áreas endêmicas. Prevenção: •Controle dos Hospedeiros Intermediários – medidas de saneamento ambiental, para dificultar a proliferação e o desenvolvimento dos hospedeiros intermediários, bem como impedir que o homem infectado contamine. Quando indicado, tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica. •Educação em Saúde - Atenção especial aos escolares residentes nas áreas endêmicas. 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